Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
Logo que encerrou-se a parte técnica da produção da canção "1969", eis que várias frentes foram criadas para podermos avançar. Na mais premente delas, houve a necessidade de se gerar rapidamente o código ISRC da canção, para que ela pudesse ser alojada adequadamente nas plataformas digitais da internet, e que também ficasse pronta para posteriormente figurar em um CD completo.
Particularmente, eu sempre pensei que os trabalhos mais modernos do Língua de Trapo contassem com a cobertura da Marcia Oliveira, esposa do Laert Sarrumor e empresária da banda há muitos anos, nessas questões burocráticas com o Ecad, no entanto, não era este o caso, pois ela só cuidava mesmo da parte gerencial e de assessoria de imprensa.
Então, foi quando o Osvaldo Vicino se voluntariou para destrinchar a burocracia, e assim se cadastrou na associação arrecadadora na qual havia recentemente aderido, na função de produtor fonográfico e mediante a sua experiência acumulada como executivo no mundo corporativo por quase quarenta anos, conseguiu vencer as barreiras de um atendimento maçante via virtual a garantir a inscrição da nossa música no Ecad, e consequentemente possibilitou que pudéssemos preparar a ação de "pré-save" da canção, marcada finalmente para o dia 19 de setembro de 2023.
O procedimento foi acertado para ocorrer através da plataforma "Onerpm", a distribuir automaticamente para diversas outras plataformas.
Concomitantemente, eu escrevi o release, com pontuais mudanças sugeridas pelo Laert e assim, providenciamos uma arte para ser usada para ser entregue aos jornalistas. No caso, a Marcinha preparou um arte em formato PDF e o filho do Wilton nos entregou uma versão alternativa no padrão "flipbook", ou seja, uma arte que simula um livro a virar as páginas de forma virtual.
Acesse abaixo o link para ler o release na versão "flipbook"
https://heyzine.com/flip-book/5c649200c8.html
Escolhemos duas fotos clicadas pelo Moacir Barbosa de Lima (Moah), e dois logotipos também criados por ele e assim, fechamos o material básico de divulgação para abordar jornalistas.
Com a proximidade da data oficial de lançamento, eu propus aos colegas que exercêssemos todos os esforços para divulgar a data de lançamento e deixássemos para divulgar o clip oficial um mês depois. E depois disso, que aguardássemos mais um mês para o lançamento do documentário dos bastidores e por fim, a contarmos com um eventual segundo clip que poderia ser lançado em dezembro e assim, por camadas, que ficássemos quatro meses tendo evidência midiática.
Nesse ínterim, eu já havia fechado alguns lançamentos da música para webradios. Já havia assegurado as webradios Orra Meu, Crazy Rock e MKK para tal, portanto, já haveria "barulho" garantido para reverberar o lançamento oficial, logo após o dia 19, a gerar uma sensação de avalanche midiática.
E nesse tempo, igualmente, preparei a minha lista de jornalistas e ativistas culturais para pedir apoio, ou seja, a angariar matérias em revistas eletrônicas, sites, blogs e afins.
Pela lente olho de peixe, vemos o técnico de áudio, Danilo Gomes Santos, Osvaldo Vicino, eu (Luiz Domingues), Laert Sarrumor e Wilton Rentero. Boca do Céu na sessão final de masterização da música "1969". Estúdio Prismathias de São Paulo. 8 de agosto de 2023. Click, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima "Moah".
Após alguns dias nos quais houve uma intensa troca de mensagens entre os membros da banda e o técnico da gravação, Danilo Gomes Santos, eis que marcamos uma última sessão, após termos decidido pela aprovação da última prova de mixagem. O objetivo foi acompanharmos in loco o processo da masterização, e darmos por encerrada essa etapa da produção.
Uniformizados com a camiseta preparada pelo Osvaldo Vicino, aproveitamos também para prepararmos uma sessão de fotos ali mesmo nas dependências do estúdio Prismathias. Precisávamos de fotos para usar na imprensa e também para compor a capa que nos representaria nas plataformas streaming.
Três das muitas fotos feitas nesse dia 8 de agosto, quando a banda esteve completa nas dependências do estúdio Prismathias. 8 de agosto de 2023. Clicks, acervo e cortesia: Danilo Gomes Santos
Satisfeitos com a sonoridade da mixagem e da masterização, demos por encerrada a fase de produção de áudio da canção "1969" e ali mesmo já iniciamos as providências burocráticas para gerar o código ISRC da canção e assim programá-la para estrear nas plataformas streaming.
Nessa altura, já tínhamos pronto um clip de YouTube para ser usado depois do lançamento oficial nas plataformas, feito pelo "uncle", Lincoln Baraccat e também já estava em andamento um documentário sobre os bastidores da produção da música, obra tocada pelo Moacir Barbosa de Lima, o popular, "Moah".
Mais fotos
feitas nesse dia 8 de agosto, quando a banda esteve completa nas
dependências do estúdio Prismathias. 8 de agosto de 2023. Clicks, acervo
e cortesia: Danilo Gomes Santos
Nesse ínterim, eu alertei aos colegas que feitas essas tarefas posteriores ao encerramento da produção do áudio, o plano de divulgação deveria seguir com uma ordem pré-estabelecida e para tal, eu iria preparar a minha lista de contatos para tentar alguma projeção do lançamento na mídia. E pedi ao Laert que também elaborasse algo nos mesmos termos. Já em relação ao Osvaldo e Wilton, eu sabia que eles não tinham contatos em mãos, porém, lhes pedi para investigar nos seus respectivos nichos profissionais, se algum conhecido pudesse indicar alguém que tivesse algum contato de imprensa, mesmo alternativa e na base do mutirão, toda ajuda seria bem vinda.
Quem acompanha a minha autobiografia na música, sabe que eu sempre valorizei todos os meios, portanto, desde o programa de maior audiência da TV aberta, até o mais humilde fanzine escrito a mão e "xerocado" na papelaria da esquina, eu sempre dei atenção para todos os meios de divulgação e não seria agora que eu mudaria de ideia, portanto, se o Osvaldo indicasse alguma oportunidade advinda do mundo corporativo no qual atuou e o Wilton fizesse o mesmo em relação ao meio pedagógico do qual fez parte, seriam todas super bem vindas.
Mais fotos
feitas nesse dia 8 de agosto, quando a banda esteve completa nas
dependências do estúdio Prismathias. Desta feita, pela lente olho de peixe e foi com essas fotos que se montou a posteriori a capa que nos representou nas plataformas streaming. 8 de agosto de 2023. Clicks, acervo
e cortesia: Danilo Gomes Santos
No sentido horário: Wilton Rentero a comandar a "selfie", eu (Luiz Domingues), o nosso convidado, Rodrigo Hid e na mesa a olhar para os monitores, Danilo Gomes Santos. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Click (selfie), acervo e cortesia: Wilton Rentero
Eis que a angústia gerada pelo atraso que recebemos de uma forma acidental à produção, chegou ao final, quando nos reunimos nas dependências do estúdio Prismathias de São Paulo para enfim refazermos dois dos três teclados previstos para compor a canção "1969".
Com a habitual gentileza do meu amigo, Rodrigo Hid, foi uma sessão tranquilíssima, quando se regravou o órgão Hammond e o piano elétrico Würlitzer, este inclusive, com algum acréscimo de "môlho", incentivado por nós mesmos, haja vista que na primeira versão, o Rodrigo foi comedido, também por um pedido de nossa parte.
Rodrigo Hid, nosso convidado especial, a sinalizar positivamente para a câmera. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Click, acervo e cortesia: Wilton Rentero
Gravados os dois teclados novamente, encerramos enfim a fase de gravação da canção "1969" e assim, abriu-se a fase da mixagem do tema.
Eu (Luiz Domingues), o nosso convidado, Rodrigo Hid e Wilton Rentero. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click: Danilo Gomes Santos
Sabíamos de antemão que além do promo de lançamento estar engatilhado pelo amigo, Lincoln Baraccat, o outro projeto, tocado por Moacir Barbosa de Lima, o popular, Moah, também estava em andamento, em termos de um mini documentário sobre o making of da gravação.
Da esquerda para a direita: Wilton Rentero, o nosso convidado especial, Rodrigo Hid, eu (Luiz Domingues) e Danilo Gomes Santos, nosso técnico de áudio. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click (selfie): Danilo Gomes Santos
Entramos, portanto, em agosto de 2023, com a percepção de que atrasos pontuais a parte, estávamos enfim na reta final para concluir a produção técnica da canção.
Regravação do órgão Hammond pelo convidado especial, Rodrigo Hid. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Filmagem: Wilton Rentero
Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/X5vxY-HpKp4
Mais um vídeo a mostrar a regravação de teclados. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Filmagem: Wilton Rentero
Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/JfErEKC6OzU
Terceiro vídeo a mostrar a sessão de regravação dos teclados. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Filmagem: Wilton Rentero
Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/2Jn6m9Or2nk
Quarto vídeo a mostrar a sessão de regravação dos teclados. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Filmagem: Wilton Rentero
Eis o link para ver no YouTube:
https://youtu.be/w5bZFsjir04
Quinto vídeo a mostrar a sessão de regravação dos teclados. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 31 de julho de 2023. Filmagem: Wilton Rentero
Osvaldo Vicino a se preparar para gravar novamente o seu solo na canção "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 23 de julho de 2023. Click e acervo: Luiz Domingues
Quando estava tudo pronto para iniciarmos a mixagem, eis que o imponderável aconteceu. Um chamado "bug" no projeto da nossa gravação no "Pro-Tools" do estúdio Prismathias fez com que três arquivos caíssem em um limbo virtual. A trocar em miúdos, o técnico da nossa gravação, Danilo, nos comunicou que as gravações dos teclados, Hammond e piano Würlitzer e também o solo de guitarra número três, feito pelo Osvaldo, haviam sido perdidos.
Ele ficou dois dias a procurar freneticamente tais arquivos, mediante varreduras internas do seu computador, porém, ao perceber que teria que desembolsar uma soma alta para contratar serviço de TI para resolver a questão, sugeriu a regravação de tais quesitos do arranjo.
Eu (Luiz Domingues), a comandar a "selfie", com Osvado Vicino de costas, Wilton Rentero a tocar e Danilo Gomes Santos a preparar o microfone. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 23 de julho de 2023. Click (selfie) e acervo: Luiz Domingues
De minha parte, eu entendi que se tornara fora de cogitação gastar uma soma alta para tentar resgatar tais arquivos perdidos, sem dúvida, no entanto,lastimei o fato, no sentido de que se tornara muito difícil agendar as sessões anteriores do Rodrigo Hid, nosso convidado especial, haja vista que dadas as circunstâncias, foi difícil marcar a primeira vez, foi traumático marcar a segunda, quando surgiu a questão da regravação do solo de piano acústico e por conseguinte, uma terceira sessão seria ainda mais difícil para ser agendada.
Isso também ocorrera em relação aos cantores convidados, que foi difícil no sentido de conciliar quatro agendas conflitantes entre si e por conta desse problema, tal demanda atrasara em demasia todo o processo.
Wilton Rentero sinaliza alguma coisa para Osvaldo Vicino que se preparava para gravar. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 23 de julho de 2023. Click e acervo: Luiz Domingues
Todavia, conformados com a ideia de que regravar seria mais fácil, marcamos uma sessão para o dia 23 de julho de 2023, para que o Osvaldo Vicino pudesse regravar o seu solo final da música. Resignados e determinados, fomos para essa sessão sem lamentos pelo transtorno técnico ocorrido e assim, o solo foi refeito.
E assim foi, com o Osvaldo a regravar o seu solo e assim eliminarmos uma parte desse revés inesperado que a gravação digital nos proporcionou. Como uma agravante, o Danilo tinha viagem anunciada para a terça-feira posterior e assim, forçosamente tivemos mais essa dificuldade para minimizar o nosso prejuízo, ao termos a perspectiva de marcar a sessão do Rodrigo Hid para a semana subsequente. Dessa forma, eis que conseguimos marcar para o dia 31 de julho essa sessão suplementar.
Vídeo a cobrir a sessão de regravação do solo final de guitarra da parte de Osvaldo Vicino. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 23 de julho de 2023. Filmagem: Luiz Domingues
Mais um vídeo
a cobrir a sessão de regravação do solo final de guitarra da parte de
Osvaldo Vicino. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 23 de
julho de 2023. Filmagem: Luiz Domingues
Mais um vídeo
a cobrir a sessão de regravação do solo final de guitarra da parte de
Osvaldo Vicino. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 23 de
julho de 2023. Filmagem: Luiz Domingues
Danilo Gomes Santos na operação da mesa, com Wilton Rentero e Osvaldo Vicino ao lado. 7ª sessão de gravação da música "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 18 de julho de 2023. Click e acervo: Luiz Domingues
Foi então que nós realizamos uma sessão extra no estúdio Prismathias em 18 de julho de 2023, a visar processar o som das guitarras antes de partirmos para adentrar a fase da mixagem. E foi muito animador chegarmos nessa sessão já a saber que a sessão de gravação dos metais, feita em outro estúdio, fora um sucesso e tal acréscimo já estava disponível no "grid" geral da nossa produção, portanto audível no cômputo geral.
E a nossa reação foi espontânea e ao mesmo tempo de animação total, pois o arranjo, execução e encaixe do naipe de metais em nossa música, se mostrou sensacional. De minha parte, não me surpreendi de forma alguma, pois conhecia muito bem o alto nível de André Knobl e Beto Pizzulin como músicos, compositores e arranjadores.
Nesses termos, o arranjo por eles criado foi nitidamente pensado para não chocar com a ação dos outros instrumentos, e sobretudo com a voz principal do Laert. Ou seja, eles avaliaram bem o plano geral e evitaram os choques com os demais componentes da canção.
Beto Pizzulin e André Knobl no estúdio de gravação de sua banda, "Neurozen", em São Paulo, logo após gravar a sua participação para abrilhantar a nossa música. 17 de julho de 2023. Boca do Céu a gravar a música "1969". Click (selfie), acervo e cortesia: André Knobl
E na parte artística, o arranjo privilegiou tudo o que lhes pedimos, ou seja, a ter como referência o som do Joe Cocker (fase Mad dogs and englishmen) e Janis Joplin (fase com a Full Tilt Band). André me disse que seguiu tais referências e acrescentou algo não pedido, mas bem observado da parte dele, ao citar que ele e Beto haviam também pensado no som do "Commodores", banda R'n'B/Soul Music dos anos setenta. Com isso, certas nuances mais suaves do arranjo, trouxeram no seu bojo o elemento da Black Music mais a pender para o Pop e de fato, a música tem esse lado igualmente em alguns aspectos. Em suma, a ideia deles foi bem vinda para a canção.
Para tal criação do naipe, André Knobl tocou sax alto e sax tenor e Beto Pizzulin tocou trompete. E obviamente dobraram em dois canais tudo o que fizeram para encorpar o som dos metais.
Wilton Rentero, Danilo Gomes Santos e Osvaldo Vicino. Boca do Céu na 7ª sessão de gravação da música "1969". Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 18 de julho de 2023. Click e acervo: Luiz Domingues
Felizes com tal audição e nesta altura, o Laert também já havia se manifestado positivamente a declarar que havia "amado" a intervenção dos sopros, a música fechou a fase de gravação e assim, o processamento das guitarras que fomos empreender no dia 18 de julho nas dependências do Prismathias, foi apenas um trabalho de pré-mixagem, na prática.
Na primeira foto, Osvaldo Vicino e eu (Luiz Domingues). Na segunda, Danilo Gomes Santos, Wilton Rentero e Osvaldo Vicino. Boca do Céu no estúdio Prismathias de São Paulo. 18 de julho de 2023. Acervo e cortesia: Osvaldo Vicino. Clicks: Wilton Rentero (1) e Luiz Domingues (2)
Felizes com os timbres e efeitos de suas guitarras, Wilton e Osvaldo sinalizaram o fim dessa atividade e assim, o campo ficou aberto para começarmos o processo mais delicado de toda a gravação, isto é, a complexa engenharia da mixagem.
A meta seria agora esperar a primeira prova de áudio, emitir um relatório de sugestões e reivindicações de mudanças e esperar a segunda prova com tudo sanado para emitir um novo relatório e assim por diante, até que todos os membros da banda sinalizassem estar satisfeitos e uma última sessão presencial ser marcada para fechar definitivamente o trabalho.
Wilton Rentero, eu (Luiz Domingues) e Osvaldo Vicino, os representantes da banda na 7ª sessão ocorrida no estúdio Prismathias de São Paulo. 18 de julho de 2023. Click (selfie), acervo e cortesia: Wilton Rentero
Promo criado com a 11ª primeira prova de áudio. Boca do Céu a gravara música "1969". Estúdio Prismathias de São Paulo. 18 de julho de 2023. Edição: Luiz Domingues
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=_WK451mEoh8
Promo criado com a
12ª primeira prova de áudio. Boca do Céu a gravara música "1969".
Estúdio Prismathias de São Paulo. 18 de julho de 2023. Edição: Luiz
Domingues
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=fl_haK2g6mg
Vídeo enviado por André Knobl e Beto Pizzulin para mostrar um trecho da gravação dos metais em seu estúdio particular. 17 de julho de 2023. Filmagem e cortesia: André Knobl e Beto Pizzulin
Somos continuamente convidados, levados e até sem mesmo perceber, a
contínuos agoras que, muitas vezes, passam sem atenção e, algumas
decisões e posicionamentos vem adiante nos lembrar deles, trazendo e
reverberando consequências, nem sempre confortáveis...
Muitas vezes somos impactados por respostas e circunstâncias que não
sabemos de onde vêm e como aqui chegam nesse momento e... só após alguma
reflexão, lembrete amigo ou interferência de alguém somos lembrados e
vemos ser caldo, retorno inesperado ou situação que sabemos pedirá
atenção e gerência atenta nossa.
Assim costumam ser algumas, muitas ou efêmeras, situações de nossa
vidinha que vez por outra nos trazem alertas e pedem nossa melhor
atenção. Cuidamos quase sempre para sermos pouco impactados por questões
dessas mas, ver por outra, lá estão elas... causando, repercutindo
e?!...
Vamos lá... ver como agir e resolver da melhor forma que possamos no
aqui e agora, sabendo e mais que nunca atentos e conscientes que
talvez?!... quem sabe?!... pudéssemos ter evitado, contornado e
administrado de forma a evitar o que hoje temos que literalmente!!!
encarar.
Fato é que a vida costuma fazer essas pegadinhas conosco e por aí
viemos, seguimos e, provavelmente, seguiremos andando, entre momentos de
mais e/ou menos consciência quais resultados nos ensinam a cuidar,
aprender e até validar no tempo, nas circunstâncias e nas andanças que a
jornada acaba por nos ensinar e, didaticamente, nos aprimorar.
Nesse passo a passo, com mais ou menos atenção, mais ou menos olhar
observador e criterioso, viemos e vamos em nossos avanços aumentando,
pouco a pouco, a capacidade de selecionar, triar e lapidar quem somos
aumentando, refinando e sutilizando filtros e, consequentemente,
melhorando quem somos.
E... dessa maneira, entre critérios bem definidos e outros surgidos
pelas situações forjadas pelo contexto vida, entre definidas linhas
traçadas e planejadas e... aquelas trazidas pelas circunstâncias que o
seguir dos fatos gerou e... de igual maneira seguiu, segue e seguirá a
Vida a nos ensinar com sua didática infalível!
Seguimos, seguimos e SEGUIREMOS num aprendizado infinito... eterno...
perene...
Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga, consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.
Kim Kehl e Ciro Pessoa em ação no Teatro Parlapatões de São Paulo em junho de 2014. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap
A situação que gerou tais áudios foi a seguinte: o Ciro marcou a noite de autógrafos do seu livro ("Relatos da Existência Caótica") para o dia 23 de outubro de 2015 nas dependências do "Café Delirium" no bairro de Pinheiros em São Paulo, e já a partir de agosto, enviara por e-mail para o Kim e para eu mesmo, Luiz, alguns poemas que fariam parte do livro, com intuito de que nós os musicássemos. Ele queria muito contar com músicas novas na apresentação que faríamos na mesmo noite e principalmente por serem estas criações de sua parte, vinculadas ao livro que apresentaria aos seus leitores e fãs da sua carreira musical.
Nesses termos, eu e Kim trabalhamos separadamente e compusemos músicas nesse esforço de usarmos seus poemas com forte dose surrealista na essência, uma marca registrada do trabalho do Ciro.
Foi marcado um ensaio de reconhecimento dessas ideias brutas a visar ajustes na métrica, bem básicos, a fim de preparar minimamente o corpo dessas novas canções, para que pudessem ser ensaiadas de forma elétrica em dois apontamentos marcados próximos da data do show e noite de autógrafos.
Em algum dia de setembro de 2015, nos reunimos então na residência do Ciro Pessoa, que ficava localizada no bairro do Jardim Bonfiglioli, zona sudoeste de São Paulo e lhe mostramos as ideias brutas. Participamos então com a minha (Luiz) presença, além dos demais companheiros, Kim Kehl e Carlinhos Machado. Isabela Johansen não participou do ensaio, apesar de ser componente da banda e esposa do Ciro na ocasião, pois ela estava fortemente gripada e naturalmente indisposta.
Nesses três áudios que eu encontrei em 2023, o que se ouve é o resultado bruto da apresentação de ideias para duas músicas que eu havia proposto mostrar aos companheiros, ao ter musicado os poemas que o Ciro havia me enviado previamente.
As gravações desse esforço de apresentação acústica, foram feitas através do telefone celular do Carlinhos Machado. E ali na hora, eu e Kim usamos violões e o próprio Carlinhos tocou percussão de forma bem simples, apenas para nos guiar ritmicamente.
"Planície dos Sonhos" (Ciro Pessoa-Luiz Domingues) - Ensaio acústico - parte 1 - Em algum dia de setembro de 2015. Captura de áudio: Carlinhos Machado. Promo para a internet em 2023: Luiz Domingues
Eis o link para assistir no You Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=ylQBzarCRwE
Em suma, se trata de uma captura bem modesta de um ensaio improvisado. Portanto, o áudio é muito precário, deixo essa ressalva bem assinalada para quem se interessar em ouvir o material. E mais um dado, a se tratar de uma preliminar apresentação de ideia, super crua, mediante violões & percussão e além do mais, com a melodia a carecer de muitos ajustes para alcançar a métrica necessária para ser bem moldada ao poema. Em suma, este material tem maior valor pelo seu aspecto de raridade em si do que pela excelência musical exposta.
"Planície dos Sonhos"
(Ciro Pessoa-Luiz Domingues) - Ensaio acústico - parte 2 - Em algum dia
de setembro de 2015. Captura de áudio: Carlinhos Machado. Promo para a
internet em 2023: Luiz Domingues
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=yhymGHmLrak
No caso da canção: "Planície dos Sonhos", eu apresentei uma ideia minha que eu havia apresentado para ser usada no meu tempo como componente do "Pedra", mas como é sabido pelo leitor que acompanha a minha autobiografia com atenção, naquela banda eu tinha muita dificuldade para propor ideias e não apenas as musicais e assim, quando o Ciro me pediu a colaboração para musicar um dos seus poemas, eu tentei resgatar essa concepção.
Musicalmente, o som que eu propus, se mostrava todo registrado em frases semi cortadas a conter o efeito da síncope e também sob o efeito anacruse, ou seja, mais a lembrar R'n'B com certo charme de Jazz'n' Blues do que algo verdadeiramente psicodélico como o Ciro desejaria que eu compusesse, mas isso em sua parte 1, pois eu acrescentei duas outras partes ao mapa primordial da canção e estes a remeter a uma espécie de"Space Rock" bem dos primórdios daquela transição da psicodelia britânica para o Rock progressivo, algo muito difundido principalmente entre 1968 e 1970. E claro que o Ciro adorou a ideia, assim que ouviu a proposta, "floydiano" contumaz que o era, no entanto, e é bem nítido nesses áudios que eu resgatei, a melodia carecia de ajustes para se encaixar na métrica mais complexa registrada entre a proposta de divisão rítmica e a poesia.
Sobre o poema escrito pelo Ciro Pessoa e que faz parte do seu livro, "Relatos da existência caótica", eis o seu teor:
PLANÍCIE DOS SONHOS (Ciro Pessoa-Luiz Domingues)
"Bem que eles me avisaram: cuidado, cuidado!
Mas uma vez acionado o botão nada mais poderia ser feito em termos de saída a entrada era quem dava o destino.
Fios de arame cintilantes estendidos em sequência horizontal que conduziam a uma tarde de chuva na silenciosa cidade de vidro onde duas senhoras inglesas tomavam chá.
E mais além uma noite violeta debruçada sobre o livro encantado de uma menina de longos cabelos ruivos.
Dezenas de quadros fixados simetricamente um ao lado do outro.
Sequência de luzes coloridas e explosivas.
Na usina dos desejos paredes de vidro e a extensão infinita da planície dos sonhos".
"Xadrez Cósmico"
(Ciro Pessoa-Luiz Domingues) - Ensaio acústico - Em algum dia
de setembro de 2015. Captura de áudio: Carlinhos Machado. Promo para a
internet em 2023: Luiz Domingues
Eis o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=AoYQ4681DtU
Sobre " Xadrez Cósmico", a ideia foi em torno de um Rock'n'Roll bem mais básico, com intenção "Rollingstoniana" explícita. A posteriori, o Kim Kehl acrescentou ideias para a composição e se tornou coautor da canção, mas até esse ensaio, a criação esteve restrita ao Ciro e eu (Luiz).
Sobre a letra, apesar da roupagem musical ter ficado mais em torno do Rock visceral, a estrutura poética permaneceu surreal por excelência, o que talvez não fosse o mais adequado em termos de combinação, no entanto, nos soou bem interessante a conjunção proposta e assim, essa música foi bem mais facilmente preparada em seu arranjo e tocada ao vivo, embora a outra, "Planície dos Sonhos" também teve a execução no show que lançou o livro e da minha parte, uma outra canção que já havíamos preparado desde 2014, e igualmente de um poema que faz parte do livro ("ecos da tagarelice mental"), também foi executada. nesse citado espetáculo. Esta canção, por sinal, a conter além de Ciro e eu (Luiz), a coautoria do Carlinhos Machado.
"Agora que a ciência é a rainha da Magia-Turbulência e que os contatos de todos os graus são regidos por uma lei inevitável, o homem passa a ser um ser estritamente cósmico!
Agora que o espaço ocupado pelas certezas ameaça o ciclo das luminosas revelações o vulcão sonâmbulo dá sinais de insanidade e vomita flores quentes sobre o vale azul!
Agora que hostes de extraterrestres e astronautas levitam em acrobático séquito através do espaço tem início o espiral jogo do xadrez cósmico!"
Para colocar esse material no YouTube, eu usei o recurso de um painel de fotos estático para ilustrar, a conter fotos do show que a nossa formação havia feito no Teatro Parlapatões de São Paulo, em junho de 2014, mediante fotos clicadas por Lara Pap e Birão Ramin
E assim foi a história desse resgate de um material bem improvável, mas que no entanto, reforçou o acervo que eu tenho sobre a minha passagem pela banda de apoio a Ciro Pessoa, "Nu Descendo a Escada", trabalho que efetuei de agosto de 2011 a fevereiro de 2016.
Mas não parou por aí. Pois ao revistar o fundo do baú, eis que eu achei uma gravação a conter uma apresentação ao vivo de Ciro & Nudes e daí fui investigar a viabilidade de colocar esse material no YouTube e quiçá, lançar um CD pirata, o que seria sensacional para agregar mais substância à história desse trabalho.
Bem na mesma predisposição de que nos dias então mais atuais de 2022 e 2023, eu tive a felicidade de resgatar materiais raros de diversas bandas das quais eu fui componente, tais oportunidades haveriam de surgir também para outros trabalhos que teoricamente não haveria mais nada para ser resgatado, dada a escassez de material possível ainda a ser encontrado.
Esse é o caso do meu trabalho com Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada, cujo legado com álbum oficial não existe, tampouco uma demo-tape que seja, mas ao menos essa fase da minha carreira a defender a criação de Ciro Pessoa deixou vídeos ao vivo, fotos e portfólio que consegui reunir, a abranger os anos nos quais eu fui componente desse grupo.
E com felicidade, eis que consegui resgatar um material raro, que carece de qualidade de áudio, sim, no entanto, dada a constatação do seu caráter raro, se tornou um pequeno tesouro para eu anexar ao meu museu virtual de carreira e certamente veio a reforçar também o legado de Ciro Pessoa.
Ciro Pessoa nos bastidores do show que fizemos no Sesc Piracicaba em abril de 2014. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl
E se falo em legado da parte do Ciro, é com pesar que atualizo para a minha autobiografia o fato que quando eu encerrei o meu relato sobre esse trabalho, apenas elaborei o texto final a agradecer aos companheiros e colaboradores, no entanto, algum tempo depois, o pior aconteceu, quando em 5 de maio de 2020, fragilizado por estar a lutar conta o câncer e consequentemente a contar com baixa imunidade nessa fase, tal quadro clínico o tornou um alvo fácil para a agressiva ação da Covid-19, bem no início da onda de contaminação assustadora.
Em meio ao confinamento, foi com estupefação que eu tomei conhecimento da partida de Ciro, através do jornalismo televisivo. No mesmo instante eu mandei recado aos companheiros que estiveram comigo nesse trabalho e todos estavam muito chocados, naturalmente.
Por causa das restrições extremas da pandemia, as cerimônias de velório, sepultamento ou cremação estavam restritas a poucos familiares mais próximos e cerimônias essas organizadas mediante um tempo mínimo de duração e mesmo assim, com distanciamento em relação ao ente querido alojado no caixão. Portanto, eu gostaria de ter prestigiado o amigo que partiu em seu último momento físico entre nós, mas isso não foi possível.
Eu (Luiz Domingues) a atuar com Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada, no Teatro Parlapatões de São Paulo em junho de 2014. Click, acervo e cortesia: Birão Ramim
Emiti um recado de condolência para a Isabela Johansen, que apesar de ter se divorciado do Ciro antes mesmo da nossa formação ser extinta e ela houvera sido vocalista da banda, igualmente, certamente que mantinha e manterá um elo eterno com o Ciro através de Antonia Pessoa, a filha que tiveram.
Enfim, mesmo que eu não tivesse tido mais convivência com o Ciro desde 2016, é claro que senti bastante a notícia do seu passamento, e ainda mais da maneira que foi, ceifado pela grande pandemia mundial.
Por volta de maio de 2023, eu achei um e-mail do Kim Kehl direcionado para todos do grupo, com três arquivos de áudios a conter trechos de um ensaio acústico que havíamos realizado por volta de setembro de 2015, a compor músicas novas e daí, resolvi de imediato utilizar tais áudios para compor três promos e imediatamente os postei em meu canal número três do YouTube.
Faço a seguir uma explanação sobre o material em si.