sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Os Kurandeiros + Edy Star - 1º/12/2018 - Sábado / 20 Horas - Turnê Toca Raul - Casa de Cultura Santo Amaro - São Paulo / SP

Os Kurandeiros + Edy Star + Michel Machado

1º de dezembro de 2018  -  Sábado  -  20 Horas

Turnê Toca Raul

Casa de Cultura Santo Amaro
Praça Dr. Francisco Ferreira Lopes, 434
Santo Amaro
Estação Adolfo Pinheiro do Metrô

Entrada Gratuita

Edy Star : Voz

Os Kurandeiros :
Kim Kehl : Guitarra e Voz
Carlinhos Machado : Bateria e Voz
Luiz Domingues : Baixo

Convidado Especial :
Michel Machado : Percussão 

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 322 - Por Luiz Domingues

Estava tudo certo para a continuidade da turnê, após os dois shows em São Paulo e a apresentação ao vivo no estúdio Rocks Off, para o programa: "Live on the Rocks", da Webradio Stay Rock Brazil, e com tudo isso tendo ocorrido em maio de 2018. 

No entanto, um fato novo e deveras surpreendente, sabotou a nossa apresentação em Belo Horizonte. Eis que ainda em maio desse ano, estourou uma greve geral dos caminhoneiros no Brasil e a sociedade finalmente percebeu o quão errônea a política de infraestrutura, toda focada no transporte rodoviário, fomentada por décadas a fio, revelou-se ao ponto de constatar o abastecimento estrangulado e a população, experimentar chegar assim, ao limiar do desespero, sem combustível nos postos e consequentemente verificar que para chegar-se à barbárie social, bastava cortar o combustível fóssil. 

Entretanto e a Patrulha do Espaço com isso? Bem, o show em Belo Horizonte foi sumariamente cancelado, infelizmente, dadas as circunstâncias dramáticas em que aviação também fora afetada com cancelamentos de voos.

Sanada a questão da greve e a normalização da sociedade garantida, eis que por volta de julho, eu recebi a comunicação que uma nova data fora agendada para setembro. 

Cartaz recebido e pronto para a divulgação, data reservada para não coincidir com apontamentos d'Os Kurandeiros, eu já avisara os meus muitos amigos em Minas Gerais, Belo Horizonte e cidades da Grande BH, principalmente e houve uma animação por essa apresentação e a oportunidade para rever amigos mineiros etc. e tal, porém... quando a data aproximou-se e estávamos no limite para estabelecermos a comunicação sobre a logística, com confirmação de passagem aérea e reserva de hotel, infelizmente veio a confirmação de um novo cancelamento. 

Não houve um acerto financeiro adequado e assim, cancelou-se o show. Fiquei chateado, aliás, todos nós, incluso os amigos e fãs mineiros pelo que constatei através das redes sociais, mas foi inevitável. Uma pena, deixei o pão de queijo & café já anteriormente combinado para uma outra ocasião com os amigos de Minas. 

Nesses termos, ficou a perspectiva apenas do último show em São Paulo e consequentemente, o último da carreira da banda. 

O Rolando Castello Junior queria realizá-lo no Ginásio do Ibirapuera, o que seria belo, pois foi ali que ocorrera o primeiro, em setembro de 1977, mas quarenta e um anos depois, o panorama artístico brasileiro foi outro, completamente adverso ao Rock e nesses termos, ele nem perdeu tempo em cogitar um contato, que certamente seria infrutífero. Então, conformamo-nos com a data já acertada para a unidade do Sesc Belenzinho, a ser cumprida em novembro de 2018.

Tudo, bem, tratava-se de uma das melhores, bem estruturadas e mais abertas unidades dessa instituição para a cena do Rock, em São Paulo e dessa forma, tocar ali para encerrar a carreira da banda, haveria de ser prazeroso, satisfatório e honroso. 

Mas ao longo de setembro, eis que eu recebo uma comunicação a cogitar um possível show extra que estava a ser confirmado e assim, dei o meu aval para participar, reservei a data com Os Kurandeiros e eis que logo surgiu a notícia de que haveria uma apresentação em um festival a ser cumprido no interior de Santa Catarina.

Muito bem, ficara marcada para o dia 13 de outubro de 2018, a nossa participação no Festival "Hunterstock 2018", na cidade de Caçador-SC. 

No dia 9 de outubro, encontramo-nos no estúdio Orra Meu, de propriedade dos irmãos Schevano, em São Paulo e fizemos um produtivo ensaio. Foi um apronto tranquilo, visto que apesar do hiato, ninguém havia esquecido o set list básico do show e assim, com o mesmo quarteto básico que tocara em Ponta Grossa-PR em abril, e nos três shows ocorridos na cidade de São Paulo, em maio, colocamo-nos em condições para tocarmos em Santa Catarina.

Luiz Domingues e o amigo, Marcos Kishi, um fotógrafo da pesada e que revelava-se uma testemunha ocular da história da música em São Paulo, desde a década de setenta, a cobrir inúmeros shows. Estúdio Orra Meu em São Paulo, 9 de outubro de 2018. Acervo e cortesia: Marcos Kishi. Click: Marta Benévolo

Nesse dia, o fotógrafo/amigo, Marcos Kishi, compareceu ao estúdio para promover uma sessão de fotos, quero crer a derradeira da carreira da banda. Com o quarteto e o quinteto básico, retratados, tais fotos ilustrariam as matérias para suprir a mídia nos estertores da turnê e certamente haveriam de ser aproveitadas para ilustrar o encarte de um possível álbum ao vivo e muito provavelmente, uma ou mais coletâneas a serem lançadas no futuro, a retratar esse epitáfio da nossa banda. Aguardemos pois, que a banda deve apresentar tais novidades póstumas. 

Mas nesses dias, uma outra novidade estourou pelas redes sociais e não tratou-se de uma comunicação interna da banda, mas como um vazamento de informação: estivemos escalados para participarmos do festival Psicodália, em Santa Catarina, a ser realizado no Carnaval de 2019, portanto, aí sim, deveria ser o último voo da nave.

Acima, na primeira ilustração, o cartaz antecipado que a organização do festival Psicodália, publicou pelas redes sociais da Internet, a divulgar a participação da Patrulha do Espaço para a edição de 2019. Abaixo, a visita que eu fiz à sala "A" do estúdio Orra Meu em São Paulo, para assistir um pouco da gravação da banda: Power Blues. Eu (Luiz Domingues) e o guitarrista, Daniel Gerber na foto. Click, acervo e cortesia: Marcos Kishi  

Muito bem, que assim fosse, então. Nesse dia do ensaio, no estúdio Orra Meu, eu tive o prazer de assistir um pouco a gravação de órgão Hammond do disco do grupo Power Blues e com o próprio Marcello Schevano a pilotar os teclados, enquanto o guitarrista dessa banda, o amigo, Daniel Gerber, também faria intervenções com overdubs de guitarra a aproveitar o uso de uma caixa Leslie, genuína. 

Pelo pouco que eu ouvi, um tremendo som estava a ser construído ali, o que não caracterizou nenhuma surpresa, visto que conheço o som da banda e todos os envolvidos nessa operação, muito bem, e dessa maneira, é claro que eu fiquei feliz por observar tal produção a ser feita ali in loco.

Em uma outra sala de ensaio do complexo, eis que encontro o saxofonista superb, André Knobl e o seu colega, o trompetista, Paulo Pizzulin. Toquei com Knobl bem no começo da minha entrada n'Os Kurandeiros de Kim Kehl, em agosto de 2011 e ele participou bastante, até o início de 2012. 

Em 2014, ambos cumpriram participação especial no álbum "Fuzuê" do "Pedra", com extremo brilhantismo. Ganhei um álbum da banda de ambos, o "Neurozen" e certamente que ouvi com prazer a perpetrar uma resenha do disco, em meu Blog 1, algum tempo depois.

Bem, tarde agradável entre amigos no acolhedor estúdio Orra Meu, dois dias depois, eu (Luiz Domingues) e Rodrigo Hid encontramo-nos no saguão do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, com Rolando Castello Junior e Marta Benévolo, para a primeira parte da nossa nova viagem, rumo a Curitiba. 

Continua...

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 95 - Por Luiz Domingues

Eis que as oportunidades midiáticas prosseguiram no decorrer de setembro de 2018, para Os Kurandeiros de Kim Kehl. E desta feita, o convite veio da parte de um jornalista que eu muito admiro e sobre o qual, já teci inúmeros elogios ao longo do texto da minha autobiografia inteira, desde a metade dos anos oitenta, quando o conheci e desde então, ele sempre deu muita força para a minha banda na ocasião, A Chave do Sol. Falo sobre Antonio Carlos Monteiro, o popular: Tony Monteiro. 

Pois bem, ele cobriu com muito interesse a carreira d'A Chave do Sol, posteriormente da sua banda dissidente, "A Chave/The Key". Passou alguns anos e tornou-se um entusiasta do trabalho do Pitbulls on Crack, no decorrer dos anos noventa, acompanhou com admiração o meu trabalho com a Patrulha do Espaço nos anos dois mil e foi muito respeitoso com o trabalho do Pedra, a seguir. 

Ou seja, o Tony resenhou quase todos os trabalhos que eu desenvolvi na carreira, a contar as bandas que culminaram em gravar álbuns, com exceção do Língua de Trapo. E em um passado bem recente, ele havia resenhado um álbum de Kim Kehl & Os Kurandeiros que eu gravei, a se tratar do EP "Seja Feliz" de 2016. Portanto, que prazer foi contar com mais uma vez uma abertura midiática proporcionada por ele. 

Kim Kehl em seu estúdio particular, o "Mandioka Produções" a falar por vídeo conferência com o jornalista, Tony Monteiro, para o programa "Rock'n' Brasil" da Webradio MKK, de São Paulo-SP

Mas o entrevistado foi apenas o Kim, que gravou a sua participação via Skype, na tarde de 27 de setembro de 2018. O programa foi ao ar com várias canções do repertório da banda, incluso o novo single, "Andando na Praia" e uma boa conversa, com bom humor e bastante informações sobre o atual estágio da banda. A entrevista foi ao ar no dia 2 de outubro, com reprises nos dias 9 e 10.
Ainda em setembro de 2018, nós tivemos a confirmação da entrada de nosso single, "Andando na Praia", em algumas plataformas digitais para vendas, graças ao apoio que tivemos da gravadora Baratos Afins. Eis que entramos então no Spotify, Deezer e Itunes.

Continua...  

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 321 - Por Luiz Domingues

O tal show extra em São Paulo, que o Rolando aventara, foi mesmo agendado e tratou-se da inserção da banda no evento: "Virada Cultural", tradicional na cidade, desde muito tempo. Ótimo, tocaríamos em um palco bem estruturado, no centro da cidade e certamente ante uma grande multidão. 

Como havíamos tocado na sexta-feira anterior e no sábado subsequente participáramos da gravação do programa, "Live on the Rocks", da Webradio Stay Rock Brazil, a confirmação da nossa participação na Virada Cultural de São Paulo motivou a marcação de mais ensaios, mesmo por que, Marcello Schevano participaria conosco e assim, músicas clássicas da nossa formação, seriam executadas. 

Muito bem, reunimo-nos portanto, nos dias 14, 15 & 16 de maio, no estúdio Orra Meu e assim realizamos ensaios com a formação "Chronophágica" completa, mais a presença da cantora, Marta Benévolo, naturalmente. Tivemos também um convidado especial, na presença do vocalista, Rogério Fernandes, que fora convidado e cantaria a canção, "Cão Vadio", conosco.

Foram bons ensaios, certamente e nós incluímos canções tais como: "Nave Ave", "Homem Carbono" e "Sunshine", tradicionais pelo uso de teclados e a estabelecer assim o revezamento na pilotagem entre Rodrigo e Marcello, uma tradição da nossa formação, além de outras, caso de "São Paulo City", onde o duo de guitarras feito por ambos, sempre foi muito marcante em nossos shows, quando da nossa formação ao início dos anos 2000. 

No dia do show, reunimo-nos no Estúdio Orra Meu e de lá saímos juntos, no uso de uma van, mas a nossa comitiva não sairia inteira, visto que por coincidência, o Marcello teria show com o seu Carro Bomba, naquela mesma noite, em uma casa noturna localizada na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. 

Bem, em meio à confusão que é chegar perto de um dos inúmeros palcos espalhados pela cidade, dentro da "Virada Cultural", além do trânsito mastodôntico gerado pela interdição de várias ruas, chegamos enfim e conseguimos estacionar a van, dentro de um espaço reservado. 

Fazia um frio intenso e os camarins, apesar de reservados e separados para cada artista, na verdade foram tendas de lona, portanto, pouco contribuíram para amenizar a sensação de frio ali observada. 

Assim que chegamos, o lendário tecladista, Lafayette, apresentava-se e a rebarba do som que ouvimos da monitoração, com evidente delay (atraso), estava com uma massa sonora forte, mas tudo bem mixado, com um equilíbrio muito bom. Fui assistir um pouco da apresentação pela coxia e apreciei a performance. O som parecia bom na monitoração e a banda tocava com muita energia. 

Para quem não sabe, Lafayette foi tecladista da banda do Roberto Carlos, "RC7", no tempo da Jovem Guarda e detinha tradicionalmente, como a sua marca registrada, o uso daqueles timbres provenientes do órgão da marca Farfisa e/ou da marca Vox, típicos da década de sessenta, super usados no campo do Pop-Rock ou estilo "Bubblegum" como se dizia à época e também por algumas bandas psicodélicas daquela década e neste caso, a turma da Jovem Guarda também seguira tal tendência. 

Cercado por músicos jovens e egressos da cena "indie" noventista, tais como alguns membros de bandas como "Autoramas" e "Penélope", o velho Lafayette mostrou estar em grande forma e claro, em pleno uso daqueles timbres clássicos que o notabilizara na década de sessenta. 

Com um repertório 100% calcado no cancioneiro da Jovem Guarda e com predomínio lógico das canções do Roberto Carlos, a apresentação foi muito boa e o público respondeu com bastante entusiasmo. Aliás, eu também reparei quando assisti pela coxia, que já havia uma boa multidão ali presente e segundo fui informado por pessoas ligadas à produção do evento, em nossa apresentação, tendia a aumentar, pois esperavam uma grande multidão por nossa conta e do Made in Brazil que tocaria a seguir. 

Tratou-se do palco denominado: "História do Rock", que localizou-se na Avenida Ipiranga, bem na altura do clássico Edifício Copan, famoso por ter uma arquitetura ousada e celebrada por ter sido assinada pelo arquiteto, Oscar Niemeyer. 

Encerrado o show do Lafayette, fomos chamados ao palco para a preparação do set up e fora aventada a realização de um ligeiro soundcheck. Descartamos tal operação no entanto, pois fazer isso em frente a uma multidão ali colocada e logicamente aos berros pela adrenalina proveniente da sua expectativa, teria sido muito inconveniente. 

Show ao ar livre é sempre complicado e soundcheck tem que ser feito com sossego e com silêncio, portanto, confiamos que a equalização básica já estava feita pelos shows dos artistas que haviam apresentado-se antes de nós e pelo que vimos no caso do Lafayette, estava tudo bem equilibrado, com a devida ressalva de que o nosso som seria muitíssimo mais pesado que a sonoridade a la Jovem Guarda que tal banda praticara.

Flagrantes da nossa apresentação na Virada Cultural de São Paulo, em 2018. Patrulha do Espaço ao vivo na Virada Cultural de São Paulo, em 19 de maio de 2018. Clicks, acervo e cortesia de Marcos Kishi

Tivemos boas presenças no camarim. Marinho Thomaz, baterista do Casa das Máquinas, Luiz Carlos Calanca, proprietário da Loja/gravadora, Baratos Afins, Elizabeth Queiroz, cantora e acompanhada do seu namorado, o intelectual, Sérgio Barbi, enfim, foram boas as conversas ali travadas nos momentos que antecederam o espetáculo. Chegara a hora, fomos para o palco.

Da esquerda para a direita: Luiz Domingues, Rodrigo Hid, Rolando Castello Junior (ao fundo, na bateria), Marta Banévolo e Marcello Schevano. Patrulha do Espaço ao vivo na Virada Cultural de São Paulo, em 19 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Marco Antonio

De fato, houve uma grande multidão presente e que esteve ali pronta para enfrentar o frio que fora intenso, potencializado pela sensação térmica, graças às fortes rajadas de vento, Enquanto tocava, eu via a ação do vento sobre as bases de sustentação da lona de proteção do palco e em alguns momentos, chegou a ser assustador. E também pela ação da garoa fina, típica paulistana, embora cada vez mais rara na capital bandeirante, devido a tantas mudanças climáticas nas últimas décadas. 

Começamos a tocar com um set pesado, a privilegiar  o Hard-Rock, inicialmente e o público respondeu com entusiasmo. Foi patente estar ali presente um público Rocker e formado por muitos fãs da Patrulha do Espaço, certamente.

Rodrigo Hid & Marcello Schevano, o duo de guitarras da nossa formação Chronophágica em pleno momento de energia intensa. Patrulha do Espaço ao vivo na Virada Cultural de São Paulo, em 19 de maio de 2018. Acervo e cortesia de Rodrigo Hid. Click: desconhecido

Então fomos mesclar um pouco com as canções mais amenas e também com os temas mais progressivos, em que mediante o uso dos teclados e o clássico revezamento entre Hid e Schevano ao instrumento, revivemos com galhardia a nossa formação, em sua potencialidade. 

Devo registrar que a música: "Sunshine" arrancou urros da plateia e com quatro vozes ativas, incluso a presença de Marta Benévolo, eis que soou bem bonita a nossa performance. Quando fomos tocar "São Paulo City", algo inusitado ocorreu, no entanto. Eis que iniciamos e com muita energia, o público já entrou de primeira no embalo do pesado riff orientado pelo Blues-Rock, mas infelizmente, quando fomos entrar no refrão e para quem aprecia tal canção e conhece bem a nossa formação, sabe o quanto essa vocalização entrava com força, eis que uma voz intrusa soou inesperadamente nos monitores.

Naquela fração de segundos, ficamos confusos sobre o que ocorria e quando eu olhei ao lado, vi que um intruso surgira, de uma forma completamente fortuita e subira ao palco para cantar, sem ser convidado. Segundo a Marta falou-nos posteriormente, o sujeito havia surpreendido-a (negativamente, é claro), ao surgir inesperadamente a arrancar-lhe o microfone da sua mão, para cantar.

Deu para verificar que ele usava uma camiseta da banda, a denotar que era nosso fã e pelo jeito que cantou, certamente que o era, mesmo. 

Então, sinalizamos aos roadies que tomassem alguma atitude, visto que a segurança do evento, mostrara-se falha ao permitir que o rapaz invadisse o palco e pior ainda, ao não esboçar tomar uma providência rápida para que ele fosse dali retirado de imediato. 

Uma panorâmica banda. Patrulha do Espaço ao vivo na Virada Cultural de São Paulo, em 19 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Raquel Aquino Calabraz

Ficamos atônitos e certamente chateados por tal invasão e demonstração de completa falta de noção do rapaz em questão, mas rapidamente absorvemos a grosseria de sua parte e seguimos em frente, é óbvio. 

Três ou quatro músicas adiante, ei que eu olhei para trás e flagro o mesmo elemento a vir em franca correria, novamente, em direção à ponta do palco e com a deliberada intenção de forjar cantar conosco, mais uma vez. 

Desta feita, os nossos roadies foram rápidos e quando avançaram em direção ao rapaz, ele bateu em debandada, quando fugiu em direção ao público e ao pular a grade de proteção e pela queda que teve, creio ter machucado-se com certa gravidade, mediante a presença de sangue a escorrer de seu rosto. 

Bem, cabe dizer que o rapaz, independente de sua inconveniência, demonstrou dotes vocais, pois cantou no tom e mediante uma potência vocal a denotar ser um cantor ou no mínimo um bom aspirante. Até aí, de certa forma, justificara-se a sua vontade de querer cantar conosco, mas cabe uma reflexão e ela é bem óbvia, na verdade. 

Ora, se ele sonhava em ser cantor de uma banda de Rock e desejava uma chance para demonstrar o seu potencial, essa foi a pior alternativa que escolheu para exercê-la. Se almejara ser um artista, deveria aprender que invadir o palco de um colega e constrangê-lo da maneira que o fez, foi de uma descortesia ímpar. 

Marcello contou-nos que esse rapaz era figura recorrente em outros shows, principalmente de bandas veteranas setentistas. Ele já havia visto o sujeito invadir o palco do "Casa das Máquinas", banda em que ele, Marcello, atuava na ocasião, igualmente e com o mesmo procedimento muito mal-educado. 

Fica aí registrado o recado, não é assim que se constrói uma carreira. Que ele montasse uma banda, atuasse a percorrer a "via crucis" de todo aspirante a artista e sobretudo, que aprendesse ser o palco, um templo sagrado e ali, quando algum energúmeno o invade, quebra-se a magia do espetáculo ao tirar a concentração do artista. 

E quebrada essa conexão mágica, fica difícil reavê-la. Portanto, que mudasse o seu comportamento o quanto antes, se aspirava a carreira artística e um estrelato, por conseguinte.

Sei que tornou-se uma moda bem recente (2018), fotos com bandas no contraplano, após o término dos seus shows, para enquadrar-se o seu público junto a si, mas particularmente, não gosto desse expediente. No entanto, eis aqui tal postura ao término do nosso show na Virada Cultural. Da esquerda para a direita: Marcello Schevano, Marta Benévolo, Rolando Castello Junior, Rodrigo Hid e Luiz Domingues. Patrulha do Espaço ao vivo na Virada Cultural de São Paulo, em 19 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Leandro Almeida

Tirante esse pequeno imbróglio, que mais revelou-se como um ato gerado pela falta de educação da parte de um incauto, o show foi excelente, a honrar as tradições da banda e marcar a penúltima apresentação da banda em sua carreira, que encerrava-se, na cidade de São Paulo, o seu berço. 

Ali, em frente àquela multidão em plena Avenida Ipiranga, aos pés do Edifício Copan, tocamos com energia e pronta resposta popular. Missão cumprida sob intenso frio, nessa noite.

Da esquerda para a direita: Luiz Domingues, Rodrigo Hid e Marta Benévolo. Patrulha do Espaço ao vivo na Virada Cultural de São Paulo, em 19 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Raquel Aquino Calabraz

Encontrei-me com o vocalista, Rubens Nardo e o baterista, Dimas Zanelli, que tocariam a seguir com o Made in Brazil e mais uma porção de amigos, entre eles, Michel Caporeze Téer e sua esposa, Vera Mendes. 

Frio intenso, ainda intensificado, já batia na casa da uma hora da manhã, quando fomos embora. 

A próxima reunião da nossa banda seria em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 16 de junho.

No camarim, pouco tempo antes de iniciarmos o show. Da esquerda para a direita: Marcello Schevano, Marta Benévolo, eu (Luiz Domingues), Rolando Castello Junior e Rodrigo Hid. Patrulha do Espaço ao vivo na Virada Cultural de São Paulo, em 19 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Leandro Almeida

Continua... 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 94 - Por Luiz Domingues

Com o bom ensaio realizado durante a semana e uma apresentação informal realizada em meio a um show regular d'Os Kurandeiros, na véspera, quando Edy apareceu e passou o show inteiro ao vivo em nossa apresentação, nós ficamos seguros enfim, para iniciarmos a turnê "Toca Raul" com a presença de Edy Star e também com o percussionista, Michel Machado. 

Bem, o primeiro ponto a observar-se em relação a esta turnê, foi o fato de que ela montara-se em sua logística a prestigiar apresentações pelo circuito de Casas de Cultura da Prefeitura de São Paulo, sob a administração da Secretaria Municipal de Cultura. Por serem equipamentos montados em bairros longínquos, espalhados pelos quatro cantos da cidade, já fiquei feliz por saber que levaríamos o nosso show para espaços tão bem intencionados em sua missão para levar arte & cultura às populações mais carentes em oportunidades, em todos os sentidos e principalmente no tocante às questões culturais. 

Um prazer a mais, portanto, por poder ter contato com os moradores desses bairros tão distantes dos bairros mais centrais da cidade, que pela magnitude territorial da megalópole de São Paulo, ficam distantes da vida cultural mais proeminente da cidade. 

Alguns dias antes de realizarmos esse primeiro show da turnê, que realizar-se-ia na Casa de Cultura M'Boi Mirim, no extremo da zona sul de São Paulo, fomos informados que a banda de Heavy-Metal, Vodu, veterana dos anos oitenta e que recentemente anunciara a volta de suas atividades, também apresentar-se-ia no mesmo dia e mais que isso, uma informação vaga dera conta que haveriam outras atrações no mesmo dia. 

Fui o primeiro a chegar ao local, no dia da apresentação e tirante as dificuldades operacionais que enfrentei para arrumar um local para estacionar, visto que o entorno do equipamento cultural mostrou-se densamente povoado por estabelecimentos comerciais, incluso um mercado ao estilo Horti-Fruti, muito movimentado. 

Por sorte, arrumei uma vaga muito perto e tive o apoio de funcionários da Casa de Cultura, nesse sentido. Aliás, foi a minha primeira boa impressão ali, visto que eu fui muito bem recebido e tratado, de pronto, pelos funcionários da Casa de Cultura, do mais humilde ao mandatário máximo. 

Outra observação boa que eu fiz ali, logo que cheguei, veio do mural de atividades, onde eu tomei ciência de que muitas atividades sob cunho nobre, eram feitas gratuitamente a atender-se os moradores do bairro. Aulas de línguas estrangeiras, reforço escolar, aulas de dança e artes plásticas, atividades para a terceira idade e também, muito interessante, cursos de cultivo de hortas e pomares caseiros. Tudo gratuito e apoiado por um sem número de voluntários e em sua maioria, jovens. Impressionei-me por tudo isso e por ver o idealismo e ânimo dessa rapaziada em servirem a sua comunidade. 

Logo, uma apresentação iniciou-se, bem simples, com alguns músicos a dar um apoio para um grupo de dança folclórica a defender-se as tradições culturais do estado do Pará. Admirei a sua apresentação feita com bastante dignidade. 

Havia pouco público presente, o que achei estranho, visto ser um espaço bem localizado em um ponto do bairro do M'Boi Mirim, fartamente provido por um comércio pujante, e portanto, densamente povoado. 

Logo avistei a figura do baterista do Vodu, Sergio Facci e logo em seguida, outro velho conhecido, André "Pomba" Cagni, pessoas que conheço desde os anos oitenta. No caso do André, ele como sempre ativo na militância cultural e política, conversamos um pouco sobre o panorama político daquela atualidade e ele revelou-me que não candidatara-se para o pleito de 2018, visto ter empreendido tais tentativas em eleições anteriores, mas que estava na militância e logicamente apoiava certos candidatos que citou. 

Bem, logo chegaram os demais membros de sua banda e os guitarristas, apesar de serem veteranos em termos cronológicos, em nossa faixa etária, digamos assim, não eram os componentes originais, mas o simpático vocalista, Andrews Góis, que cumprimentou-me efusivamente, estava na formação dessa volta da banda às suas atividades. 

Eis que Carlinhos Machado chegou e assistiu comigo o final da apresentação do grupo de dança folclórica paraense. Kim Kehl também chegou e ambos tiveram dificuldades para estacionarem os seus respectivos automóveis. A tarde esvaía-se e o Vodu estava prestes a iniciar o seu show, quando Edy Star e a seguir, o percussionista, Michel Machado, chegaram.

Set List que cumprimos na apresentação. Os Kurandeiros + Edy Star na Turnê "Toca Raul". Casa de Cultura do M'Boi Mirim, de São Paulo, em 1º de setembro de 2018. Foto: Lara Pap 

O show do Vodu começou e o PA fora contratado por eles e compartilhado conosco mediante divisão de despesas. O equipamento pertencia e foi operado por um técnico chamado, Rizzo, que sonorizara um show d'Os Kurandeiros, realizado no Templo Club do bairro do Bexiga, em janeiro de 2016. 

Bem, eu pude assistir boa parte do show do Vodu e verifiquei que a equalização e também a iluminação providenciada pela equipe do Rizzo, trabalhou bem. E a banda mostrou estar muito bem afiada, em grande forma técnica e artística e mesmo que o Heavy-Metal não seja um gênero do meu agrado, mas dentro do estilo e da proposta deles, o show foi muito bom. 

Infelizmente, também na apresentação do Vodu, o público não apresentou um aumento do seu contingente. Uma pena, pois o palco estava bonito com um equipamento de som & iluminação terceirizado, sob bom nível e uma banda com qualidade a tocar.

Registros da apresentação. Os Kurandeiros + Edy Star na Turnê "Toca Raul". Casa de Cultura do M'Boi Mirim, de São Paulo, em 1º de setembro de 2018. Fotos: Lara Pap 

Subimos ao palco e iniciamos com uma pequena "overture" que o Kim criara, a evocar uma micro "pout-pourri" com citações de diversas canções do Raul Seixas, o alvo da nossa turnê com Edy Star.

Em seguida, tocamos "Pro Raul" canção do repertório d'Os Kurandeiros e que no set list, foi denominado como: "Raul foi para o Beleléu". 

E só então, entrou em cena, Edy Star, de fato uma grande estrela, o último membro da confraria dos "Kavernistas" ainda entre nós e de sua entrada em diante, foi uma sucessão de clássicos executados provenientes de sua carreira solo, do repertório dos Kavernistas, do qual foi membro e do Raul Seixas, seu grande companheiro de jornada artística. Não tivemos um grande contingente, mas este vibrou muito com as canções, a cantar, dançar e aplaudir com muito entusiasmo.

Flagrantes da apresentação. Os Kurandeiros + Edy Star na Turnê "Toca Raul". Casa de Cultura do M'Boi Mirim, de São Paulo, em 1º de setembro de 2018. Fotos: Lara Pap 

Todos nós divertimo-nos bastante nessa apresentação e saímos muito felizes com a receptividade do público e das simpáticas pessoas que cuidam desse espaço cultural. Foi no dia 1º de setembro de 2018. Um início muito bom para a turnê, lá no bairro do M'Boi Mirim, extremo da zona sul de São Paulo.

Eis abaixo, um especial com alguns momentos da apresentação d'Os Kurandeiros com Edy Star e Michel Machado, na Casa de Cultura do M'Boi Mirim, de São Paulo, em 1º de setembro de 2018.

Eis abaixo o link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=4W3N2MAwkD4

"Metamorfose Ambulante" (Raul Seixas), com Os Kurandeiros & Edy Star, na Casa de Cultura do M'Boi Mirim, em São Paulo, no dia 1º de setembro de 2018. 

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=weP3cK45CR4

"Al Capone" (Raul Seixas), com Os Kurandeiros & Edy Star, na Casa de Cultura do M'Boi Mirim, em São Paulo, no dia 1º de setembro de 2018.

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=pvFCXg5-oV4

"O Crivo" (Raul Seixas), com Os Kurandeiros & Edy Star, na Casa de Cultura do M'Boi Mirim, em São Paulo, no dia 1º de setembro de 2018.

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=hwkNoqzpCxw

"Maluco Beleza" (Raul Seixas), com Os Kurandeiros & Edy Star, na Casa de Cultura do M'Boi Mirim, em São Paulo, no dia 1º de setembro de 2018.

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=_rDCTMM7Q6o

"Êta Vida" (Raul Seixas), com Os Kurandeiros & Edy Star, na Casa de Cultura do M'Boi Mirim, em São Paulo, no dia 1º de setembro de 2018.

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=Tq6a5IdfBGw

"Quero Ir" (Raul Seixas), com Os Kurandeiros & Edy Star, na Casa de Cultura do M'Boi Mirim, em São Paulo, no dia 1º de setembro de 2018

Eis o Link para assistir no Yo Tube:
https://www.youtube.com/watch?v=Ys-OGZxSwrk
Confraternização final, pós-show. Da esquerda para a direita: Carlinhos Machado; Michel Machado; Edy Star; Kim Kehl e Luiz Domingues. Os Kurandeiros + Edy Star na Turnê "Toca Raul". Casa de Cultura do M'Boi Mirim, de São Paulo, em 1º de setembro de 2018. Foto: Lara Pap 

Então, o próximo compromisso dessa turnê seria apenas ao final de outubro. Mas ainda em setembro, houve boas novas para Os Kurandeiros, no campo da divulgação. A dar início, tivemos um especial com cerca de quarenta minutos de duração na Webradio Orra Meu, de Ribeirão Preto-SP, que foi ao ar, em 7 de setembro de 2018.
Em seguida, outro bom especial na Webradio RST, de Niterói-RJ, no ar em 19 de setembro de 2018.
E para coroar o apoio bom que tivemos em Webradios nesse mês, a música: "A Galera Quer Rock" foi marcada para ser executada no playlist da Webradio Crazy Rock, entre os dias 22 e 26 de setembro de 2018.
E assim fechamos o mês, felizes por tais acontecimentos e também por perspectivas que já avistavam-se para o mês subsequente.

Continua...

domingo, 25 de novembro de 2018

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 320 - Por Luiz Domingues

No soundcheck, eis uma foto clicada pelo vidro da sala técnica, onde vê-se a presença de Marta Benévolo e Rodrigo Hid em meio aos acertos finais para que pudéssemos tocar e por um pequeno detalhe, vê-se a persona de Rolando Castello Junior, agachado a arrumar as peças da sua bateria. Patrulha do Espaço no programa "Live on the Rocks", da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Ana Amb 

Alguns dias antes mesmo dos ensaios que precederam o show no Sesc Pompeia, o Rolando já havia avisado-me que uma emissora de rádio da internet, uma webradio, havia solicitado a presença da Patrulha do Espaço para a gravação de um programa especial e que envolveria entrevista e uma apresentação ao vivo, gravada previamente em estúdio. 

Ora, nem precisou dizer-me que emissora ou nem mesmo o programa em questão, pois logo deduzi ser o ótimo: "Live on the Rocks", da Webradio Stay Rock Brazil. 

Eu já havia participado de uma edição desse programa, em outubro de 2015, com Os Kurandeiros e conhecia bem os seus artífices, Rockers inveterados, ativistas culturais incansáveis e também todos, sem exceção, ótimas pessoas. 

Portanto, fiquei feliz por participar mais uma vez desse programa, na condição de um "ex-componente" convidado para atuar na turnê final da nossa banda e a conter esse compromisso radiofônico como um adendo bem agradável, por sinal. O local foi o Rocks Studio, o mesmo em que eu participara com Os Kurandeiros em 2015, capitaneado pelo competente guitarrista e técnico de áudio, Fábio Hoffmann.

Cheguei cedo, bem antes do horário pré-combinado e isso deu-se pela facilidade de sua localização ser bem próxima de minha residência. Mas acho que superestimei tal prerrogativa, pois exagerei mesmo em minha avaliação ao ponto de tocar a campainha do estúdio e verificar que não havia ninguém presente no estabelecimento em questão. 

Cerca de meia hora depois, eis que uma moça jovem e bonita, aproximou-se e mediante a posse da chave da casa, deduziu que eu fosse músico, pela obviedade da minha cabeleira Rocker, à moda antiga. E pelo figurino dela, eu também logo notei que ele mantinha uma relação com a música, ainda que certamente pelos signos mais modernos a denotar apreço pelas vertentes do Rock pesado pós anos oitenta. 

Bem recebido pela simpática, Júlia Saad Rittner, eu logo fui informado que ela era assistente de áudio do Studio Rocks, a trabalhar com o Fabio Hoffmann. Ótimo, juventude a renovar e manter a chama acesa dentro da grande cadeia que envolve a música profissional. 

Mais um pouco de tempo passou e eis que o pessoal da Webradio Stay Rock Brazil chegou e sempre foi (é um prazer estar na companhia agradabilíssima de Adilson Oliveira, um tremendo guitarrista, que nutre uma paixão pelo Rock brasileiro, que é contagiante, mais o gentleman, Renato Menez e o ultra ativista cultural, Rogério Utrila. Nós ficamos ali sob uma conversa super prazerosa, quando o Renato falou-me que haveria uma série de convidados presentes para assistirem a entrevista e a gravação do especial ao vivo. 

Bem, eu esperei algo dentro da normalidade desse programa, com uma gravação discreta, mas ao mesmo tempo, compreendi que a presença da banda estava a ser tratada de uma forma especial a ostentar uma reverência muito bonita da parte deles, a demonstrarem respeito e admiração.

Da esquerda para a direita: Luiz Domingues, Marta Benévolo e Rodrigo Hid. Patrulha do Espaço, no programa Live on the Rocks, da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Ana Amb

Então, muitas pessoas convidadas pela Webradio chegaram e o engraçado foi que eu conhecia a maioria ali presente, por vê-los constantemente presentes nos shows d'Os Kurandeiros. 

Entre tanta gente boa ali reunida, destaco as presenças de Carla Maio (fotógrafa), Índia Dias (que eu conhecia desde a época da banda, "A Chave/The Key", ou Chave "sem" Sol, como ficou apelidada), ou seja, lá pelos idos de 1988, 1989. 

Ana Amb, Ka Tagnin, Humberto Morais (fotógrafo), além do Raphael Rodrigues, o fã/amigo, que é um dos maiores estudiosos sobre a história do Rock brasileiro que eu conheço. 

Marcos Kishi, o fotógrafo classe A e também uma testemunha ocular da história a contar-me sempre sobre ter visto a minha atuação com o Língua de Trapo nos idos de 1983 e 1984, várias vezes, in loco. 

E também a presença do gentleman, Toni Estrella, que na verdade estava ali também com uma dupla missão, visto que a sua banda, "Masmorra" iria participar do programa e na verdade, a data pertencia-lhes e por uma intervenção especial a aproveitar a presença da Patrulha do Espaço, agrupada para o show que fizéramos na noite anterior no Sesc Pompeia, houve um esforço para encaixar-nos. 

Outras pessoas estiveram presentes, também, inclusive a presença de um jovem músico de uma boa banda emergente, chamada: "Picanhas de Chernobyl", bem comprometida com a estética vintage, chamado: Leonardo Barbosa Sacramento, popular, "Ratão". Gostei de conversar com ele, rapaz humilde, ótimo músico e com aquele brilho no olhar de quem sonha com o Rock, como nos tempos de outrora, portanto claro que identifiquei-me de imediato com ele, pela nossa óbvia similaridade nos ideais.

Rolando Castello Junior em plana ação! Patrulha do Espaço no programa Live on the Rocks, da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Rogério Utrila

Bem, gravamos a entrevista inicialmente e o estúdio ficou pequeno para tanta gente. Os três entrevistadores estiveram visivelmente emocionados com a presença da banda e deixaram isso claro, ao explicitar o sentido da comoção e da honradez em contar com a nossa presença ali e claro que eu também não só apreciei tamanha demonstração de respeito e reverência, mas igualmente pela comoção gerada que também comoveu-me. 

Principalmente quando o Rogério Utrila também manteve a tradição do programa, ao declamar um poema de sua autoria, para homenagear a banda, mediante um jogo de palavras a conter títulos de diversas canções da mesma e que foi muito bonito, em que várias músicas da minha fase na banda com Hid & Schevano, foram citadas e ali, calou-me fundo. 

Logicamente, a maioria das perguntas foram dirigidas ao decano da banda, membro fundador e brigadeiro-mor da nave azulada, visto que foi o único que perdurou em todas as fases e gravou todos os álbuns da banda. O Rolando falou, portanto, dos primórdios da formação da banda, a luta empreendida durante esses anos todos, os momentos bons e ruins, como a perda de vários membros, infelizmente abatidos pela inevitabilidade da morte. 

Eu, Luiz Domingues, com a palavra... Patrulha do Espaço no programa Live on the Rocks, da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Marcos Kishi

Enfim, eis que surgiu a brecha para eu manifestar-me e eu falei que a minha relação com a banda começara em 1977, quando da sua formação, na qualidade de um fã e que bem mais tarde, tivera o prazer de ser um componente, a partir de 1999. 

Ressaltei também que a nossa formação Chronophágica foi uma formação que marcou na história da banda por ter princípios muito bem delineados em prol do resgate vintage da sonoridade e estética. 

Não ocorreu-me mencionar, devido a brevidade do tempo, mas eu acrescento aqui, que sob uma maneira intermediária, a minha relação com a Patrulha do Espaço tornou-se forte entre 1982 e 1983, por conta dos muitos eventos e situações em que a minha então banda, A Chave do Sol, fora ajudada por Rolando Castello Junior, portanto a se configurar como algo histórico, igualmente.

Da esquerda para a direita: Eu (Luiz Domingues), Rodrigo Hid, Rolando Castello Junior e Marta Benévolo. Patrulha do Espaço no programa "Live on the Rocks", da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Marcos Kishi

Então, o Rodrigo falou também sobre a sua experiência em nossa fase Chronophágica, ao relembrar diversas passagens de nossa formação e Marta Benévolo também teve a oportunidade para falar sobre a sua etapa com a banda, mais moderna e a tendência a pender para um material mais pesado, ao gosto dos apreciadores de sonoridades do Hard-Rock e Heavy-Metal oitentistas. 

Encerrada a entrevista, foi a hora para gravarmos algumas canções. Tocamos: "Não Tenha Medo", "Ser", "Transcendental", "Arrepiado" e "Simples Toque".

Luiz Domingues (foto 1) e Rodrigo Hid (foto 2). Patrulha do Espaço no programa Live on the Rocks, da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Clicks, acervo e cortesia de Rogério Utrila

Concluída essa gravação, encerrou-se a nossa participação e assim nós fomos embora do local, satisfeitos com a acolhida dos amigos da Webradio Stay Rock Brazil e também da parte do Rocks Studio.
Da esquerda para a direita: Eu (Luiz Domingues), Marta Benévolo, Renato Menez, Rolando Castello Junior e Adilson Oliveira. Agachados: Rodrigo Hid e Rogério Utrila. Patrulha do Espaço no programa Live on the Rocks, da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Marcos Kishi

Foi muito bom ter tido essa oportunidade, por tudo o que já comentei anteriormente e sobretudo pela reverência demonstrada pelos rapazes à banda e a cada um de nós, individualmente.
A confraternização total com todo mundo que esteve presente no Rocks Studio para prestigiar-nos na gravação do programa. Patrulha do Espaço no programa Live on the Rocks, da Webradio Stay Rock Brazil. Rocks Studio de São Paulo. 12 de maio de 2018. Click, acervo e cortesia de Marcos Kishi 

Bem, um show extra fora marcado para a cidade de São Paulo. Tratou-se da participação da Patrulha do Espaço, na Virada Cultural de São Paulo, edição de 2018, que realizar-se-ia, no final de semana subsequente.

Continua...