Quais
situações podem produzir essa delicada sensação de desamparo !? ... Para cada um
nós, imaginamos, seria algo, alguém...circunstância diferente.
A
depender de onde ‘moram’, também, nossas seguranças, daí virão diversos
formatos de reações, da mesma maneira que em vários momentos, em muitas,
múltiplas e incomuns situações.
Temos as
clássicas, iguais para todos, como, quando, logo após parto perdemos nosso
primeiro berço, primeira base de acalanto, de sentimento seguro, se dessa forma
foi nossa gestação... Dessa forma, seguiremos ao logo da vida no fluxo natural
da existência... E quantas similares situações, assim, marcarão nosso
crescimento ? Quantos e tantos outros cordões umbilicais nos cortarão
ou...cortaremos.
Das
circunstâncias mais simples, básicas e naturais às mais subjetivas nos rondarão
repetidas vezes, e, seguiremos, perdendo rodinhas e muletas...Aquilo sobre o
que nos amparávamos, tirado ou deletado, para que cresçamos, criando novos
patamares de autossuficiência, maturidade e autonomia, aquela mesma várias
vezes, outrora, descrita como liberdade, mas...contraditoriamente, como parte
de quem costumamos ser, regra do jogo, lamentamos quando perdemos, numa ambígua
transição entre a conquista e apreensão...
Por aí seguimos, entre ganhos e perdas, num
continuado trajeto de troféus e renúncias, onde nem sempre abdicamos
conscientes, muitas vezes surpreendidos com aquilo trazido a nós, forçando-nos
a abrir mão... ou, ainda, naqueles casos em que, soltamos algo sem muito saber
quanto estamos deixando para aonde chegar, sem muita ou nenhuma segurança
quanto ao que tenhamos feito... De quantos encantamentos e decepções, conosco e
com o outro, assinamos nossa passagem.
Fato é
que esse mecanismo nos move, quer aceitemos, acreditemos ou, até,
percebamos... E o processo segue seu curso!!!
Quanto
mais atentos, abertos desse transcorrer, mais tiramos de cada vitoriosa chegada
e mais honrosamente soltaremos, deixando ir, liberando espaço para permitir que
um novo e desafiador convite, aproximando-se, destrave, empurre e, até,
inspire, além amarras ou seguranças, confortos, muitas vezes, depois,
descobertos desconfortos, só quando somos instados à outra margem, lado oposto
da história a que acessamos nesse diferente e inusitado estar.
Que
saibamos perceber para mais, sabiamente, absorver, investir, contatando, com
ciência, esse fluir de eternos fechos, reconhecendo os colos que precisamos
perder, achando o passo para aprender a correr, enquanto não voe, na infinita conquista da posse de quem,
verdadeiramente, SOMOS !!!
Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para a harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, analisa a questão do abandono, por um viés bastante do que geralmente as pessoas pensam sobre o tema
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