quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Autobiografia na música - A Chave do Sol - Capítulo 454 - Por Luiz Domingues

O ano começou bem para a nossa extinta banda, no aspecto da repercussão midiática espontânea e também no campo das manifestações de fãs e admiradores do trabalho. Nessa área, eu não tenho dúvida de que entre tantas bandas pelas quais eu atuei ao longo da minha trajetória na música, todas arregimentaram admiradores e constantemente recebem pelas redes sociais as mais variadas e carinhosas manifestações de apoio.

No entanto, certas bandas tem maior apelo nesse sentido e assim, eu cito A Chave do Sol como uma das, senão a banda que mais recebe tais acaloradas demonstrações. Que alegria é olhar em uma rede social e verificar sempre haver alguma menção de apreço por um trabalho que em tese não existe mais há longos trinta e sete anos, a contabilizar o final das atividades da banda a este instante no qual eu escrevi este trecho, ou seja, a compreender o período, 1987-2024.

O decantado show "reunião" que eu venho a comentar há tantos capítulos anteriores, ainda estava em gestação técnica e mesmo que nenhuma sinalização proposital tenha precipitado rumores a respeito, o fato foi que a banda mesmo a estar completamente inerte, movimentava atenção e carinho de seus muitos admiradores.

Por exemplo, em janeiro de 2024, fomos novamente escalados pela webradio Crazy Rock para constarmos de dois de seus programas dedicados ao Rock nacional: o "Só Brasuca" e o "Momento Só Brasuca" e ambos produzidos por pessoas diferentes na estrutura da emissora e segundo apurei, foi fruto de pura coincidência e não algo programado para fazer parte de uma 'blitzkrieg" proposital.

Ocorreu na edição 366 do programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock, a execução da música "Lírio de um Pantanal" d'A Chave do Sol. Semana de 20 a 26 de janeiro de 2026

E no programa "Momento Só Brasuca", a música: "A Woman Like You" tocou na edição 273, na mesma semana do outro programa, ou seja, entre 20 e 26 de janeiro de 2024

Que bom, pois assim tivemos uma dose dupla logo nesse início de ano, a se configurar um mês triste para a banda no sentido de que fora em janeiro de 2021 que nós perdemos o nosso cofundador e por muitos aspectos, o grande mentor da nossa banda, no sentido de haver criado a sua identidade primordial. 

Outro fato que despertou a minha atenção foi que "viralizou" através da Rede social Facebook, o vídeo d'A Chave do Sol a tocar a música "Anjo Rebelde", por ocasião da nossa sexta participação no programa "A Fábrica do Som" da TV Cultura de São Paulo, em junho de 1984. 

Ora, até aí tudo bem, como eu já disse anteriormente, havia sempre um admirador a propor vídeos nossos como publicação em grupos temáticos ou a esmo, através de seus respectivos perfis dessa, e de outras redes sociais, entretanto, desta feita a multiplicação que esse vídeo gerou em fevereiro de 2024, foi surpreendente. 

E a repercussão foi sensacional. Foram muitos os comentários carinhosos expressos através de diversas publicações feitas por pessoas que eu nem conhecia a denotar a viralização. Senti-me impelido a responder a maioria deles e muitas dessas pessoas adicionaram-me como amigos, de imediato, a estreitar relação de amizade, o que foi muito bom. 

Claro, em tempos de gente odiosa que expressava comentários desagradáveis por uma questão de princípios degradados por uma ação de hipnose coletiva, a destruir o seu poder cognitivo, houve a incidência de dois comentários negativos em meio a mais de duzentos. Um deles, inclusive, eu achei respeitoso, no sentido de que o rapaz viu o vídeo e a denotar ter conhecido a nossa banda apenas naquele instante com quarenta anos de defasagem, e elogiou o nosso instrumental, mas criticou a vocalização (ah, o nosso grande dilema vivido durante a nossa trajetória, o leitor que acompanha este relato desde o seu início, sabe bem desse fator). Respondi ao rapaz de uma forma cordial a lhe explicar rapidamente a questão e a reconhecer que salvo em breves momentos, quando tivemos bons vocalistas, o nosso padrão vocal era de fato o nosso ponto fraco. Paciência.

Já o outro rapaz foi muito mal-educado ao se expressar com um palavrão, assim, sem contextualizar melhor a sua opinião sobre o nosso trabalho, e então, o meu silêncio foi a melhor resposta. 

Todavia, as dezenas de comentários elogiosos e muitos deles a conter exemplificações de lembranças pessoais a edulcorar a nossa banda como partícipe de suas respectivas vivências, muito me comoveu. E isso sem contar com a questão do sucesso que a publicação fez, a movimentar muitas republicações.

Um desses rapazes que se manifestou nessas publicações, chamado: Eduardo Benzatti, mostrou-me via foto, a sua coleção de "bottoms" e entre eles, ele exortou-me a reparar no bottom d'A Chave do Sol que nós produzimos no anos de 1984, presente na foto, em excelente estado de conservação, a parecer que ele o comprara hoje em dia.

Em 10 de fevereiro de 2024, eu estive presente no programa "Rádio Matraca", exibido pela USP FM de São Paulo, para me apresentar com uma outra banda minha revivida, o Boca do Céu, mas pude falar bastante sobre A Chave do Sol e nessa ocasião, a nossa música "Luz", foi executada.

Eis o link para o podcast permanente dessa entrevista:

https://jornal.usp.br/radio-usp/sinopses/radio-matraca/

Já em 11 de fevereiro de 2024, a emissora Webradio "Run Music Run" exibiu uma reprise do programa "Classic Albuns", produção independente do ativista cultural, Julio Verdi, a destacar o nosso álbum "The Key", lançado em 1987.

E para coroar esse bom começo de ano para uma banda extinta há tantos anos, eis que fomos novamente escalados para a execução no programa "Só Brasuca" em sua edição de número 370, através da canção "A Chave é o Show". Ocorreu na semana de 17 a 23 de fevereiro de 2024.

Mais novidades viriam a seguir.

Continua...

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Autobiografia na música - Patrulha do Espaço - Capítulo 352 - Por Luiz Domingues

Exatamente como eu sempre saliento quando encerro um capítulo inédito sobre a Patrulha do Espaço, em decorrência de um fato novo que surge, esta, entre todas as minhas ex-bandas de carreira, é uma das, senão a maior propagadora de novidades adicionais, tamanho é o seu poder de resgatar de uma forma muito natural, material raro produzido por suas muitas formações e a nossa, a dita "chronophágica" não foge a essa boa regra.

Se em 2023 eu repercuti o lançamento do luxuoso álbum ao vivo gravado nos idos de 2018, como a última ocorrência a ver com a minha formação, eu sabia de antemão que a priori, havia muito mais material coletado com gravações de shows cumpridos entre 2018 e 2019, para ser aproveitado e nesses termos, eu não descartaria o lançamento de mais um disco ao vivo, ou no mínimo, que essa produção que foi extensa e mediante ótima qualidade de áudio, suscitasse muitas músicas lançadas sob o caráter "ao vivo" com possibilidade de serem inseridas em coletâneas ou como faixas bônus de eventuais discos de estúdio gravados pela atual formação da banda. 

No entanto, eis que por volta de setembro de 2023, fui procurado pelos meus amigos, Rolando Castello Junior e Marcello Schevano, que me consultaram sobre a possibilidade de eu lhes fornecer material em geral, fotos sobretudo, dos bastidores da gravação do CD ".ComPacto" cujas sessões de gravação ocorreram em 2001.

Infelizmente, o material sobre essa produção é extremamente escasso e o pouco que temos é exatamente o que está publicado no meu Blog 3, ou seja, com tal veículo a se tratar do museu virtual da minha carreira musical. Bem, a despeito desse parco material possível, é claro que os atendi prontamente. 

Em princípio, eles não esclareceram nada a respeito de sua busca específica por tal material, no entanto, nem foi necessário, pois ficou claro para mim, que havia a intenção de preparar uma remixagem e remasterização da obra, e possivelmente mediante uma embalagem luxuosa, para relançá-lo possivelmente em 2024.

Passado mais um tempo, eis que o Marcello conversou comigo e enviou-me uma vídeo curto a demonstrar que estava a trabalhar exatamente nessa tarefa, a bordo do seu estúdio de alto padrão, o Orra Meu.

Eis o vídeo citado acima, onde se vê a simpática e competente persona de Gustavo Barcellos, técnico muito gabaritado e que atuava há anos nos estúdios Orra Meu, a trabalhar no processo de remixagem e re-masterização do álbum ".ComPacto" da Patrulha do Espaço. Segundo semestre de 2023. Filmagem e cortesia: Marcello Schevano

Abaixo, está o link para assistir no YouTube, diretamente:

https://www.youtube.com/shorts/tB_QDZfBh-0

A me explicar melhor, ele contou-me que havia recuperado as fitas originais e sim, conforme eu narrei há muitos capítulos anteriores, esse foi o último álbum que a Patrulha do Espaço gravou da maneira tradicional antiga, ou seja, mediante padrão analógico. 

E assim, embora esse disco em específico tenha sido gravado sob circunstâncias dramáticas na época, a perspectiva de passar por uma boa tentativa de melhora, já me deixou animado. Claro, eu sabia que não dava para fazer nenhum milagre, pois a captura foi obtida com muitas dificuldades técnicas em 2001, no entanto, mediante a tecnologia avançada de vinte depois e ante um estúdio sofisticado como era o Orra Meu, além do amparo dos técnicos que ali atuavam, incluso o próprio Marcello, eu fiquei certo de que uma melhora substancial poderia ocorrer.

O certo mesmo seria entrar com a banda no estúdio, ali no Orra Meu e regravar tudo, mas ante o fato da nossa formação não existir mais desde 2004, a possibilidade de se agendar esforços nesse sentido seria bem difícil, entretanto, no mínimo, um banho de tecnologia atualizada ao sabor de 2023/2024, haveria de corrigir a timidez da potência sonora com a qual esse disco foi gravado e mixado entre em 2001 e 2002, para ter sido lançado em 2003.

Enfim, mexer nos timbres dos instrumentos propriamente ditos, da captura feita em 2001, não seria possível, mas imprimir compressão, passar por re-equalização e por outros paramétricos modernos possíveis na realidade de 2023, tais medidas haveriam de melhorar muito o padrão geral do disco.

Em suma, tomei como alvissareira a perspectiva, certamente.

Em janeiro de 2024, vi uma publicação do Rolando pelas redes sociais e soube que a produção já estava avançada, pois até capa nova e bem estilizada o disco já possuía e assim, uma pré-divulgação fora disparada. 

No âmbito privado, o Rolando conversou comigo e formulou-me o convite para que eu viesse a participar de um show oficial para esse relançamento, possivelmente a ser ocorrido em junho de 2024, com a formação chronophágica reunida novamente para tal ocasião. Claro que aceitei de bom grado o convite e assim, se abriu a perspectiva para mais um show da nossa formação e assim a esticar a minha história com essa banda, além do bom acontecimento do relançamento desse álbum.

Continua...   

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Autobiografia na música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 197 - Por Luiz Domingues

E o ano de 2024 começou bem para Os Kurandeiros, na medida em que a emissora MKK Webradio anunciou a inclusão da nossa música, "Cidade Fantasma" em seu programa: "Brasil Underground", na sua edição marcada para entrar no ar, entre os dias 1º e 5 de janeiro de 2024. Em suma, o ano não poderia ter começado melhor para Os Kurandeiros.

Já na semana seguinte, entre os dias 8 e 12 de janeiro, a dose foi repetida, e com a mesma canção extraída do nosso CD homônimo. Ficamos muito felizes, naturalmente.

Nesta altura, já havia saído a sugestão para nomear o nosso decantado disco ao vivo, gravado em 2021 e com pós produção efetuada entre 2023 e 2024. O disco chamar-se-ia: "Prontos para a festa", a estabelecer uma conexão com um verso da música "A Noite Inteira".

E sim, marcamos ensaio para o dia 26 de janeiro, quando nos reunimos mais uma vez nas dependências do estúdio "Mad", localizado no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, para o primeiro apronto do ano e já a visar os preparativos para o show que faríamos no Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR) em fevereiro de 2024. Ou seja, com que prazer reunimos a nossa trupe e ainda recebemos a visita de Fernando Ceah & namorada e Marcião Gonçalves, ou seja, que noite boa de sexta tivemos entre amigos queridos.

Ensaio d'Os Kurandeiros no estúdio Mad de São Paulo. 26 de janeiro de 2024. Click (selfie), acervo e cortesia: Carlinhos Machado

E como de costume, Carlinhos Machado registrou para as suas redes sociais o fato da nossa banda estar a trabalhar. 

Continua...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Carna Rock! - Los interessantes hombres sin nombre/Boca do Céu e Os Kurandeiros - Sábado, dia 17/2/2024 - 20 horas - Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR) - Bairro da Penha - São Paulo-SP

Carna Rock!

Sábado, dia 17 de fevereiro de 2024 - 20 horas

Instituto Cultural Bolívia Rock (ICBR) 

Mestre de cerimônias: Rogério Utrila

As bandas: "Los Interessantes Hombres Sin Nombres" e "Boca do Céu" realizam a abertura do show: "Pronto Pra Festa", D'Os Kurandeiros"

Rua Doutor Suzano Brandão, 573/543

Penha

200 metros da estação Penha do Metrô

São Paulo-SP

 

Ingressos antecipados com desconto pelo site Sympla:

https://www.sympla.com.br/evento/carnarock-2024/2311373?share_id=copiarlink

 

Los Interessantes Hombres Sin Nombres anunciam o lançamento do livro: "70 poemas sem nome" de Marcos Mamuth:

Marcos Mamuth: Guitarra e voz

Ayrton Mugnaini Junior: Baixo e voz

Carlinhos Machado: Bateria e voz


Boca do Céu lança o single "1969":

Osvaldo Vicino: Guitarra e voz

Luiz Domingues: Baixo e voz

Laert Sarrumor: Voz

Wilton Rentero: Guitarra

Carlinhos Machado: Bateria

musicista convidada: Renata "Tata" Martinelli: Voz


Os Kurandeiros lançam o show: "Prontos para a festa":

Kim Kehl: Guitarra e voz

Carlinhos Machado: Bateria e voz

Phill Rendeiro: Guitarra e voz

Renata "Tata" Martinelli: Voz e percussão

Luiz Domingues: Baixo e voz

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Crônicas da autobiografia - O exótico ambiente cenográfico

    Aconteceu no meu tempo com a Patrulha do Espaço, em 2003

Durante a fase "chronophágica" da Patrulha do Espaço, ou seja, a se tratar da nossa formação, muitas coisas acontecerem nos bastidores, como é de se esperar na rotina de uma banda de Rock. Claudia Fernanda foi a nossa produtora de 1999 a 2004, e por volta de outubro de 2003, ela nos disse que achara uma casa em exposição para a venda no bairro do qual, eu (Luiz), Rolando e Rodrigo morávamos bem próximos uns dos outros e o Marcello habitava um bairro vizinho muito perto do nosso.

A novidade, no entanto, se deu no sentido que ao visitar a casa, ela descobrira que ali havia sido a habitação de um colecionador que amealhara uma quantidade incrível de objetos históricos, ao ponto de ter transformado a sua residência em um museu aberto à visitação pública, tamanho o volume de antiguidades e obras de arte que colecionara ao longo dos anos.

Esta foto não corresponde à coleção mencionada. Eu tentei achar fotos específicas da coleção na internet, mas não consegui, portanto, é só para constar mesmo como ilustração.

Mais do que isso, se o sobrado apresentava um belo estilo arquitetônico, a sugerir uma construção dos anos vinte ou trinta do século passado, naturalmente que já chamava a atenção por suas dependências e também pelo muito razoável grau de conservação, além da observação de material de acabamento interno de época, contudo, o que realmente impressionou a nossa produtora foi uma surpresa incrível que havia no imenso quintal da residência.

E assim que tomou conhecimento, ela nos avisou e exortou a visitarmos o imóvel, para constatarmos o que ela descobrira ali na parte dos fundos da casa. De pronto, eu marquei com o Rodrigo e Rolando, e também com a presença da Claudia, visitamos o imóvel em um dia bem ensolarado e no meu caso, não gastei nem dez minutos de caminhada para acessar o endereço, porque morava a poucos quarteirões dali. 

A coleção era formada por muitos objetos interessantes, isto é, chamava a atenção por si e lógico, com o falecimento do colecionador, o museu estava desarticulado e as peças não estavam exatamente arrumadas para uma exposição, mas deveras amontoadas, a denotar que os herdeiros estavam a organizar a sua retirada para algum depósito ou coisa que o valha. E a casa também nos impressionou a conter cômodos enormes, e o chamado "pé direito" muito alto, naquela concepção de amplitude que foi padrão de construção nessas décadas remotas.

Todavia, a grande surpresa que a Claudia nos alertou, realmente nos surpreendeu positivamente e mais do que isso, se tornou imediatamente uma opção muito interessante para a nossa banda usar e eu vou revelar agora o que vimos ali.

Foto a mostrar a cidade Ouro Preto-MG, a antiga Vila Rica do século XVIII. O cenário certamente foi baseado nesse modelo. 

Pois o tal colecionador aproveitou o seu quintal imenso, quase a se caracterizar como no padrão de uma casa de campo e ali montou uma cidade cenográfica para ser usada em filmagens. Vimos fachadas de casinhas ao estilo colonial a insinuar algo parecido com o que se vê em cidades históricas mineiras, preservadas do século XVIII. E cada casinha a conter placas a designar estabelecimentos tais como "prefeitura", "cadeia pública", "fórum", "armazém" e "boticário" entre outros, além de uma capela para demarcar a ideia de uma igreja matriz, a caracterizar se tratar de uma pequena cidade situada nessa época e uma réplica reduzida de um cemitério.

Pois então a ideia se tornou vívida para nós: vamos usar esse cenário para coletar imagens para um novo clipe e/ou sessão de fotos, certo?
Infelizmente os nossos planos se frustraram de imediato, quando abordamos pessoas que estavam ali a cuidar da coleção e funcionários da imobiliária, que só nos disseram que com a morte do proprietário e colecionador, os seus herdeiros estavam inclinados a vender o máximo de objetos para outros colecionadores e o que não conseguissem comercializar, seria vendido mediante baixo valor para o dito "ferro velho".

Sobre a cidade cenográfica, alguém nos confirmou que ali fora usado como set de filmagem para filmes curta e longa metragem, cenas de novelas, documentários e muitos comerciais para a TV, mas que dificilmente os herdeiros autorizariam tal uso novamente, pois já havia uma especulação exercida por incorporadoras bem predatórias no sentido de pressionar os moradores do quarteirão inteiro para que vendessem as suas casas e uma vez tudo demolido, espigões residenciais ali fossem construídos.

Que pena, teria sido incrível usar aquele cenário tão inusitado, algo encravado no meu bairro e que por anos, eu nunca imaginei existir.   

Corte brusco: muitos anos depois, cerca de 2023, estava eu a assistir uma reportagem no Youtube, e chamou-me a atenção o objeto da matéria em si, que tratou exatamente da existência dessa residência/museu, e com ênfase na cidade cenográfica, quando muitos esclarecimentos foram disponibilizados.

E finalmente eu descobri o nome de seu proprietário, colecionador e curador, que eu admiro pelo espírito de preservação da cultura, mediante o seu esforço como ativista e minucioso colecionador. O senhor se chamava Facul de Facul ("de Facul", talvez, a designar uma localidade de algum país árabe, sua possível origem familiar, mas não posso afirmar se tratar disso exatamente).

Não achei o vídeo que eu assisti em 2023, mas há dois vídeos muito interessantes dele em vida, a conter uma entrevista que ele concedeu para o famoso apresentador, Jô Soares, ainda em meio ao programa "Jô onze e meia" exibido pela emissora SBT em 1993 e o outro, a mostrar um depoimento & entrevista nas dependências da casa, em 1998, mediante um grau de abordagem bem informal.

Eis o vídeo da entrevista do senhor Raful de Raful ao Jô Soares, no seu programa "Jô Onze e meia" pelo SBT em 1993, tal material foi gravado mediante tecnologia analógica, via VHF, e digitalizado a posteriori. Apesar da imagem opaca e áudio deficiente, vale a pena assistir. Por volta da minutagem 37', mais ou menos, o vídeo prossegue com outros entrevistados.

Eis o link para acessar a entrevista:
https://www.youtube.com/watch?v=9QFKeLYeeVE&t=13s

E eis abaixo o vídeo de 1998. Também mediante tecnologia analógica via VHF e digitalizado a posteriori. Apesar da imagem opaca e áudio deficiente, igualmente, vale a pena assistir. Por volta da minutagem 47', o senhor Facul de Facul mostra objetos da sua coleção e ao final do vídeo, passeia com as suas entrevistadoras na cidade cenográfica.

Eis o link para acessar o YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=Ehnkw8sB8RU

Que pena que não serviu para a Patrulha do Espaço aproveitar o cenário mas devo registrar que gostei muito dessa descoberta "antes que tardia", bem no clima da ambientação colonial mineira do século XVIII, existente no meu bairro em plena zona sul de São Paulo.