quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Entrevista de Luiz Domingues no Programa "Vamos Tomar Uma?" - Jornalista Tony Monteiro

 

Amigos: foi um prazer participar do programa: "Vamos Tomar Uma?", do meu querido amigo, Tony Monteiro, um jornalista e crítico de Rock que eu muito admiro, desde os anos oitenta. 

Prepare a sua bebida favorita (eu como abstêmio convicto, optei por um sabor doce da infância), e acompanhe a conversa que foi muito boa!

Eis o Link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=Z5SP9iMEQFY

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 139 - Por Luiz Domingues

Chegamos enfim ao mês de dezembro de um ano muito difícil e quero crer, não apenas para a nossa banda, mas para o planeta inteiro, vide a catástrofe de uma pandemia de escala mundial, violenta e virulenta. 

Termos tido conquistas em um ano tão difícil, pode ser tranquilamente computado como uma grande vitória, portanto, em meio ao caos sanitário em que a ordem do dia foi lutar para nos mantermos vivos e compute-se como dado o fato de com exceção do guitarrista, Phill Rendeiro, todos os demais componentes já eram sexagenários (com o tecladista, Nelson Ferraresso, ainda na faixa cinquentenária). Portanto, encontros presenciais, ensaios e que tais estiveram proibidos até segunda ordem.

Mesmo assim, convites para shows virtuais ou semipresenciais com protocolo de segurança minimamente assegurado, surgiram, mas por uma questão de mudança de faixas de quarentena de uma forma constante da parte dos governos estadual e municipal, tais eventos foram todos cancelados. 

Sei que todos estavam ansiosos para retomarmos as atividades culturais em geral, mas particularmente eu nunca achei prudente forçar a barra nesse sentido e o ideal em minha opinião, sempre foi melhor aguardar com paciência a resolução definitiva da pandemia e retomar a produção cultural a posteriori.

Bem, conforme eu já salientei, tivemos uma grande conquista ao lançarmos um álbum com músicas inéditas em plena pandemia e esse feito foi extraordinário, não tenho nenhuma dúvida. "Sonhos & Rosquinhas Suíte" foi mais que um sonho, mas uma concretização para um ano tão improvável.

Ficamos prejudicados naturalmente por não termos feito shows para promovê-lo adequadamente, mas dentro do possível, tivemos uma repercussão razoável pelos meios virtuais. 

Em termos individuais, Kim Kehl, eu (Luiz) e Carlinhos Machado, tivemos ações em termos de entrevistas, participações em "lives", curadoria para elaborar playlists de webradios e assim, essa movimentação também colaborou para nos manter em boa evidência midiática.

Carlinhos Machado, Kim Kehl e Luiz Domingues no estúdio "Mad", localizado no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo em 10 de dezembro de 2020, a última e na verdade, uma das poucas atividades presenciais que nós tivemos nesse ano tão problemático. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Eis que mediante todos os cuidados sanitários possíveis, nós marcamos um ensaio, pois houve a perspectiva de um espetáculo virtual ao final do ano, mas o governo endureceu novamente as medidas de segurança e o evento foi cancelado. Paciência, ao menos tivemos o privilégio de nos vermos e tocarmos para extrair um pouco da ferrugem que o indefectível "Coronavírus" nos obrigou a acumular.

Surpresa boa no estertor do ano, a Webradio Stay Rock Brasil anunciou o lançamento virtual de uma gigantesca coletânea virtual, com quatro volumes e Os Kurandeiros foram inseridos nessa obra com a música: "Bom Rock", esta, recentemente lançada no álbum: "Sonhos & Rosquinhas Suíte", portanto, uma canção nova em folha. 

Chamada como: "Coletânea 2020", tal obra quádrupla premiou uma centena de bandas e artistas solo que bravamente passaram o ano de 2020 sob perplexidade e penúria, dado o fechamento da vida cultural, com shows e eventos ao vivo cancelados e a dificultar até a produção de ensaios e gravação de novos álbuns, demo-tape & afins.

E assim, eu creio que em face ao que a humanidade passou, o saldo do ano de 2020 foi ótimo para Os Kurandeiros. Com a perspectiva de uma novo disco com inéditas para 2021, a se mostrar garantida, inclusive mediante estúdio reservado para tal finalidade, a esperança foi renovada. 

Na virada do ano, a torcida mais fervorosa foi para que a solução científica nos tirasse do perigo maior do contágio e aos poucos, pudesse tornar possível a retomada da vida normal e em nosso caso, da plena atividade de uma banda de Rock que sempre foi estar a atuar ao vivo. 

Como dizia o saudoso baixista do The Who, John Entwistle: -"Banda que não toca ao vivo, não é uma banda". Claro que não foi por nossa culpa, mas ficamos muito tempo afastados dos palcos e em 2021, ansiamos por tal retomada!

Continua...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 138 - Por Luiz Domingues

Avançamos sobre novembro de 2020, com novidades boas. Em primeiro lugar, ocorreu que finalmente conseguimos nos reunir para promovermos um ensaio presencial após longos oito meses sem interação concreta entre os companheiros, tirante visitas esporádicas de um ou outro, incluso eu mesmo, Luiz, à residência e QG do Kurandeiro-Mor, Kim Kehl, que ocorrerem com a extrema parcimônia sanitária. 

Bem, foi ótimo nos reencontrarmos para ensaiarmos cinco músicas novas, já a visarmos a preparação posterior à demo-tape gravada e no momento pré-estúdio, a projetar a gravação do novo álbum, assim que possível, ante a situação sanitária dramática advinda da pandemia mundial.

Da esquerda para a direita, na linha de frente: Phill Rendeiro, Kim Kehl e Luiz Domingues. Atrás na bateria: Carlinhos Machado. Uma banda para tocar no "baile de máscaras"? Não, Os Kurandeiros a ensaiarem com protocolos sanitários em meio a pandemia mundial. 17 de novembro de 2020. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

E assim, a noite de 17 de novembro de 2020 preconizou esse reencontro histórico, com a banda quase completa, a faltar apenas o tecladista, Nelson Ferraresso, que por motivo de saúde observado em sua família, não pôde estar conosco para tal ação. E tivemos a sempre prazerosa presença da produtora da nossa banda, Lara Pap, que filmou e fotografou o trabalho.

Bem, nos reunimos em um bom estúdio de ensaio localizado no bairro da Vila Romana, na zona oeste de São Paulo (Mad Studio), com todo o protocolo médico assegurado e assim, não nos cumprimentamos com aperto de mãos e/ou abraços e apenas o Kim tirou a máscara para cantar. As nossas respectivas temperaturas corporais foram medidas pelo funcionário do estabelecimento e todos lavamos as nossas respectivas mãos várias vezes com álcool em gel. Ou seja, cumprimos tudo o que esteve ao nosso alcance, além do distanciamento dentro da sala, ao acatarmos a recomendação, ainda bem, a se tratar de uma sala bem ampla.

Trabalhamos bem as cinco músicas novas e com todos a cumprirem a "lição de casa", chegamos ali com o mapa harmônico e divisão rítmica bem decorados de todas as canções e assim o trabalho ficou bastante facilitado. Dessa forma, foi uma grata surpresa ouvirmos as canções a soarem de forma orgânica, com bastante vivacidade e dessa forma, a nos dar esperanças que ficariam muito boas na gravação oficial que faríamos, assim que fosse possível marcar as sessões de estúdio.

Curiosamente, na mesma hora em que ensaiávamos, uma ótima entrevista do Kim Kehl estava a ser executada através das ondas da Webradio MKK, pela via do programa: "Rock'n' Brasil" do super prestigiado jornalista, Tony Monteiro. Conversa muito boa, o Kim falou bastante sobre o lançamento do então mais recente álbum da banda: "Sonhos & Rosquinhas Suíte" e também sobre a perspectiva de mais um álbum em vista, já com cinco canções novas em fase de pré-produção.

Ouça o podcasting dessa entrevista, através do link abaixo:

https://www.mixcloud.com/upload/mkkwebradio/programa-rock-n-brasil-n117-17112020-tony-monteiro/complete/?fbclid=IwAR3iKhjeJQPf6zUheHT7CPwSZbfJfzdL5X1BwH08X2k0gPMUecnKf1Fl4bk

Alguns dias depois, uma outra coincidência ocorreu, pois eu também fui entrevistado pelo mesmo jornalista, Tony Monteiro, desta feita para um outro veículo, o seu programa de YouTube: "Vamos Tomar Uma?", direto do seu canal próprio dentro dessa plataforma. Desta feita, eu falei sobre a carreira em geral, mas claro, com direito a repercutir o momento d'Os Kurandeiros ao final de 2020.

Assista também a minha entrevista ao ótimo, Tony Monteiro, através do YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=Z5SP9iMEQFY

E tivemos mais uma boa nova ao final do mês de novembro: a música, "Oh Rita" fez parte da playlist da Webradio Crazy Rock, através do seu programa: "Só Brasuca". Foram sete execuções entre 28 de novembro e 4 de dezembro de 2020.

Continua...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 137 - Por Luiz Domingues

 

Avançamos por outubro e novembro com a pandemia motivada pela expansão da Covid-19, a não permitir que nos víssemos com a mesma regularidade com a qual nos acostumáramos nos anos anteriores, mediante a agenda boa e diante das circunstâncias de 2020, nem mesmo para promovermos encontros sociais entre nós, a não ser em termos de vistas esporádicas ao quartel general d'Os Kurandeiros, o famoso "Basement" de Kim Kehl e carinhosamente batizado como: "Mandioka Studio". 

No dia 14 de outubro, a artista plástica e artesã, Amanda Fuccia visitou o estúdio Mandioka's e apanhou com o Kim Kehl o Kit para entregar ao vencedor da promoção das almofadas d'Os Kurandeiros através da Webradio Stay Rock Brazil.

Nesses termos, o Kim anunciou-nos que havia fechado cinco músicas novas e então, nos mobilizamos para colaborar no sentido de gravarmos uma demo-tape em ritmo de pré-produção para mais um álbum com inéditas.

Kim Kehl e eu (Luiz Domingues), no dia em que fui gravar os baixos das músicas novas em mais uma demo-tape que gravamos, esta em outubro de 2020. Click (Selfie), acervo e cortesia: Kim Kehl

E lá fui eu gravar os baixos para as cinco canções novas e foi muito rápido, eficaz e prazeroso. Fiquei muito surpreendido pela qualidade da gravação, mesmo tendo sido feita tecnicamente em linha e no uso de um baixo disponível do estúdio, um "SL" a imitar um Fender Jazz Bass, portanto, para uma demo-tape com objetivo de pré-produção, acho que ficou excelente.

Nelson Ferraresso, no dia em que esteve no Mandioka's Studio para gravar os teclados da novas músicas para a segunda demo-tape que gravamos em outubro de 2020. Clicks, acervo e cortesia: Kim Kehl

A seguir, Nelson Ferraresso compareceu à sede d'Os Kurandeiros para gravar a sua parte e com o acréscimo dos teclados, a demo-tape ficou incrível, também encorpada pelas guitarras do Kim e assim, se mapeou bem o material com o qual nós trabalharíamos assim que o isolamento social se tornasse seguro, a visar mais um álbum com inéditas.

Ao final de outubro, o Kim Kehl recuperou o arquivo de um show que fizéramos em 2016, na casa de espetáculos, Santa Sede Rock Bar de São Paulo, quando nos apresentamos na festa do 8º aniversário da Webradio Stay Rock Brazil, em 30 de outubro de 2016. A qualidade de áudio e imagem deixa a desejar, mas é um registro válido.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=oFrtJ9nhVqw

No início de novembro de 2020, o Kim Kehl lançou um clip da música: "Só o Terror", canção oriunda do nosso então recém-lançado álbum: "Sonhos & Rosquinhas Suíte". 

A concepção dessa peça foi absolutamente minimalista em termos de produção, mas creio que foi uma proposta interessante, ao mostrar o Kim, sozinho a cantar e tocar a canção praticamente com tomada única e com uma irritante luz estroboscópica diretamente aplicada ao seu rosto, a gerar a sensação tenebrosa, proposta pela letra da canção. 

Ora, como essa música tem uma proximidade muito grande com o trabalho do Alice Cooper, eu creio que tal predisposição foi bastante interessante.

"Só o Terror" (Kim Kehl) - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Filmagem: Juja Kehl. Produção: Kim Kehl e Juja Kehl. Lançado em  4 de novembro de 2020

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=JmcGA6BksiE 

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 136 - Por Luiz Domingues

No dia 26 de setembro, a música: "Deixe Tudo" d'Os Kurandeiros, entrou em execução na grade do programa, "Só Brasuca" através da Webradio Crazy Rock. E assim permaneceu até o dia 2 de outubro de 2020.

Eis que a parceria com a artesã/artista plástica, Amanda Fuccia, prosperou e assim ela anunciou que preparara a linha de almofadas com capas de discos d'Os Kurandeiros. E para celebrar essa associação, Amanda costurou (com o perdão pelo trocadilho que juro, não foi proposital para gerar graça), uma campanha para lançar tais produtos no mercado e assim, com apoio da Webradio Stay Rock Brazil, tal promoção foi concebida para sortear algumas almofadas e no cômputo final, agregou-se também com discos, bottons e camisetas da nossa banda, a encorpar esse bojo de presentes oferecidos.

Entrou no ar a campanha no dia 29 de setembro, com o sorteio aos contemplados marcado para o dia 6 de outubro de 2020.

Em 30 de setembro, a nossa música, "P'ro Raul", foi executada no programa: "Guitarras & Rock'n' Roll", uma produção e locução do guitarrista, Milton Medusa, através da Webradio "A Música Venceu", emissora que operava direto da paradisíaca Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.

E novamente através do programa: "Só Brasuca", da Webradio Crazy Rock, tivemos mais uma música programada para a execução, desta feita com "P'ro Raul" em playlist montada pelos artistas, Milton Medusa e Zé Brasil. No ar entre 3 e 9 de outubro de 2020.

Ainda em outubro, foi anunciada a criação de mais um imã de geladeira e um pequeno flyer d'Os  Kurandeiros

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Ano Novo... - Por Telma Jábali Barretto

Transpondo mais uma vez esse festejado e esperado momento que, a cada ano, vem com seus convites e neste, especialmente, nem precisamos dizer porquê... 

Fato é que muitas são as marcas de um Ano Novo. Essa mais famosa e de forma comum mais numerosa é aguardada, alardeada e com muitos e bons votos sempre é aquela que numerologicamente viramos o calendário, mas...na roda zodiacal, por exemplo, só entramos no novo ciclo ao final da março quando Áries, primeiro deles, dá início a sua contagem e muitos outros marcos assim são definidos a depender da cultura e tradições das mais diversas desse nosso múltiplo e diversificado planeta que habitamos. 

Outra que julgamos muito significativa, de forma mais pessoal, é aquela onde iniciamos nossa trajetória por essa ‘encadernação’ que ora vestimos: nosso aniversário! A cada ano ali inauguramos um outro ciclo individual demarcado numerologica e também astrologicamente que vale valorizar...e...além e nem sempre de maneira igual respeitamos, mas todos temos uma infinidade de fechos e alvoreceres definindo etapas da existência que seguem incólumes em nosso processo e Curso da Vida, sempre convidativo e criativo num cenário proposto muito distante do que tenhamos planejado, desejado ou até mesmo vislumbrado e ...que delícia se soubermos valorizar e, mais que isso, saborear!!! 

Como crianças que abrem o presente de Natal entre a expectativa daquilo pedido e a surpresa do que tenhamos recebido. Belo e leve seria sempre o nosso viver e ... nossos festejos mais corriqueiros pelos mais simples ganhos que realçados seriam com outra importância talvez se soubéssemos reconhecer e valorizar cada fase concluída e nova proposta em curso, enxergando, se conscientes deles, quando acontecessem ou aconteçam... 

Muitos deles só após longo período assim percebemos ... e até é preciso que alguém aponte para nós?!...para assim nomearmos. Bom e enriquecedor ver tais ciclos como quem percebe olhando a própria jornada, vislumbrando o curriculum que a Vida em sua mágica linguagem nos fez cursar, bem aos seus moldes, levando-nos a paragens inusitadas mais ricas que as que teríamos investido...ainda que em meio a dificuldades e/ou até motivações mais ainda surreais. 

Que na virada do 20 para 21 o festejo tenha deixado a percepção mais aguçada, mais abrangente, numa ampliação de critério e satisfação conosco mesmo e, de alguma forma, essa maioridade tenha sido construída! Jaya!!!

Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga, consultora para a harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, ela nos fala sobre a expectativa do ano novo, mas a alertar-nos que segundo as orientações da astrologia, um novo ciclo ocorre mesmo a partir de março, com a regência de Áries. 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 413 - Por Luiz Domingues

Eis que ao final de dezembro de 2020, eu fui avisado que o último lançamento do projeto dos Bootlegs d'A Chave do Sol, estava finalmente pronto, a se constituir do CD "Dose Dupla/1986". Que bom, o sexteto de bootlegs anunciados se tornara disponível e pronto para chegar às mãos dos fãs do nosso trabalho.

Neste caso, esse disco trouxe a junção pura e simples das duas demo-tapes que nós gravamos no decorrer de 1986. Uma em abril e a outra, em outubro. No bojo do repertório, há a presença de quatro canções que foram gravadas para as duas versões e claro que observam-se sutis diferenças na concepção dos arranjos e interpretação entre as duas versões. Em alguns casos, inclusive, as diferenças vão além das sutilezas, visto que ao analisarmos a demo produzida em abril, nós promovemos mudanças significativas para as respectivas versões gravadas para a demo de outubro, no sentido de apararmos arestas na ocasião.

E sim, há também a diferença de padrão de áudio entre uma demo e outra, e por incrível que pareça, a segunda, que foi feita em um estúdio muito superior, com um técnico solícito e com tempo a vontade para trabalharmos, ficou aquém da primeira, concebida em um estúdio bem mais simples e com a extrema parcimônia financeira a se refletir em pouquíssimas horas para se trabalhar.

Como eu já concebi uma detalhada análise técnica e estética sobre as canções contidas nas duas demo-tapes ao longo do texto autobiográfico, a ser lido ou relido pelo leitor em capítulos anteriores sobre a minha história com A Chave do Sol, eu não repetirei aqui tais considerações. Vou acrescentar apenas alguns comentários pontuais, e claro, com o viés deste disco bootleg, sob os parâmetros de seu lançamento em 2020.  

Bem, cabe antes disso, comentar sobre a capa. Tal trabalho, seguiu o padrão criado pelo meu amigo, Kim Kehl, que foi o responsável pela concepção artística e lay-out da arte de capa, contracapa e label do disco. 

A foto usada para ilustrar a capa, foi fruto da primeira sessão de fotos que realizamos, assim que o vocalista, Beto Cruz, ingressou em nossa banda, em outubro de 1985. O padrão de título e logotipos, seguiu o dos álbuns bootlegs anteriormente lançados em 2020, incluso com a chamativa tarja a deixar claro se tratar de um "bootleg", substituída pela palavra: "pirata" como é mais popularmente conhecido um disco dessas características no imaginário do colecionador brasileiro.

Já na contracapa, há uma outra foto da mesma sessão que foi utilizada, para seguir o mesmo conceito. O título do álbum faz referência ao fato dele conter duas demo-tapes, no caso, as de 1986, que gravamos.

Como variante em relação aos discos anteriores, o Kim utilizou como cores básicas de fundo, matizes de verde e cinza escuro (grafite) e no texto, apresenta uma ficha técnica super sucinta, dada a falta de espaço mais significativo para se contar com um texto mais robusto, como eu gostaria, mas claro que eu aceitei o fato da limitação com resignação.

Sobre o label, trata-se do mesmo padrão, com a cor verde predominante, logotipos da banda, título e o logotipo da Crossover Records que deu o apoio artesanal à produção.

Sobre as canções, eis os meus comentários pontuais, a seguir.

1) Saudade - Versão Demo-Tape de abril de 1986

Esta versão não contém o rico desenho construído através de um duo de guitarras, arranjo criado para segunda versão, mas em compensação, tem muito mais ganho de áudio e brilho. O som do baixo impressiona pelo timbre.

2) Sun City - Versão Demo-Tape de abril de 1986

Nesta versão há um excesso de repetições do refrão, fator contraproducente que corrigimos para a versão da segunda demo e que prevaleceu para a gravação do disco oficial, "The Key", a posteriori, em 1987.

3) O Cometa

Gosto muito dessa canção e lastimo que não a tenhamos gravado oficialmente no álbum, "The Key". Há uma sutil diferenciação de andamento entre as partes, o que prejudicou um pouco o balanço do refrão. Do jeito que ficou, mais rápido indevidamente, deixou o refrão duro, sem atrativo.

4) Solange - Versão Demo-Tape de abril de 1986

Muito boa versão, inclusive a se ressaltar o solo bem melódico feito pelo Beto Cruz, bem desenhado e obviamente todo planejado, previamente.

5) O Que Será de Todas as Crianças? - Versão Demo-Tape de abril de 1986

Versão boa, embora o andamento acelerado em demasia tenha sido uma má escolha de nossa parte, sem dúvida.

6) Forças do Bem

Bem, essa música não deveria ter sido gravada, já falei sobre isso anteriormente, pela obviedade de ser uma peça anti-comercial ao extremo. Mas ela tem alguns atrativos, principalmente em algumas resoluções do seu riff secundário e na concepção do arranjo do solo e a sua inerente base.

7) Saudade - Versão Demo-Tape de outubro de 1986

Aqui, o brilhantismo do arranjo em torno do duo de guitarras logo na introdução da canção (e que se repete ao seu término), foi um nítido sinal de enriquecimento que acrescentamos. Lastimo, no entanto, que o áudio-master dessa gravação esteja inferior ao da demo-tape anterior e mesmo que curiosamente tenha sido gravado em um estúdio melhor e com tempo a vontade para tal efetuarmos a sua produção.

8) Sun City - Versão da Demo-Tape de outubro de 1986

Bem, esta versão eliminou o excesso de repetições do refrão, observado na versão anterior e demarcou como a gravaríamos oficialmente no LP The Key, em 1987.

9) Trago Você em Meu Coração - Versão da Demo-Tape de outubro de 1986

Boa canção Hard-Rock, com alto teor Pop. Talvez a sua melodia pudesse ter sido melhor burilada para se evitar certos excessos e dessa forma ficasse mais coadunada com a sua intenção radiofônica.

10) O Que Será de Todas as Crianças? - Versão da Demo-Tape de outubro de 1986

Esta versão é praticamente igual à da demo-tape anterior. Por que não gravamos oficialmente em um disco essa canção que causava tanta comoção em nossos shows, no período, 1986/1987? Boa pergunta que eu não sei mesmo justificar à luz do tempo passado.  

11) Desilusões - Versão da Demo-Tape de outubro de 1986

Trata-se de uma balada Hard-Rock, com ótimo potencial Pop. Ficou fora do disco The Key, mas esta versão da demo-tape chegou a ser executada em emissoras de rádio em 1987.

12) Solange - Versão da Demo-Tape de outubro de 1986

Praticamente igual à versão ouvida na demo-tape anterior, de abril.

CD Bootleg Dose Dupla/1986 d'A Chave do Sol. Faixas 1 a 6 gravadas no Nosso Estúdio em abril de 1986. Faixas 7 a 12 gravadas no Estúdio V em outubro de 1986 com operação de áudio de Clóvis Roberto da Silva. Preparação de áudio, mixagem, capa e lay-out em 2020: Kim Kehl. Apoio fonográfico: Crossover Records. Supervisão geral: Luiz Domingues.

Muito bem, ao final de 2020, a pandemia mundial intensificou-se com a crueldade de uma dita "segunda onda" em muitos países e no Brasil, creio que a primeira jamais foi controlada, portanto, a perspectiva para a concretização daquele show-reunião poder ocorrer logo no início de 2021, para compensar a postergação do que deveria ter ocorrido em julho de 2020, tornou-se bastante improvável.

No entanto, o gradual lançamento dos bootlegs, já a partir de outubro de 2020, suscitou uma série de manifestações da parte de antigos fãs da nossa banda, além de jornalistas e dessa forma, independente desse show realmente se concretizar, abriu caminho para a construção de mais acontecimentos e assim, eu já tenho mais histórias para narrar, certamente.

Continua...