segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 139 - Por Luiz Domingues

Chegamos enfim ao mês de dezembro de um ano muito difícil e quero crer, não apenas para a nossa banda, mas para o planeta inteiro, vide a catástrofe de uma pandemia de escala mundial, violenta e virulenta. 

Termos tido conquistas em um ano tão difícil, pode ser tranquilamente computado como uma grande vitória, portanto, em meio ao caos sanitário em que a ordem do dia foi lutar para nos mantermos vivos e compute-se como dado o fato de com exceção do guitarrista, Phill Rendeiro, todos os demais componentes já eram sexagenários (com o tecladista, Nelson Ferraresso, ainda na faixa cinquentenária). Portanto, encontros presenciais, ensaios e que tais estiveram proibidos até segunda ordem.

Mesmo assim, convites para shows virtuais ou semipresenciais com protocolo de segurança minimamente assegurado, surgiram, mas por uma questão de mudança de faixas de quarentena de uma forma constante da parte dos governos estadual e municipal, tais eventos foram todos cancelados. 

Sei que todos estavam ansiosos para retomarmos as atividades culturais em geral, mas particularmente eu nunca achei prudente forçar a barra nesse sentido e o ideal em minha opinião, sempre foi melhor aguardar com paciência a resolução definitiva da pandemia e retomar a produção cultural a posteriori.

Bem, conforme eu já salientei, tivemos uma grande conquista ao lançarmos um álbum com músicas inéditas em plena pandemia e esse feito foi extraordinário, não tenho nenhuma dúvida. "Sonhos & Rosquinhas Suíte" foi mais que um sonho, mas uma concretização para um ano tão improvável.

Ficamos prejudicados naturalmente por não termos feito shows para promovê-lo adequadamente, mas dentro do possível, tivemos uma repercussão razoável pelos meios virtuais. 

Em termos individuais, Kim Kehl, eu (Luiz) e Carlinhos Machado, tivemos ações em termos de entrevistas, participações em "lives", curadoria para elaborar playlists de webradios e assim, essa movimentação também colaborou para nos manter em boa evidência midiática.

Carlinhos Machado, Kim Kehl e Luiz Domingues no estúdio "Mad", localizado no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo em 10 de dezembro de 2020, a última e na verdade, uma das poucas atividades presenciais que nós tivemos nesse ano tão problemático. Acervo e cortesia: Kim Kehl. Click: Lara Pap

Eis que mediante todos os cuidados sanitários possíveis, nós marcamos um ensaio, pois houve a perspectiva de um espetáculo virtual ao final do ano, mas o governo endureceu novamente as medidas de segurança e o evento foi cancelado. Paciência, ao menos tivemos o privilégio de nos vermos e tocarmos para extrair um pouco da ferrugem que o indefectível "Coronavírus" nos obrigou a acumular.

Surpresa boa no estertor do ano, a Webradio Stay Rock Brasil anunciou o lançamento virtual de uma gigantesca coletânea virtual, com quatro volumes e Os Kurandeiros foram inseridos nessa obra com a música: "Bom Rock", esta, recentemente lançada no álbum: "Sonhos & Rosquinhas Suíte", portanto, uma canção nova em folha. 

Chamada como: "Coletânea 2020", tal obra quádrupla premiou uma centena de bandas e artistas solo que bravamente passaram o ano de 2020 sob perplexidade e penúria, dado o fechamento da vida cultural, com shows e eventos ao vivo cancelados e a dificultar até a produção de ensaios e gravação de novos álbuns, demo-tape & afins.

E assim, eu creio que em face ao que a humanidade passou, o saldo do ano de 2020 foi ótimo para Os Kurandeiros. Com a perspectiva de uma novo disco com inéditas para 2021, a se mostrar garantida, inclusive mediante estúdio reservado para tal finalidade, a esperança foi renovada. 

Na virada do ano, a torcida mais fervorosa foi para que a solução científica nos tirasse do perigo maior do contágio e aos poucos, pudesse tornar possível a retomada da vida normal e em nosso caso, da plena atividade de uma banda de Rock que sempre foi estar a atuar ao vivo. 

Como dizia o saudoso baixista do The Who, John Entwistle: -"Banda que não toca ao vivo, não é uma banda". Claro que não foi por nossa culpa, mas ficamos muito tempo afastados dos palcos e em 2021, ansiamos por tal retomada!

Continua...

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