Sob um curto espaço de tempo, eis que surgiram
várias oportunidades para a minha atuação em termos de trabalhos avulsos.
Em
julho de 2018, eu havia tocado em meio a um enorme combo formado por muitos
músicos, quando participei do “Festival Mulherada Criativa”. Ali mesmo nesses
bastidores, o guitarrista e compositor, Lincoln Baraccat, havia formulado-me um
convite, para que eu participasse de sua banda de apoio para uma apresentação em um outro festival
ao ar livre, igualmente produzido pelo Centro Cultural da Vila Pompeia, pelas ruas
desse tradicional bairro da zona oeste de São Paulo, a ser realizado, dali a
cerca de cinquenta dias, e que denominar-se-ia: “A Gosto Musical”.
Nesse
ínterim, poucos dias depois, fui convidado pelo guitarrista, Chico Suman, para
uma apresentação em casa noturna, mas que não viabilizou-se por um mero detalhe
logístico de minha parte, que tornara-se incontornável e nesse caso, lastimei a sua não concretização,
assim como o amigo, Suman. Achei portanto, que a próxima atividade extra aos
trabalhos regulares que desenvolvia com a minha banda oficial, Kim Kehl &
Os Kurandeiros (e leve em conta o leitor, que nessa fase de 2018, eu estava
também a apresentar-me em vários shows da Patrulha do Espaço, na condição de um
ex-membro convidado a fazer parte da sua turnê de despedida da sua carreira),
seria a acompanhar, Lincoln Baraccat, conforme agendara-se a partir do seu convite, mas eis que surgiu o convite de Diogo
Oliveira, um super artista que muito admiro e lá fui eu participar de uma Jam-Session
com ele e o ótimo baterista, Pedro Silva, em uma casa noturna (experiência
relatada no capítulo anterior). Entretanto, sem mais surpresas no meio do
caminho, o próximo trabalho foi mesmo com Lincoln Baraccat.
Fotógrafo de primeira linha, Lincoln "The Uncle" Baraccat
Para melhor situar o leitor, vale a pena esclarecer que apesar de possuir um bom trabalho autoral e ser portanto um compositor, guitarrista e vocalista, Lincoln Baraccat não tinha a carreira musical como prioridade em sua vida. As suas principais atividades pautavam-se pelas artes gráficas, onde ostentava uma carreira prolífica, como fotógrafo, ilustrador, chargista, desenhista, artefinalista, webdesigner e publicitário.
Para melhor situar o leitor, vale a pena esclarecer que apesar de possuir um bom trabalho autoral e ser portanto um compositor, guitarrista e vocalista, Lincoln Baraccat não tinha a carreira musical como prioridade em sua vida. As suas principais atividades pautavam-se pelas artes gráficas, onde ostentava uma carreira prolífica, como fotógrafo, ilustrador, chargista, desenhista, artefinalista, webdesigner e publicitário.
Como fotógrafo, a sua fama mostrava-se enorme, dada
a sua produção pregressa e consagrada. Por exemplo, são incontáveis os
trabalhos dele para bandas de Rock, desde os anos setenta, com material para
capa e encartes de álbuns, fotos promocionais e sobretudo, fotos ao vivo. E não
são fotos comuns, mas verdadeiras obras de arte, tamanha a sua perspicácia em
capturar momentos mágicos dos artistas no palco e aí, tirante o seu talento
como fotógrafo, o fato de também tocar, cantar & compor, deu-lhe essa
sensibilidade extra, para clicar com extrema maestria.
Item clássico da discografia da Patrulha do Espaço, o famoso "disco branco", lançado em 1982, teve o apoio fotográfico de Lincoln Baraccat, apenas um entre tantos trabalhos significativos que ele produziu no campo da fotografia
Já ouvia falar sobre a sua fama, como fotógrafo, desde os anos oitenta, mas não o conheci nessa ocasião. Soube que mudara-se do Brasil, e assim, não havia perspectiva para que trabalhássemos juntos, presumivelmente.
Já ouvia falar sobre a sua fama, como fotógrafo, desde os anos oitenta, mas não o conheci nessa ocasião. Soube que mudara-se do Brasil, e assim, não havia perspectiva para que trabalhássemos juntos, presumivelmente.
Quando eu entrei na formação da Patrulha do Espaço, em 1999, lembro-me que
o Rolando Castello Junior quis marcar uma sessão de fotos com o Lincoln, que
estava de volta ao Brasil e do qual falava maravilhas, pelos trabalhos que este
realizara para a nossa banda nos anos oitenta, quando eu nem era membro, mas já
era amigo do Rolando, por conta da ajuda providencial que este prestara à minha
então banda, “A Chave do Sol”. E desde essa época (falo sobre algo ocorrido em
1982), o Rolando elogiava e recomendava os serviços de Baraccat.
De volta ao
ponto da narrativa, em 1999, fui com o Rolando à residência do Lincoln Baraccat
para fecharmos uma sessão de fotos, mas um desencontro ocorreu e não foi possível
encontrá-lo nesse dia, além de que um impedimento posterior fez com que procurássemos
outro fotógrafo, Moa Sitibaldi, quando realizamos enfim a sessão de fotos
promocionais que necessitávamos, por volta de outubro desse ano (1999).
Foto de Lincoln Baraccat a retratar a minha pessoa, durante a apresentação da Magnólia Blues Band, em 12 de março de 2014, ocasião em que conhecemo-nos, pessoalmente
Foi somente em 2014, que finalmente eu conheci, Lincoln Baraccat, pessoalmente, quando este compareceu ao Magnólia Villa Bar, para prestigiar mais uma apresentação da então, “Magnólia Blues Band”, banda que mantinha como núcleo base, os próprios Kurandeiros, acrescido do tecladista, Alexandre Rioli, com o intuito de convidar um artista por semana para uma grande Jam Session. Nessa circunstância, eis que Lincoln veio acompanhar a participação do guitarrista, Marceleza “Bottleneck”, amigo em comum de todos nós.
Foi somente em 2014, que finalmente eu conheci, Lincoln Baraccat, pessoalmente, quando este compareceu ao Magnólia Villa Bar, para prestigiar mais uma apresentação da então, “Magnólia Blues Band”, banda que mantinha como núcleo base, os próprios Kurandeiros, acrescido do tecladista, Alexandre Rioli, com o intuito de convidar um artista por semana para uma grande Jam Session. Nessa circunstância, eis que Lincoln veio acompanhar a participação do guitarrista, Marceleza “Bottleneck”, amigo em comum de todos nós.
Lincoln clicou ótimas fotos e veio prestigiar a Magnólia Blues Band em outras ocasiões,
igualmente. Mas tirante essa fase em 2014, não estabelecemos um forte vínculo
de amizade e dali em diante, nos anos posteriores, ele assistiu mais alguns shows,
aí sim, dos Kurandeiros, ocasiões em que nos fotografou, mas sem que
conversássemos mais detidamente.
Todavia, foi nos bastidores do evento, “Festival Mulherada Criativa” que ele abordou-me e formulou o convite, a avisar-me que tinha em mãos a certeza de contar com três músicos da pesada, os guitarristas excepcionais: Roy Carlini e Caio Durazzo, além do monstruoso baterista, Franklin Paolillo e da cantora, Amanda Semerjion, dona de uma voz belíssima. Portanto, fiquei honrado e feliz por saber que teria tantas companhias com alto quilate artístico, nessa apresentação.
Todavia, foi nos bastidores do evento, “Festival Mulherada Criativa” que ele abordou-me e formulou o convite, a avisar-me que tinha em mãos a certeza de contar com três músicos da pesada, os guitarristas excepcionais: Roy Carlini e Caio Durazzo, além do monstruoso baterista, Franklin Paolillo e da cantora, Amanda Semerjion, dona de uma voz belíssima. Portanto, fiquei honrado e feliz por saber que teria tantas companhias com alto quilate artístico, nessa apresentação.
Consultei Lara Pap, a produtora dos
Kurandeiros e soube que a data estava disponível e por coincidência, o nosso
baterista, Carlinhos Machado, também participaria do mesmo evento, na condição
de convidado de um outro combo montado com a presença de inúmeros músicos
amigos nossos, incluso Rubens Gióia, o meu ex-colega d’A Chave do Sol.
Dali em diante, foram alguns dias com troca de
mensagens entre eu e Lincoln, onde as coordenadas foram estabelecidas e
mediante um e-mail a conter o material virtual com o áudio das canções, suas
respectivas letras e o mapa harmônico cifrado, tudo facilitou-se para que eu
pudesse conhecer e decorar o seu material.
Chegara o dia da apresentação, e mesmo sem a
marcação de nenhum ensaio prévio, eu sabia que mediante a participação de músicos daquele calibre,
nada poderia dar errado e da minha parte, as canções já estavam dominadas.
Tratou-se de um conjunto composto por Rocks, Blues e Baladas, todas com um
certo ar cinquentista, portanto, agradabilíssimas para tocar-se. Mais que isso,
a apresentar boas melodias e espaço generoso para um revezamento de solos,
entre Roy Carlini e Caio Durazzo, e até do próprio, Lincoln Baraccat.
Foi no domingo, 19 de agosto de 2018, que tal data
configurou-se, entretanto, na véspera, um recado geral foi emitido a dar conta
de que o posto de gasolina localizado na esquina, onde o palco seria montado, serviria
como estacionamento disponível aos participantes. Comemorei, pois tocar em
feiras ao ar livre sempre foi muito difícil por esse aspecto da logística. Mas quando
eu cheguei ao local, no dia do evento, passei pelas bombas de gasolina a bordo de
meu automóvel e logo o frentista abordou-me para cobrar-me uma quantia absurda,
seguramente o dobro do preço que um estacionamento cobraria em um dia comum.
Incontinente, engatei a marcha ré do carro e evadi-me do posto, pois claro que o sinal
emitido fora violado e na verdade, o estabelecimento não vinculara um
convênio com a organização do festival para dar suporte aos artistas e técnicos
participantes, mas o seu objetivo seria cobrar de todos, incluso os visitantes da
feira. Bem, por sorte, achei uma vaga de rua, dois quarteirões abaixo e apesar
de ser incômodo e deveras perigoso caminhar e carregar o case (estojo) do
instrumento, foi pelo menos algo melhor que sucumbir aos exploradores da festa.
Sanada essa questão, assim que cheguei perto do
palco, encontrei-me com inúmeros amigos: músicos, produtores, fotógrafos,
jornalistas e radialistas, enfim, muita gente ligada à música e foi um prazer conversar
com tantos amigos ali reunidos. Tais festivais tem sempre essa característica,
devo observar e isso por si só, já faz valer a participação, mas claro, existe o
prazer de se subir ao palco e tocar, evidentemente. Em meio a tanta gente conhecida que cumprimentara, avistei a figura de Lincoln
Baraccat, cujo apelido que ostentava nessa época, "The Uncle", servira-lhe também para
denominar a banda: "Uncle & Friends".
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário