domingo, 25 de abril de 2021

A Ética a Envolver a Inconveniência Etílica - Por Luiz Domingues

Havia um grupo de amigos jovens que haviam se conhecido no ambiente escolar de uma pequena localidade espanhola na região de Valladolid, Espanha. Alegres e sempre festeiros, eles se reuniam com constância, não apenas para a promoção de seus estudos, mas sobretudo para conviverem através da vida social bem exercida. 

Eles tinham apreço pelas atividades esportivas, culturais, políticas e se empolgavam a discutirem com muito entusiasmo sobre todos os acontecimentos que envolviam a vida social da sua cidade e da região, Castela e Leão, cuja história ia além da Idade Média.

Tais rapazes gostava de beber vinho, a se manter a tradição ancestral típica dos espanhóis e por conta desse hábito, após participarem de eventos pela cidade, costumavam terminar as noitadas em um estabelecimento localizado no centro da cidade. Ali se reuniam costumeiramente por duas ou três vezes por semana, no mínimo e a conversa era sempre animada.

Um dia no entanto, um fator externo ocorreu a gerar um aborrecimento ao grupo de amigos. Eis que um ébrio completamente fora de si, surgiu a esmo e assim passou a importunar os rapazes, com provocações verbais em princípio. Devidamente ignorado pelos rapazes, o embriagado inconveniente não se conteve em seu arroubo invasivo e daí, ele ousou ainda mais, ao circundar a mesa ocupada pela turma e a tentar roubar as garrafas de vinho ali colocadas. 

Foi quando um dos rapazes pediu para esse sujeito parar com tais tentativas de roubo, que o o rapaz resmungou e ao contrário, não esboçou parar com a sua ação desagradável. Tal combate verbal ali travado, estimulou o rapaz a se tornar mais agressivo, como se a admoestação fosse uma ofensa e não a ação desagradável por ele perpetrada. 

Foi então que irritado e convenhamos, sem razão alguma, o rapaz veio para cima de quem o advertira e ao se jogar para cima com o seu corpo, teve como uma reação instintiva na base do reflexo, um empurrão da parte do rapaz que se sentira agredido na mesa, para que o agressor se afastasse imediatamente. 

O intruso foi para o chão, mas se levantou até que relativamente rápido e saiu a resmungar. Nada de mais grave lhe ocorreu e o assunto aparentemente encerrou-se ali, com a conversa prazerosa restabelecida entre os amigos, no entanto, algo estranho os rondava.

Eis que um dos amigos percebeu que um grupo de jovens a ocupar uma mesa próxima, fitava-os com uma postura pouco amigável.  Ora, que motivo teriam para a hostilidade gratuita? Foi quando todos da mesa perceberam a situação e um dos rapazes elevou a sua voz e indagou aos vizinhos de mesa a se mostrarem hostis, qual seria o motivo da manifestação de desagrado da parte deles?

Nesse ínterim, um dos rapazes da mesa ao lado já havia saído dali do ambiente do bar e voltado com vários artefatos de luta em mãos, a denotar que o grupo planejara um ataque deliberado para ocorrer em poucos minutos.

Então, um dos rapazes contrariados gritou que eles não haviam se conformado com a atitude tomada pelo grupo rival, no sentido de terem agredido um pobre rapaz embriagado, portanto indefeso. Incrível, eles não levaram em consideração que toda a provocação partira do ébrio e que ele não fora agredido, mas na verdade, apenas fora afastado, pois este buscara o confronto? O que queriam que fosse feito então? Que os rapazes aguentassem a provocação em face ao direito do bêbado ser inconveniente à vontade?

Bem, discussão sobre ética a parte, eis que a um passo dos rapazes hostis se levantarem e partirem para a agressão, mediante o uso de grossas correntes de ferro, adagas e até machados, eis que desarmados, os amigos não tiveram outra escolha a não ser debandarem do local, como um ato de sobrevivência em formato de recuo estratégico, algo a caracterizar um ato de sobrevivência amparado pela ética, digamos assim, pelo fato de não se configurar como uma desonra em tom de covardia, a grosso modo.

No entanto, eis que o imponderável ocorreu, pois uma pessoa pertencente à mesma confraria, se aproximou subitamente, bem no momento em que a turma se evadira para fugir da agressão inevitável. Este rapaz não esteve presente por haver adoecido e sem que ninguém o esperasse para aquela noite, eis que ele surgiu inesperadamente, mesmo a apresentar dificuldade de locomoção, amparado por muletas.

Pois eis que a correrem desesperadamente para se safarem dos golpes perpetrados por seus inimigos, não foi possível explicar tal situação ao seu fraterno ali atônito, que nada entendeu sobre a situação e ao mesmo tempo ficou à mercê daquela tropa de ensandecidos agressores e que sim, notaram que o rapaz a usar muletas, era da mesma turma que eles perseguiam.

Qual foi a questão ética a ser observada ali naquela situação, portanto? 

A) Ébrio tem permissão para fazer o que quiser e não é permitido que ele seja admoestado de forma alguma, visto haver um pacto de mútua proteção aos etílicos e neste caso, todos os seus atos são perdoados e toda reação em contrário seria considerada intolerável?

B) Recuar, na iminência da inferioridade em um confronto bélico, é um ato de covardia?

C) Deixar um soldado para trás, mesmo que haja o risco de se perder todos ante a inferioridade, é razoável?

Enfim, nada aconteceu de grave ao bêbado, ninguém foi agredido por conta disso, pois deu tempo para se evadirem com segurança do local e o amigo a usar muletas, foi poupado da ira dos agressores, pois foi levado em consideração que ele não participou da suposta hostilidade ao ébrio. Em suma, somente por tal fato ele não foi agredido, pois a sua debilidade física ante o uso de muletas não o teria poupado. Quanta ética dessa turma...

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 418 - Por Luiz Domingues

Em março de 2021, a repercussão em torno do lançamento dos seis Bootlegs, ainda se mostrara com fôlego. Nesse sentido, eu arrolo a seguir, alguns acontecimentos ocorridos nesse mês e também no decorrer de abril, subsequente.

Um fã/amigo, chamado: Rico Mendes, alertou-me sobre a presença de uma página a versar sobre a nossa banda, postada no portal internacional de colecionadores de discos: "Discogs". Segundo ele e eu pude constar ao me inscrever nessa rede e entrar na página apontada, de fato havia uma descrição com falhas sobre a nossa banda a cometer erros crassos de informações, inclusive ao constar uma confusão com o baixista/luthier "Tiguez" como se ele houvesse sido um possível componente d'A Chave do Sol, por conta da similaridade de seu apelido com o mesmo que eu usei naquela época, portanto, na base desse texto eu promovi algumas modificações importantes para coibir tais falhas históricas perpetradas pela má avaliação dos fatos.

No entanto, não consegui registrar os bootlegs para encorpar a discografia da banda, visto que ainda sem os dados que o Luiz Calanca não providenciara para a regularização dos álbuns Bootlegs para constarem em plataformas digitais e como tais dados burocráticos em termos de registros, se mostraram imprescindíveis para a inserção no portal Discogs, tal adequação ficou adiada sine die.

A página sobre A Chave do Sol no portal "Discogs":

https://www.discogs.com/pt_BR/artist/1586568-A-Chave-Do-Sol

Alertado pelo poeta, Julio Revoredo, eu fiquei a saber que um vídeo produzido e dirigido pelo jornalista, André Barcinski, trouxe um mini documentário sobre a vida e obra do DJ/produtor musical: Mister Sam. 

Ora, para quem leu a minha autobiografia e notadamente os capítulos sobre a minha história com A Chave do Sol a envolver os acontecimentos ocorridos entre 1984 e 1986, sabe bem que a nossa banda teve muitas aparições no programa "Realce" da TV Gazeta de São Paulo e no caso, apresentado e coproduzido pelo Mister Sam. Mais do que isso, ele, Mister Sam, manteve uma boa relação com a nossa banda e nos bastidores, chegou a nos apoiar, inclusive com indicações para shows que fizemos em casas noturnas. 

Neste caso em específico, trata-se de uma série de documentários a dar vazão a um projeto chamado: A História Secreta do Pop Brasileiro e neste caso, se trata do episódio: "O Mundo Segundo Mister Sam" e que não nos cita diretamente, pois o foco foi centrado na persona de Mister Sam, entretanto, digno de nota, a nossa banda aparece por alguns segundos no documentário, exatamente em um das nossas apresentações no programa "Realce", aliás, a se tratar da nossa primeira participação, em julho de 1984.

São poucos segundos, mas lá estamos nós presentes no documentário, a interagirmos com o Mister Sam. Nós aparecemos no momento 3.06' do vídeo e é bem rápida a inserção.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=xPEX1Jvppu0      

Mais diretamente concernente à nossa banda, foi no dia 23 que eu recebi o comunicado do ativista cultural, Will Dissidente, de que ele havia preparado um "promo" com o áudio de uma faixa extraída do CD Bootleg: "Teatro Lira Paulistana 1985". E assim, eis que ele lançou no YouTube a versão de "Anjo Rebelde" ao vivo, e aliás, com direito a um bom improviso perpetrado pela banda na ocasião, a se tratar da última faixa desse álbum, quando a tocamos como um pedido de "bis" da parte da plateia.

"Anjo Rebelde" (Luiz Domingues/Rubens Gióia/Edgard Puccinelli Filho/Miriam Rodrigues) - Ao Vivo no Teatro Lira Paulistana de São Paulo/SP em 31 de janeiro de 1985. Extraída do CD Bootleg "Teatro Lira Paulistana 1985 d'A Chave do Sol, lançado em 2020. Produção do promo: Will Dissidente.

Eis o Link para se assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=kC3B8fM5ruY

Bem, já no dia seguinte, um fã/amigo chamado, Claudio Soares nos disse que havia postado na rede social Instagram, uma resenha sobre A Chave do Sol e neste caso através do portal: "Metal Archives". 

Bem, toda a ajuda é válida e no caso da nossa banda, esse estigma de nós termos pertencido ao espectro do Heavy-Metal na década de oitenta gerou tal percepção generalizada desde então e neste caso, é evidente que isso não corresponde à verdade, mas a opinião gerada anteriormente ficara mesmo muito difícil de ser quebrada. 

Eis abaixo o link para ler tal resenha:

https://www.instagram.com/p/CMI0hApgFz_/?fbclid=IwAR3Nn0aB0axEVC9rxL9iSjHECcE_n-LgRl6I0xO6Hk3srCyVj4X8LSMZd7Y

E no começo de abril, o guitarrista, Kim Kehl d'Os Kurandeiros e grande mentor do projeto dos Bootlegs, lançou uma peça publicitária para apoiar tal lançamento, através do YouTube. A usar trechos de algumas faixas contidas nos discos e mediante as belas fotos clicadas pelo seu irmão, Juja Kehl, essa peça decerto auxiliou muito na divulgação dos álbuns em si.

Veja abaixo a peça publicitária criada por Kim Kehl:

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=tQldTeLcXLQ

Em 20 de abril de 2021, o abnegado Will Residente lançou em seu Blog, "Rock Dissidente", uma resenha específica a analisar o CD Bootleg "Teatro Lira Paulistana 1985" d'A Chave do Sol.

Leia a resenha no Blog "Rock Dissidente":

https://rockdissidente.blogspot.com/2021/04/achavedosol.html

E mais novidades midiáticas, ocorreram ao final do mês de abril. Um mini especial com a nossa banda foi executado no programa: "O Contrário de Nada"/versão "80 Toneladas", através da webradio Plano B, com produção e locução de Raphael Dee, em 24 de abril, quando citou com entusiasmo o lançamento dos bootlegs e executou a canção "Profecia", proveniente do LP The Key.

Mini especial d'A Chave do Sol no programa "O Contrário de Nada é Nada"/versão "80 Toneladas" - Webradio Plano B. Produção de Raphael Dee. 24 de abril de 2021 - www.radioplanob.com.br

No mesmo dia, 24 de abril, a nossa banda também foi executada no programa: "A Hora do Dinossauro" da UFMG educativa de Belo Horizonte, com produção e locução de Magela Medeiros, que também foi extremamente gentil ao traçar um rápido histórico da nossa banda, também citar os bootlegs recentemente lançados e também elogiar os meus blogs e a minha atuação contemporânea com Os Kurandeiros. Duas canções foram executadas: "Anjo Rebelde" e "Um Minuto Além".

Participação d'A Chave do Sol no programa "A Hora do Dinossauro"/ Rádio UFMG Educativa. Produção de Magela Medeiros. 24 de abril de 2021 - https://bit.ly/3cfjeeg

Continua...