domingo, 28 de março de 2021

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 417 - Por Luiz Domingues

A repercussão positiva em torno dos lançamentos dos Bootlegs prosseguiu em triste sintonia com a tristeza gerada pela perda do Rubens Gióia.

No Blog "Rock Dissidente", mantido por Will Dissidente e este também a se configurar como o mantenedor do Blog "A Chave do Sol, eis que uma boa resenha sobre um dos álbuns da coleção, foi publicada. Desta feita, ele preparou um ótimo apanhado sobre o disco "Ao Vivo em Limeira/SP 1983, que pode ser lida através do link abaixo:

https://rockdissidente.blogspot.com/2021/02/achavedosol.html

Em 23 de fevereiro, mais uma ótima perspectiva surgiu, quando o baixista, professor e comunicador, Fernando Tavares fez uma super descrição sobre os Bootlegs d'A Chave do Sol em seu prestigiado programa da Webradio MKK, "MKK Bass Sessions" e assim, incrementou ainda mais a repercussão pelo lançamento.

Um grande jornalista da seara musical abordou-me também ainda em fevereiro de 2021 e ficou cogitado que eu participasse de seu talk-show ao vivo através da rede social Instagram, a ser marcada a data e claro que ao se confirmar tal perspectiva, seria mais um impulso incrível em torno do projeto.

Continua... 
 

quinta-feira, 25 de março de 2021

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 416 - Por Luiz Domingues

Foto extraída de um ensaio fotográfico do qual eu, Luiz Domingues, participei em 31 de janeiro de 2021, para compor o catálogo de almofadas da artista plástica/artesã, Amanda Fuccia, cujo tema foram diversas almofadas a conter capas de discos que eu lancei na carreira inteira e no caso, nesta em específico, a conter capas dos discos d'A Chave do Sol. Click de Ana Fuccia 

Bem, mediante o efeito do choque ainda sob grande monta a respeito do falecimento de Rubens Gióia, mesmo assim, cabisbaixo pelo revés inesperado, o fato é que o lançamento do Kit de Bootlegs d'A Chave do Sol estava a causar um grande furor midiático, bem entendido, no campo do nicho em que sempre pertencemos, mas ao se considerar se tratar de uma banda extinta há trinta e quatro anos, isso foi ao mesmo tempo, algo muito grandioso, eu diria.

Claro, a notícia sobre a morte do Rubens trouxe uma carga de interesse a mais para a questão dos Bootlegs e é óbvio que eu não desejei isso de forma alguma, mas precisei admitir que se tornou um fator potencializador dessa publicidade espontânea, gostasse ou não do fenômeno e claro que nesse aspecto eu não apreciei.

https://www.rockbrasileiro.net/2021/01/a-chave-do-sol-resgata-material-inedito.html

Em 28 de janeiro de 2021, o sensacional jornalista/Bloguer e Youtuber, Cesar Gavin, lançou uma matéria maravilhosa em seu prestigiado site Rockbrasileiro.net a repercutir o lançamento dos bootlegs. 

https://roadiecrew.com/a-chave-do-sol-lanca-seis-bootlegs-com-material-inedito.html

Dois dias depois, em 30 de janeiro de 2021, o não menos sensacional jornalista, Antonio Carlos Monteiro também nos brindou com uma outra matéria no mesmo teor e a aproveitar o ensejo, publicou em anexo uma boa entrevista comigo, Luiz, quando eu pude explicar com detalhes a questão dos lançamentos e também repercutir a minha estupefação sobre a súbita morte do Rubens, que tornou tal lançamento, dramático pela perda tão dolorida para todos nós. Isso aconteceu nas páginas da versão on line da revista Roadie Crew onde ele era redator e editor. 

O programa "O Contrário de Nada é Nada" da Webradio Plano B, inseriu uma música d'A Chave do Sol em sua edição de número 32 de 20 de fevereiro de 2021, sob produção de Rapha Bee. A canção escolhida foi: "A Chave é o Show", extraída do LP "The Key" de 1987.

No dia seguinte, dia 21 de fevereiro de 2021, o programa "Rock'n' Brasil" da webradio MKK, conduzido pelo grande Antonio Carlos Monteiro, tocou a canção "O Que Será de Todas as Crianças?" esta extraída do CD Bootleg "Dose Dupla 1986". Na verdade, essa execução foi a repetição do programa, visto que na terça-feira, dia 16, houvera sido a sua primeira vez no ar.

Então foi esse o panorama logo a seguir da morte do Rubens, ou seja, uma dor difícil de passar e ao mesmo tempo, a constatação do carinho exibido da parte dos fãs neste momento difícil e também, a alegria proporcionada pelo resgate dos bootlegs a receberem elogios e a despertar o interesse das pessoas que os estavam a adquirir para comporem as suas coleções.

Continua...

segunda-feira, 22 de março de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 142 - Por Luiz Domingues

E dessa forma, animados com a perspectiva de um disco novo, lá fomos nós no dia 6 de fevereiro de 2021 ao simpático estúdio Prismathias, no bairro do Parque São Lucas, na zona leste de São Paulo. Tarde quente de verão, chegamos com tranquilidade e fomos recepcionados com bastante cordialidade pelo seu proprietário e técnico responsável, Danilo Gomes Santos.

A missão que planejamos foi hercúlea, no sentido de que havíamos combinado gravarmos as bases todas em tomadas únicas para cada canção. Não é, como eu já salientei muitas vezes, a minha metodologia predileta de gravação, mas como eu já expliquei isso inúmeras vezes ao longo da minha autobiografia, inclusive a enfocar outros trabalhos, não vou cansar o leitor com a repetição. Entretanto, é preciso acrescentar que ante a menor robustez econômica que uma banda de Rock não alojada no patamar mainstream geralmente ostenta, tal recurso revela-se normalmente como a única solução plausível para se efetuar uma produção fonográfica, portanto, é algo quase sempre inevitável.

Carlinhos Machado a arrumar o seu instrumento logo no início dos trabalhos no estúdio Prismathias. 6 de fevereiro de 2021. Click e acervo: Luiz Domingues 

Tudo bem, Rockers para lá de experientes, com a linha de frente da banda na idade sexagenária, a situação não nos causara nenhuma contrariedade insustentável e pelo contrário, se eu não acho o método mais adequado, ao mesmo tempo estou tão acostumado a lidar com tal metodologia mais simplória que realmente não incomodou-me sobremaneira mais uma vez fazer uso dela.

Phill Rendeiro, também no aguardo dos trabalhos começarem, visto pela "casinha" da bateria. Click e acervo: Luiz Domingues

Bem, a hospitalidade do Danilo em seu estúdio foi total e a animação dele e igualmente a nossa, embalou o bom astral para que pudéssemos mergulhar no trabalho com bastante afinco e vontade de darmos o nosso máximo.

De comum acordo, iniciamos a gravar a canção: "Cidade Fantasma", pois julgamos que pelo fato dela ter estado bem segura, visto que já a havíamos até a tocado ao vivo no evento: "Rock in SP/Versão on Line 2021", recentemente, a credenciá-la e além do mais, nós levamos em consideração o fato de que o seu andamento mais ameno também ajudaria a nos fazer usarmos poucas tomadas e assim, ganharíamos confiança para seguir em frente com as outras canções. 

Duas das três guitarras que o Kim Kehl utilizou nesse primeiro dia de gravação no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de fevereiro de 2021. Click e acervo: Luiz Domingues

Pois muito bem, acertado o metrônomo, o click surgiu em nossos respectivos fones de ouvido e nós gravamos com uma desenvoltura tal que foi muito mais que uma ação produtiva, mas na verdade, um prazer para todos nós gravarmos tão rapidamente e com um balanço natural garantido por todos nos arranjos individuais e que funcionou de forma magnífica no aspecto coletivo.

Kim Kehl em um momento de descontração nas dependências do estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de fevereiro de 2021. Click e acervo: Luiz Domingues  

Confiantes, fomos para a segunda canção, "Gasolina", que se trata de uma balada com forte apelo Country-Rock, portanto, eu permaneci com o mesmo baixo que usei na canção anterior, o Fender Jazz Bass e novamente creio que acertei na escolha, dada a constatação de que o som grave, encorpado e brilhante que veio das caixas de monitoração da técnica do estúdio, quando da nossa audição posterior, gerou-me (e aos demais), uma impressão super positiva.

Eu, Luiz Domingues a usar o Fender Jazz Bass com o seu timbre sempre robusto e brilhante. Estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de fevereiro de 2021. Click, acervo e cortesia de Kim Kehl.

Foi mais uma gravação tranquila, no beat correto do click, com todos soltos e assim, creio que a base tenha ficado ótima.

Veio a seguir para gravarmos, um tema versado pelo Blues-Rock mais acelerado, mas aqui cabe uma ressalva. Quando fizemos ensaios prévios para a pré-produção desse disco novo, tal canção conhecida como "Noite de Sábado", o andamento que usávamos para ela, era mais rápido. 

No entanto, quando fomos usar o mesmo parâmetro para acertar o metrônomo, percebemos que mais lento um pouco talvez soasse melhor, apesar da volúpia sugerida pelo riff primordial que sugere o som do Johnny Winter, possivelmente. Bem, ajustamos para baixo e assim gravamos tal versão mais lenta do que a prevíamos, mas eu penso que tenha ficado muito bom.

Phill Rendeiro também flagrado em uma momento de descontração no estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de fevereiro de 2021. Click e acervo de Luiz Domingues 

Poucas tomadas para cada canção, timbres sensacionais dos instrumentos, alto astral e animação generalizada, em suma, esteve tudo perfeito nessa primeira sessão e como se não bastasse esse clima todo favorável, ainda por cima estávamos ligados em nossa participação no evento "Rock in SP/Versão on Line 2021", que estava a ser transmitido ao vivo, portanto, tudo somou para que o ambiente ficasse permeado pelo bom astral.

Na primeira foto, Kim Kehl e Phill Rendeiro observam o técnico/proprietário do estúdio Prismathias, Danilo Gomes Santos a trabalhar. Na segunda foto, Kim Kehl e eu, Luiz Domingues, sinalizamos, enquanto o Danilo trabalhava. E na terceira, Carlinhos Machado também ouve e observa o Danilo a trabalhar. Estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de fevereiro de 2021. Clicks e acervo: Luiz Domingues

Resolvemos gravar mais uma faixa, dada a constatação de que a primeira sessão transcorria de uma maneira extraordinária e assim optamos pela canção psicodélica/"zepelliniana", "Viagem Muito Louca" e nesse caso, eu já havia programado fazer uso de um outro baixo que soaria melhor em meu entendimento, por isso, peguei o Rickenbacker em mãos e fui confiante para a gravação do tema.

Kim Kehl a preparar o som da sua guitarra Fender Telecaster, visto da sala da técnica do estúdio Prismathias. 6 de fevereiro de 2021. Click e acervo: Luiz Domingues

Tema muito bonito e com a clara intenção de homenagear o nosso amigo, Ciro Pessoa, que nos deixara no ano de 2020, eis que gravamos com tranquilidade e com a devida emoção necessária, dada a carga emocional proposta pela canção. 

Eu, Luiz Domingues a usar o baixo Rickenbacker, pronto para buscar o elemento psicodélico a homenagear o amigo Ciro Pessoa. Estúdio Prismathias. 6 de fevereiro de 2021. Click, acervo e cortesia de Carlinhos Machado

A sessão estava por encerrar-se, mas o Danilo nos sinalizou que se quiséssemos tentar uma tomada da quinta faixa a ser gravada, poderíamos tentar. E assim fomos gravar a canção: "São Paulo", um tema com forte apelo Pop/Aor. 

Visto da sala de gravação e com o meu próprio reflexo no vidro, Danilo Gomes Santos trabalha na técnica. Estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de fevereiro de 2021. Click e acervo: Luiz Domingues

Nós fizemos algumas tomadas, mas nessa altura, o cansaço já se fazia proeminente. Chegamos a guardar duas tomadas no arquivo da máquina, consideradas satisfatórias, mas o combinado foi encerrarmos e assim que voltássemos no dia posterior, iniciássemos a sessão com novas tentativas para gravarmos a faixa: "São Paulo", talvez com um outro ânimo, pois as tomadas que fizéramos ainda no sábado, dia 6, estavam bem razoáveis, mas gravação é assim mesmo e quando se percebe que a energia criativa acabou, mesmo que a gravação esteja correta, pode ficar melhor sob uma nova tentativa com uma interpretação mais arejada.

Carlinhos Machado em momento de descontração nas dependências do estúdio Prismathias de São Paulo. 6 de fevereiro de 2021. Click e acervo: Luiz Domingues

E assim nós encerramos a primeira sessão de gravação do novo disco, até então sem um título definido nesse momento. No dia seguinte, prosseguiríamos então com mais uma gravação de base para a canção: "São Paulo" e o nosso tecladista, Nelson Ferraresso estaria presente para dar início à sua participação, ao gravar os teclados para as cinco canções.

Continua...