quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Edy Star & Os Kurandeiros - Show Tropicália 50 Anos) - Capítulo 86 - Por Luiz Domingues

 

Conforme eu contei anteriormente, quando fiz parte da banda de apoio do cantor, Edy Star, por ocasião de seu show na "Festa Odara", versão de 14 de novembro de 2014, fora um prazer tocar e muitas observações positivas foram objeto de minha avaliação, nesse trabalho. 

Em 2015, eu recebi o telefonema da cantora, Renata "Tata" Martinelli e desta feita, ela é que estava a organizar os preparativos para uma série de shows que Edy Star realizaria em um circuito de teatros da prefeitura de São Paulo, a estabelecer uma espécie de mini turnê, mas eu estava em plena fase de convalescença de minhas duas primeiras cirurgias (fiz mais uma a posteriori), e não pude aceitar o convite, ao perder a oportunidade. 

E no meio do caminho ainda ocorrera a "Virada Cultural" de São Paulo, onde eu também perdera a chance de realizar um show perante uma grande multidão, com direito a um cachê robusto, inclusive...

Entretanto, ao final de 2016, o Kim Kehl mais uma vez abordou-me (e ao Carlinhos Machado, também), e convidou-me novamente a fazer parte da banda de apoio de Edy Star, e desta feita seria em moldes diferentes da apresentação da qual eu participara em 2014. 

Primeiro, que não seria anunciada a nossa participação como "Easy Rider Band", mas apresentar-nos-íamos com a nossa identidade habitual, ou seja, "Os Kurandeiros". Segundo aspecto, a festa desta vez seria temática e o mote escolhido fora a efeméride dos "cinquenta anos do movimento tropicalista na MPB", a demarcar o espaço de tempo entre 1967 e 2017. 

Dessa forma, o repertório sugerido pelo Edy, versava muito em canções de Caetano Veloso e Gilberto Gil, como base do espetáculo, mas haveria as canções tradicionais que compõe o repertório base do Edy, em suas apresentações regulares, ou seja, bastante Rocks da Era pré-Jovem Guarda e algumas canções mais modernas, além é claro de muito material clássico do Raul Seixas, pela ligação artística e histórica que ambos tiveram nos anos setenta etc. e tal.

O palco montado para o soundcheck no Cine Joia. À esquerda, eu, Luiz Domingues a fazer os meus últimos ajustes no baixo e amplificador. 13 de janeiro de 2017. Click, acervo e cortesia: Carlinhos Machado

E um terceiro ponto, talvez temerário em tese, que revelava-se na extrema simplicidade da formação, por resumir-se ao Power-Trio dos Kurandeiros e a inclusão de apenas um músico a mais para reforçar o time, na figura do percussionista, Michel Machado. 

Tocar em formato "Power-Trio" é algo que eu fiz muito na vida, em boa parte da carreira d'A Chave do Sol e voltei a praticar nessa fase com Os Kurandeiros, desde 2011, e claro que não preocupava-me em nada, no entanto, para acompanhar um outro artista e com o repertório proposto, a presença de um segundo guitarrista a apoiar na harmonia e melhor ainda, se fosse um tecladista, seria ótimo pelas circunstâncias, mas isso não foi possível e assim, tivemos que preparar muitas músicas sob um curto espaço de tempo e com essa formação bem básica. 

Pior que isso, algumas canções escolhidas para a apresentação, ostentavam características experimentais acentuadas, caso de canções como: "Alegria, Alegria" e "Tropicália", a conter todos aqueles detalhes com orquestrações e elementos psicodélicos "nonsense", portanto, tocá-las assim, em formato Power-Trio, e só com o acréscimo de um percussionista, seria temerário sob uma primeira avaliação.

O set de guitarra de Kim Kehl, pronto para a ação, no Cine Joia. Click, acervo e cortesia: Kim Kehl 

Certo, preparamos tudo e fomos para o primeiro ensaio, embora dias antes disso, o Edy Star fora convidado pelo Kim Kehl e fez uma breve aparição em um show dos Kurandeiros, onde ele cantou algumas canções que tocaríamos na Festa Odara. 

Nessa participação, nós estávamos prontos para tocar tais músicas baseadas nos arranjos e tonalidades dos seus respectivos álbuns, onde estão registradas, mas o Edy surpreendeu-nos com pedidos de mudanças súbitas no andamento e tonalidades. Bem, maneirismo típico de cantor, quem está acostumado a tocar em banda base de cantores, sabe o quanto isso é normal, apesar de ser obviamente um transtorno e tanto para qualquer instrumentista, tal como um piloto a estabelecer modificações na rota, com o avião em pleno voo...

Já no ensaio, a mostrar-se contrariado com certas tonalidades e andamentos, ele fez várias pedidos para que estabelecêssemos outras modificações e ali, tratara-se da véspera do show, portanto, lá fui eu fazer transporte de harmonia para várias canções e na dúvida, fiquei com duas versões de cada música preparadas, exatamente por prever que na hora do show, não seria nada surpreendente que ele desistisse da modificação e pedisse para tocarmos no tom original do disco. 

Mais habituado a lidar com tal tipo de situação, o Kim aproveitou e contou-me que quando acompanhou uma dessas duplas sertanejas mainstream, era comum os sujeitos pedirem modificações harmônicas aos músicos, com o show em andamento, ao provocar desconforto generalizado para a banda inteira, naturalmente. Tudo bem, saímos todos ilesos do ensaio, e assim, seria contar com o velho espírito Kurandeiro do improviso, em eventuais momentos de pane, e modéstia a parte, a nossa banda de tanto tocar na base do improviso, ficara bastante calejada nesse sentido.

Nesse click da fotógrafa, Carol Mendonça, a partir do mezanino do Cine Joia (nós e Edy, bem lá no fundo), dá para ter-se a dimensão do ambiente triangular da sala, com o palco a perfazer o seu ângulo. 13 de janeiro de 2017

O local do show seria outro, também, desta vez em relação ao show em que eu participara em 2014. Ainda mais interessante ao meu ver, o Cine Joia, uma ex-sala de cinema, ainda mantinha a sua arquitetura cinquentista, muito glamorosa. Cinéfilo que sou desde a tenra infância, não contive o meu ímpeto, assim que cheguei ao estabelecimento e fiz uma turnê solitária pelas suas dependências. 

Cinema histórico na cidade de São Paulo, para quem não conhece sua trajetória, digo resumidamente que tal sala fora construída com o intuito de exibir filmes japoneses e sem legenda, exatamente para atender a colônia nipônica radicada na cidade e registre-se, São Paulo é a maior cidade "japonesa fora do Japão", no mundo, dada a imigração que foi massiva por aqui e que naturalmente gerou milhões de descendentes. Por anos a fio, o Cine Joia cumpriu a sua função com muita dignidade, sendo um polo cultural para a colônia, ao apoiar principalmente os imigrantes mais idosos, que tinham imensa dificuldade para aprender o nosso idioma e assim, ir ao Cine Joia e assistir um bom filme japonês e poder ouvir a sua língua, evitava que entrassem na depressão inevitável pela não adaptação ao Brasil. 

E claro, o Cine Joia fica encravado no centro do bairro da Liberdade, onde a tradição dos orientais construiu-se na cidade e por décadas foi considerado o bairro japonês da cidade. Ainda há nos dias atuais a presença de um comércio fortíssimo dos japoneses ali, mas nos dias atuais, os chineses e coreanos também estão ali a trabalhar nos serviços, em profusão. 

Bem, apesar disso tudo, por ser uma ex-sala de cinema e não ter sido muito drasticamente modificada para vir a ser uma casa de shows na atualidade, o palco em formato de uma concha, pareceu-me mal aproveitado, com uma profundidade que não servia para nada e a parte útil de fato, prejudicada pela dimensão exígua. Bem, a vantagem foi que tocamos em quarteto, com um mapa bem simples. Bateria e percussão na linha de trás e guitarra e baixo na segunda linha, para deixar a frente para o Edy, a estrela da noite, naturalmente.

No acesso ao camarim, a banda reunida com Edy Star, momentos antes do show. Da esquerda para a direita: Luiz Domingues, Kim Kehl, Edy Star, Michel Machado e Carlinhos Machado. Cine Joia, 13 de janeiro de 2017. Foto: Carol Mendonça

Gostei do caminho interno para os camarins, com certo sentido labiríntico e a existência de muitos cartazes antigos de filmes japoneses que certamente ali foram exibidos. Isso foi incrível mesmo, gostei muito de ver essa memorabilia ali exposta, ainda que não exatamente bem cuidada, uma pena. Nos momentos antes do show, Edy divertiu-nos no camarim, ao contar-nos histórias sobre suas andanças por Portugal, no início dos anos setenta, quando atuara como ator, em montagens teatrais.

Os Kurandeiros (Carlinhos Machado, Kim Kehl & Luiz Domingues), no camarim do Cine Joia, em 13 de janeiro de 2017, desta feita a serviço de Edy Star. Foto: Lara Pap

Sobre a organização, tudo foi muito bem azeitado, essa rapaziada organizava essa festa há anos, portanto tudo correu muito bem, não tive nada a reclamar e pelo contrário, só tenho elogios. Incluso na contratação de um equipamento de som e iluminação com qualidade, ou seja, foi um alívio para todos.
Outra foto do momento do soundcheck, no período da tarde. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, com Carlinhos Machado ao fundo na bateria, Edy Star, Michel Machado na percussão, atrás e Luiz Domingues. Foto: Lara Pap. 

Edy Star é um artista performático e por conter a formação como ator, não contentava-se em cantar e fazer mise-en-scène tradicional, mas sempre buscava um algo a mais. Durante o soundcheck, ao olhar o palco com uma considerável altura em relação ao patamar básico do público (havia também um mezanino muito bonito), ele inventou de iniciar o show a vir a cantar por trás do público e subir ao palco por uma escada de acesso frontal. Até aí, tudo bem, boa a ideia pelo aspecto impactante que daria na hora do espetáculo, todavia a escada era íngreme, sem apoio de segurança e pior, sob a plena escuridão estabelecida sobre o público e iluminação ofuscante na contraluz, portanto, o risco dele desequilibrar-se e cair seria enorme e colocava-se aí nessa receita a sua idade cronológica, com quase oitenta anos de idade naquela ocasião, portanto isso gerou uma preocupação generalizada. 

Luiz Domingues na primeira foto, Kim Kehl na segunda e Michel Machado & Luiz Domingues na terceira. Edy Star + Os Kurandeiros na "Festa Odara", no Cine Joia de São Paulo. 13 de janeiro de 2017. Clicks de Carol Mendonça

Mas ele insistiu e de fato, na hora do show a banda entrou a tocar a música: "Os Mais Doces Bárbaros", que aliás é uma canção que eu adoro do repertório desse trabalho do super grupo formado por Gil, Gal, Bethânia e Caetano, quando atuaram como uma banda nos anos setenta. Foi inevitável buscar a minha lembrança sobre por quantas vezes eu fui ao Cine Belas Artes assistir o documentário dessa turnê dos "Doces Bárbaros", e adorava ver a abertura do show com essa mesma canção e com o Arnaldo Brandão a destruir tudo no seu baixo Fender... claro que toquei com muito prazer ao pensar nessa minha reminiscência setentista e óbvio que tocaria a canção na mesma intenção do Arnaldo, com aquele swing todo orientado pelo R'n'B/Soul Music. 

E o Edy fez o que prometeu... veio a cantar da plateia, com um canhão de luz ao estilo, "super trouper", a acompanhá-lo e todo "Glam", subiu apoiado por seguranças e não perdeu o pique...

Edy Star, todo "Glam" ao microfone, com Luiz Domingues no primeiro plano e atrás, encobertos, o percussionista, Michel Machado e o baterista, Carlinhos Machado. 13 de janeiro de 2017, no Cine Joia de São Paulo. Click de Carol Mendonça

Fora disso, o repertório recheado por músicas da tropicália e MPB, acertou na mosca, eu diria, pois o público saiu a cantar e dançar o tempo todo. O percussionista, Michel Machado, era (é) um excelente músico e tratou de fornecer o "champignon" ao show, como dizia o saudoso, Wilson Simonal. 

Uma panorâmica do palco. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Edy Star e Luiz Domingues na linha de frente. Atrás, Carlinhos Machado e Michel Machado. Festa Odara no Cine Joia de São Paulo. 13 de janeiro de 2017. Click de Carol Mendonça

Um dado engraçado sobre esse show, ocorreu que em um determinado momento, eu olhei para baixo e vi algumas pessoas a chamar-me a minha atenção, mediante gesticulação. Quando fitei-as, vi que uma menina mostrou-me uma tela de um "tablet" com os seguintes dizeres grafados: "Fora Temer"... e além do mais, ela e a sua turminha faziam sinais para eu ir ao microfone e insuflar a massa com tal "mantra". 

Ora, eu não poderia tomar tal iniciativa de forma alguma, visto eu ser ali um acompanhante. O dono do show era o Edy, e eu jamais poderia afrontá-lo ao tomar uma atitude impertinente dessas. Segundo ponto, mesmo não sendo nada simpático ao governo desse senhor citado e ao seu partido, eu não faria isso nem que fosse um show regular dos Kurandeiros, minha banda, e onde teria liberdade para tomar uma atitude dessas se fosse o caso, pois mesmo assim, isso só seria cabível se a banda toda estivesse de acordo com a tomada de posição política e além de amplamente debatido no nosso ambiente interno, houvesse 100 % de concordância com tal tomada de posição em público, ao expor a banda dessa forma. 

Ao pensar nisso tudo sob uma fração de segundos e sem deixar de tocar, simultaneamente, eis que eu sinalizei para a garota que não poderia fazer isso, mas não fui hostilizado por ela e seus amigos. Pelo contrário, ela sinalizou-me com o dedão, ao fazer o clássico sinal de "positivo", a denotar entender a minha posição ali em cima do palco. 

Mas não adiantou nada eu não ter evitado essa manifestação, pois na primeira pausa possível entre uma canção e outra, alguém do público emitiu a palavra de ordem e a massa aderiu com contundência. Mas nós ignoramos a manifestação e encobrimos o coro com tal teor político, ao começar imediatamente o próximo número e ninguém ali sentiu-se ofendido. Passaram a cantar e dançar, com o "comício" político a encerrar-se de forma natural...

Bela perspectiva com o público de frente e toda a banda a ser agraciada com o púrpura profundo proposto pelo iluminador so espetáculo... Festa Odara, no Cine Joia de São Paulo. 13 de janeiro de 2017. Click de Carol Mendonça

Finalizamos o show com o público bastante satisfeito, a aplaudir bastante o Edy e por conseguinte a banda. Acho que demos o recado e cumprimos a missão com bastante sucesso. No camarim, no momento do pós-show, o cansaço foi grande. A madrugada quente de verão estava avançada e pela vidraça ali disponível, víamos a Avenida 23 de Maio, semi deserta, uma cena rara por tratar-se dessa via de São Paulo, tradicionalmente sempre cheia, mesmo durante a madrugada. 

Na saída, recebemos muitos cumprimentos. Essa sinalização do público de que havia gostado, foi muito positiva e surpreendeu de certa forma quando alguns mais antenados, fizeram considerações mais embasadas da nossa performance e a demonstrar ter cultura Rocker, pelas colocações feitas. Prazeroso, portanto, por essa não esperávamos e claro que foi um incentivo a mais.

Edy Star sob as bênçãos de Caetano Veloso nas imagens projetadas ao fundo do palco. Carlinhos Machado ao fundo, na bateria e Luiz Domingues no primeiro plano. Festa Odara no Cine Joia de São Paulo. 13 de janeiro de 2017. Click de Carol Mendonça

Missão cumprida, foi o meu segundo show com Edy Star e mais uma vez foi prazeroso por muitos aspectos já citados ao longo deste capítulo. Aconteceu em 13 de janeiro de 2017, no Cine Joia, localizado no bairro da Liberdade, zona centro-sul de São Paulo, com cerca de quinhentas pessoas presentes. 

E assim foi este trabalho avulso (embora híbrido, posso afirmar, visto que a estrela fora o Edy, mas Os Kurandeiros levaram crédito, igualmente). 

Capítulo sempre aberto para novas investidas, Já tenho uma nova história, procure pelo capítulo 87, por favor, amigo leitor!

Um resumo da "Festa Odara" em 13 de janeiro de 2017, no Cine Joia do bairro da Liberdade, em São Paulo. Edy Star com Os Kurandeiros

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=UR__OGJ8rBo
 

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 58 - Por Luiz Domingues

Felizes sim, com os bons frutos que o novo EP da banda, denominado, "Seja Feliz" estava a nos proporcionar, entramos no ano de 2017, para retomar a escalada de apresentações e logo no seu início, tivemos agendado uma nova apresentação na casa de espetáculos, Santa Sede Rock Bar. Reduto Rocker e hippie da zona norte de São Paulo, onde éramos sempre recebidos com simpatia pelos seus mandatários, Cleber Lessa e Fernando Camacho, desta feita teríamos uma surpresa agradável a mais.
Os Kurandeiros a recepcionar o grande Edy Star. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado e Luiz Domingues. Na frente, a trajar figurino escuro, Edy Star. Santa Sede Rock Bar, 6 de janeiro de 2017. Foto: Lara Pap

Como Os Kurandeiros seriam a banda base do cantor Edy Star, dias após no evento conhecido como "Festa Odara", o convidamos para participar do nosso show e assim, aproveitaríamos para passar algumas canções que tocaríamos com ele em tal espetáculo. E o fato dele ser uma figura cultuada por Rockers e apreciadores da MPB hippie setentista em geral e também especificamente pelos fãs de Raul Seixas, pela sua ligação umbilical com o saudoso "maluco beleza", claro que o público do Santa Sede teve tudo a ver com ele e vice-versa.

Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado na bateria e Luiz Domingues ao fundo, semi encoberto, vê-se também a figura de Cleber Lessa, coproprietário da casa, mais ao fundo, a nos observar. Na frente, com blusa vermelha, o cantor, Edy Star. 6 de janeiro de 2017. Foto: Cesar Gavin

E não deu outra, além da nossa apresentação habitual que sempre foi prazerosa naquela casa, ter Edy Star como participante especial, só poderia abrilhantar a noite, e foi o que ocorreu, com muita gente ali presente a empolgar-se com a presença de um digno representante da Grande Ordem Kavernista, aliás, o único ainda entre nós, pois os demais já deixaram-nos, infelizmente. 

Noite de 6 de janeiro de 2017, com seguramente mais de cinquenta pessoas empolgadas no ambiente da casa, sob o forte calor de verão.

Edy Star na frente da banda, entretido em sua performance. Atrás, da esquerda para a direita: Kim Kehl, Carlinhos Machado e Luiz Domingues. Santa Sede Rock Bar. 6 de janeiro de 2017. Foto: Cleber Lessa
Os Kurandeiros em ação no Santa Sede Rock Bar, em 6 de janeiro de 2017. Foto: Pat Freire
Confraternização final pós show com o amigo, Cesar Gavin. Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Luiz Domingues, Cesar Gavin, tremendo baixista e Blogueiro/agitador cultural da pesada e Carlinhos Machado. Os Kurandeiros no Santa Sede Rock Bar de São Paulo; 6 de janeiro de 2017. Acervo e cortesia de Cesar Gavin. Click: Cleber Lessa

Um vídeo dessa apresentação, disponibilizado na página "Rockbrasileiro.Net, dirigida pelo amigo e super agitador cultural, Cesar Gavin. Contém três músicas: "Mesmo que Seja Eu" (Erasmo Carlos), "Quero que Tudo Vá pro Inferno" (Roberto Carlos) e "País Tropical" (Jorge Ben). Os Kurandeiros + Edy Star no Santa Sede Rock Bar de São Paulo, em 6 de janeiro de 2017. Filmagem: Cesar Gavin

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=pqGJ8LoFyfU 

Voltamos ao Fofinho Rock Bar, na zona leste de São Paulo, ao final de janeiro, para mais uma apresentação dentro do projeto "Sunday Rock".  Desta feita o artista convidado para compartilhar o espetáculo conosco, não seria uma banda para tocar um set pesado, mas sim um artista solo para fazer uma apresentação acústica ao estilo "Folk Singer", na base do violão & voz, a se tratar de um velho amigo d'Os Kurandeiros, Cris Stuani. Ele atuou conosco inúmeras vezes em diversas circunstâncias como guitarrista e cantor, tanto na agenda d'Os Kurandeiros, quanto na extinta "Magnólia Blues Band" e agora, estava também regularmente a tocar pela noite como cantor e violonista, ao fazer um repertório baseado em Classic Rock e Blues, e nós conhecíamos o seu potencial, portanto, seria agradável ter a sua presença. 

Além disso, o público mais simpático às sonoridades vintage, certamente que apreciaria a sua performance. Mas o seu carro quebrou a caminho do estabelecimento e a sua apresentação ficou adiada para a próxima edição, uma pena.

Tudo bem, para os Kurandeiros, fazer mais uma entrada inteira sozinhos, não foi problema algum, banda calejada em tocar sets longos pela noite que éramos, há anos. E assim o fizemos, sem nenhum problema a não ser a questão da guerra de PA's dentro do estabelecimento e não houve cooperação da casa para atenuar essa questão insalubre, infelizmente. Tocamos, mas reivindicamos melhorias nesse aspecto para o bem da continuidade desse projeto, certamente.  

E na contramão de nossas queixas, a casa sinalizava que apesar de concordar com as nossas reivindicações, enxergava o nosso mérito na empreitada e agora queria estreitar a periodicidade do evento. De mensal, proposta inicial, queria passar para semanal, o que julgávamos excessivo, principalmente se as condições de trabalho não melhorassem, mas ao mesmo tempo, seria interessante verificar que apesar dos pesares, estavam a gostar dos resultados, portanto, aceitamos prosseguir, mas na expectativa de que cumpririam com as contrapartidas por nós sugeridas e convenhamos, além de pedidos justos de nossa parte, só aumentariam a qualidade do projeto, ao atrair mais público, certamente. E assim, a próxima parada para nós foi novamente na mesma casa, a dar prosseguimento ao projeto, e desta feita com a presença de Cris Stuani, sem impedimentos de transporte.

Continua...

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 57 - Por Luiz Domingues

Após a excelente participação na festa de aniversário da webradio, Stay Rock Brazil, voltamos no mesmo palco, o do Santa Sede Rock Bar, mas desta feita para um show regular d'Os Kurandeiros.
Tratamos tal ocasião como um show de lançamento do EP Seja Feliz, recém lançado naquela ocasião

Os Kurandeiros em ação no Santa Sede Rock Bar, em 5 de novembro de 2016. Fotos de Jani Santana Morales

Fizemos um show animado e devo registrar que foi a primeira vez que usei um baixo Rickenbacker em uma apresentação d'Os Kurandeiros e a justificativa é bem lógica, pois a rigor sempre achei que os modelos tradicionais da Fender, Precision e Jazz Bass, são mais adequados às necessidades d'Os Kurandeiros, pela obviedade de ter seu estilo fortemente calcado no Blues-Rock tradicional. 

No entanto, eu fiquei surpreendido como o tradicional som agressivo inspirado no médio-agudo que esse instrumento proporciona naturalmente, e este caiu muito bem na sonoridade da banda, portanto a abrir caminho para ser usado em outras apresentações no futuro.

Kim Kehl & Carlinhos Machado em destaque! Os Kurandeiros em ação no Santa Sede Rock Bar, em 5 de novembro de 2016. Fotos de Jani Santana Morales

Convidados pela direção da casa a fazer mais uma data próxima, eis que no mês seguinte voltamos ao Santa Sede Rock Bar.

Digno de nota, o nosso amigo, Walter Possibom, que é um grande guitarrista e agitador cultural super entusiasmado e ativo, visitou-nos nesse show e nessa ocasião, ele estava a colher os frutos do recém lançamento de seu romance: "Um Brilho nas Sombras", uma ficção muito bem escrita e a se tratar de uma "Rock Story", de fato, com personagens construídos em torno da ambientação Rocker setentista e recheado de referências muito bem colocadas, sobre tal universo. 

Não foi no entanto, o seu primeiro livro publicado, pois ao ser um médico legista proeminente e muito respeitado no seu meio, Possibom já havia lançado muitos livros acadêmicos sobre a sua especialidade médica, mas agora comemorava enfim o seu debut como escritor ficcional, que além da música é outra de suas paixões pessoais. 

Tive o prazer de comparecer à sua tarde de autógrafos e após leitura prazerosa de sua obra, escrevi uma resenha no meu Blog 1. Eis abaixo o link para ler minha impressão sobre o livro:

http://luiz-domingues.blogspot.com.br/search?q=Um+Brilho+nas+Sombras 

Da esquerda para a direita: Carlinhos Machado, Kim Kehl & Luiz Domingues. Os Kurandeiros posando no pós show, no Santa Sede Rock Bar, dia 9 de dezembro de 2016. Foto: Pat Freire

Nesse encontro no Santa Sede Rock Bar, nós conversamos bastante sobre o seu romance e onde ele deu-me muitas dicas valiosas sobre o mercado editorial e prontificou-se a auxiliar-me em relação aos preparativos do meu livro, na versão impressa, e que vem a ser a minha longa Autobiografia na Música, cujo este adendo aqui fica fora nessa primeira edição, mas que entrará certamente no texto do livro adicional que virá e o futuro dirá quando o lançarei. 

O importante é que estou vivo e bem, como dizia o grande Johnny Winter, e pelo fato de estar a escrever novos capítulos com atualizações, já comemoro e isso pode estender-se aos Kurandeiros, que estão na ativa, sempre a trabalhar, sem perder tempo com reclamações de rede social, tampouco a fazer pose de "Rock Star", ao evitar colocar o pé na estrada ou como a "Maria Maluca", o pé na jaca...

"7 Anos" ao vivo no Santa Sede Rock Bar, em 5 de novembro de 2016

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=Rg1lcXNsrrc
"Sou Duro" ao vivo no Santa Sede Rock Bar, em 5 de novembro de 2016.

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=sk0SOZgZFPo

Trecho final de "O Filho do Vodu", ao vivo no Santa Sede Rock Bar, em 5 de novembro de 2016

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=Hr4ijDTYc0M 

Após o encerramento das atividades da Magnólia Blues Band em abril de 2016, e cuja banda base foram os próprios Kurandeiros, ficamos bastante tempo sem apresentações na casa de espetáculos, "Magnólia Villa Bar". 

E basta olhar os capítulos iniciais da minha história com Os Kurandeiros e mesmo independente da história da Magnólia Blues Band, cuja história tem sua identidade própria, para o leitor recordar-se que Os Kurandeiros tinham uma tradição nesse estabelecimento. 

Portanto, foi com alegria que o revisitamos na noite de 16 de dezembro de 2016, sob certas precauções acústicas, visto que a casa ainda sofria com fiscais e um vizinho beligerante que não lhe dava trégua.

Os Kurandeiros de volta ao Magnólia Villa Bar, em 16 de dezembro de 2016. Fotos de Jani Santana Morales

E assim, fizemos uma apresentação animada, contentes em rever os amigos da casa e ao ter o prazer da participação do tecladista, Alexandre Rioli, o proprietário da casa, em algumas canções, a reviver também o quarteto da Magnólia Blues Band.
Os Kurandeiros em ação no Magnólia Villa Bar em 16 de dezembro de 2016. Clicks de Jani Santana Morales

Já no dia seguinte, tivemos um curioso show realizado dentro de uma feira artesanal ao ar livre, localizada em uma aprazível praça pública no bairro do Brooklin, na zona sul de São Paulo. 

Fora um convite do guitarrista Geraldo Guimarães, o popular Gegê, integrante da boa banda, "Pompeia 72", especializada em releituras de clássicos do Rock setentista. Deveria ter sido um show compartilhado entre as duas bandas, mas um problema súbito de saúde com um dos componentes do "Pompeia 72" resultou no cancelamento da participação da banda e dessa forma, Gegê foi convidado pelo Kim a participar conosco e foi um prazer ter sua guitarra entre nós, certamente. 

Foi uma apresentação que começou dispersa, o que foi normal dentro de uma feira ao ar livre e com as pessoas a tender a não prestar atenção e encarar a nossa participação como mero lounge, mas aos poucos ocorreu o contrário, ao conquistarmos a audiência e chegou-se em um ponto onde ficou até bem animado, com muitas pessoas a dançarem e aplaudirem. 

Claro, ao se tratar de show ao ar livre, alguns mendigos apareceram, mas nada significativo, muito menos ameaçador e o que predominou ali foi um ambiente bem familiar, com uma tarde ensolarada, com a presença de muitas famílias com crianças, idosos e até bebês.

Uma foto clicada momentos antes da apresentação iniciar-se, com o técnico de som à direita, a usar camiseta azul e Kim Kehl a esquerda, a caminhar entre o backline da banda. Evento "Brooklin Trend", no bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo, em 17 de dezembro de 2016. Foto: Lara Pap
Um curto vídeo a mostrar Os Kurandeiros a tocar um trecho da música, "Black Sabbath", da banda homônima, com a participação do guitarrista Geraldo "Gegê Guimarães como convidado especial da banda. Brooklin Trend, 17 de dezembro de 2016. 

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=eCfuAwx9t3I

Outro trecho da participação dos Kurandeiros no evento ao ar livre, "Brooklin Trend", em 17 de dezembro de 2016.

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=m5_ak-_CFkE

Então foi isso, uma boa apresentação ao ar livre no evento "Brooklin Trend", na Praça General Gentil Galvão, no bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo, na tarde ensolarada de 17 de dezembro de 2016, com cerca de cem pessoas a assistirem em momento de pico de atenção, mas certamente com mais gente a passear pela feira ao longo da tarde/noite. 

No dia seguinte, tivemos o compromisso no Fofinho Rock Bar, para levarmos adiante a ideia do evento permanente, "Sunday Rock". Desta feita, a banda convidada foi o "Mr. Huddy", com o seu som pesado, calcado no Hard-Rock oitentista, mas certamente tendo elementos setentistas agradáveis, ainda que sutis, nas suas canções autorais. 

Foi bem interessante o show dos rapazes e claro, a sofrer com as dificuldades inerentes ali instauradas, com uma espécie de "fogo amigo" em ação, por conta dos dois PA's dentro da casa, ensurdecedores e ininterruptos a concorrer com nossa apresentação e da banda convidada.

Dois flagrantes d'Os Kurandeiros no Fofinho Rock Bar, em 18 de dezembro de 2016. A banda em ação e abaixo, Carlinhos Machado na companhia de um grande amigo d'Os Kurandeiros, o professor Cesar Benatti, que veio a ser o diagramador e responsável pelo Lay out do meu livro impresso, "Quatro Décadas de Rock", pelo menos essa foi a sua intenção inicial naquele tempo. Fotos: Lara Pap

Sofremos os mesmos problemas gerenciais e já relatados, em relação à primeira edição do projeto, e claro que reivindicamos melhorias. 

A casa prontificou-se a estudar melhorias, mas já a nos alertar que abrir mão do som mecânico ininterrupto ao promover pausas estratégicas intercaladas com nossas apresentações, seria muito difícil de ser posta em prática, visto que o seu público habitue estava acostumado com tal dinâmica há anos etc. 

Difícil pensar em prosseguir, com uma concorrência dupla dentro da própria casa, mas mesmo assim, resolvemos dar um voto de confiança ao pensar que ao menos atenuariam o volume dos dois PA's concorrentes, o que seria um alento, caso concretizado. E o fato de que mesmo diante de tanta insalubridade, o recado dado pela banda no palco era ofertado a quem dignava-se a nos assistir e na pior das hipóteses, isso fazia valer a pena o nosso esforço, sem dúvida.

Os Kurandeiros em fotos individuais no Fofinho Rock Bar, no dia 18 de dezembro de 2016. Clicks de Regina de Fátima Galassi

E assim encerramos o ano de 2016, com uma curiosa predisposição final que seguiu o padrão do começo do ano. Começamos no Templo Club com o "Sunday Blues" e encerramos o ano com projeto semelhante, o "Sunday Rock". desta feita na casa de espetáculos, Fofinho Rock Bar. 
Duck Strada, grande baterista e violonista/cantor e compositor Folk e Luiz Domingues. Fofinho Rock Bar, 18 de dezembro de 2016. Foto: Regina de Fátima Galassi
Não ficaram muito boas tais fotos, mas registram a confraternização pós show, no Fofinho Rock Bar, em 18 de dezembro de 2016. Na primeira, da esquerda para a primeira, Will Dissidente, que coincidentemente estava no local e é o idealizador do Blog "A Chave do Sol", Luiz Domingues, Kim Kehl e respectivamente, o cantor e o guitarrista da banda "Mr. Huddy", Rildo Pedroso e Nuno Oliveira. Fotos: Lara Pap

Mas o ano fora marcado positivamente mesmo foi pelo lançamento de um novo álbum e a contar com a formação da qual faço parte, para coroar a minha passagem pela banda e quero crer, sendo o primeiro de muitos outros trabalhos no futuro. Que viesse 2017, que fôssemos felizes!

Continua...

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 310 - Por Luiz Domingues

Hora do show, hora de homenagear a carreira de um dos Rockers mais perseverantes da história do Rock brasileiro e também para celebrar uma formação que muito orgulhosamente digo que está na história da Patrulha do Espaço. 

A expectativa foi grande, pois se em 2014 eu havia tocado em um show da Patrulha do Espaço como convidado e nesse mesmo show, o Marcello esteve conosco no mesmo palco, desta vez, com a presença garantida de Rodrigo Hid, nós obviamente tínhamos desta feita, a nossa formação na sua totalidade e não seriam apenas duas músicas, mas um show de choque, a ocupar quase a metade do espetáculo.

Patrulha do Espaço em sua formação "Chronophágica" (1999/2004), a ensaiar dias antes do show, no estúdio Orra Meu de São Paulo. Da esquerda para a direita: Luiz Domingues, Rodrigo Hid, Marcello Schevano e na bateria, Rolando Castello Junior. Click de Daniel "Kid"

Cheguei no horário combinado para aguardar a realização do soundcheck, nas amplas dependências do Sesc Belenzinho. Já havia tocado ali com o Pedra em fevereiro de 2013, mas nessa ocasião citada, no seu belo teatro. 

Desta feita realizar-se-ia o espetáculo na dita "Comedoria", um neologismo que criaram para designar um imenso salão onde existe um restaurante e uma lanchonete e ali realizam-se também shows musicais. Sem nenhum prejuízo artístico algum, o espaço chega a ser muito maior que o da famosa Chopperia do Sesc Pompeia, portanto, com um palco grande e a conter PA com enorme pressão e iluminação no mesmo padrão de um teatro, realizar shows ali foi uma garantia de exibição de alto padrão. 

Como o objetivo foi gravar todos os shows, eu vi que a unidade móvel do estúdio Orra Meu estava ali e com os irmãos Schevano e dois ou três técnicos a trabalharem intensamente. Fui informado de que tais profissionais eram altamente gabaritados na produção de áudio e que foram professores dos Schevano no curso que fizeram de operação/gravação de áudio, tempos atrás.

Fotos do soundcheck e no camarim com o amigo, Cesar Gavin, baixista e blogueiro da pesada. Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016  Clicks, acervo e cortesia: Cesar Gavin 

Christine Funke, uma produtora musical que eu conhecera em 2014, por ocasião do show tributo em que participei em homenagem ao grande Hélcio Aguirra e que tornara-se muito amiga minha e de meus companheiros n'Os Kurandeiros de Kim Kehl, seria a "road manager" dos shows, o que deu-me alegria, dada a nossa amizade sedimentada. 

No camarim, eu passei um longo tempo a conversar com Marta Benévolo e Daniel Dalello, vocalista e baixista da então atual formação da Patrulha do Espaço e ambos, muito gentis, com o tempo a passar prazerosamente pela boa prosa regada a café com torradas. 

Aos poucos, muita gente conhecida foi a chegar e a agregar-se ao clima leve do camarim. O ótimo guitarrista Carlinhos Anhaia, um especialista em Country-Rock, Paulão Thomaz, meu amigo desde 1984, mais ou menos,; Ivan Busic que relembrou a gravação do LP The Key, d'A Chave do Sol em 1987 e como ele gravou a faixa: "A Woman Like You", sem a esteira da caixa ativada...  

Muita gente amiga no camarim. Da esquerda para a direita, Marta (esposa de Paulo Zinner), Mariana Schevano (esposa de Marcello Schevano), Rogério Fernandes (vocalista do Carro Bomba), Paulão Thomaz (atualmente no Kamboja), Paulo Zinner e Luiz Domingues. Na frente, agachados, Paulinho "Heavy" (Inox) e Cesar Gavin (baixista e blogueiro). Foto: Bolívia & Cátia 

E teve mais, contamos com os roadies da nossa fase, Samuel Wagner e Daniel "Kid" e eu cheguei a comentar com eles e na presença de Rodrigo Hid por perto: - "só faltou o nosso motorista, o "seu" Walter e seus gritos ensandecidos: -"sai da frente do azulão, seus FDP!" 

Rogério Fernandes, vocalista do "Carro Bomba", Paulinho "Heavy", vocalista do "Inox", e o excepcional baterista Paulo Zinner, também circulavam pelo camarim festivo. 

Outra figura sensacional, o baixista e agitador cultural/blogueiro da pesada, Cesar Gavin, aproveitou a ocasião para gravar diversas entrevistas nos bastidores, eu incluso, e claro, com o foco no Rolando, o grande homenageado dessa celebração toda. 

Conversamos muito sobre o meu livro, minha carreira, com direito a outros trabalhos por onde passei e foi muito prazeroso esse contato com um dos agitadores culturais mais ativos do métier.

Amigos queridos e personagens super citados no meu livro, em épocas e situações diferentes e/ou paralelas. Da esquerda para a direita: Marcelo "Pepe" Bueno (baixista do Tomada e meu ex- aluno), Cesar Gavin (baixista e blogueiro/agitador cultural), eu (Luiz Domingues), Luiz Carlos Calanca (dono da loja/gravadora "Baratos Afins" e produtor de dois discos d'A Chave do Sol nos anos oitenta), e Luciano "Deca"(guitarrista e meu colega de Pitbullls on Crack nos anos noventa... we've have a lift off!). Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Foto: Bolívia & Cátia


Soundcheck realizado sem muita demora, a pressão estevea boa no palco e agora seria aguardar o início do espetáculo que dar-se-ia com a formação então atual da Patrulha do Espaço (mas nem tanto, pois o guitarrista titular, Danilo Zenite, não pôde comparecer e assim, Marcello Schevano assumiu), com vários convidados avulsos, incluso a esposa do Marcello que tocou bateria na música: "Robot".

Quando chegou a nossa vez, assim que eu subi ao palco, vi que uma reação muito forte irrompeu na plateia e ao mirar nos rostos das pessoas, pude ver em seus semblantes, uma emoção sincera. Tal sentimento bateu de encontro com a nossa em estarmos a revivermos a nossa formação. 

Não foi uma "volta", todos estavam comprometidos com outros trabalhos e o Rolando tocava a Patrulha do Espaço para frente com a sua nova formação da ocasião e ele mesmo mantinha outros trabalhos paralelos. 

Todavia, para nós, um show de choque doze anos depois da dissolução da nossa formação, foi um prazer, claro e acima de tudo, um resgate e um presente aos fãs do trabalho.

Doze anos depois e a formação Chronophágica novamente reunida. Uma mágica só possível graças ao Pote de Pokst, certamente! Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Fotos, acervo e cortesia: João Pirovic 

Tocamos com muita garra o nosso repertório e mesmo não tendo havido tempo hábil para mais ensaios e apuro, os pequenos erros cometidos foram irrelevantes e dessa maneira, creio termos feito uma apresentação na altura das que fazíamos quando estávamos unidos a trabalharmos regularmente e em grande forma artística.
Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Fotos, acervo e cortesia: Leandro Almeida 

Foi um prazer enorme tocar "Tudo Vai Mudar", pela canção em si, mas sobretudo pelo que ela representa em termos de "espírito chronophágico", o que sonhávamos mudar, o "religare" com que tanto sonhei, enfim... 
Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Fotos, acervo e cortesia: Bolívia & Cátia

O público respondeu com muito calor humano e eu senti muitos flashs de máquinas fotográficas e as inevitáveis filmagens com telefones celulares e tablets em nossa direção. De fato, horas depois e já havia repercussão com tal material pelas redes sociais, o que foi bem estimulante e espelhou bem o clima dessa apresentação.
Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Fotos, acervo e cortesia: Robson Tiburcio Paiva 

Missão cumprida, não na "Área 13", mas uma página avançada da formação chronophágica foi escrita nessa noite de 4 de novembro de 2016. Esteve de parabéns o Rolando pelos seus cinquenta anos de carreira e sem ceder em um milímetro sequer em torno das suas convicções Rockers, o que em meio a um país como o Brasil, tem valor dobrado, ou muito mais que isso.
"Tudo Vai Mudar" ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Postado por Washington Santos

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=JLoUY6CFKNU
"Homem Carbono" ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Postado por Washington Santos

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=cPEn1u834IQ   

E fica a perspectiva de mais um capítulo para a Patrulha do Espaço, entre o final de 2017 e início de 2018, quando fatalmente descreverei o lançamento dos CD's e DVD's da caixa comemorativa que será lançada dessa turnê, e eu até já sei quais faixas da nossa formação foram escolhidas para figurar no CD, mas não vou contar... deixa o lançamento acontecer
Luiz Domingues em destaque, como nos velhos tempos em que exercia a "Retomada" do sonho dos ideais sessentistas. Patrulha do Espaço ao vivo no Sesc Belenzinho de São Paulo. 4 de novembro de 2016. Foto, acervo e cortesia: Regina de Fátima Galassi

Portanto, continua...