Exatamente
um ano depois de ter sido visitado em minha residência pelos músicos e
produtores musicais, Claudio Cruz e Anísio Mello Junior, para que eu pudesse
gravar a minha participação na faixa, "Moby John" (obra inserida dentro
da Ópera- Rock "O Renascer dos Tempos"), eis que fui comunicado que tal
faixa houvera sido disponibilizada como "single" através da plataforma
YouTube.Ótimo,
mais um trabalho avulso para somar à minha discografia, aliás, com
orgulho e prazer por eu ter tido o prazer de fazer parte desse ambicioso
projeto artístico do meu velho amigo, Claudio Cruz.
No
entanto, a despeito dessa alegria por mais um trabalho realizado e a
encorpar a minha discografia, eis que poucos dias depois desse anunciado
lançamento, tivemos a terrível notícia da morte do guitarrista, Rubens
Gióia, o meu velho amigo e colega d"A Chave do Sol. Qual a conexão com
este trabalho? Bem, o fato de que tanto o Rubens, como o baterista, José
Luiz Dinola, também meu amigo e companheiro d'A Chave do Sol, gravariam
a
mesma faixa. Na verdade, cabe a retificação de que no caso do Rubens,
essa foi a planificação inicial da parte do Claudio Cruz, mas na
prática, o Rubens não concretizou a sua participação.
Não
gravamos juntos, foi tudo feito separadamente, mas ficara aquela
sensação prazerosa de que o nosso Power-Trio poderia ter se reunido para tocar junto
mais uma vez e assim, o impacto pela perda do Rubens Gióia, trouxe uma
carga emocional amarga para esse lançamento, embora a obra em si e o
contexto em que ela se inseriu no bojo de uma "Ópera-Rock", nada teve a
ver com a fatalidade e certamente que muito menos o Claudio Cruz como o
seu idealizador, tampouco teve culpa alguma nessa coincidência de
ocorrências perfiladas na mesma época.
Segundo
o Claudio alegou na ocasião, a ideia foi disponibilizar os singles do
disco inteiro individualmente pelo YouTube e igualmente em outras
plataformas, mas que haveria sim um lançamento da obra completa pela via
tradicional do CD, a posteriori e assim aguardamos.Sobre
a canção em si, deu para notar que ficou híbrida em seu estilo. A
estrutura que eu ouvira como guia para gravar, houvera sido baseada em
uma espécie de mistura de um Hard-Rock denso, com sutis pitadas do
Blues-Rock tradicional e depois que se colocaram as guitarras e os
teclados, eu notei que a tendência foi buscar influências etéreas a
sugerir a música experimental de uma maneira geral, talvez com um certo
apelo pelo Krautrock setentista e outras sonoridades aleatórias dentro
da dita "World Music" e claro, possivelmente a envolver tendências que
eu simplesmente desconheça, por serem mais modernas na ocasião e cuja existência eu
ignorasse.
Dessa
forma, o tema tem uma linha mestra com um riff proposto pelo baixo que a
inicia e também a encerra e neste caso, esse riff quem gravou foi o
Anísio Mello, que além de ter sido o técnico de áudio e coprodutor do
disco, é sabidamente um excelente músico, compositor, cantor e
arranjador. Ótimo baixista, o conheço desde 1984 e nós interagimos muito
nos anos 1980, quando as nossas respectivas bandas tocaram juntas em
muitas ocasiões (eu com "A Chave do Sol" e ele com o "Excalibur").
Ainda
a explanar sobre a música, eu entro a seguir com uma linha mais próxima
do Blues-Rock, com um som de Fender Precision mais in natura, visto que
o baixo do Mello ficou bem mais processado com efeitos.
A
guitarra de José Luiz Braguetta, que afinal de contas gravou a faixa, ficou mais na linha
dos efeitos do que a atuar de forma tradicional sob o ponto de vista
da base harmônica e solo e assim, o destaque ao meu ver ficou por conta
do Zé Luiz Dinola, que criou uma linha de bateria solta, com bastante
presença de frases e até a conter um pequeno, mas significativo solo. E a
presença do teclado de Adenauer Vieira colaborou para tornar a faixa
ainda mais etérea, com uma linha de arranjo que muito me fez lembrar dos
discos do tecladista grego, Vangelis, nos anos oitenta.
Bem,
fiquei feliz pelo lançamento, certamente, a envolver o prazer de
colaborar com os amigos, Claudio Cruz e Anísio Mello, além de certamente
ter sido efetivamente a minha última gravação com Rubens Gióia e José Luiz Dinola,
juntos, os três reunidos e por conseguinte, fiquei triste ao constatar
que logo que essa canção foi lançada publicamente, eis que marcou de
fato como a última possível reunião do Power-Trio d'A Chave do Sol em termos fonográficos, ainda que sem
essa intenção, naturalmente, pois neste caso, havia o plano da banda se apresentar e talvez lançar algo inédito.
Música: "Moby John" (faixa 8)
Autor: Claudio da Silva Cruz
Baixo: Luiz Domingues (parte do meio)
Baixo: Anísio Mello Junior (partes inicial e final)
Bateria: José Luiz Dinola
Guitarra: João Luiz Braguetta
Teclados e arranjo geral: Adenauer Vieira
Composição, capa e vídeo: Claudio da Silva Cruz
Produção musical, operação de áudio: Anísio Mello Junior
Lançamento como single: Janeiro de 2021
Eis o link para escutar no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=zA-5yzbw-6M
O Site oficial da Ópera-Rock:
https://opera-rock9.wixsite.com/meusite
Bem,
como ficou aberta a possibilidade do álbum "O Renascer dos Tempos" ser
lançado em formato físico, abriu-se um campo para o prosseguimento deste
relato, portanto, continua...