Esse nobre exercício, voluntariado, sempre necessário,
veio tomando outras características, próprios dessa atualidade que, em
tempo real acompanhamos qualquer acontecimento
social, trágico ou fantástico, fazendo-nos mais sabedores das carências
e gastanças desse nosso mundinho tão múltiplo.
Qual sua disponibilidade diante do próximo e suas
possíveis solicitações? Não pontuaremos aqui nas questões de catástrofe,
mas diante mesmo das necessidades corriqueiras
que são tão parte do cotidiano e, sobre elas, com que solicitude
costumamos atentar, atender, ou , mais ainda, diante de quais? É certo
que cada qual, mais facilmente, é acionado por essa ou aquela
específica...denunciadora daquilo que também mais facilmente
conhecemos, compadecemos, doemos ou, por entendermos ser onde melhor
flui nossa habilidade, competência...em ajudar!
Queremos pensar aqui uma outra forma de servir, não
necessariamente passando por específica carência, aquelas que também
costumeiramente rotulamos...trazendo para
reflexão outro tipo de exercício de um incondicional servir,
disponibilizarmo-nos, considerando que sejamos capazes de romper nosso
egocentrismo numa escuta inteira, verdadeira, sensível ao que vem de lá,
do próximo, mais além daquilo que até façamos para
atendê-lo, num continuar a usufruir daquilo que é a nós mesmos que
abastecemos, nutrimos...?!... Mecanismo viciado, bem próprio de quem
ainda busca sua individualização e, como tal, só conhece o
servir-se...ainda não percebe o outro...
Esse aprendizado viria de uma real pré...disposição em
atentar para o próximo numa nova postura diante de outro sentido,
alteridade mesmo, onde somos e nos servimos
sempre daquilo que trocamos, quer estejamos ou sejamos ou não
conscientes disso.
A exemplo disso e, ali deliberadamente, São Francisco
diz que nos tornássemos instrumentos da paz, do amor, da
esperança...assim como Tagore propõe “Ainda que um
copa de água bastasse ao sedento, o rio se oferece todo. Por isso ele
canta!”. Sobre isso questionamos e aqui, sim, vai nossa reflexão: quanto
e quando será que chegaremos a tal tamanho, a tal amplitude de conceito
de doação que geraria um grandioso conviver?
Quantas e infinitas vezes somos impactados pelo
cuidado, conhecimento, partilha vinda do outro, qualquer outro com quem
convivemos e idem, quanto sabemos ter interferido
no passo, caminho ou atitude dos que nos cercam e, sim!, trazemos ou
buscamos aqui lembrar daquelas situações em que nenhuma necessidade
premente era solicitada, mas...e só?!... puro e simples contato natural,
proximidade, convívio propiciou ?
Se ficarmos mais cientes e atentos a isso, quanto por
agradecer, quanto por transmitir deixando em nós uma abertura continuada
para bem acolher oportunidade em
cada contato, para bem oferecer/receber a quem a nós venha, qualquer
alguém (temos o hábito de escolher a quem e o que queremos servir e
quando?!... e também de quem receber?!...) favorecendo uma espécie de
fluxo que se permeáveis, gratos e generosos formos,
funcionaremos num outro patamar de responsabilidade, maturidade diante
da Vida, gerando um mais harmonioso conviver, tão mais rico, abundante e
respeitoso. Começaremos a gestar uma nova irmandade, humanidade em que
a humildade, que só tem quem de fato!!!
quem se reconhece vindo de uma mesma e única origem, húmus, barro,
matéria, por certo proporcionará, outra produtividade, no sentido pleno
do que seja produção: resultado!!! E quanta troca desperdiçamos...
Sim...aqui todos são úteis: com sua luz ou sua sombra,
ensinando e aprendendo, com defeitos e qualidades! Quebraremos esse
conceito de ajudar e ser ajudado...esse
eterno escalonamento tão produtor longe ... longe ... bem longe de
desfazer desigualdade! Quanta gente conhecemos que se alinha a esses ou
aqueles grupos porque ali, supostamente, estão intelectuais
?!....benfeitores, bem feitores?!... puros e virtuosos, generosos,
doadores, etc...e, ali, juntos e arrogantes, vaidosos, mais discurso e
menos atitude, disso servem-se para dali também rotularem-se
vanguardistas, bondosos, iluminadores que, muitas vezes nada mais fazem
que perpetuarem diferenças, se quebradas, que fariam
com suas ditas valiosas qualidades?!...
Malucos nós?! ... Provavelmente sim! Mas é essa a forma de fraternidade,
frater eternidade que sonhamos, idealizamos...do um e o outro, a
cada um e a cada outro, em que cada um percebendo esse fluxo em si e
reconhecendo no outro, que é próprio da Vida em si mesma, com Ele e por
Ele possa Ser!!!
Não apresentemos
curriculum, passaporte, RG ou CPF, títulos, agremiações,
religião, partidos ou times...sejamos diante do outros, ‘ao vivo e em
cores’ e a cada sagrado, abençoado agora!!! NA MAS TÊ !Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta crônica, fala-nos sobre o aspecto do servir ao próximo, no sentido mais profundo do termo, sob meandros espiritualistas, esotéricos e onde reside a sutil diferença entre a verdadeira humildade e a subserviência.
Servindo e auxiliando o Outro, descobrimos que estamos tão somente servindo e auxiliando a Nós Mesmos! Namaste!
ResponderExcluirPensamos que para quem realmente flui nesse servir que descrevemos, o primeiro e principal retorno seja a própria satisfação, prazer em poder contribuir! Numa física, matemática da natureza cósmica, aquilo que fazemos a nós voltara também!!!
ResponderExcluirAbraço aí e na mas tê!