terça-feira, 30 de agosto de 2022

Humanos Pitorescos - Por Luiz Domingues

Em um distante planeta chamado: “Glapaux”, um cientista se dedicava a estudar civilizações de outros mundos. Dada a sua condição civilizatória bem avançada, ter noção de que havia vida em outros planetas era um senso comum entre os seus habitantes e não tratado como uma crença irreal conforme se observa entre os habitantes de mundos mais atrasados, portanto, um pesquisador que se dedicava a investigar a vida em outros mundos, ia muito além da astrobiologia, pois a questão para os habitantes de Glapaux não era uma mera especulação sobre haver indícios de micro-organismos que comprovassem a possibilidade de haver vida em outros astros, mas sim um estudo sobre como se desenvolveram as diferentes civilizações.

Então, houve o caso de um pesquisador chamado, Etex, que iniciara a sua pesquisa sobre um planeta distante a abrigar uma civilização primitiva ainda, a avançar paulatinamente em termos de conquistas científicas, mas ainda observar um viés atrelado às práticas bárbaras, muito presas aos sentimentos mesquinhos arraigados no ego de cada indivíduo.

Brigavam por posses materiais, territoriais, ciúmes, controle, domínio etc. Tais animosidades eram alimentadas com raiva, fúria, ira, cólera para que se exercesse a força de uns contra os outros.

E por trás de tais demonstrações de força bruta, havia a arrogância, prepotência, desprezo, desdém, vontade de humilhar para se impor ante semelhantes.

Isso sem contar com a falta de escrúpulos para atingir objetivos escusos, artimanhas, sabotagens, manipulação e na arquitetura construída em torno de mentiras para iludir, ludibriar e explorar os seus pares.

Ao discorrer sobre tal civilização que estudava, os seus interlocutores não sentiam repulsa exatamente ao tomar contato com tantas características ruins observadas por habitantes de um planeta, isso por que a posição equidistante já havia sido alcançada há milênios em Glapaux e dessa forma, todo cidadão aceitava intelectualmente a ideia de haver povos em estágios mais primitivos de civilização, por conseguinte, a agirem com tantos traços negativos em sua sociedade tão caótica.

Mais do que isso, sabiam que tais Seres não haviam rompido ainda a percepção do individualismo exacerbado, portanto, tinham consigo a atrasada percepção de competitividade entre si como única forma de se prover a sobrevivência de cada Ser. Ou seja, estavam muito longe de entender o caminho da fraternidade e trabalho coletivo em prol do bem comum.

E para corroborar tal posição, os habitantes de Glapaux sabiam também que esse estágio primitivo existente em outros mundos, não era definitivo. Ainda que lentamente, os habitantes desse mundo primitivo evoluiriam, pois em Glapaux essa consciência de que a evolução é um fato constante, era algo muito claro.

Mas eis que Etex foi perguntado sobre qual civilização ele estava a estudar e ele respondeu aos seus interlocutores que estudava a sociedade desenvolvida pelos humanos do planeta Terra, ou terráqueos como costumavam também se autodenominar.

A falar mais sobre o que estava a observar em seus estudos, salientou que tinha observado que os avanços tecnológicos que os terráqueos haviam conquistado não se coadunavam com outros pontos de seu desenvolvimento. Portanto, o avanço da civilização dos terráqueos não era linear, mas a apontar para ótimas conquistas em alguns pontos, estagnação em outros e em certos casos, até regressão sob certos aspectos.  


A empolgar-se com a sua explicação, Etex disse que havia lido um livro escrito por um terráqueo no começo do século XXI e que tal livro espelhara bem como os humanos eram irregulares em seu desenvolvimento. –“Esse humano escreveu uma série de contos curtos, com caráter atemporal e que mostrou que determinados comportamentos dos seus semelhantes, não haviam mudado ao longo de séculos”, afirmou o pesquisador.

Foi quando um de seus interlocutores perguntou: -“professor Etex, sabemos que os terráqueos vão evoluir e abandonar o egoísmo, um dia, pois faz parte do processo da evolução, mas a pergunta é: por que o desenvolvimento deles não é linear? Eles desenvolvem-se em vários campos da tecnologia, constroem máquinas engenhosas, avançam na biologia, tem arte e pensadores a formular teses filosóficas com profundidade, mas ainda recorrem à matança como uma forma de intimidação entre eles mesmos, além de outras práticas abomináveis. Fazem da produção de alimentos um meio de impingir barganha, assim como a própria medicina avançou muito para os padrões deles, porém, eles simplesmente não tratam a moléstia de um semelhante se este não oferecer algum valor em troca. Como podem não associar tais avanços para o bem da coletividade?”

-“Bem, é exatamente esse o ponto do meu estudo. Eu quero entender por que a civilização terrestre se sofistica em termos científicos, mas os humanos simplesmente não associam tais conquistas ao bem-estar comum da coletividade. Em outros mundos a evolução não avançou assim de forma tão desigual entre a tecnologia e a percepção de coletividade”.

-“então o egoísmo é a explicação para tal fenômeno da Terra em específico?”, perguntou um interlocutor.

-“Sim, certamente, a batalha do Ser individual contra o seu ego que não o faz entender ser parte do todo, certamente o cega e provoca o atraso”.   

Foi quando um outro Ser perguntou ao Etex: -“e qual seria esse livro do século XXI do tempo terráqueo com o qual o senhor teve contato?”

-“Humanos Pitorescos” é o nome do livro escrito por esse humano”, respondeu Etex.

-“Ele dever ter sido um Ser amargurado por ter escrito histórias sobre os seus próprios semelhantes e a conter tantos aspectos negativos, não é?” Questionou um outro partícipe da conversa.

Etex, com a típica calma dos Seres de Glapaux, respondeu-lhe: -“Talvez sim, pois ele estava no mesmo nível dos seus semelhantes e se estava a perceber o egoísmo, como um mal da sua civilização, muito provavelmente sofria ao se deparar com a situação que enxergava ao seu redor e daí se motivou a escrever para denunciar tais disparates”.

Uma última pergunta, mestre Etex, disse um dos Seres ali presentes: -“Mas nesse livro, não há nenhuma história positiva sobre os humanos? Só trata das suas mesquinharias em linhas gerais?” 

Etex o mirou e respondeu com convicção: -“nem todos os contos expuseram apenas mazelas, mas há de se pontuar que mesmo nos contos mais pesados, a denunciar os aspectos negativos dos humanos, nas entrelinhas, sempre houve a sutil mensagem de esperança de que o autor acreditava na possibilidade do seu povo evoluir. Esse humano não estava liberto da mentalidade do egoísmo desenfreado, de seus semelhantes, portanto era rigorosamente igual a eles em todos os sentidos, mas talvez por ter sido um artista em sua existência, tenha tido um vislumbre dessa outra possibilidade e daí teve a motivação para escrever”.

Para encerrar de vez a discussão, mestre Etex, qual o seu veredicto sobre o estágio de evolução dos humanos do planeta Terra?”, inquiriu um jovem cidadão de Glapaux.

-“Humanos são pitorescos” na sua linha de desenvolvimento, mas chegarão em um ponto de equilíbrio, com toda a certeza”.

domingo, 28 de agosto de 2022

Autobiografia na música - Boca do Céu - Capítulo 78 - Por Luiz Domingues

Na base da "selfie" e sem descuidar da máscara, apesar de estar com quatro doses da vacina no organismo, eis a minha persona a sinalizar na frente da câmera, com Wilton Rentero ao fundo e Osvaldo Vicino (encoberto). Ensaio do Boca do Céu no estúdio Armazém de São Paulo em 1º de maio de 2022. Click (selfie) e acervo: Luiz Domingues 

O próximo passo que efetuamos foi a retomada dos ensaios básicos do trio de cordas já a avançar sobre a chamada "fase B" do projeto. Dessa forma, eu (Luiz), Wilton Rentero e Osvaldo Vicino nos encontramos no estúdio Armazém do bairro do Tatuapé, sob a hospitalidade do simpático, proprietário, técnico e músico, Henrique Polak.

Osvaldo Vicino se prepara, enquanto o proprietário do estúdio, nosso amigo Henrique Polak, observa Wilton Rentero a mexer no seu amplificador. Ensaio do Boca do Céu no estúdio Armazém de São Paulo em 1º de maio de 2022. Click e acervo: Luiz Domingues

Nessa ocasião, 1º de maio de 2022, trabalhamos então com um esforço inicial para filmarmos uma nova versão de mapa para "Centro de Loucos", conforme havíamos combinado mudança mediante o ensaio anterior com a banda completa, a contar com o nosso vocalista e compositor, Laert Sarrumor.

E um outra ação que empreendemos nesse dia, foi trabalharmos no "Rock do Cometa", ou seja, a aproveitar que havíamos concluído uma versão livre no ensaio anterior, aproveitamos para fechar um mapa provisório e assim tornar a música mais definida para ser trabalhada doravante.

Já no dia seguinte, eu organizei, mediante a elaboração de um texto relativamente longo uma ideia que já guardava comigo desde 2020 e que a pandemia havia deixado engavetado pela sua inviabilidade óbvia. Mas diante de uma nova perspectiva de pandemia sendo controlada e a vida cultural florescendo, eis que me animei e passei para os companheiros no grupo de Whatsapp da banda e com a expressa recomendação para que a esposa do Laert e empresário do Língua de Trapo, Marcinha Oliveira, tomasse ciência do projeto.

Pois então, eu sugeri em tal texto que se elaborasse um projeto centrado nas personas do Laert e minha própria, Luiz, sob um mote que evocasse um ponto do passado da carreira e em contraste com o presente de cada um. Dessa forma, sob a aura de um festival temático a ser denominado: "Ontem & Hoje" ou algo similar, haveria um show do Boca do Céu e na mesma noite, do Língua de Trapo, ou seja, assim a denotar a origem e o presente do Laert na música e por acaso, na qualidade de um ex-membro do Língua de Trapo, igualmente, eu também me qualificaria com uma identidade dupla neste caso e poderia eventualmente tocar um ou duas músicas no show do Língua para demarcar esse ponto em comum.

Wilton Rentero a se preparar para o trabalho. Ensaio do Boca do Céu no estúdio Armazém de São Paulo em 1º de maio de 2022. Click e acervo: Luiz Domingues

E se houvesse a possibilidade da ampliação do projeto, uma segunda noite marcaria um show d'A Chave do Sol a significar um ponto passado da minha carreira e na mesma noite, uma apresentação d'Os Kurandeiros, ou seja, a seguir a mesma motivação de se evocar passado e presente, neste caso, a usar a minha persona como foco.

Sobre A Chave do Sol, nos capítulos correspondentes desta banda, essa movimentação em torno de um show tributo ao Rubens Gióia, estava em voga e sobre Os Kurandeiros, não haveria problema algum, com a banda na ativa, a lançar disco novo recentemente e neste ponto de 2022, a trabalhar para lançar mais um álbum, desta feita ao vivo. E ainda havia a possibilidade de incluir o Pitbulls on Crack, minha banda nos anos 1990, no festival, e tal chance de reunião também está comentada nos capítulos mais recentes sobre as movimentações de 2022 dessa banda.

Bem, o Laert adorou a ideia e passou para a Marcinha o bojo que eu descrevi no texto. Tive a aprovação por aclamação da parte do Wilton e do Osvaldo, igualmente. Uma reunião ficou de ser acertada para avançarmos nesse projeto, a fim de organizar um material formal para a apresentação aos produtores culturais, principalmente a se ventilar o circuito do Sesc, sob uma primeira instância. 

E nesse ínterim, seguimos a nos organizar para preparar o melhor resgate possível das nossas canções compostas nos anos 1970 e incorporarmos novas ideias a fim de gravar uma demo, ou quiçá um disco, o que seria o ideal, certamente, para coroar o nosso sonho não realizado naquela década.

Continua...

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Rugir como um Leão e Guinchar como um Camundongo - Por Luiz Domingues

Havia uma pequena farmácia montada há décadas em um bairro de uma cidade grande sulamericana, que se mantinha a duras penas em meio à pressão exercida pelas grandes redes de drogarias que dominaram o mercado de medicamentos e assim, manter uma pequena farmácia de bairro administrada por uma família, nos moldes antigos a valer a tradição de um negócio caseiro e que passou do avô para os filhos e posteriormente aos netos, estava condenado como modelo de gestão. Seria, portanto, uma questão de tempo para que essa família também sucumbisse e vendesse o seu negócio para um grupo desses.

Então, os dois primos que haviam herdado a farmácia do avó e por conseguinte de seus respectivos pais, tentavam aguentar a situação adversa, porém, um deles, tinha um temperamento bastante arredio e por estar uma pilha de nervos por conta da situação, estava a perder a cabeça constantemente, até com os clientes mais fiéis, a gritar e maltratar todos e o tempo todo.

Agressivo, estava impossível conviver e trabalhar com esse rapaz e para piorar a situação, eis que ele teve uma súbita dor de dente que fez com que a sua face ficasse completamente inchada a denunciar que havia uma infecção a ser tratada. Impossível de ser ignorado e tampouco a se revelar como algo a ser sanado com simples analgésicos, não houve outra alternativa a não ser marcar consulta com um bom dentista.

Foi quando o rapaz com dor de dente se lembrou que o seu primo costumava se tratar com um dentista de sua confiança, que atendia ali no bairro mesmo e que além da competência, era famoso no bairro por praticar um preço justo para cobrar pelos seus serviços.

Passado o contato, eis que ele foi se tratar e após a consumação da consulta, ele pediu um dia para descansar, pois segundo afirmou, a sessão fora muito dolorosa e assim, não reunia condições para trabalhar. Ora, tudo bem, não deve ter sido algo fácil e certamente deve ter sido dolorido, apesar da anestesia que possivelmente foi adotada no tratamento para amenizar.

Logo a seguir, o primo que sofrera com o seu dente infeccionado, não tocou mais no assunto, a dar a entender que o problema fora resolvido. Logo depois, a farmácia de fato foi vendida e os primos seguiram por caminhos diferentes doravante, a encerrar a sociedade.

Mas eis que um dia o primo mais calmo teve que visitar o seu dentista e assim que chegou ao consultório, enquanto aguardava o ritual de higienização dos instrumentos, a conversa se mostrava agradável, pois eles eram amigos, acima de tudo. Foi quando logo após comentarem sobre a última rodada do campeonato nacional de futebol, o dentista mudou radicalmente de assunto e perguntou:

-"e o seu primo nervosinho, ele está bem?"

Educadamente, o rapaz respondeu que sim, e que ele estaria em outro ramo de atividades, após o fechamento da farmácia.

A prosseguir, o dentista acrescentou:

-"Que legal para ele, mas eu preciso comentar um acontecimento contigo a respeito do seu primo e não me leve a mal, por favor".

Atônito, o paciente ficou intrigado pois o seu primo em tese, só visitara aquele consultório dentário por ocasião daquele mal súbito que tivera e além do mais, nem conhecia o dentista, antes desse acontecimento.

Então o dentista pediu licença para fazer uma revelação ao seu amigo e cliente: 

-"Veja, meu amigo, não repare na intenção com a qual eu vou te contar, mas eu me lembro bem que o seu primo tinha fama de ser um sujeito agressivo, até para tratar os clientes da farmácia da família, eu me lembro dos boatos, mas quando ele sentou aqui na cadeira de atendimento, deu um show"...

Estupefato, o rapaz ficou preocupado, e logo perguntou ao dentista:

-"Poxa, mil perdões pelo comportamento irascível do meu primo. Ele sempre foi assim, desde criança, com um temperamento hostil, sempre a brigar com todo mundo. Ele o agrediu fisicamente ou foi grosseiro a proferir ofensas verbais?"

Então o dentista riu e disse:

-"Não, nada disso e muito pelo contrário. Assim que ele se sentou na cadeira odontológica, passou a tremer de uma maneira compulsiva e a chorar, implorou para eu não fazer nada, pois ele estava com pavor do tratamento. Da sua fama de se portar como um leão, aqui ele se portou como um camundongo amedrontado. Alegou que tomaria morfina em gotas se fosso preciso, mas não suportaria que eu usasse os artefatos de odontologia na sua boca, principalmente a injeção com a anestesia prévia".

Impressionado com o relato, o rapaz finalmente tomou ciência de algo que era óbvio, mas que ele nunca havia admitido, desde a convivência que tivera na infância com o seu primo briguento: tal comportamento agressivo da parte dele não era uma questão de temperamento, mas sim de pura covardia no sentido de sempre intimidar as pessoas previamente para não ter que enfrentar conflitos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 166 - Por Luiz Domingues


No dia 23 de abril de 2022, uma nova sessão de "overdubbings" foi marcada para o estúdio "Mandioka", ou seja, a designar o carinhoso apelido romântico sobre o QG d'Os Kurandeiros, ou na prática, a se revelar no charmoso porão musical de Kim Kehl em sua residência. A ideia seria regravar alguns backing vocals que fizemos ao vivo no áudio referente ao show que fizéramos por ocasião da nossa apresentação no Dellaz Fest em outubro de 2021. Foram poucos erros musicais, na verdade, no entanto, em algumas músicas alguns backings ficaram com um volume baixo por conta do áudio ao vivo da apresentação e neste caso, como eu já havia salientado, é muito difícil haver uma equalização perfeita em um show de festival com muitos artistas a usarem o mesmo palco, sem que tenha sido realizado o trabalho de soundcheck bem feito para cada um, como de fato ocorreu ali no teatro em que nos apresentamos nessa ocasião.

Mas havia uma pendência do meu baixo, a se tratar de uma frase normalmente executada durante a música: "Noite de Sábado" e que eu simplesmente deixara de tocar por pura distração, no calor do show e assim, como um requinte de ocasião, aproveitei a oportunidade para gravar a frase que não executei devidamente durante a performance ao vivo. Ora, isso foi feito em tomada única, com poucos segundos de execução, com muita tranquilidade. 

Neste breve vídeo, vemos a minha presença (Luiz Domingues) a gravara frase que faltou na versão ao vivo da música: "Noite de Sábado". Carlinhos Machado aparece no enquadramento e Phill Rendeiro está na operação do áudio de seu "laptop". Os Kurandeiros na segunda sessão de "overdubbing" realizada no estúdio Mandioka de São Paulo em 23 de abril de 2022. Filmagem, acervo e cortesia: Kim Kehl

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=vVkmv5CXeW8

Eu, Luiz Domingues, a gravar o pequeno ponto de overdubbing da música: "Noite de Sábado" para complementar o som ao vivo d'Os Kurandeiros no Dellaz Fest de outubro de 2021. Estúdio Mandioka em 23 de abril de 2022. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl

Mais simples ainda foi gravar o acento que faltou corrigir dentro da divisão rítmica, na transição entre as músicas: "Sonhos & Rosquinhas" e "Grand Finale".

Neste segundo vídeo, vemos quando eu (Luiz Domingues), regravei a curta intervenção do baixo a demarcar o acento no tempo correto da divisão, na transição entre as músicas: "Sonhos & Rosquinhas" e Grand Finale", conforme tocamos ao vivo nessa apresentação de 2021. Estúdio Mandioka de São Paulo, em 23 de abril de 2022. Filmagem, acervo e cortesia: Kim Kehl

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=-iZ3lbHm-xM

A seguir, regravamos backing vocals das músicas: "São Paulo" (Vai Sobreviver), "Noite de Sábado", "A Noite Inteira" e "Sonhos e Rosquinhas". Tudo muito rápido, com tranquilidade e excelente aproveitamento.

A gravar de uma forma instantânea, eu (Luiz Domingues) a aparentar estar atento ao áudio e operação da parte de Phill Rendeiro. Estúdio Mandioka de São Paulo em 23 de abril de 2022. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl

Encerrada essa etapa, uma nova sessão ficou de ser marcada para que a nossa cantora, Renata "Tata" Martinelli, pudesse regravar uma única frase em que por distração durante o show ao vivo, trocara uma palavra em um determinado verso da música: "Viagem Muito Louca" e feita essa breve correção, o Phill estaria com o material bruto apto para se debruçar na operação da mixagem. 

No entanto, a julgar pelo som bruto, com excelentes timbres naturais que produzimos no palco naquele dia de outubro de 2021, a tarefa dele haveria de ser muito facilitada e assim, um ótimo disco ao vivo estava mesmo a nascer e possivelmente a ser lançado em 2022, ainda.

Eu, Luiz Domingues, a participar do esforço em torno do ligeiro "overdubbing" para um disco ao vivo d'Os Kurandeiros que estávamos a preparar. Estúdio Mandioka de São Paulo em 23 de abril de 2022. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl

Continua...

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 165 - Por Luiz Domingues

Conforme eu já mencionei e analisei com detalhes, durante o evento "Dellaz Fest" no qual participamos em outubro de 2021, tal participação de nossa parte foi gravada com qualidade, com o áudio capturado diretamente da mesa de mixagem do PA que alimentou o som ao vivo e devidamente separado em canais, ou seja, pronto para ser mixado em qualquer estúdio a posteriori e fornecer a forte possibilidade de se preparar um disco ao vivo com bastante qualidade.

Nesses termos, logo que recebemos o áudio completo do show, o guitarrista Phill Rendeiro, que estava a se qualificar como técnico de áudio, inclusive sob um processo que já remontava há anos mediante estudos, cursos e tudo mais, encampou a missão de trabalhar na mixagem desse material.

Ficou claro desde as primeiras provas que recebemos, que a nossa performance nesse show fora muito boa, a confirmar a impressão que tivemos ali mesmo no palco, durante o calor da apresentação e também quando vimos a filmagem logo a seguir, no mesmo dia.

No entanto, tal impressão se reforçou ao constatarmos que mediante o áudio com o qual o Phill estava a trabalhar, que não ocorrerem grandes falhas, a não ser pequenos esquecimentos pontuais de um ou outro instrumentista individualmente e algum desequilíbrio na mixagem estabelecida ao vivo pelo técnico que operou o PA no dia do espetáculo e neste caso, eu o isento de culpa, pois sei que é difícil ao extremo operar um show ao vivo sem haver um soundcheck bem feito e no ambiente de um festival com sete ou oito bandas a tocar, uma atrás da outra e sem soundcheck, a missão foi impossível.

Portanto, a qualidade se mostrou muito boa, muito acima da média para facilitar o trabalho do Phill, nesse sentido. Não obstante a qualidade observada, abriu-se a possibilidade de promovermos "overdubbings" para sanarmos as poucas falhas que tivemos e eventualmente acrescentarmos alguns detalhes para melhorar o áudio. 

E assim, em 16 de abril de 2022, uma sessão de teclados foi marcada no "Mandioka's Studio", o famoso QG do Kim Kehl, para que o companheiro, Nelson Ferraresso, pudesse gravar alguns detalhes de teclados, bem poucos na verdade,

Nelson Ferraresso a gravar teclados em 16 de abril de 2022. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl

Ficou em aberto uma segunda sessão para a gravação de alguns backing vocals que ficaram realmente muito baixos no áudio original e nesse caso, sem possibilidade de operação para aumentar o som e talvez, uma frase de baixo que eu deixei de fazer no dia, por distração.

Phill Rendeiro atento ao seu laptop a observar a gravação de "overdubbing" de teclados. 16 de abril de 2022. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl

Infelizmente, nesse mesmo dia 16, Os Kurandeiros tiveram uma triste notícia para contrastar com o bom astral com o qual a sessão de overdubbing de teclados transcorrera. Ocorreu que soubemos do falecimento nesse dia do baterista, Fábio Scattone, que foi membro da banda entre 2006 e 2011 e gravou o álbum "Mambo Jambo", em 2008. Segundo fomos informados, ele lutou contra um câncer por dois anos, mas não conseguiu superá-lo, lamentavelmente, e assim nos deixou.

Fábio Scattone, isolado no enquadramento e em ação com Os Kurandeiros ao vivo, em foto de Juja Kehl. Na segunda foto, a dublar com a banda a canção, "Deixe Tudo" no programa: "Todo Seu" do Ronnie Von, na TV Gazeta de São Paulo, em agosto de 2008. (foto: autor desconhecido)

Eu me tornei componente da banda em agosto de 2011, e o primeiro baterista, Carlinhos Machado, já havia voltado para a formação alguns meses antes da minha estreia, portanto, eu nunca toquei com Fábio Scattone, nem mesmo sob outras circunstâncias em eventuais jam-sessions e/ou gravações e aliás, nem o conheci pessoalmente, mas sabia da sua passagem longa pela banda e da importância que teve na construção da história d'Os Kurandeiros, e assim, claro que fiquei triste com a notícia. O seu legado ficou para sempre, certamente, através do álbum que gravou e que faz parte da nossa discografia, com orgulho.

E para fechar o mês de abril, além da marcação de uma outra sessão de "overdubbings", tivemos enfim uma boa surpresa, ao termos a música: "A Galera Quer Rock", inclusa no playlist do programa "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock, por escolha do radialista, Julio Cesar Souza. Ficamos contentes com essa oportunidade, naturalmente. Aconteceu entre 23 e 29 desse mês citado.

Continua...

sábado, 20 de agosto de 2022

Autobiografia na Música - Boca do Céu - Capítulo 77 - Por Luiz Domingues

Foi em 6 de abril de 2022 que Osvaldo Vicino e Wilton Rentero foram visitar o Laert Sarrumor em sua residência na cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo e uma vez no aconchego de seu apartamento, além da boa conversa social e também a versar sobre as ações do resgate que o trio de cordas empreendera durante os anos de 2020 e 2021, tiveram a oportunidade de avançar, ao criarem um ensaio informal ali mesmo e grata surpresa, eles trabalharam com duas músicas do velho repertório que foram incorporadas ao esforço geral.

Em uma praia de São Vicente-SP, eis os três Boca's: Laert Sarrumor, Osvaldo Vicino e Wilton Rentero. 6 de abril de 2022. Click (selfie), acervo e cortesia: Wilton Rentero 

No caso, eis que os companheiros trabalharam com a música: "Astrais Altíssimos" e esta já era prevista no sentido de que estava programada para entrar no esforço da dita fase B do projeto. No entanto, a surpresa veio quando eu ouvi o áudio proveniente desse esforço, a dar conta de uma outra música com a qual trabalharam, no caso, a se tratar da peça: "Rock do Cometa". Confesso que não me lembrava da sua melodia, tampouco de sua harmonia, mas assim que ouvi a gravação que os companheiros registraram durante esse ensaio informal realizado na residência do Laert, eu relembrei, sim, da sua melodia e da letra, esta, plena de ironia, já a demonstrar a genialidade nata que ele, Laert, possuía nos idos de 1976, quando entrou para a nossa banda e nos mostrou essa, entre outras composições de sua autoria.

Da esquerda para a direita: Laert Sarrumor, Wilton Rentero e Osvaldo Vicino. Na residência de Laert Sarrumor em São Vicente-SP, em 6 de abril de 2022. Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click: Marcia Oliveira 

Então eu comentei no grupo de "Whatsapp" da nossa banda que estava muito feliz por esse acréscimo ao repertório e nesta altura já pudemos contabilizar a soma de oito canções recuperadas e prontas para serem preparadas com arranjos definitivos e portanto, a se tornarem aptas para uma possível gravação.

Laert Sarrumor sinaliza positivamente para a lente, com Wilton Rentero de costas no primeiro plano. Ensaio do Boca do Céu no estúdio Lumen de São Paulo em 15 de abril de 2022. Click e acervo: Luiz Domingues

Para animar ainda mais, o Laert anunciou que no feriado que se aproximava (sexta-feira santa), ele teria uma entrevista para conceder à TV Sesc, a ser filmada no estúdio de São Paulo e que gostaria de enfim participar de um ensaio elétrico com a banda (incluso a participação do baterista, Nelson Laranjeira), a aproveitar a sua vinda à capital.

Na primeira foto, Wilton Rentero e Osvaldo Vicino e na segunda, Nelson Laranjeira, a preparar a bateria para o seu uso. Ensaio do Boca do Céu no estúdio Lumen de São Paulo em 15 de abril de 2022. Click e acervo: Luiz Domingues  

Dessa maneira, conseguimos adaptar o ensaio ao compromisso midiático do Laert e marcamos no estúdio Lumen do bairro da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, às 16 horas. 

Nessa ocasião, foi fantástico termos o Laert conosco a participar, até que enfim, após tantos ensaios que realizamos reduzidos a um trio e alguns poucos com o apoio do baterista, Nelson Laranjeira.

Confraternização pós-ensaio. Da esquerda para a direita: Osvaldo Vicino, eu (Luiz Domingues), Nelson Laranjeira, Laert Sarrumor e Wilton Rentero. Ensaio do Boca do Céu no estúdio Lumen de São Paulo em 15 de abril de 2022. Acervo e cortesia: Osvaldo Vicino. Click: Mara

Claro, em um ensaio mediante apenas duas horas, não seria possível passarmos as seis músicas com as quais trabalhávamos e com o acréscimo de mais duas recentemente anexadas conforme eu expliquei acima. Portanto, passamos apenas as seguintes peças: "Serena", "Centro de Loucos", "O Mundo de Hoje", "Mina de Escola" e "Rock do Cometa".

Em "Centro de Loucos", o Laert propôs uma sutil mudança, ao sugerir que o solo do meio fosse um pouco encurtado e assim, mediante dois módulos e não quatro como estávamos a ensaiar anteriormente, houvesse uma volta para a parte A e não diretamente à B, do refrão. Dessa maneira, conforme prevíamos e está relatado nesta autobiografia em capítulos anteriores, já esperávamos que o Laert solicitasse tal modificação, pois de fato, a parte cantada estava curta no mapa anterior, em detrimento de um solo muito longo.

Já em "O Mundo de Hoje", a modulação que ele criou na melodia ficou tão sensacional que realmente enriqueceu a música de uma maneira significativa, inclusive com direito à vocalises na interpretação, a evocar a linha de interpretação de cantores de Blues e Blues-Rock com muita desenvoltura. 

E houve o acréscimo dele também haver sugerido uma modificação no arranjo, ao criar de improviso uma declamação na parte final em compasso 6/8, com direito a incrementar a dinâmica, para crescer com ênfase e terminar a música no clímax. Ótima ideia, gostamos muito da sugestão e já providenciamos a modificação com direito a uma filmagem dessa tomada.

No corredor das salas do estúdio Lumen, no momento pós-ensaio. Da esquerda para a direita: Nelson Laranjeira, Laert Sarrumor, eu (Luiz Domingues), Osvaldo Vicino e Wilton Rentero. Ensaio do Boca do Céu no estúdio Lumen de São Paulo em 15 de abril de 2022. Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click: Mara

Outra ideia que pairou, foi criarmos uma introdução mais longa para "Serena", ao acrescentarmos um elemento Prog-Rock à canção. Deixamos para pensar nessa possibilidade posteriormente para não desperdiçarmos tempo de ensaio, mas a ideia pareceu que agradou a todos sob uma primeira instância.

Filmamos uma tomada de "Mina de Escola" e o Laert recordou de alguns versos que escrevera em 1976, e do qual nós não havíamos nos lembrado até então. Ótimo, quanto mais próximo da originalidade da criação setentista, melhor.

E finalmente, gravamos uma versão livre do "Rock do Cometa", ainda sem um mapa estabelecido, mas pela filmagem, ficamos muito contentes por verificarmos o potencial da música, fortemente baseada no Blues-Rock sessenta-setentista, com influência dos Rolling Stones em alguns aspectos e do Led Zeppelin em outros.

Muito bem, a ideia doravante foi seguirmos em frente na fase B do projeto e já de antemão a assumirmos que a fase A teria uma parte 2, adicional, ao incorporarmos as modificações sugeridas pelo Laert e partirmos para a elaboração do arranjo definitivo das seis primeiras canções. Em suma, trabalho a se intensificar e a nos motivar ainda mais.

Continua...

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 424 - Por Luiz Domingues

Eis que no avançar de 2022, mais algumas ações midiáticas mantiveram o nome d'A Chave do Sol em uma certa ebulição, ainda que de forma mais comedida em relação aos anos de 2020 e 2021, quando a novidade em torno do lançamentos dos Bootlegs com material raro da nossa produção dos anos 1980, foi lançado, naturalmente pela diluição que já era esperada neste caso. 

E pode-se contabilizar nessa conta também o efeito da comoção pública gerada pelo desaparecimento do nosso guitarrista, Rubens Gióia, algo obviamente negativo, mas que despertou a atenção, inevitavelmente.

Bem, conforme eu já havia comentado, o José Luiz Dinola deixou claro que gostaria de fazer o show programado para 2020 e que a pandemia não nos deixara concluir nessa data. Posteriormente, com a morte do Rubens, e a continuidade da pandemia, inclusive com a intensificação do perigo da contaminação, mediante uma nova onda que foi bem intensa, se precipitou dessa forma que nós novamente tivéssemos o nosso plano prejudicado.

Entretanto, mesmo com a predisposição de se retomar a ideia do show (e desta feita com o caráter de um show/tributo ao Rubens Gióia, em aberto), porém sem perspectiva imediata de confirmação, o fato foi que tivemos mais manifestações midiáticas espontâneas.

Pois logo no começo do ano de 2022, a rádio 102.1 FM de Guaporé-RS, através do programa: "GuapoRock", produzido e apresentado pelo ativista cultural, Ednei Genari, anunciou que executaria a nossa música " Sun City" em sua edição de 2 de janeiro.

A Chave do Sol em sua quinta aparição no programa "A Fábrica do Som" da TV Cultura de São Paulo. Filmado no teatro Sesc Pompeia de São Paulo em 26 de junho de 1984 e no ar na ocasião pela TV Cultura de São Paulo e em rede por todas as TVE's do Brasil em 30 de junho de 1984. Cortesia de José Ruy Trez Rios

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=WNkF9f7znbk

Em 12 de fevereiro, eu mesmo lancei no meu canal 2 de YouTube, um vídeo a conter a íntegra da nossa quinta participação do programa "A Fábrica do Som", que fora ao ar em 30 de junho de 1984 (nós filmamos tal participação no palco do Teatro Sesc Pompeia de São Paulo em 26 de junho do mesmo ano). Ocorre que em 2021, o músico e amigo, José Ruy Trez Rios havia me enviado uma cópia que ele havia encontrado nos arquivos da TV Cultura de São Paulo com esse registro, pelo fato de estar a trabalhar na produção dessa emissora na ocasião.

Não se tratou exatamente de uma novidade, pois as duas músicas que tocamos nesse programa e um trecho a conter diálogo, já estavam postados separadamente no YouTube, há anos, no entanto, como a qualidade da imagem dessa cópia se mostrou muito superior e pelo fato do Ruy ter me enviado o programa na íntegra, incluso com a presença de outros artistas que ali se apresentaram na mesma edição, ficou a perspectiva de que esse registro fosse aproveitado.

Coincidentemente, foi no início de 2022, que eu finalmente comecei a organizar os meus três canais de YouTube, que estavam disponibilizados desde que abrira cada Blog, mas que eu simplesmente não havia feito nada até então. Portanto, foi nesse ponto que eu resolvi usar esse vídeo como uma experiência interessante para aprender a usar as ferramentas do canal e assim, editei apenas a participação d'A Chave do Sol, elaborei uma boa ficha explicativa e lancei o material no meu canal 2, conforme está exposto acima.

E na edição 274 do programa, "Só Brasuca" da Webradio Crazy Rock, por escolha do radialista, Julio Cesar Souza, a nossa interpretação da canção do Caetano Veloso, "Muito Romântico" foi escolhida por ele para fazer parte da sua playlist. Foi executado em sete edições, entre 16 e 22 de abril de 2022.

Como é sabido dos leitores de minha autobiografia, tal faixa foi extraída do CD Bootleg "Ao Vivo 1982/1983" e a contar com a espetacular voz de Verônica Luhr, portanto, fiquei contente por tomar ciência de que tal escolha fora feita.

Em conversa reservada que tive com o radialista, Julio Cesar Souza, ele me disse considerar essa versão "linda", segundo a própria expressão que usou e assim, fiquei mais uma vez muito satisfeito por ter feito todo o empenho para salvar de uma perecível fita K7, restaurar e lançar esse raro material, com todo o apoio que tive da parte de Kim Kehl, sobretudo, e assim, o fato desse álbum precipitar a execução dessa performance da nossa banda ao vivo no longínquo ano de 1982, executado pelas ondas de uma emissora de rádio em pleno 2022, ou seja, por incríveis quarenta anos depois, emocionou-me.

E assim, foi mais uma bonita história que a nossa banda protagonizou, mesmo extinta há tantos anos e da qual me orgulhei, certamente.

E mais novidades surgiram ainda no decorrer de 2022.

Continua...

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Ópera-Rock O Renascer dos Tempos ou Musical Ópera Rock/Single: "Moby John") - Capítulo 111 - Por Luiz Domingues

Exatamente como eu previra anteriormente, essa história a envolver a minha participação no projeto de Ópera-Rock do meu velho amigo, Claudio Cruz, teve um prolongamento e foi natural, na medida em que estava previsto que o álbum seria lançado também no tradicional formato físico de CD.

Foi em 12 de abril de 2022 que eu recebi a visita do Claudio Cruz em minha residência e ganhei dele as minhas cópias de recordação desse álbum, cuja minha participação se dá através da faixa "Moby John".

Logo que eu vi a capa percebi, no entanto, que o Claudio havia abolido o título, "O Renascer dos Tempos" e rebatizara a obra simplesmente como: "Musical Ópera Rock". Durante a nossa conversa, falamos sobre tantas coisas, que eu me esqueci de lhe perguntar a motivação sobre tal mudança, mas creio que não foi necessário tal esclarecimento, haja vista que o caráter muito mais comercial do novo nome adotado se mostrou inquestionável em termos de viabilidade. 

A ilustração frontal mostra a "banda do futuro", cujos componentes são personagens da história proposta pelo libreto, visíveis pelas suas respectivas silhuetas a insinuar estar em um momento de viagem quântica ao "passado", prestes a se aproximar do palco do icônico festival de Woodstock ocorrido em 1969, ou seja, a reforçar a proposta da história baseada na simbiose entre o atual presente de 2022 e o passado glorioso do Rock sessenta-setentista.

E na contracapa, há a presença do mesmo "portal quântico", e o nome das canções. A presença de um "QR Code" transporta o interessado ao site proposto pelo autor, com mais informações a respeito da obra.

Ouvi o disco no CD player e gostei do padrão de áudio ajustado à mídia física. 

Por uma feliz coincidência, nesse mesmo dia em que o Claudio me visitou, estava programada uma entrevista dele mesmo e com direito à execução na íntegra do disco, em uma emissora inteiramente dedicada à difusão do Rock Progressivo, a Webradio Progsky, do Rio de Janeiro, mediante o programa "Top Prog Brasil", conduzido pelo comunicador e a acrescentar, um apaixonado pelo Rock Progresivo, Leo Maia. Eu pude acompanhar tal intervenção e de fato, constatei que o apresentador do programa foi muito atencioso ao dar ampla abertura para o Claudio falar com muita tranquilidade e o disco tocou na íntegra.

Eis o link para acessar o podcasting do programa:

https://www.mixcloud.com/ProgSky/progsky-top-prog-brasil-12-04-2022-musical-opera-rock-claudio-da-silva-cruz-leo-maia/

Bem, feliz com essas novidades, fui comunicado pelo Claudio que o projeto de sua Ópera Rock estava inscrito em diversos editais culturais e que havia uma boa chance de ainda no decorrer de 2022 ocorrer alguma novidade boa nesse sentido, ou seja, este capítulo pode gerar uma continuidade mediante desdobramentos.

Portanto, possivelmente continua...