domingo, 29 de janeiro de 2017

Crônicas da Autobiografia - O Vexame Cívico que não Computei na Minha Lista de Shows... - Por Luiz Domingues

Aconteceu no tempo dos primórdios do Língua de Trapo e dias antes do meu primeiro trabalho avulso, em 1979...

Desde que iniciei a tocar, em abril de 1976, pelo fato de estar a começar da absoluta estaca zero, eu soube que precisava acelerar o processo do meu aprendizado de maneira urgente. Se pudesse contratar famosas bruxas como "Samantha Stevens" ou "Jeannie", para ajudarem-me com os seus poderes mágicos, seria o ideal para que eu pudesse transformar-me em uma fração de segundos em uma espécie de "John Paul Jones da pauliceia", mas na realidade eu tive que amargar a morosidade de meu aprendizado para aprender a tocar modestamente, não teve jeito. 
 
Após duas tentativas de estudar em escolas de música em 1977 e 1978, respectivamente, mas que revelaram-se frustrantes por motivos que eu contarei em outras crônicas (e sim, ambas renderam histórias pitorescas), tive uma terceira oportunidade no ano de 1979. 
 
Essa escola e esse professor também foram curiosos em muitos aspectos, mas nesta crônica quero ater-me a um só acontecimento ocorrido e que foi tão constrangedor que eu resolvi omitir de minha lista de shows, e neste caso, teria sido a primeira apresentação na minha carreira a ser computada nos "trabalhos avulsos", ao anteceder em cerca de quarenta dias aproximadamente, o meu primeiro trabalho que computei de forma oficial nessa área, que foi como side man do cantor/compositor e pianista, Tato Fischer. E como foi? 
Bem, eu estava a estudar em um conservatório musical denominado: “Béla Bartók”. Localizado na Penha, bairro da zona leste de São Paulo e apesar de ter esse nome pomposo, por designar um compositor romeno erudito, “cool” entre os apreciadores da dita música “clássica”, a tal escola era simples na sua constituição e aberta a cursos de instrumentos em geral e com enfoque popular. Não foi o ideal que eu precisava e buscava, mas se revelou do que coube no meu combalido bolso nessa ocasião e entre estudar em uma escola simples e não estudar, cravei na opção “A”. 
 
O professor de baixo era um sujeito gentil, brincalhão e que logo mostrou-se amigo, mas de contrabaixo ele não sabia nada. Era na verdade um professor de violão e que na falta de um baixista de ofício, ministrava aulas para aspirantes nesse instrumento, imbuído daquela máxima de quem toca violão e guitarra, por conseguinte, toca baixo, também. 
 
Claro que os princípios dos três instrumentos são os mesmos, mas ao mesmo tempo em que existem similaridades, existem particularidades distintas entre os três, portanto, são raros os músicos que dominam as três linguagens com desenvoltura em cada uma. 
Nas suas aulas ele oferecia-me para trabalhar, um baixo Giannini, imitação do modelo Gibson 335 (e que eu até gostava pelo "design", ao pensar na persona de Jack Casady, um baixista que admiro e que usava bastante o Gibson 335 na sua banda, o grande, Jefferson Airplane), mas esse simulacro nacional não tinha som de nada, como quase todo baixo nacional tosco daquela época, ao ficar só na imitação grosseira do design de um instrumento importado consagrado, caso do Gibson. 
 
Além disso, a sua metodologia de ensino era modorrenta, ao pedir-me para marcar no baixo a tônica e a quinta acima ou quarta abaixo dos acordes que ele tocava ao violão, ao executar músicas do Roberto Carlos que cantava em plenos pulmões, a denotar que as adorava, certamente.

- “A-ma-da Amante-e-e-e”...

E nessa altura, 1979, eu já havia evoluído muito por conta própria, ao tocar linhas de baixo sofisticadas da parte de baixistas internacionais do Rock que eu apreciava, em cima de seus discos. Portanto, tocar músicas do Roberto Carlos a estabelecer marcações simplórias, além de não agradar-me em nada, é óbvio que não engrandeceriam o meu aprendizado musical. Mesmo assim, fui a insistir no curso e a pedir sempre que ele oferecesse um conteúdo melhor e mais compatível com meu gosto musical, solicitação essa  que nunca correspondeu, até que eu cansasse-me e deixasse a escola definitivamente.
Todavia, não consegui evitar que ele convocasse-me a participar de uma apresentação que eu tive certeza que seria constrangedora e da qual não consegui escapar, pois ele argumentou que eu era o único aluno de contrabaixo em condições de tocar nesse evento e o diretor da escola apelava para a minha colaboração, até a sinalizar eventuais descontos nas mensalidades, se eu comprometesse-me a participar.

A escola formaria uma banda para participar de um evento cívico, em uma sala de cinema daquele mesmo bairro, no dia da Pátria, 7 de setembro, dia da Independência do Brasil. 
 
Sem maneira para recusar, aceitei fazer parte e lá fui eu convocado a participar de um ensaio na escola e aí, o que eu previra ser vergonhoso, comprovou-se na prática ser ainda pior do que eu esperava. 
 
Tratara-se de uma série de adolescentes a tocarem violão "batido", bem naquela dinâmica pobre de iniciantes ao instrumento, um baterista que mal conseguia manter a pulsação da música nas três peças básicas do instrumento, um mini naipe de metais bem desafinados que chegavam a castigar o ouvido e o pior de tudo, como toque de classe às avessas, um coral formado por alunos de canto, ainda mais desafinado e que dava vergonha alheia. Mas poderia piorar...
Quando eu tomei conhecimento do repertório sugerido, deu desespero, com uma versão medonha dos hinos nacional e da independência e um medley de músicas popularescas em seu bojo. Pior ainda, quando informaram-me que usaríamos uma toga como uniforme da escola e cada setor da banda com uma cor alusiva à bandeira do Brasil. 
 
No dia da apresentação, com o teatro lotado, a única amenidade que eu tive foi o fato de haverem acatado o meu pedido para usar a toga verde, por motivos óbvios para quem conhece-me ou leu minha autobiografia com atenção e convenhamos, pelo menos isso! 
 
A performance foi uma tortura. A banda era horrorosa, o som daquela simulacro de baixo Gibson 335, na verdade um Giannini, péssimo, e as togas verde/amarela/azul e branca, só não foram piores que a constrangedora desafinação geral e luta pelo andamento perdido, com aquele garoto da bateria a ter uma atuação catastrófica. 
 
E a se somar a constatação óbvia: se a maioria ali era ruim demais, imagine isso somado ao nervosismo do efeito “Stage Fright” (medo do palco), da parte da maioria naquele palco.
Enfim, não lembro-me do nome de ninguém ali, mas torço para que caso alguém tenha profissionalizado-se, que de fato tenha melhorado o seu nível musical, pois naquele dia de setembro de 1979, eu não era nenhum grande músico, longe disso, mas sofri com a inaptidão total dos demais, fora o clima de ufanismo barato do evento, com direito a discursos da parte de “lideranças do bairro”, aqueles aspirantes a políticos que fazem dessas atividades, mini palanques para angariar simpatias no seu reduto. 
 
Foi tão insípido que eu não computei como uma apresentação oficial minha e no caso, teria sido o meu primeiro trabalho avulso de fato. 
 
A única observação que foi positiva nesse dia foi o comentário do professor de saxofone da escola, que ao perceber a minha expressão facial de aborrecimento indisfarçável ante a situação, passou por perto e disse: -”que dureza”... quase como uma manifestação de solidariedade. E tal afirmação sintetizou o que representou aquilo...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Os Kurandeiros - 29/1/2017 - Domingo / 19 Hs. - Fofinho Rock Bar - Belém - São Paulo / SP

Os Kurandeiros 

Participação : Cris Stuani (Acoustic Set Rock)

29 de janeiro de 2017

Domingo - 19 Horas

Fofinho Rock Bar

Avenida Celso Garcia, 2728


Estação Belém do Metrô

Belenzinho

São Paulo - SP

Cris Stuani - Voz e Violão

Os Kurandeiros : 
Kim Kehl - Guitarra e Voz
Carlinhos Machado - Bateria e Voz
Luiz Domingues - Baixo

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O Hebraico se Revelando - Por Marcelino Rodriguez

Algo tão espiritual e misterioso me andou acontecendo, que não sei se é emocionado que devia ficar. Estou tenso e surpreso. O seguinte me aconteceu: dias atrás sonhei, ou não sei se sonhei, se foi uma intuição acordada, o fato é que uma imagem mental me sinalizava com as letras hebraicas e livros, que eu devia me aprofundar no idioma que ia ter uma nova dimensão que se abriria para mim. 

Tenha sido uma sensação, sonho, visão, ou seja lá o que for, foi clara. Havia um segredo no hebraico. Não parou por ai o idioma me perseguindo como a rainha de copas. 
Hoje, assim quase do nada, me veio o convite para estudar hebraico num curso gratuito na internet. Não sei se vou poder fugir de estudar a língua de Moisés. Parece um destino que tenho que cumprir. 
Ó Deus, como é trabalhosa a vida!


Marcelino Rodriguez é colunista ocasional do Blog Luiz Domingues 2. Escritor de vasta e consagrada obra, aqui nos traz uma crônica concisa, de alto teor poético e espiritual

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Entrevista: Rubão Sabino - Por Luiz Domingues

Rubão Sabino é um grande artista. Sei disso desde os anos setenta quando tomei contato com sua atuação brilhante em discos e shows ao vivo com grandes artistas da MPB, todos verdadeiramente sensacionais com os quais ele tocou com o seu baixo super "swingado", sendo um dos maiores, senão o maior baixista brasileiro especializado em Black Music em geral. 

Rubão é mestre nos estilos da Soul Music, R'n'B, Funk; Rock'n' Roll e ao mesclar tudo isso à MPB, ele verdadeiramente arrebentou ao gravar dúzias de discos de grandes astros da música brasileira, ao nos legar arte, beleza e portanto, a escrever o seu nome na história. 

Ao visar elaborar uma matéria para a Revista Bass Player, da qual eu fui colaborador, eu o entrevistei e assim como ocorrera com o grande Carlão Gaertner, a entrevista ficou tão rica, que independente da matéria condensada para a revista, faço questão de publicá-la na íntegra, aqui no meu Blog 2.

Mais que um extraordinário músico, Rubão Sabino é um Ser Humano incrível. As nossas conversas reservados pela Rede Social Facebook revelaram-me um outro lado do artista que eu já admirava, ao se mostrar como uma pessoa sensacional. 

Solícito, bondoso e de uma humildade cativante, se eu já gostava dele como artista, a minha admiração aumentou em 100% depois que conheci o lado humano dele, também.

"Alegria, alegria: é manhã de um novo dia, podes crer, amizade!"

Com vocês, o mestre do swing no Baixo, o grande Rubão Sabino:

Blog Luiz Domingues 2 - Fale-me um pouco do seu interesse inicial pela música, na infância e adolescência

Rubão Sabino - Começou assim: meu pai João Sabino adorava musica e tocava muito bem sanfona de 8 baixos. Quando ele tocava pra mim o que eu ouvia primeiro era os ritmos que que viam dos baixos. Ele também tinha um acordeon, e um violão e me ensinou uma musica que ela em si era uma linha de contra baixo, mais, eu comecei fazendo ritmo com ele tocando pandeiro nos baile que ele tocava lá em Cachoeiro do Itapemirim (Espírito Santo), cidade onde nasci. Com 11 anos fui para o Rio de Janeiro,e entrei no clima das escolas de samba, tocando repinique passei pela Independente de Padre Miguel; Arranco do Engenho de Dentro, e arrastão da rua onde morava. Com 13 pra 14 anos, começou a loucura... as únicas referências que eu tinha no subúrbio, eram o rádio, TV e vitrolas. 
 
Nos nossos discos dava para selecionar e desenvolver um gosto por musicas mais elaboradas, mais a TV e o rádio, eu ia no bolo...ouvia tudo nesta época e comecei a frequentar os bailes com altas bandas. Apoiado por meu pai, junto com os meus colegas resolvemos montar uma banda da qual eu era o guitarrista. 
Blog do Luiz Domingues 2 - Conte-me sobre quando começou a tocar efetivamente o baixo 

Rubão Sabino - Com 15 anos um colega me levou no centro do Rio, no Largo da Carioca pra conhecer uma gafieira que tinha baile todo os dias, isso em 1965, e lá não tinha contra baixo, o dono do "Máximo Dance", abriu um crediário pra mim e eu comprei o meu primeiro contra baixo, um baixo Phelpa, e naquele momento não tinham baixistas disponíveis, era uma novidade o baixo eletrônico, estava tudo no começo e já tinha muito bons guitarristas na praça então optei escolhendo o contra baixo definitivamente, e fiquei fixo na gafieira tocando de sexta, sábado e tocando em outros lugares aos domingos, tipo "Estudantina" da Praça Tiradentes em termos de gafieira, junto a Máximo Dance eram as principais, e então eu toquei em todas as gafieiras do Rio, onde eu aprendi e desenvolvi um conhecimento em todos os tipos de musicas dançantes e seus ritmos 
Blog do Luiz Domingues 2 -  Fale-me da cena musical de quando entrou efetivamente na música

Rubão Sabino - Em 1966 e eu entrei para uma banda e ela era basicamente de Rock e onde ensaiávamos tinha uma quantidade enorme de discos de toda turma americana de 1950 a 1965, então pude ouvir tudo que eu podia de Rock. Tinha muitos bailes, ótimos músicos, musicas de boa qualidade, os clubes promovendo música ao vivo com domingueiras.
 
Em 1967, 1968, toquei em muitos bailes com diferentes bandas : Som OK 5 (de Taubaté-SP), Conjunto Serenade (de Volta Redonda-RJ) e outras grandes bandas do Rio, onde destaco o grande Ed Lincoln, e a super banda Fórmula 7, com Hélio Delmiro e Cristovão Basto, além de Gerson King Combo Banda..
Blog do Luiz Domingues 2 - Conte-me sobre sua atuação com Dom Salvador e Abolição

Don Salvador me viu e ouviu em um programa de TV, fui ensaiar e durante o ensaio ele sorria de felicidade porque ele tinha encontrado a pulsação e ponte entre a harmonia e ritmo. Com a sua orientação entrei no universo complexo das gravações. 
 
Com Dom Salvador gravei muitos artistas da Odeon e CBS e outras gravadoras entre eles Elza Soares, Tony Tornado, além de participarmos do Festival da Canção, fazendo muitos shows na noite do Rio, filmamos pra TV com a grande Elis Regina.
Rubão Sabino a tocar com Dom Salvador e Abolição com participação de Elis Regina em 1971, em meio a um especial de TV. Rubão arrebenta no groove do seu baixo Fender Precision...
Blog do Luiz Domingues 2 - Fale a respeito de sua atuação ao lado de Toni Tornado

Rubão Sabino - O Toni Tornado era muito ligado em James Brown. Quando ele sentiu a minha pulsação, pirou. Gravamos um LP e Compacto, e entre as musicas, "Podes Crer Amizade" um soul de primeira gravado no Brasil.  
 
Em 1970, eu tinha 21 anos de idade e queria saber de tudo um pouco. Em 1971, por motivos ideológicos o grupo deu um tempo e voltou em 2012, em  3 apresentações relâmpagos em São Paulo, quando gravamos um especial para a TV...
Rubão Sabino arrebenta no Power Soul: "Podes Crer Amizade", clássico do repertório de Toni Tornado, uma música que eu, Luiz Domingues, ouvia em 1971, quando nem sonhava em tocar baixo e ficava enlouquecido a ouvir o groove inacreditável do Rubão Sabino

Blog do Luiz Domingues 2 - E com outros artistas, notadamente Gilberto Gil, quais discos gravou e quais histórias boas tem para contar? 
Rubão Sabino - Com o grupo Abolição fiz show e disco com fantástico Jards Macalé, "Aprendendo a Nadar". E o Jards era ligado ao Gil, que me viu no show. 
 
O Gilberto Gil é fantástico, musicalmente, com bom gosto harmônico, e tem o dom da fala, com ele fiz shows no Brasil inteiro, em várias capitais do Brasil. Talvez tenha gravado 80 por cento das suas obras em disco, foram muitas turnês. 
 
Teve uma que durou 5 anos partindo de Paris, França para várias cidades. América, capital e varias cidades; Alemanha, capital e varias cidades; Itália, capital e várias cidades; turnê no Japão; shows em Israel; Argentina...
 
Quando eu estava agregado à família do Gil, moramos em Los Angeles, e lá gravei disco e me diverti muito ao lado dele.
Rubão Sabino gravou muitos discos e excursionou muito pelo mundo inteiro com Gilberto Gil
Acima, a tocar ao vivo com Gilberto Gil em 1978, na Suíça, no Festival de Montreux. Ao lado de um super banda (Pepeu e Jorginho Gomes dos Novos Baianos, Mu Carvalho da Cor do Som e o percussionista Djalma Correa), destrói com seu baixo

Blog do Luiz Domingues 2 - Sobre o baixo, especificamente, fale sobre seu estilo Soul de tocar e quais baixistas internacionais e brasileiros o inspiraram, a criar o seu estilo  
Rubão Sabino - Na minha influência de baixistas brasileiros vem o Sebastião Neto do "Brasil 66", de Sérgio Mendes, e Tião Marinho, baixista de estúdio fixo na época da gravadora Odeon e que me ensinou a ler cifras, além do meu fã Luizão Maia, meu amigão que ficou assombrado comigo e me assistiu gravando várias vezes.
 
Ele adorava o meu balanço em forma de condução. No soul e derivados, James Jamerson, no Jazz, Ron Carter; no Pop, Abraham Laboriel, que é meu meu camarada, e sem exceção, todos os baixistas que eu ouvi na vitrola. Mas eu tenho um sentimento que meu groove vem de Luiz Gonzaga, das suas primeiras gravações que eu ouvi quando criança. 

Blog do Luiz Domingues 2 - Fale a respeito desse feito que considero muito importante, em ter sido considerado o primeiro baixista a usar baixo Fender com pulsação e ser tão preciso no tempo. E acrescente um dado: usava Fender Jazz Bass, ou Precision, ou ambos? 
Rubão estraçalhando com um baixo Fender, a tocar na "Companhia Paulista de Rock", a espetacular banda que acompanhava Erasmo Carlos, nos anos setenta

Rubão Sabino - Usei baixo Phelpa, Giannini, Snake, Music Man, GL, Yamaha, Ibañez, Fodera. Mas os baixos da Fender, Precision e Fender Jazz Bass, que pra mim são os que representam a sonoridade perfeita em termos da eletrônica a sonoridade básica, e em relação ao baixo eletrônico. É o "Land Rover"...Vai em todas!!

Nota do editor: como baixista que sou também, concordo inteiramente com a impressão do Rubão: Fender é o baixo ideal para se tocar Black Music e fim de papo!
Blog do Luiz Domingues 2 - Conte-me sobre outros trabalhos realizados, gravações, bandas paralelas e produção musical de outros artistas com os quais envolveu-se até os dias atuais

Rubão Sabino - Tive banda com Marcelo Yuca (ritmos africanos e Jamaicano), tive também banda instrumental/fusion com Léo Gandelman, Willian Magalhaes e já fiz uma apresentação com dois contrabaixos: Rubão e Nico Assumpção.

Blog do Luiz Domingues 2 - Explique-me sobre o documentário sobre sua carreira, feito com apoio da Secretário de Cultura do Espírito Santo e qual é a participação de Diego Scaparo nessa produção. 
Acima, Rubão a conversar com membros da produção do documentário em sua homenagem e a se observar o visual de sua cidade, a bela Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo.
 
Rubão Sabino - Diego Scapara é um cineasta de Cachoeiro do Itapemirim e quando jovem ouvia muito o Gil. E o Gil fez uma musica pra mim que tem o nome do meu pai, João Sabino, e cita Cachoeiro. 
 
Ele foi na internet/google e puxou os meus trabalhos e pirou! São muitos, uma ficha enorme ligando-me aos grandes cantores; cantoras; músicos antológicos brasileiros com que eu tive a honra de trabalhar. 
 
Ele fez um projeto e enviou para a Secretaria de Cultura do Espírito Santo e o projeto foi bem recebido pela Secretaria. Do começo até o fim levou 3 anos, foi muito legal por que fazia 40 anos que eu não voltava à minha cidade natal.

Blog do Luiz Domingues 2 - Quais os seus baixos e set de equipamento na atualidade?

Rubão Sabino - Tenho dois amplificadores: um Acoustic e um Yamaha. Um baixo acústico e à minha disposição, um Music Man, um Fender Jazz Bass e um Ibanez de seis cordas 
Eis acima um entre inúmeros discos clássicos da MPB setentista que teve o brilho do espetacular baixo de Rubão Sabino registrado para sempre!

Blog do Luiz Domingues 2 - Como define sua escolha de instrumentos/equipamentos e timbre? 
Acima, a faixa título de um outro grande disco de Gilberto Gil em que o Rubão Sabino muito brilhou, ou melhor: Realçou!

Rubão Sabino - Poxa Luiz, eu sou um musico bem simples. Quando eu comecei não tínhamos muitas opções como temos hoje, pra mim funciona assim de acordo com a "gig", dependendo de quando eu vou ganhar, os baixos que eu tenho no momento servem para manter a me manter em forma por hoje no show business. É tudo muito complexo, além do som envolver o visual e o momento, tendências. Comecei a gravar em 1968 e estamos indo pra 2017 e me sinto dentro de todos os contextos atuais em relação ao baixo.

Nota do editor: músico simples? O  Rubão é genial e demonstra ser muito grande com essa humildade cativante! Os realmente grandes são humildes, não tenho dúvida e Rubão faz parte desse seleto rol.
             "Rubi no Sabão" e o swing total de um mestre

Blog do Luiz Domingues 2 - Fale de seus planos atuais e para o futuro.

Rubão Sabino - Meus planos atuais são de tocar muito contrabaixo, estudo piano, guitarra, canto e compor. Tenho um trabalho praticamente pronto com exceção da bateria que é o Ronaldo Silva que gravou e eu toco todos os outros instrumentos e canto...tenho um disco instrumental raridade, "Rubi no Sabão".

O Blog Luiz Domingues 2 agradece pela entrevista, simpatia a história, a música o groove e o baixo Fender muito bem tratado pelas mãos de um gênio chamado: Rubão Sabino!
Ouça acima, Rubão Sabino a arrebentar no swing com Dom Salvador e Abolição em "Uma Vida"!