Chegou o verão, a estação do colírio. Para mim, míope de carteirinha – só vejo bem as mulheres e o contexto que as formam – é um refrigério. Eis que, por todo lugar em que ando, as vejo à vontade. Shorts, minishorts, saias, minissaias, vestidinhos leves, graciosos, peitinhos isentos de sutiã divinamente delineados, misteriosamente semiocultos. Meu Deus, por que não posso beijá-las, todas?
Sei, vocês devem estar pensando que eu sou doido. É isso mesmo, sou um deslumbrado, completamente dependente do eterno feminino para sobreviver. Mulheres, já! O resto é complemento, confusões, mal-entendidos. Um dia, creio – a pretensão é grave – escreverei sobre as classes de mulheres que há, de acordo com a cronologia, evidentemente, já que pretender entende-las, em suas individualidades e recantos, é passar-se um atestado de burrice. Sejamos loucos, sim! Burros, nunca!
Eu gostei da entrada deste ano. Passei a madrugada de réveillon na Barra, em casa de gente desconhecida (amigos de amigos), porém simpática. Cercado pelo conforto, defronte ao mar.
Mas, apesar da praia e demais atrativos da noite de festa, o que tornará este réveillon inesquecível foi a cruzada de pernas de uma beldade (perfeita, se não fosse casada), perguntando-me o que eu queria beber.
--- Cerveja, balbuciei, absolutamente extasiado.
E até hoje não sei se aquela dama estava de short, minishort, saia ou saia short, tal fora a fineza e arte com que cruzara as pernas. O que ela esconderia, meu Deus ? Sem dúvidas, foi uma cruzada de pernas transcendental. E quem pode analisar a transcendência?
Marcelino Rodriguez é colunista ocasional do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui no traz uma crônica curta e leve, falando da ebulição masculina ante os encantos femininos. Extraída de seu livro "O Primeiro Milhão de um Homem"
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