quinta-feira, 6 de maio de 2021

Misericórdia - Por Telma Jábali Barretto

Palavra grandona quase sempre presente em orações das tradições religiosas por seu lindo simbolismo de compaixão, também enorme, carregada da beleza que seu exercer oferece. Quanto mais a exercemos em nosso existir por carência dela ou...se melhor pudermos, ainda, exercitando-a... mesmo não parecendo feita para aptidões humanas que somos. 

Mais afeita a seres mesmo superiores já que trazem um tipo de extrema bondade, uma forma generosa envolvida de bondade a perdão e ... mais ... um tipo de cuidado diante de falhas complexas indo além daquilo em que, no usual, margeia bem mais entendimento, mais cuidadosa compreensão da perspectiva do outro sendo aí, bem aí, o cerne daquilo que ora buscamos refletir. 

Quão mais simples é apontar erros, enganos, culpados fazendo a vidinha fluir debaixo e muito à mercê daqueles ao redor mantendo-nos como vítimas destes... e aí e sim! Identificamos aos outros, nem sempre para percebê-los tais como nós, necessitados do mesmo e cauteloso olhar. Quanto mais aprenderíamos se a atenção estivesse empenhada na busca de soluções, observando as dores alheias com igual sensibilidade tidas para nossas agigantadas dificuldades se, ao invés da postura anterior, explorássemos as próprias habilidades num entendimento de trazer respostas para nós mesmos que, inevitavelmente, sanaríamos, curando-as a de nossos semelhantes... ah ...e a propósito s e m e l h a n t es. 

Nas devotas orações, mais pedindo quase sempre, até implorando para que sejam tirados problemas do caminho, muitas vezes não observando quanto nos lapidam, burilam e não num contexto simples que a dor nos faz melhores, mas e sim que o entendimento deles, de forma também similar, sana a cada um de nós, eu e o outro, pouco percebido no mesmo patamar ocupada por mim, o outro e tantos bilhões a mais, além, compartilhando desse existir...vivendo angústias e conquistas, movendo a todos entre sofreres e prazeres, buscando aumentar a lente da percepção onde nem vítimas e nem opressores ocupem tais papéis. 

Para esse grandioso passo como humanos, parece, somos?!...há que quebrar esses lugares muito assimilados e absorvidos frequentados entre privilegiados versus coitadinhos indo para a premissa básica onde subjjaz a ideia que, verdadeiramente, somos s e m e l h a n t e s, oriundos de uma mesma e única origem, coabitando não só um mesmo planeta, mas um único processo cósmico e gerados de um mesmo e igual DNA! 

De quanta misericórdia, ainda, precisaremos d’Aqueles que, eterna e incansavelmente, têm nos lembrado dessa verdade irrevogável...e tão esquecida por nós! Que essa adormecida memória seja recobrada. /!\


Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga, consultora para a harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, a colunista alude à questão da misericórdia sob um ponto de vista além da ideia de magnanimidade que o termos nos induz a pensar.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Sim... conceito antigo e milenar. Já o viver, um exercício atento e diário ne...
      Agradececemos a leitura e comentário...e vamos lá ao empenho!
      _/!\_

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