quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Os Kurandeiros - 31/8/2018 - Sexta-Feira / 21 Horas - Santa Sede Rock Bar - Tucuruvi - São Paulo / SP

Os Kurandeiros

31 de agosto de 2018  -  Sexta-Feira  -  21 Horas


Entrada Gratuita - Participação especial surpresa de um membro da Grã-Ordem Kavernista !

Santa Sede Rock Bar

Avenida Luiz Dumont Villares, 2104
200 metros da Estação Parada Inglesa do Metrô
Tucuruvi
São Paulo - SP

Os Kurandeiros :
Kim Kehl : Guitarra
Carlinhos Machado : Bateria e Voz
Luiz Domingues : Baixo

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Chopp de Inverno - Por Marcelino Rodriguez

Há muito que a antiga alegria do chopp não existe mais pra mim. Os antigos humanos amistosos que confraternizavam com estranhos não existem mais. Sai mais cedo de casa do encontro que tinha com um amigo. Estava inquieto. Não é um país fácil de se viver atualmente, o Brasil. Um verdadeiro deserto de caráter e ideias. Uma população indiferente e mecanizada na maioria, caminha sem futuro sabido.
Tinha ainda uma hora até meu encontro marcado e resolvi tomar chopp, coisa que não fazia havia algum tempo. Escritor precisa dessas coisas, às vezes, fugir da realidade. Minha humanidade estranha estar entre humanos que andam aos montes pelas cidades e nem se cumprimentam. Os amores à primeira vista parece que fugiram da mitologia. Os melhores sonhos humanos parecem ter ido para um além sem fim. A humanidade desenvolveu a tecnologia e deu, ao mesmo tempo, uns passos atrás na sensibilidade.
Na fila, estava mais na frente uma menina sem um dos braços, que saiu com a amiguinha, ambas com uniforme de colégio. De repente, meus problemas ficaram pequenos, mas deu-me raiva de tudo. No meu chopp, eu ia pensando em escrever : "amável leitora", você não sabe o que é um cronista sozinho no meio da cidade imensa, sem um jardim humano de ternura. Você não sabe, amável leitora, o que é isso. 
Três, quatro chopps. Observo que venta e só Deus sabe dos meus pensamentos. A cidade é gelada. Amável leitora, eu tenho pensamentos idiotas quando estou sozinho, tipo "se eu pudesse voltar no tempo agora", para onde iria ? 
No tempo de Rubem Braga, ele escrevia coisa pras senhoras e recebia cartas como respostas, presentes, ás vezes até flores. Foi ele que inventou a "amável leitora", "gentil senhora" e outras cortesias que jogava em suas crônicas. Se eu pudesse voltar no tempo, iria para aquela sexta-feira, quando uma mulher deslumbrante chegou de branco no meu apartamento; depois, levaria essa mulher para o tempo do Rubem Braga; depois, no tempo do velho Braga, eu acabaria com a guerra mundial e não entraria mais num mundo onde se vê crianças sem braço.

Marcelino Rodriguez é colaborador ocasional do Blog Luiz Domingues 2. Escritor consagrado, com vasta obra lançada e celebrada pelo público e crítica, aqui brinda-nos com uma saborosa crônica urbana. 

domingo, 19 de agosto de 2018

Crônicas da Autobiografia - O Hippie do Caderninho - Por Luiz Domingues

            Aconteceu no tempo do Boca do Céu, entre 1976 e 1977...

Em meio ao sonho que ganhava contornos de realidade (embora diferentemente do que nós queríamos, sob um ritmo muito aquém do que desejávamos na verdade), a nossa contrapartida à realidade foi projetar a perspectiva de futuro e não basearmo-nos no presente que era bem diferente. 
 
A trocar em miúdos, sonhávamos com o mega estrelato do mundo do Rock, mas a nossa realidade era prosaica, por sermos uma banda formada por inexperientes adolescentes em fase de formação musical inicial e portanto, a anos-luz distante do que nós almejávamos. 
 
Sendo assim, quando lembro-me dessa fase, ao invés de outras pessoas que olham para o passado sob o viés do auto-escárnio, a debochar de sua condições infantojuvenis sob plena ingenuidade e despreparo ante a vida, eu penso o contrário e realço tal marca indelével, pois orgulho-me da tenacidade que tínhamos em seguir, apesar dos parcos recursos e acima de tudo, pela incrível capacidade para sonhar, que fora o nosso combustível para caminharmos para a frente, ainda que através do passo de uma tartaruga, reconheço.
Feita essa ressalva em tom de exaltação sobre a força de vontade que movia-nos, conto uma particularidade que eu apreciava muito nessa fase dos anos setenta em que empreendia os meus primeiros passos com a minha primeira banda, o “Boca do Céu”, que foi exatamente a sensação deliciosa de reconhecer signos inerentes da contracultura a borbulharem em diversas situações.

E certamente a enaltecer a identificação com amigos e amigas que viviam a mesma experiência sensorial, onírica e revolucionária, mas não com o sentido bélico do termo (muito pelo contrário), mas pelo aspecto daquela euforia perceptível por estarmos unidos sob um mesmo ideal aquariano.

Um pequeno exemplo, entre tantos que vivi e que pretendo transformar em crônicas, igualmente, diz respeito a um desses amigos cujo nome nem sabíamos qual seria exatamente, porém, aquele sentimento de fraternidade era tão grande, que dispensava até a mais básica funcionalidade da vida social, que é saber e decorar o nome de uma pessoa.

E como seria possível estabelecer amizade com alguém cujo nome, você nem conhecia? Pois é, isso é difícil de explicar às novas gerações, tanto quanto a moda hippie de se registrarem crianças com nomes a evocar os fenômenos da natureza, algo que tornou-se risível após o vilipêndio sistemático pelo qual o movimento foi submetido.
Mas enfim, para ir ao cerne da questão, nos inúmeros shows de Rock que eu e meus companheiros de banda fomos assistir juntos, entre 1976 e 1977, recordo-me de haver conhecido muitos “freaks”, nessas circunstâncias em portas de teatros, arenas de clubes esportivos e que tais. 
 
Como por exemplo, eu e Laert Sarrumor conversávamos sempre com um sujeito que demonstrava possuir um conhecimento enciclopédico sobre o Rock. Nunca soubemos o seu nome, mas isso não nos incomodava em nada, pois sabíamos que o encontraríamos em todos os shows e a conversa sempre fluiria de forma agradável. 
Esse sujeito carregava em sua enorme bolsa de couro, um caderno com anotações e sempre o sacava para mostrar-nos a sua projeção sobre o possível “set list” (lista de repertório), que o artista que apresentar-se-ia, iria tocar possivelmente, baseado em sua avaliação pessoal. 
 
Ora, vivíamos tempos em que a Internet já existia, mas como mero experimento restrito às universidades, sob sigilo e obviamente de forma rudimentar se comparado ao que observamos nos dias atuais (2018), e sendo assim, não havia meio de empreenderem-se consultas prévias para obter tal informação.
Mas esse sujeito fazia o que podia, mediante os padrões da época, ao estabelecer deduções a partir de um cruzamento de informações que devia lhe consumir horas de seu cotidiano, por pesquisar em revistas e jornais internacionais (e que eram caríssimas, diga-se de passagem), mediante as suas conclusões, ele elaborava um set list que batia em quase 100% ao que acontecia de fato, quando o show ocorria e nós o admirávamos por essa sua capacidade, quase premonitória, mas que na verdade, se tratara do fruto de uma análise baseada na lógica.
Lembro-me bem, quando assistimos o show do Joe Cocker no Ginásio da Portuguesa de Desportos, em agosto de 1977 e ali dentro do complexo esportivo da gloriosa Lusa, cerca de uma hora antes do show de abertura iniciar-se (realizado pela ótima banda: “Placa Luminosa”), eis que o “freak do caderninho” profetizou as músicas que Cocker cantaria e incrível, da sua lista imaginada, ele só falhou em uma aposta, a se tratar do blues: “Saint James Infirmary”, aliás, um blues sensacional que eu adoro e lastimei que o Cocker não o tenha incluído no seu repertório, para aquela noite.

Em uma outra ocasião, em outro teatro, esse rapaz fez uma longa explanação sobre a carreira do Zé Ramalho (que aguardávamos para assistir ao vivo), que ele conhecia de cor e salteado e curioso, o Ramalho estava só naquele instante de 1977, a vivenciar um sucesso de ordem mainstream, porque anteriormente mantivera-se como um artista bastante obscuro em termos de grande massa, restrito apenas aos freaks mais antenados, que o adoravam, nosso caso.

Então foi isso, do jeito que apareceu em nossas vidas, esse profeta do caderninho, sumiu. Já em meados de 1978, esse freak desapareceu dos shows e nunca mais soubemos de seu paradeiro. 

Espero que esteja vivo, bem de saúde e hoje em dia, se manteve o mesmo espírito que teve na década de setenta, ele deve estar enlouquecido com a possibilidade infinita da informação e pesquisa que a Internet proporciona e certamente a contribuir para postar mais informações preciosas para enriquecer o acervo e exercer, em essência, uma das marcas registradas por todos que encantaram-se pelos ideais, que foi o desejo de se compartilhar tudo fraternalmente e sem mesquinharias. Hippie mode on!

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Autoconhecimento... Autonomia e Liberdade ! - Por Telma Jábali Barretto

Tema que vem tomando importância nas últimas transformadoras décadas que, ainda, parece envolto numa nuvem de misticismo, seletivo, para alguns, pouco interessante ?! ... mas, quanto mais entendemos seu papel, vamos mais, ainda e também, reforçando, internamente, sua relevância !
Viemos, como humanidade, acessando outros patamares de individualização, trazendo, com isso, responsabilidades novas, nem sempre conscientizadas, mas... que aí estão a nos lembrar a todo momento, sendo parte desse processo o perceber que temos papéis a cumprir e aí mesmo mora toda necessária escola de auto conhecimento, para não sairmos nem omissos, nem ditadores, nem rebeldes (com ou sem causa...rsrs...), nem amedrontados  mundo afora...calando ou esbravejando, num reconhecimento gente grande, de cada único curriculum, importância.
Com isso, mais e mais, percebemos, clareamos que mesmo com formações e pós formações até?!... os mais variados e diferentes aprendizados, via cursos, leituras, extensões e especializações, ‘nada e nada mesmo’ nos faz prescindir dessa autoformação onde tudo e todos, que por nós passaram, passam e passarão, contribuindo até onde chegamos, sem esse olhar e mergulho para dentro de nós mesmos, pouco e muito pouco menos tenhamos feito, se continuarmos desconhecendo quem somos, o próprio laboratório de pesquisas dentro dessa jornada e aventura que chamamos Vida, acontece !
Por aí, e somente assim, seremos capazes de compartilhar experiências acessadas com segurança interna, continuando a transpor limitações com a coragem, imprescindível, no estímulo do igual e infinito vencer a nós mesmos. Dessa maneira começamos a confiar no uso da liberdade recém-inaugurada, ali dentro, adquirida pela própria história, então, construída, para bom e criterioso uso da voz e espaço ocupado com nossa presença do aqui estar, onde e como interagindo em  nosso planeta em incrível metamorfose.
Parte desse autoconhecimento, por muuuiiittooo tempo, ainda permanece no subliminar da auto-percepção, num nublado interferir do contato humano inevitável! Em algum outro momento, mais adiante, deliberadamente, buscamos contribuições para acrescer, com suas participações, em nossa andança pouco mais madura: psicólogos, terapeutas diversos, professores, mentores, sacerdotes, gurus, escolas, bandeiras e instituições escolhemos ... mas ... mesmo, e assim, assessorados, caberá a cada um triar, filtrar, o quê e quando usar rompendo as impermeabilizações criadas, antes necessárias, de camadas e camadas do verniz protetor!
E, debaixo do amparo, proteção desses assessores eleitos para nosso mergulho, imergimos! Por algum tempo, ainda, contando com sua até, então, bem-vindas, intervenções. Mais adiante, e só lá, completamente sós, numa outra e elaborada maturidade forjada, de quem transpôs dores, tenha visto clarões instigantes a atrair, inseguranças desmascaradas, enganos desmistificados, insights reveladores...indo além de luzes e sombras, começamos a nos guiar pelo que, no cerne e de dentro, nos moveu, move e moverá a descoberta de quem somos e a que viemos! Emergimos!!! Sagrado e sacralizado, então, o existir !!!



Telma Jábali Barretto é colaboradora fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, fala sobre  a questão do autoconhecimento, um tema dos mais relevantes aos que aspiram buscar respostas contundentes para o sentido da vida.
 

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 83 - Por Luiz Domingues

Acertada a nossa produção com o estúdio Prismathias, foi marcada para o dia 18 de fevereiro de 2019, tal gravação. Chegamos no meio da tarde, ao Estúdio Prismathias, localizado no bairro do Parque São Lucas, na zona Leste de São Paulo e logo notamos que a simpatia ali seria total, pela maneira com a qual fomos recepcionados pelo seu proprietário, o simpático, Danilo Gomes Santos e seu assistente, o jovem, Malcolm X Bezerra Goés. Com a hospitalidade ali observada, já percebemos de antemão que a sessão seria bastante prazerosa.
Eu, Luiz Domingues, na 1ª sessão de gravação no estúdio Prismathias. Click de Carlinhos Machado, através da sala técnica de gravação da bateria    

A ideia foi gravarmos ao vivo as bases e no mesmo dia, inserirem-se o solo de guitarra e a voz, para que houvesse o posterior acompanhamento virtual em um grupo especialmente criado na Rede Social "Whatsapp", em que todos emitiriam opiniões e sugestões para a elaboração da mixagem e masterização, quando ao término do processo técnico em questão, dessa forma, possibilitar-se-ia assim, o lançamento de um novo single d'Os Kurandeiros.
Kim Kehl e Carlinhos Machado, respectivamente, na 1ª sessão de gravação do single, "Andando na Praia", no estúdio Prismathias de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Clicks: Luiz Domingues

Kim Kehl & Carlinhos Machado a ouvir os primeiros resultados da gravação do single: "Andando na Praia", no estúdio Prismathias, de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Click: Luiz Domingues

Sobre a canção escolhida para essa gravação, foi automática a aceitação da sugestão proferida pelo Kim, pois tratou-se de uma música que estávamos a trabalhar há tempos, mas em específico no início de 2018, ganhara algumas modificações que não descaracterizaram a sua concepção original, mas ao mesmo tempo, conferiu-lhe uma roupagem inteiramente diferenciada e cabe explicação. 

Ocorre que eu tinha um tema bruto em mente, composto em um violão, há muitos anos atrás e que havia tentado introduzir no cancioneiro do "Pedra", banda pela qual atuava na ocasião. Isso fora por volta de 2008 ou 2009, não recordo-me com exatidão. Mas como naquela banda havia uma dificuldade muito grande de haver espaço para a criação coletiva, o meu tema foi rejeitado sem chance nem de ser analisado com uma atenção mínima, ou seja, em poucos segundos de uma audição bastou para que ele fosse descartado, como se fosse algo desprezível. 

Na primeira foto, o jovem, Malcolm X Bezerra Goés (à esquerda, a usar camiseta com cor amarela) e Carlinhos Machado (à direita), a ouvir os resultados iniciais da captura das bases da canção. Na segunda foto, Danilo Gomes Santos, o técnico e proprietário do Estúdio Prismathias (à esquerda, com camiseta listrada) e Malcolm X Bezerra Góes, seu assistente (à direita, com camiseta amarela), ambos de costas, atentos aos monitores do estúdio Prismathias. Clicks: Luiz Domingues

Uma pena para aquele trabalho, mas muitos anos depois, eu o apresentei aos Kurandeiros, por volta de 2015 e ele começou a ser executado mais ou menos como eu o houvera concebido, ou seja, sob fórmula de compasso em 6/8 e com uma cadência harmônica com certo ar jazzístico. Eu tinha apenas duas partes definidas, as chamadas "A" e "B" e não demorou muito para o Kim sugerir a inserção de uma parte "C", que já trouxe um elemento diferente, sob influência do Prog-Rock setentista. E assim, de maneira instrumental, ela ganhou forma e a tocamos ao vivo muitas vezes. 

Interessante demais, foi notar que a aceitação do público mostrava-se excepcional quando a tocávamos. De fato, a batida que o Carlinhos criou, aliada à uma série de fraseados muito melódicos da guitarra do Kim, deu-lhe um acabamento muito enriquecedor, a lembrar de certa forma o som do famoso combo de Jazz cinquentista, "Dave Brubeck Quartet". Acostumamo-nos a tocá-la dessa forma, como tema jazzístico, com esse mapa a conter três partes, mas livre para aumentá-la em clima de jam-session, cheio de improvisos.

Luiz Domingues no aguardo da gravação, na 1ª foto e Kim Kehl flagrado em uma pausa para o café, na foto seguinte. Gravação do single: "Andando na Praia", dos Kurandeiros, no estúdio Prismathias, de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Click da foto 1: Carlinhos Machado. Foto 2: Luiz Domingues
 
Contudo, já ao final de 2017, o Kim comunicou-nos que estava a ter algumas ideias diferentes e por isso, queria mostrar-nos algumas sugestões para modificações, onde de antemão, já disse-nos que estava com a ideia para introduzir uma melodia a ser cantada e uma letra já em vias de construção, além de ter mudado o seu arranjo pessoal, ao amenizar a carga jazzística anterior e agora com tais modificações, a música haveria de ficar muito influenciada pelo Rock Psicodélico sessentista. Ora, quem leu a minha autobiografia com atenção, desde o começo, sabe o quanto eu aprecio tal vertente e a persigo há anos inclusive, sempre a tentar recriar tal escola estilística em outros trabalhos que realizei, desde o Pitbulls On Crack, no início dos anos 1990 e com maior fluidez através do Sidharta e na Patrulha do Espaço. 

Pasmem, até no Pedra, uma banda onde havia resistência ideológica forte aos valores da contracultura sessentista, houveram momentos assim e sem dúvida, que eu também vivi isso com o Nudes de Ciro Pessoa, embora ali em específico, a minha contribuição no processo criativo da banda houvesse sido muito pequena. 

Portanto, a proposta do Kim foi maravilhosa pelo aspecto das minhas convicções pessoais, mas por incrível que pareça, a minha reação inicial não foi reluzente na mesma proporção em que o leitor possa deduzir. Isso por que, não obstante o fato de eu adorar a psicodelia sessentista, eu gostava do formato instrumental e sob cunho jazzístico que o tema tinha anteriormente, portanto, lembro-me bem que afirmei ao Kim, logo que ele apresentou a ideia da modificação, que eu estava aberto a ouvir, mas não descartaria o velho tema jazzístico e sugeri em contrapartida que não o abandonássemos, mas que no futuro, o gravássemos nesse formato, como uma peça instrumental a parte e sob a argumentação óbvia de que havíamos colhido tantas opiniões favoráveis sobre ele, e assim, só por essa percepção que tivéramos, já valeria a pena.

O técnico e proprietário do Estúdio Prismathias, Danilo Gomes Santos e Kim Kehl em momento de ajustes para a gravação do solo de guitarra da canção. Que viesse então o som escandaloso proporcionado pelo "Fuzz", um pedal de efeito com a marca registrada do Rock psicodélico dos anos sessenta. Click: Luiz Domingues
 
Foi quando o Kim mostrou-nos as suas ideias para a modificação e nós dois, eu e Carlinhos, gostamos da nova roupagem psicodélica. Com fraseados tocados sob um pedal "Fuzz", bem exagerado, aquilo soou tão perto do "Garage Rock" sesssentista, que de imediato já elucubramos a introdução de um órgão Farfisa para somar-se ao arranjo, para sentirmo-nos a tocar no palco do "Whiskey-a-go-go" em 1966, com garotas a dançarem a bordo de mini vestidos e botas de cano longo, em jaulas suspensas ao nosso redor e sob a vista de uma plateia absolutamente sob um estado "Looney Tune"...

Kim Kehl no momento da gravação do vocal solo da canção "Andando na Praia". Estúdio Prismathias de São Paulo, em 18 de fevereiro de 2018. Clicks: Luiz Domingues
 
Sobre a letra da canção, o Kim, que é sabidamente avesso a divagações intelectualizadas em suas criações, mostrou-nos algo que primou pela simplicidade, bem ao estilo de suas composições para o repertório d'Os Kurandeiros. 

A exprimir na primeira pessoa, sobre o prazer de estar em uma praia em um determinado dia de calor, talvez destoasse um pouco da nova proposta da canção, onde pressupõem-se que o surrealismo fosse o melhor caminho para trilhar tal tipo de expressão artística baseada na loucura, no onírico e no irreal transdimensional, mas no entanto, não considerei a sua proposta, destoante. 

Assim nasceu: "Andando na Praia". E dessa forma, lá estávamos eu (Luiz), Kim & Carlinhos para imortalizá-la, graças aos esforços de Danilo Gomes Santos em nome do seu estúdio, Prismathias.

Continua...

sábado, 4 de agosto de 2018

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 311 - Por Luiz Domingues

Eis que eu fui comunicado sobre o lançamento do material ao vivo a comemorar os cinquenta anos de carreira do baterista, Rolando Castello Junior, do qual participei de um dos shows em questão, em uma série de quatro, que serviu para alimentar um CD e um DVD, ao vivo. 

Bem, como eu já expliquei anteriormente, toda essa empreitada foi um esforço para culminar em um trabalho solo do Rolando, em tese, no entanto, pelo fato da Patrulha do Espaço em sua formação daquela atualidade de 2016, ter atuado e a nossa formação Chronophágica ter cumprido uma parte significativa do espetáculo, a relembrar e celebrar a nossa história dentro dessa banda é claro que tanto no apelo pelo show ao vivo, em novembro de 2016, quanto no lançamento do material em CD e DVD, nesse início de 2018, pode-se considerar a nossa participação como um trabalho ao vivo e adicional da Patrulha do Espaço, propriamente dita.

Ensaio da Patrulha do Espaço, realizado no estúdio Orra Meu, em São Paulo, no dia 10 de fevereiro de 2018. Da esquerda para a direita: Rodrigo Hid, Luiz Domingues, Rolando Castello Junior, Marta Benévolo e por fim, o casal formado pelos ativistas culturais, Vera Mendes & Michel Camporeze Teér. Click, acervo e cortesia de Edgar Franz (Bolívia)
 
E foi além esse comunicado de lançamento da parte do Rolando, pois a aproveitar a oportunidade, formulou-me um outro convite, que muito honrou-me. Conforme eu já havia tomado conhecimento por terceiros, ele havia postado um comunicado em tom de manifesto nas redes sociais, a comunicar publicamente aos fãs da Patrulha do Espaço que resolvera encerrar a carreira da banda, e recolhê-la ao hangar, desta feita, definitivamente. 

Sendo assim, o convite do Rolando veio em torno dessa tomada de decisão, ao dizer-me que estava a organizar uma turnê final e gostaria de contar com a minha presença na formação desses shows derradeiros. Fiquei triste em princípio, mas honroso ao extremo por ser convidado a fechar a história da banda, por considerar que fui um tripulante oficial, com larga história escrita em conjunto. 

Melhor ainda, eu soube por ele mesmo, que Rodrigo Hid havia sido convidado para estar junto em tal esforço final e que não em todos, mas em alguns shows dessa turnê, teríamos a presença também do Marcello Schevano. Ou seja, seria a formação Chronophágica a fazer parte dessa turnê final, com o acréscimo da vocalista, Marta Benévolo, fixa na formação da banda, há muitos anos. 

Tudo bem, eu consultei os amigos d'Os Kurandeiros, a minha banda naquela atualidade e através da sua produtora, Lara Pap, recebi como resposta o apoio de todos, para que eu participasse e ao ir além, disseram-me que se houvesse conflito com a agenda, haveria um esforço da parte de nossa banda para mudar datas e assim, ninguém sairia prejudicado. 

E pelo lado da Patrulha do Espaço, o Rolando comunicara-me que seriam poucos e bem espaçados os shows, portanto, não haveria por gerar angústia alguma para os outros trabalhos que eu, Hid & Schevano mantínhamos, regularmente. 

A primeira fase dessa turnê iniciar-se-ia em abril de 2018, na cidade cidade de Curitiba, com outro show no dia seguinte, em Ponta Grossa, ambos no Paraná, logicamente. Houve perspectiva para dois shows na capital paulista para maio e agosto, respectivamente, um em Belo Horizonte para junho e em aberto, ficara a possibilidade para Brasília, Porto Alegre e uma cidade interiorana de Santa Catarina, provavelmente, Chapecó. 

Mais uma foto de confraternização pós-ensaio. Da esquerda para a direita: Rapaz não identificado, Rodrigo Hid, Edgar Franz (Bolívia), Michel Camporeze Teér, Vera Camporeze Teér, Marcello Schevano, Rolando Castello Junior e Luiz Domingues. À frente de todos: Marta Benévolo. Ensaio da Patrulha do Espaço no estúdio Orra Meu de São Paulo, em 10 de fevereiro de 2018. Click (selfie), acervo e cortesia: Marta Benévolo
  
Então, o Rolando completou a dizer-me que viria com a Marta para São Paulo, no início de fevereiro e que gostaria de aproveitar a sua estadia na capital paulista para marcar um ou dois ensaios, para adiantarmos essa preparação. E foi assim que nos dias 9 e 10 de fevereiro de 2018, encontramo-nos nos estúdios Orra Meu, de propriedade dos irmãos Schevano, para iniciar tal processo de elaboração dessa turnê final da Patrulha do Espaço e foi quando eu recebi as cópias de recordação do CD e do DVD comemorativo dos cinquenta anos de sua carreira. Falo a seguir sobre tal material.
Continua...

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 82 - Por Luiz Domingues

Antes de falar sobre o próximo show que realizamos, e que tratou-se de um mini festival, conforme eu já havia comentado anteriormente, preciso mencionar o fato de que uma oportunidade maravilhosa em outro âmbito, surgiu nesse ínterim. 

Um rapaz chamado, Danilo Gomes Santos, que até então era apenas um amigo virtual adquirido via rede social, mas com o qual eu nunca houvera tido uma aproximação concreta e nem mesmo através da própria rede social nós havíamos conversado mais detidamente, enviou-me convite para "curtir" a página de seu estúdio de gravação. 

Eu, por minha vez, independente de conhecer o estabelecimento e atestar a sua qualidade técnica, sempre gostei de apoiar e nem só estúdio de gravação, mas também salas de ensaio, escolas de música, lojas de instrumentos & acessórios, lojas de discos e tudo o que relaciona-se à música, pois sei que todos esses empreendimentos são vitais para manter a corrente em funcionamento, portanto são muitos importantes para manter a música viva, apesar dos pesares em torno da mentalidade destruidora adotada pela ação de marketing nos patamares mais altos da difusão cultural mainstream em face da sua opção deliberada e nefasta pela anticultura.

Entretanto, o que eu não esperaria, ao demarcar um simples "curti"/"like" na página do estúdio dirigido por Danilo, foi que ele empolgou-se com a minha simples demonstração pública em sinal de apoio e tanto foi assim que procurou-me pelo "inbox" da rede social, "Facebook", não só para agradecer-me, mas para formular-me uma proposta irrecusável: propôs uma sessão de gravação gratuita em seu estúdio. 

Ora, que oportunidade maravilhosa, não tive dúvida em aceitar prontamente a sua oferta gentil e já coloquei-me à sua disposição. 

Em princípio, ao dizer-se fã de trabalhos meus mais antigos, como por exemplo com A Chave do Sol e Patrulha do Espaço, ele não conhecia a minha história com Os Kurandeiros e dessa forma, ao concretizar-me o seu convite, deduziu que eu não tinha nenhum trabalho autoral naquele momento e assim sugeriu-me algo sobre arregimentar músicos para gravar uma música sob regime solo, mas eu logo esclareci que eu era componente de uma banda bem estruturada e certamente que usaria o convite em seu favor.

Falei com os companheiros da banda e todos ficaram contentes com a oportunidade e claro que aceitaram, de pronto. Cogitamos usar o feriado do carnaval para empreender tal gravação, mas o Danilo não poderia atender-nos nesses dias, devido a estar comprometido com os seus clientes, já previamente agendados. Portanto, ficou marcado para mais tarde, mas ainda em fevereiro de 2018, a nossa gravação no estúdio, Prismathias. Falo sobre essa gravação, mais adiante.

Todavia, tínhamos um show para realizar e esta prometera ser uma noitada muito boa, pelo teor de um mini festival no qual revestir-se-ia. A pensar-se na velha prerrogativa que dava conta de que Rockers adoram shows de Rock em pleno Carnaval, lá fomos nós participar, mas com a experiência adquirida, claro que a levar em consideração que muita gente que odeia carnaval aproveita para viajar nesse referido feriado e assim, o melhor ali seria não criar expectativas, negativas ou positivas e foi o que fizemos. 

Dividiríamos a noite com duas bandas boas do circuito do Blues/Blues-Rock e até a esbarrar no mundo do Rockabilly, aquela variante bem típica dos anos cinquenta a misturar o Rock'n' Roll bem tradicional daquela década com o som da Country-Music e assim a gerar um Rock rápido, mais vigoroso e caipira, daí a expressão cunhada a denotar a caipirice norte-americana, explícita. 

Sobre a vertente do Blues-Rock, responderia o "Power Blues", uma banda relativamente nova no mercado paulistano, porém formada por músicos veteranos no circuito e o Rockabilly ficaria por conta de um trio também tradicional no circuito, o Caio Durazzo Trio.

Montagem do palco, com Carlinhos Machado de Costas e Nelson Ferraresso ao fundo. Click: Luiz Domingues
 
Cheguei cedo ao Alkatraz, uma casa tradicional no coração da Rua 13 de maio, no popular bairro da Bela Vista, mais conhecido como Bexiga, no centro-sul da cidade de São Paulo. Casa com história naquela rua, outrora bem musical, mostrava uma boa estrutura ainda, com palco e um bom equipamento de PA e iluminação, fruto de noitadas mais concorridas do passado, quando a rua em questão atraia multidões e pulsava toda a noite com diversas bandas a atuarem simultaneamente ali e nas casas concorrentes. Apesar da decadência da rua, além do Alkatraz em questão, mais três casas mantinham-se em pé e mesmo que não lotassem integralmente, ainda ostentavam o seu movimento mínimo para sobreviver, digamos assim.

Nelson Ferraresso tocaria conosco, o que seria um prazer enorme, como sempre. Logo que entrei no estabelecimento, foi ele mesmo que avistou-me e veio cumprimentar-me, efusivamente. Carlinhos Machado surgiu a seguir, e também já estava presente a montar sua bateria no palco. Quando o Kim Kehl chegou, deu para montar facilmente e conseguimos fazer um rápido soundcheck, com a oportunidade para verificarmos que o som ali seria bom, acima da média das casas onde habitualmente apresentávamo-nos, pela presença de um PA de médio porte, com pressão para show de Rock sob um pequeno/médio Teatro, talvez. 

Logo a seguir, chegaram os músicos das outras bandas e eu pude colaborar com o Power Blues, pois seu baixista, Daniel Kid (ex-roadie meu na Patrulha do Espaço e Pedra), estava atrasado e eu supri a sua ausência no soundcheck da banda. O bom, Daniel Gerber, era o guitarrista, com o meu amigo, o baterista, Fernando Rapolli, também presente nessa formação. 

Irmão de José Luiz Rapolli, baterista com o qual toquei nos anos de 1988 e 1989, com a banda, "A Chave"/"The Key", além de ser um bom baterista, igualmente como o seu irmão, Fernando era/é meu amigo desde então e um ótimo contador de histórias. 

E para completar, a vocalista da banda, Paula Mota, também era/é uma velha conhecida minha, portanto, os meus laços de amizade com essa banda eram fortes, fora da parte musical. Chegou a seguir o pessoal do trio de Caio Durazzo, com os quais eu não tinha muita liberdade, mas o Kim também os conhecia há muito tempo, sendo o baterista, Rick Vecchione, filho do baixista do Made in Brazil, Osvaldo Vecchione e também membro do Made, há muitos anos. 

Terminado o soundcheck, o que aborreceu-nos ali foi a longa espera sob uma torturante sessão de vídeoclips exibidos no telão gigante da casa. A apresentar uma maratona com clips de bandas "modernosas" dos anos 2000 em diante, todas versadas pelo som pesado e com tendências Pop desse início de milênio, foi inevitável não ficarmos profundamente incomodados pela insipidez musical de tais artistas. 

Foi até ridículo, quando em meio a tal overdose, um promo do "Queen" (o mais óbvio, da canção grandiloquente: "Bohemian Rhapsody", ali direto do meio dos anos setenta), foi exibido e o contraste entre essa sonoridade e aquele massacre das bandas modernas sob absoluta ruindade musical/estética/artística foi tão abissal que o Nelson tomou a palavra e exprimiu a sua opinião nesse sentido a quebrar o nosso silêncio respeitoso. Foi o tal negócio, estávamos a esforçar-nos para não adotar a odiosa postura ranzinza como a de velhos que sempre acham que o "seu tempo" foi melhor, mas nesse caso, tal posição detinha o poder da razão inquestionável sob qualquer análise musical imaginável, lastimo dizer ante qualquer argumentação em contrário. A anti-música ali expressa pela maioria dos artistas exibidos, tornara desnecessário explanar, aliás, pois é expressa e explícita a sua ruindade atroz. 

Bem desavisados, os donos da casa deviam exibir aquele horror para a garotada que frequenta a casa nos então dias atuais e nem deu-se ao trabalho de analisar o espectro artístico das bandas que tocariam nesta noite em específico e do público que seria atraído por elas. Faltou muita sensibilidade da parte deles, certamente. 

E o Daniel Kid, mais jovem e ciente daquele mundo mais modernoso, informou-nos que na verdade aqueles artistas eram do início do século e já seriam considerados "velhos" por jovens daquela atualidade e que uma safra mais atual conseguia a proeza em ser pior e mais baixo astral em sua expressividade, ainda. Isso sem contar o teor da maioria dos clips, visualmente a falar, pois quase todos pareciam videogames violentos, com cenas a exibirem matanças, massacres, tortura, destruição e afins. Pareceu-me que não fora só a música que mostrava-se horrorosa, mas a mensagem, bem... cada dia que passa, o sonho "Woodstockeano" de um mundo pleno de paz, amor & fraternidade fica mais remoto, eu já devia ter aceitado que essa é a realidade do mundo regido pelo ódio e pela ode às guerras e aos escombros delas decorrentes...

Bem, enfim terminou a tortura com os clips de bandas estrangeiras modernas e horrendas no telão da casa e as bandas ao vivo começariam a tocar. Teríamos música bem tocada, composta e arranjada, finalmente e com o sentido da raiz primordial do Blues, algo raro para o mundo de 2018. 

Osvaldo e Celso Vecchione, os "Glimmer Twins" da Vila Pompeia, chegaram e assistiram os shows em uma mesa próxima da nossa. O Power-Blues fez um ótimo show. Surpreendi-me com as suas canções autorais a transitar pelo Blues-Rock, mas a imprimir balanço soul e R'n'B, portanto, pareceu-me uma banda a soar como o som do Edgar Winter nos anos setenta e certamente que agradou-me sobremaneira. Osvaldo foi chamado ao palco e cantou duas ou três canções do Made in Brazil com eles, além de tocar gaita. Daniel Gerber e Paula Mota foram componentes do Made in Brazil em épocas passadas, foi portanto, justa a homenagem. 

Veio a seguir o Caio Durazzo Trio. Eu nunca havia assistido ao vivo esse trio, mas conhecia a fama da banda e do guitarrista em questão. Bem versado no Rock tradicional e Blues e com especialização no campo do Rockabilly, o seu show foi muito bom, quando eu percebi que a energia que gerava naturalmente no palco, contaminou a plateia rapidamente. Foi prazeroso saborear esse espetáculo com teor de anos cinquenta, bem primordial do Rock.

Os Kurandeiros ao vivo no evento Carna-Rock, realizado no Alcatraz Rock Bar de São Paulo, em 9 de fevereiro de 2018. Clicks: Lara Pap
 
Chegara a nossa vez e eu temi que o efeito gerado pelo cansaço generalizado do público que já estava ali presente há horas, pudesse prejudicar a nossa performance, mas enganei-me. O público não debandou e pelo contrário, ainda esbanjou animação, quando tocamos. Fizemos um set eminentemente autoral e foi muito prazeroso, do começo ao final. 

Rogério Utrila, um dos dirigentes da emissora, Webradio Stay Rock Brazil, foi o apresentador do evento e com as suas brincadeiras, garantiu a animação da plateia. Ao final, ainda tivemos uma divertida jam com os músicos de todas as bandas, a interagir conosco.

Fotos da jam session final, acima. Os Kurandeiros + membros das outras bandas. Os Kurandeiros no Carna-Rock do Alcatraz Rock Bar de São Paulo, em 9 de fevereiro de 2018. Clicks de Lara Pap

Bem, no cômputo geral, acho que a experiência de um show de Rock em pleno Carnaval, destra vez logrou êxito, a observar-se somente a longa espera pela abertura da casa em meio a clips tenebrosos exibidos no telão da casa, como um ponto negativo a ser registrado.
Eis acima, um especial da apresentação dos Kurandeiros no Carna-Rock do Alcatraz Rock Bar de São Paulo, em 9 de fevereiro de 2018. Captura de áudio: Lara Pap

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=pkwY4C8bsXA

Dali a poucos dias, entramos em estúdio para gravar um novo single. É sobre essa experiência prazerosa que tivemos ainda em fevereiro de 2018, que falarei a seguir.

Continua...