sábado, 29 de maio de 2021

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 420 - Por Luiz Domingues

Mais algumas movimentações midiáticas e também em termos de manifestações da parte de fãs da nossa banda, ocorrerem no decorrer de maio de 2021.

Em 18 de maio, por exemplo, o abnegado Will Dissidente publicou no Blog A Chave do Sol um misto de matéria e resenha do CD Bootleg "Ao Vivo 1982/1983", a enfocar a fase da vocalista, Verônica Luhr como componente oficial da nossa banda. Dessa forma, mais uma vez essa fase um tanto quanto obscura da história da nossa banda, porém muito importante na minha avaliação, foi enfocada e eu fiquei feliz por isso.

http://achavedosol.blogspot.com/2021/05/capitulo3.html

Nesses dias de maio, eu também recebi e respondi um longo questionário da parte do próprio Will Dissidente, portanto, a perspectiva dessa entrevista ser publicada em junho, se tornou grande.

Outra surpresa boa, veio da parte do radialista, Rene Mina Vernice, que fora o produtor do nosso show no salão de festas do Palmeiras em 1986, disponibilizou mais algumas fotos inéditas daquele espetáculo e claro que eu anexei de imediato ao arquivo central da banda no meu Blog 3.

 
Na primeira foto, A Chave do Sol em panorâmica no palco. Na segunda, Beto Cruz em destaque e eu (Luiz Domingues), ao fundo. Na terceira, o produtor do show, Rene Mina Vernice a fazer um discurso de abertura. A Chave do Sol no Festival Metal 4 no salão de festas do Palmeiras em maio de 1986. Acervo e cortesia: Rene Mina Vernice. Clicks: produção do show.

E no mesmo dia em que recebi tais fotos, desse show de 1986, um fã postou na rede social Facebook, quatro painéis que montara com fotos promocionais da nossa banda, com formação do Beto Cruz em predominância e algumas com Fran Alves. Eu mesmo cedi o material para o rapaz em questão (Beto Ribas)l, que gentilmente me ofertou os painéis montados, a seguir, no mesmo dia, 20 de maio.


Eis acima os painéis gentilmente montados pelo fã da nossa banda: Beto Ribas, em maio de 2021

Continua...

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 146 - Por Luiz Domingues

A pandemia mundial em decorrência do Coronavírus, estava longe de terminar ainda, mas eis que a nossa banda foi convidada a participar de uma versão bem reduzida da famosa Feira da Vila Pompeia. Se por um lado as pessoas estavam fatigadas pelo confinamento tão longínquo, os comerciantes estavam desesperados para trabalharem e o artistas, idem, tudo isso muito compreensível.

Nesses termos, a verdade foi que em maio de 2021, a situação sanitária não sinalizara com a possibilidade de uma retomada das atividades, mas mesmo assim, a barra foi forçada e quando o convite chegou, aparentemente eu fui o único componente da nossa banda que não considerei conveniente participar.

No entanto, ante a animação dos demais, eu não poderia recusar e assim, frustrar os planos dos companheiros que se mostraram sequiosos pela oportunidade e lá fui eu participar, mesmo imbuído da minha norma pessoal de usar duas máscaras, a higienizar as mãos com álcool em gel o tempo todo e a me prontificar de fugir da aglomeração, mesmo cônscio de que nos bastidores, isso seria praticamente impossível, dada a obviedade que os amigos que eu ali encontraria e estes não evitariam a oportunidade de se cumprimentarem com entusiasmo, após tantos meses sem o convívio social.

Eu, Luiz Domingues, a me apresentar devidamente mascarado em tempos de pandemia, em ação. Kim Kehl & os Kurandeiros na Feira da Vila Pompeia de São Paulo. 16 de maio de 2021. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi 

Bem, temeroso sim pelo evento inoportuno em minha ótica, não posso negar que é claro que eu também estava com saudade de tocar ao vivo, rever os companheiros da banda, colegas músicos de outras bandas e amigos em geral que transitam pelo meio, portanto, é claro que gostei de participar. 

De minha parte, me esforcei ao máximo para não quebrar o protocolo de segurança, mas foi inevitável me deparar com amigos menos cautelosos ou mesmo nada preocupados com as medidas sanitárias mais básicas e o contraste ficou estabelecido, isso eu já esperava e foi uma pena nesse aspecto.

Kim Kehl em destaque! Kim Kehl & os Kurandeiros na Feira da Vila Pompeia de São Paulo. 16 de maio de 2021. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi  

Bem, mesmo reduzida ao extremo, ao ocupar apenas um quarteirão das ruas do bairro, a Feira da Vila Pompeia de 2021, atraiu um contingente de pessoas sedentas pela convivência social, a beberem, comerem e se confraternizarem e claro, prontas para ouvirem o som dos artistas ali escalados que atuariam. Como é bom um show ao ar livre, não é mesmo? Eu também acho, naturalmente.

O tecladista, Nelson Ferrraresso em foto bem climática! Kim Kehl & os Kurandeiros na Feira da Vila Pompeia de São Paulo. 16 de maio de 2021. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi  

Enfim, quando chegamos ao quadrante do bairro, a se situar na Rua Padre Chico entre os quarteirões das Ruas Caraíbas e Cotoxó, o ótimo guitarrista, Márcio Pignatari se apresentava com a sua banda: "Os Takeus" e o público estava a apreciar muito a seleção de clássicos do Blues-Rock que ele tocava com os seus companheiros. 

Revi muitos amigos e fiquei feliz certamente, apesar de não ter havido muito cuidado da parte de muitos ali presentes, em relação aos cuidados básicos em termos de protocolo sanitário. Paciência, eu já antevira que isso ocorreria no decorrer da Feira.

Eu, Luiz Domingues em destaque. Kim Kehl & os Kurandeiros na Feira da Vila Pompeia de São Paulo. 16 de maio de 2021. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi  

Entramos em cena enfim, com o quarteto, visto que o guitarrista, Phill Rendeiro acusara um problema familiar de última hora e não pode estar conosco na apresentação. Nós tocamos com o equipamento um tanto quanto caótico na monitoração, mesmo que estivéssemos ali assessorados por técnicos competentes e que nós conhecíamos há tempos, por eles terem nos auxiliado em edições anteriores da Feira e também em feiras menores em que participamos nos anos anteriores. 

Kim Kehl em ação! Kim Kehl & os Kurandeiros na Feira da Vila Pompeia de São Paulo. 16 de maio de 2021. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi  

E assim, apesar dos pesares, fizemos uma apresentação boa e que se leve em consideração o fato de que estávamos há um ano e dois meses sem tocarmos ao vivo, tirante uma apresentação feita para a gravação de uma "live" ocorrida em janeiro. Mas um show nos moldes tracionais, fazia muito tempo.

Eu, Luiz Domingues em atuação! Kim Kehl & os Kurandeiros na Feira da Vila Pompeia de São Paulo. 16 de maio de 2021. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi  

Então, tocamos um set com músicas bem tradicionais do repertório, com apenas a inclusão de uma música nova, a se revelar: "Só o Terror", oriunda do último álbum lançado, "Sonhos & Rosquinhas Suite", não promovido ao vivo até então, por conta da pandemia, portanto, praticamente inédito para o público ali presente.

O grande fotógrafo e nosso amigo, Marcos Kishi teve a felicidade de obter um efeito psicodélico nessa foto que tirou do Kim Kehl. Kim Kehl & os Kurandeiros na Feira da Vila Pompeia de São Paulo. 16 de maio de 2021. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi  

Bem, o resultado em termos de receptividade foi ótimo, houve um pedido de bis da parte da plateia, mesmo com o avançar do horário e protocolo sanitário em voga, a deixar claro que a feira deveria ser mais curta e assim, voltamos para tocar: "Sou Duro" e "Rabo de Saia". Enfim, pelo aspecto do calor humano e vontade de todos para voltarmos a recuperar a vida social e cultural plena, é claro que foi gratificante.

Nós já sabíamos, uma outra feira já estava marcada para a semana subsequente e novamente com Os Kurandeiros foram convidados para fazer parte, em outro quadrante do bairro, desta feita a caracterizar o "Festival Miúdo". 

Teria sido adequado marcar mais uma feira tão próxima e com a pandemia em curso? Bem, na minha ótica, eu creio que não, portanto, eu não daria o meu aval, mas para não frustrar os planos dos companheiros, eu aceitei e eis que ficou fechada a nossa participação para tal Feira/Festival marcado para a outra semana.

Desta feita, nós tocamos na versão reduzida da Feira da Vila Pompeia em 16 de maio de 2021, com cerca de duzentas pessoas na audiência.

Na terça-feira subsequente, o nosso guitarrista, Kim Kehl, participou de uma "live" para o pessoal do "Stage Studio", entrevistado pelo baixista Grecco e também pelo guitarrista, Frank Hoenen. Aconteceu no dia 18 de maio de 2021.

Entre os dias 22 e 28 de maio, a música: "Bom Rock", canção oriunda do CD "Sonhos & Rosquinhas Suíte", foi programada para ser executada no programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock.

Continua...

sábado, 22 de maio de 2021

Crônicas da Autobiografia - Casos Ocorridos em Elevadores - Por Luiz Domingues

               Aconteceu no tempo d'A Chave do Sol, em 1986...

Elevador é sempre um dispositivo que gera uma quantidade de ocorrências, as mais diversas. Histórias engraçadas e também as tristes a conter tragédias, estão contidas no imaginário popular, desde que tal dispositivo mecânico foi criado para prover ascenso e descenso interno em edificações verticais de grande proporção.

A pensar nas ocorrências alegres, eu tenho duas passagens vividas em elevadores, com A Chave do Sol, no ano de 1986.

A primeira, aconteceu em uma visita que a nossa banda fez a um escritório de empresários que estava a produzir um show no qual nós participaríamos na época. 

Na saída da reunião, a nossa banda que esteve completa para participar de tal reunião, com todos os componentes presentes, ocorreu que ao adentrarmos no elevador, percebemos a presença de um artista famoso que já estava ali presente, provavelmente vindo de um andar mais alto em direção ao piso térreo do prédio, mas não houve tempo para falarmos nada, pois o próprio artista em si, se manifestou.

Os grandes "guitarreiros", Alvin Lee, na primeira foto e Luis Vagner, na segunda 

Aconteceu que o rapaz ao ver a foto do guitarrista britânico, Alvin Lee, como estampa da camiseta que o nosso guitarrista, Rubens Gióia usava nesse dia, foi enfático ao elogiar tanto o artista estrangeiro que também admirava, quanto à escolha do Rubens em envergar tal estampa e a denotar que nutria tal bom gosto semelhante. De brincadeira, ele falou que era fã do "guitarreiro" da foto. 

O Rubens foi rápido na resposta ao reconhecer o grande, Luiz Vagner, como o interlocutor presente no elevador e lhe respondeu com bom humor que também gostava dos dois "guitarreiros", o citado Alvin Lee, genial guitarrista do grupo britânico, "Ten Years After" e dele, Luis Vagner, uma figura história, ex-membro do grupo sessentista, "Os Brasas", side-man de uma infinidade de artistas importantes da MPB e detentor de uma boa carreira solo municiada com muitos discos lançados. 

             O excelente guitarrista/"guitarreiro", Luis Vagner

Mais do que isso, o apelido a usar o neologismo "guitarreiro", foi uma marca da sua carreira a se provar muito forte, que o marcou, daí ter sido uma ótima brincadeira travada entre ambos e certamente que eu interpretei a conversa como uma forma de reverência aos três, Alvin Lee, Luiz Vagner e para o próprio Rubens.

O grande e hoje também saudoso, Rubens Gióia em ação com A Chave do Sol em 1987

Para ilustrar no momento de 2021 em que eu escrevi esta crônica, foi triste e curioso notar que neste ano, perdemos os dois, (Rubens Gióia em janeiro e Luiz Vagner em maio) e sem deixar de mencionar que Alvin Lee nos deixara em março de 2013. Em suma, em alguma dimensão extra-física, eu espero que os três "guitarreiros" estejam juntos a tocarem. 

O segundo caso a envolver elevadores, ocorreu também em 1986. Mais uma vez a nossa banda estava completa na ocasião, pois havíamos visitado os estúdios da Rede Bandeirantes de TV em São Paulo. Assim que encerramos a visita a uma determinada redação que havíamos procurado por conta da divulgação de shows que faríamos e assim, promovemos tal ação ali na redação de um determinado programa que existia na grade dessa emissora à época ("Super Especial").

Na saída da sala de produção desse programa, nós entramos no elevador e quando a porta abriu, vimos que havia uma garota já a usá-lo e cuja reação foi muito acintosa ao nos mirar, visto que ela demonstrou em seu semblante e gestual corporal que se assustou com a nossa presença.

Então atriz a atuar em programas humorísticos da emissora citada, essa moça se mostrara bem pequena em sua estatura física e tirante o Rubens, que entre nós membros da banda, era o mais alto, ninguém tinha um porte assustador, mas ante a sua menor envergadura e talvez por nutrir preconceitos descabidos sobre Rockers cabeludos, ela tenha se assustado com a nossa presença a ostentarmos, todos, longas cabeleiras ao estilo setentista, mas que no imaginário da época nos estigmatizara como uma tribo oitentista e mal avaliada no imaginário popular, ou seja, nos assemelhávamos aos ditos "metaleiros".

Portanto, vá saber se a então mocinha em questão pensou quando a porta do elevador se abriu e mirou a presença de quatro sujeitos perigosos em sua avaliação? O que esses elementos perigosos poderiam cometer contra ela? Foi certamente uma reação exagerada da parte da moça, embora nenhuma palavra tenha sido proferida, sequer. 

O vocalista e guitarrista, Beto Cruz em ação com A Chave do Sol em fevereiro de 1987

No entanto, o Beto Cruz, que sempre foi um brincalhão contumaz, ao perceber o constrangimento da moça, praticamente uma manifestação de pavor se pode afirmar, enquanto o elevador nos conduzia ao piso térreo, ficou a encará-la de forma acintosa, para satirizar o medo descabido apresentado pela garota. 

Ela ficou em absoluto estado de incômodo indisfarçável durante aqueles segundos enquanto aguardava o descenso do elevador ao certamente elucubrar o pior da nossa parte como algo plausível de acontecer, de uma forma completamente absurda, logicamente. 

Ali, pequenina em sua estatura física e apavorada por temer um ataque, verbal ou não da nossa parte, foi de uma certa maneira cômico o seu temor descabido, envolta por quatro homens pacíficos, educados e respeitadores, mas que na sua avaliação equivocada, representaram um perigo em potencial à sua integridade física e moral. 

A porta do elevador abriu assim que chegamos ao andar térreo e a moça saiu em disparada, a provar que ficara apavorada com a incômoda situação em que se sentira sob uma terrível ameaça imaginária da sua parte. Conclusão: que estrago que a formação de opinião faz para a sociedade, não é mesmo? 

E para concluir, essa moça desistiu da carreira de atriz, migrou para o telejornalismo e ficou muito famosa a posteriori. Tomara que tenha perdido o medo dos Rockers cabeludos e não os tema, acaso os encontre em algum elevador nos dias atuais.     

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 419 - Por Luiz Domingues

O tempo avançou mais um pouco e novas manifestações midiáticas surgiram ainda a repercutir o lançamento dos Bootlegs da nossa banda, também a lamentar perda do Rubens Gióia e logicamente a reverenciar a sua memória e legado artístico.

Neste caso, fiquei feliz por saber que a revista Roadie Crew em sua edição de número 259, reproduziu os textos que já havia colocado no ar, anteriormente em sua versão on line, assim que o analisara o lançamento dos bootlegs e repercutira o falecimento do Rubens, em matérias assinadas respectivamente por Tony Monteiro e Ricardo Batalha.

E também no Blog d'A Chave do Sol, foi publicada a resenha sobre o CD bootleg "Teatro Lira Paulistana 1985", assinada por Will Dissidente, que foi postado no ar a partir do dia 4 de maio, ou seja, a data de aniversário de Rubens Gióia, portanto a se revelar como uma homenagem. Boa resenha, gostei muito das observações do resenhista, embora no seu caso, a despeito de ser um ativista cultural conhecido no meio, ele era (é) também o mantenedor do Blog e portanto, poderia ser acusado de parcialidade, mas eu asseguro que não, ele escreveu com isenção, como o fazia (faz) normalmente em suas colaborações para diversos órgãos de imprensa cultural alternativa. 

Minucioso, ele falou com precisão de cada faixa isoladamente sob a sua ótica, e assim traçou um perfil histórico sobre o contexto em que tal show gravado transcorrera em 1985 e como tal material veio à tona em forma de um disco bootleg, em 2020.

Leia a ótima resenha de Will Dissidente através do Blog d'A Chave do Sol, através do link abaixo: 

http://achavedosol.blogspot.com/2021/05/franalves.html

E finalmente, em maio também, por conta de três álbuns d'Os Kurandeiros terem sido incluídos na plataforma de um portal de música e textos, chamado: "Mubrin.com", eu percebi que havia ali uma matéria a discorrer sobre a produção musical independente dos anos 1980, sob o ponto de vista fonográfico. 

Curioso para saber como o texto se desenvolvera, ao me deparar com a matéria, notei que usaram uma foto proveniente da gravação do compacto d'A Chave do Sol no estúdio Mosh de São Paulo, em janeiro de 1984. Não houve crédito aos meus Blogs números 2 e 3, mas tudo bem, mesmo assim, fiquei feliz por notar que o meu arquivo de carreira mais uma vez auxiliou outros órgãos difusores de cultura.

Eis a foto em questão, publicada na ótima plataforma musical & revista, Mubrin.Com, a ilustrar a sua matéria sobre a produção fonográfica independente brasileira nos anos 1980. No caso, foi um flagrante da gravação do compacto de 1984, no estúdio Mosh de São Paulo em janeiro do referido ano e a mostrar as figuras do técnico do estúdio, Robson T.S. (debruçado sobre a mesa de mixagem) e o ex-vocalista do Made in Brazil, Caio Flavio, que assistia os trabalhos da nossa gravação. No enquadramento ainda, de costas e só por detalhes, no canto esquerdo superior, eis o nosso baterista, José Luiz Dinola, a usar uma camiseta branca.

Continua...

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 145 - Por Luiz Domingues

Em abril, a nossa banda teve a boa nova de uma resenha publicada na revista Roadie Crew, a analisar o nosso mais recente álbum gravado, "Sonhos & Rosquinhas Suíte". E nesta altura, 2021 em curso e com pandemia mundial em alto grau de periculosidade, o inevitável chegou também para tal publicação, ou seja, a sua versão tradicional, impressa, não era mais distribuída normalmente nas bancas.

Resistente, tal revista ainda não havia se rendido inteiramente às evidências e assim, se dispunha a ser vendida em sua versão impressa, conforme a demanda e também em versão pdf de computador, mas na prática, pelas bancas não circulava mais.

E que prazer eu tive, no alto da vida sexagenária, e com quase quarenta e cinco anos de carreira, contar com mais uma resenha de disco assinada pelo grande jornalista, Antonio Carlos Monteiro, o popular: Tony Monteiro. Mais que isso, foi uma honra, sem dúvida. 

Eis abaixo o teor da resenha do Antonio Carlos Monteiro:

"Se acabar o sonho, a gente come rosquinhas, era uma das tiradas que o saudoso crítico e produtor Ezequiel Neves costumava repetir. O guitarrista, vocalista, compositor e produtor, Kim Kehl aproveitou essa grande sacada e batizou seu mais novo disco de "Sonhos & Rosquinhas Suíte". 

Na verdade é um disco ao vivo, já que Kim, Luiz Domingues (baixo) e Carlinhos Machado (bateria), reforçados por Phill Rendeiro (guitarra) e Nelson Ferraresso (teclados), aproveitaram o convite para participar do projeto Estúdio V8 convida e resolveram registrar esse material. 

Assim, as seis faixas são envoltas naquele clima orgânico que só as gravações ao vivo proporcionam, fazendo jus ao som totalmente cravado nos anos 70 desenvolvido há tempos pelos Kurandeiros.

O Rockão "Só o Terror", a divertida "Bom Rock" com letra bem sacada falando sobre a eterna "rivalidade" entre bandas covers e autorais, e o desfecho com a exótica faixa-título são destaques num disco homogêneo e que, como toda produção de Kim Kehl & Os Kurandeiros, sempre entrega o que promete.

Nota 8,5

Antonio Carlos Monteiro

Ora, que crítica positiva ao dissecar de forma precisa e bem sucinta o que esse álbum representa em termos artísticos e ao mesmo tempo a situar sob o aspecto da sua produção, de uma forma surpreendente antes as condições que a banda teve a vivenciar em 2020, aliás não apenas a nossa banda, mas toda a humanidade, por motivos óbvios.

Portanto, eu fiquei muito feliz por essa resenha, pelo seu teor e por mais uma vez contar com a análise de um disco meu, assinada por um jornalista competente e que sabia o que estava a falar, sobretudo.

No avançar para o mês de maio, recebemos a notícia de que uma plataforma de música que também trabalhava com textos, a exibir boas matérias sobre música, havia colocado em sua grade o CD "Sonhos & Rosquinhas Suíte", mais o EP "Seja Feliz!" e também o single "Andando na Praia". Fiquei feliz ao ver que usaram a matéria assinada pelo Cesar Gavin para ilustrar o assunto sobre o primeiro disco citado neste parágrafo. 

Na mesma plataforma, eu notei igualmente a presença de textos a falarem sobre a produção musical dos anos 1980 e neste caso, usaram para ilustrar uma foto extraída deste meu Blog 2 (e republicada no Blog 3, também), sobre o estúdio Mosh, aonde A Chave do Sol gravou o seu primeiro álbum.

Tratou-se da plataforma Mubrin.com (Música brasileira para ouvintes independentes).  

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quinta-feira, 6 de maio de 2021

Misericórdia - Por Telma Jábali Barretto

Palavra grandona quase sempre presente em orações das tradições religiosas por seu lindo simbolismo de compaixão, também enorme, carregada da beleza que seu exercer oferece. Quanto mais a exercemos em nosso existir por carência dela ou...se melhor pudermos, ainda, exercitando-a... mesmo não parecendo feita para aptidões humanas que somos. 

Mais afeita a seres mesmo superiores já que trazem um tipo de extrema bondade, uma forma generosa envolvida de bondade a perdão e ... mais ... um tipo de cuidado diante de falhas complexas indo além daquilo em que, no usual, margeia bem mais entendimento, mais cuidadosa compreensão da perspectiva do outro sendo aí, bem aí, o cerne daquilo que ora buscamos refletir. 

Quão mais simples é apontar erros, enganos, culpados fazendo a vidinha fluir debaixo e muito à mercê daqueles ao redor mantendo-nos como vítimas destes... e aí e sim! Identificamos aos outros, nem sempre para percebê-los tais como nós, necessitados do mesmo e cauteloso olhar. Quanto mais aprenderíamos se a atenção estivesse empenhada na busca de soluções, observando as dores alheias com igual sensibilidade tidas para nossas agigantadas dificuldades se, ao invés da postura anterior, explorássemos as próprias habilidades num entendimento de trazer respostas para nós mesmos que, inevitavelmente, sanaríamos, curando-as a de nossos semelhantes... ah ...e a propósito s e m e l h a n t es. 

Nas devotas orações, mais pedindo quase sempre, até implorando para que sejam tirados problemas do caminho, muitas vezes não observando quanto nos lapidam, burilam e não num contexto simples que a dor nos faz melhores, mas e sim que o entendimento deles, de forma também similar, sana a cada um de nós, eu e o outro, pouco percebido no mesmo patamar ocupada por mim, o outro e tantos bilhões a mais, além, compartilhando desse existir...vivendo angústias e conquistas, movendo a todos entre sofreres e prazeres, buscando aumentar a lente da percepção onde nem vítimas e nem opressores ocupem tais papéis. 

Para esse grandioso passo como humanos, parece, somos?!...há que quebrar esses lugares muito assimilados e absorvidos frequentados entre privilegiados versus coitadinhos indo para a premissa básica onde subjjaz a ideia que, verdadeiramente, somos s e m e l h a n t e s, oriundos de uma mesma e única origem, coabitando não só um mesmo planeta, mas um único processo cósmico e gerados de um mesmo e igual DNA! 

De quanta misericórdia, ainda, precisaremos d’Aqueles que, eterna e incansavelmente, têm nos lembrado dessa verdade irrevogável...e tão esquecida por nós! Que essa adormecida memória seja recobrada. /!\


Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga, consultora para a harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, a colunista alude à questão da misericórdia sob um ponto de vista além da ideia de magnanimidade que o termos nos induz a pensar.