O próximo compromisso para Kim Kehl & Os Kurandeiros, foi novamente através de uma participação em um festival ao ar livre, em meio às belas ruas da Vila Pompeia, na zona oeste de São Paulo.
Como eu já mencionei em outras oportunidades, tais ruas desse bairro sempre provocam-me nostalgia pelas boas lembranças pessoais que ali mantenho com carinho. Tratou-se de um evento que recebeu o pomposo nome: 1º Festival de Rock da Vila Pompeia.
Ora, ao tratar-se de um bairro cuja tradição de conter uma histórica relação com o Rock brasileiro, foi algo até surpreendente que somente ao final do ano de 2019, com o século XXI prestes a adentrar a casa da sua terceira década, que um festival nesse molde fosse realizado em suas ruas, visto que naquelas tantas vias tão íngremes, o Rock pulsara desde a década de cinquenta do século passado, com uma explosão mais acentuada durante o curso das décadas de sessenta e setenta. Entretanto, foi o que ocorreu e dessa forma, assim fechamos o evento como "headliners" do palco "Caraíbas", instalado bem no cruzamento das Ruas Caraíbas e Ministro Ferreira Alves, ao final da tarde do dia 22 de dezembro de 2019.
Na primeira foto, Kim Kehl em destaque, com Carlinhos Machado ao fundo, na bateria. Na segunda foto, Phill Rendeiro, Carlinhos Machado Kim Kehl e eu (Luiz Domingues). Kim Kehl & Os Kurandeiros no 1º Festival de Rock da Vila Pompeia, em São Paulo. 22 de dezembro de 2019. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks: Lara Pap
Cheguei ao local do show acompanhado do meu amigo, Kim Kehl e ambos verificamos que a feira estava a transcorrer em pleno vapor, com uma multidão a usufruir dos shows, distribuídos em dois palcos e certamente a aproveitar as inúmeras barracas e Food Trucks à disposição dos moradores do bairro.
Apesar do dia estar nublado, a possibilidade da chuva não esmoreceu o ímpeto das pessoas presentes e assim, famílias inteiras passeavam entre as barracas e aglomeravam-se ante os dois palcos, para apreciarem as apresentações. O som estava bom em uma primeira análise como ouvinte (mas eu sei bem que tudo muda, quando sobe-se ao palco para tocar, ou seja a percepção é bem diferente), a multidão mostrava-se enorme e deveras animada com os shows, portanto, a primeira impressão foi ótima.
Bem, problema recorrente em feiras ao ar livre, a produção não pensou mais uma vez em facilitar a vida dos expositores, artistas e técnicos que ali compareceram para trabalhar, portanto, a inexistência de um estacionamento conveniado e próximo, a pensar que todos que vão trabalhar, naturalmente carregam utensílios os mais diversos, foi como sempre em tais circunstâncias, um martírio.
Em meu caso, a carregar apenas um instrumento, nem foi assim tão preocupante, no entanto, há quem carregue uma bateria em meio às suas inúmeras peças, teclados e/ou amplificadores, portanto, essa necessidade para descarregar o material de trabalho e a obrigar-se em procurar uma vaga posteriormente para o seu automóvel, é algo bastante desagradável.
Paciência, eu estacionei na Rua Tucuna, quase na esquina com a Rua Venâncio Aires, ou seja, relativamente perto e a caminhada não foi severa, mas se houvesse um estacionamento gratuito e próximo, é óbvio que teria sido o ideal.
Na foto 1, eu (Luiz Domingues) em destaque, com Carlinhos Machado ao fundo na bateria. Foto 2: Carlinhos Machado em destaque. Foto 3: Kim Kehl em ação! Kim
Kehl & Os Kurandeiros no 1º Festival de Rock da Vila Pompeia, em
São Paulo. 22 de dezembro de 2019. Clicks, acervo e cortesia: Marcos Kishi
Eis que chegou a nossa hora para subirmos ao palco e enquanto preparávamos o nosso "set up", o nosso tecladista, Nelson Ferraresso, foi traído pela pressa e sem notar, "plugou" o seu instrumento em uma rede elétrica com voltagem em 220 volts.
Ao perceber que queimara instantaneamente o seu teclado, chateou-se, naturalmente e ficou sem meios para atuar conosco. Uma ocorrência desagradável, e certamente que tal situação tratou por abalar a confiança de todos, mas fazer o que ante tal acidente?
O show precisava continuar, com o perdão pelo clichê e de fato, várias pessoas em meio ao público, gritavam, bem em torno daquela expectativa típica de início de show. Claro, em shows assim, produzidos em feiras ao ar livre, por melhor que seja a equipe técnica que forneça o suporte aos artistas, a troca de "set up" entre uma banda e outra, é sempre muito complicada.
Então, aliado ao fato de que o público nem percebeu o nosso drama em relação ao ocorrido com o Nelson, ficou claro que aquela adrenalina pré-show estava instaurada, e mesmo por que, por sermos a última banda do festival, a euforia já estava sedimentada, com o público absolutamente "aquecido", como fala-se no jargão da música.
Mais flagrantes da banda em ação! Kim
Kehl & Os Kurandeiros no 1º Festival de Rock da Vila Pompeia, em
São Paulo. 22 de dezembro de 2019. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks:
Lara Pap
Dessa forma, lá fomos nós e mesmo com algumas dificuldades técnicas sentidas desde a primeira música executada, superamos todas as adversidades, pois o público estava muito receptivo e o show foi encenado, música após música, a verificar um ímpeto em ascensão, de uma forma impressionante em termos de euforia.
Nesses termos, é claro que a sincronicidade observada tende a suplantar qualquer intempérie e por essa troca efetuada entre público e artista, há o efeito retroalimentador, ou seja, foi esse o nosso combustível para provocarmos dois pedidos de "bis" e sairmos do palco absolutamente extenuados, porém felizes pelo prazer que tivemos em termos cumprido uma apresentação tão boa e sobretudo, prazerosa.
Tivemos dois convidados, a apresentarem-se o guitarrista da banda, "Power Blues", Daniel Gerber e também o vocalista, Marquês, que estiveram conosco na jornada, para tocar e cantar em músicas diferentes.
Nas duas primeiras fotos, o convidado especial, Daniel Gerber a tocar próximo de Kim Kehl e com Carlinhos Machado ao fundo, na bateria. Nas fotos 3 e 4, o convidado especial, Marquês, a interagir com a banda. Ele é o penúltimo na linha de frente, da esquerda para a direita. Kim
Kehl & Os Kurandeiros no 1º Festival de Rock da Vila Pompeia, em
São Paulo. 22 de dezembro de 2019. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Clicks:
Lara Pap
Como de praxe, a quantidade de amigos encontrados nos bastidores, foi enorme, o que potencializou em muito a tarde/noite muito boa que tivemos, mesmo com o problema muito desagradável que o nosso tecladista sofrera.
Algumas horas depois, em conversação travada através do grupo particular da banda em uma rede social, notamos que o Nelson estava mais conformado com o ocorrido, pois todos relataram passagens semelhantes, com acidentes iguais em outras ocasiões e outros fatos correlatos a relatar casos sobre danos ocorridos com instrumentos e equipamentos e claro que isso estraga o dia de um músico, mas o sentimento ruim passa logo, ainda bem e mesmo com o inevitável vilipêndio ao bolso, que tais acidentes geram.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=2VFUSjyarog
"Maria Maluca" (Kim Kehl) - Kim Kehl & Os Kurandeiros no 1º Festival de Rock da Vila Pompeia, em São Paulo, no dia 22 de dezembro de 2019. Filmagem: Fatima Stoppelli
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=vFUUjBk1DRw
"O Filho do Vodu" (Kim Kehl) (apenas a introdução) - Kim Kehl & Os Kurandeiros no 1º Festival de Rock da Vila Pompeia, em São Paulo, no dia 22 de dezembro de 2019. Filmagem: Fatima Stoppelli
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=AFpV5v7_eMg
Notícia boa, no dia seguinte ao show, 23 de dezembro, eu soube que o site "Rockbrasileiro.net", em parceria com o canal de YouTube, "Vitrola Verde", elegeu-me pelo segundo ano consecutivo, o melhor baixista do ano. Opinião cravada em editorial assinado pelo empreendedor cultural e editor dos dois veículos, Cesar Gavin, é evidente que provocou-me o sentimento bom da lisonja e honraria.
http://www.rockbrasileiro.net/?fbclid=IwAR3lbnaizK58xFHF2oQ_xjwBT14M844HHb39ca3oaSV1nKbGBiOqABahWNk
Mais uma panorâmica da banda! Kim
Kehl & Os Kurandeiros no 1º Festival de Rock da Vila Pompeia, em
São Paulo. 22 de dezembro de 2019. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click:
Lara Pap
Em 2019, não tocamos tanto quanto em 2017 e 2018, mas foram shows intensos em meio a muitos em festivais ao ar livre, perante multidões. Creio que lembrarei-me do ano de 2019, por tal característica, principalmente em seu segundo semestre.
Fechamos as atividades da banda para as festas de final de ano, mas a prenunciar um ano de 2020, alvissareiro, estávamos com a perspectiva concreta para participarmos de um ensaio gravado ao vivo, em um estúdio, para o mês inicial do novo ano.
Continua...