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segunda-feira, 3 de abril de 2017

Eterno Retorno - Por Julio Revoredo


Eu eterno retorno, retorno em torno

Em torno, retorno em torno

Retomo o eterno, o torno, o retorno
Do etéreo retorno

Contorno eterno do retorno

Que retomo etéreo, num eterno retorno

Contorno do eu 

Julio Revoredo Peres foi colunista fixo do Blog Luiz Domingues entre abril de 2012 e abril de 2017. Sobre esses cinco anos em que colaborou com muito brilhantismo e entusiasmo com este Blog, eu só tenho elogios e agradecimento por tudo que agregou, ao trazer a sua arte sofisticada aos leitores. 

Não foi nenhuma novidade no meu entendimento pessoal, pois o poeta já era colaborador de longa data de trabalhos meus na área musical, por ter escrito letras para músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol (1982/1987), Sidharta (1997/1999), e Patrulha do Espaço (1999/2004). 

Portanto, ao conhecer o seu trabalho literário no campo da poesia, desde 1982, eu sabia muito antes de abrir este meu Blog número dois, de seu talento inigualável. 

Fico contente portanto, por ter tido a oportunidade de não só tê-lo como meu colaborador mais uma vez, mas sobretudo, pela chance de tê-lo apresentado a um público diferente, leitores em potencial e não necessariamente entusiastas de música, onde ele ficara mais conhecido anteriormente pelas letras de canções que escreveu. 
 

Aqui, com a poesia "in natura", Julio atingiu as pessoas com maior proximidade de seu trabalho mais concreto no campo das palavras, ao expor-se como o grande poeta que o é. 

Todavia, esta sua última colaboração para o meu Blog contém uma motivação boa, a extrair a carga de uma despedida, pura e simples, mas a denotar uma outra faceta do poeta que doravante dedicar-se-á às artes plásticas e vai deixar, ao menos por um tempo, de escrever e expressar assim a sua arte com as tintas. 

Julio Revoredo avisa-nos que suas obras ficarão em princípio expostas virtualmente no site: "Abstrato em Cores" e convida os seus admiradores para que acompanhem as suas criações nesse campo. 

Sobre a sua atuação neste Blog, não está descartada uma volta no futuro, no regime da periodicidade de uma coluna fixa, conforme ele manteve aqui por cinco anos e mesmo através de participações sazonais com colaborações inéditas ou de material antigo não publicado anteriormente.

Visite a página do "Abstrato em Cores" na Rede Social, "Facebook":


https://www.facebook.com/julio.revoredo.peres/?ref=page_internal&hc_ref=PAGES_TIMELINE&fref=nf

Fotos do Julio Revoredo, 1 e 2, dos anos 2000 e a foto 3 (com minha presença, Luiz Domingues, ao lado do poeta, de 1984. Acervo e cortesia de Julio Revoredo
 
O Blog Luiz Domingues 2 agradece a colaboração do poeta Julio Revoredo nesses cinco anos e aos seus leitores pelo apoio irrestrito nesse período!

domingo, 5 de fevereiro de 2017

À Foice, À Face - Por Julio Revoredo

Foi-se, em face, à foice

Sol cortado, dilacerado, entre o foz,

Homem sem rosto, sem posto, sem voz 
Foice à face, em, foi-se, fósmeo, obtuso, quase nulo, em, por dentro, célerepulo

Não há o amanhã, o fio da navalha, a margem, o são ou a sã

Em tudo,do nada, abre-se, vem à tona, sonho na lona, pesadelo, bruto, do que, fere-se

Então, tudo se desvanece, e do ponto neural, ergue-se, em face ao que foi-se, ao que foi-se à foice, que foi-se, em face


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de muitas composições sob parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. 

domingo, 18 de dezembro de 2016

Sons - Por Julio Revoredo

O camelo blatela

A coruja chirria

Chilram as aves

Espocam os foguetes

Fremem as vestes

Frufrutam os vestidos
Guincham os ratos 

Gorgoleja a agua

Ribomba o trovão
Tartamudeia o gago

Trissa a calhandra

Ululam os lobos

Zinem os insetos

Zunzunam os motores 


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço

domingo, 30 de outubro de 2016

Pingam Torneiras - Por Julio Revoredo


Pingam torneiras na penumbra

Acidentes cerebrais, levam a criação

Como chapas de raio x invertidas
Engrenagens absconsas de um trauma. Visto que invisível, deambula torto, segue solitário e vivo como um morto

Se fala, e oblíquo

Nítido nulo, no que se oblitera. No varal o céu, a terra ao Sol, o mar ao mergulho. Posto de lado pelos pais sob o signo de Zina, educou-se, e no presente sem futuro, foi-se. Pingam torneiras na penumbra.
Movimentos sem brilho, nunca na velha casa, uma antípoda aos pais, afinal, não existe, venta, açoda. Fogo etéreo, pimenta, gasolina e navalha. Concentra o horror, a penumbra desloca-se

E o averno! E o averno! No labirinto de seu caos cerebral, extinguiu tudo, como a borracha, que restituiu, o branco ao papel pingam torneiras sob um olhar solipso e hostil.

Folhas debatem-se, ao sevo e hiemal frio. Construção e frio. Construção e obra dos ausentes pais esquizo-pananoide, buragulha da agulha, nada mais. Retoma o ar do esprandigo espaço do vazio. 

No que nunca foi Lar, casa ou abrigo, mas sim um rio hostil, fósforo e gasolina. Mas pingam torneiras, será que fecharão ? Resta torcer pela fresta, pela luz e o ancoradouro. O repouso, o lugar, o tanger, a paz, o vínculo, a descoberta do ar e do voar.

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.

domingo, 2 de outubro de 2016

Versos ao Sintro - Por Julio Revoredo

O que desprende, pende

O que organiza, e pente 

O que tensiona, enchente, o que vibra e surpreende

E fogo sobre a corrente

E o etéreo, ingente

E a ação da surpresa e o ente

Enfim, e a desconstrução, transparente.

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Mergulho - Por Julio Revoredo

Vê-se

Noite e Luz

Singrar o que foi, feito, será
O obscuro ascende

Qualquer sede do sinistro 
No título existem ideias


Prefiro, as que se perdem

Busco o intacto

O Marte que ninguém viu


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Elementos - Por Julio Revoredo

A tinta

O cubo

O ocre
O acre. Simca

Arrisca

Repinta
Soslaio. Esfera

Treboa

Trinca

A tinta. A espera
Respinga

Triangulo

Movimento

Primavera

O triangulo

Muda esfera


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol; Sidharta e Patrulha do Espaço.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Box - Por Julio Revoredo

O que se esquadrinha

Tange como indiana cítara

Ao que adumbra 
Se lhe é permitido o rebôo

Esquizo-pananoico, sem mente

Tinge o sol e o mar
Ádvena engendra o seu próprio caos

E solipso como o sempre eterno

Mergulha no fogo e obumbra


Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria em três bandas pelas quais eu fui componente: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.  

sábado, 4 de junho de 2016

Costuras - Por Julio Revoredo

Pesadelo numa manhã de verão

Substâncias e timbres

Correia de transmissão 
Folhas de contato de radiografias em Super 8

Cascas de concreto

Sequoias 
Artefato

Nesse eco. Vale a pena permanecer seco  

Como a saudade de uma Era anterior
Num tempo mais lento

Num tempo sem dor. Rente corrosão

Faz os dias de hoje

Ruinofilia 
Distopia

Extinção. Perdido no rio perdido

Os trasgos são siameses

Reconfigurações

Instalações 

Ruínas industriais 
Veias e agulhas, arrematam o verde funeral

Como elementos

Acessórios
Num insano capítulo do meio

Nevral

Pesadelo numa manhã de verão

Como saudade de uma Era anterior

Tempo sem volta

Mundo de dor

Costuras sem ponto

Costuras

Recosturas

Num sevo mundo

Entre assombros e agruras 

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas compostas com minha parceria em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Dois - Por Julio Revoredo

 
Deambulas pelo inóspito amanhecer, do amor e do desejo proibido

Misteriosa e colorida mulher, libido
A noite sob luz de velas, imagino seus contornos e curvas tão belas

Com o chegar do anoitecer hiemal

Mulher sinistra e insondável
Quase um trasgo

Uma imóvel visagem

Um entontecer atemporal

E um sonho recorrente ou a realidade permanente ?

Tomo um sintro, em minha solidão
Sou um infausto homem, sem razão

Sonho com o silêncio vencido, por seu encontro havido

Ao mesmo tempo, que o tempo gris, faz-me possuído
Perseguido pela ideia de possui-la

E do alívio do amor correspondido

Estou num tempo intermediário em suspensão

Sou um visionário, sem visão
Ela é a mulher impossível e tão próxima

Um desejo proibido a percorrer

No que parece, que não brota e não está para nascer

Porque, pode ser um pesadelo a arrefecer-me

Misteriosa e colorida mulher, sem tempo
No fundo sua estação é o verão

É a brisa marinha

É o sol que se avizinha

Procurando perceber

O que está contido

O que está por ser
Numa lufada de selvagem paixão a viver

Quando enfim libertos

Juntas temos nossas almas sem proibição, em um só coração

Podemos enfim, a felicidade ter, nos dois

Despertos 

Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. É Poeta e letrista de diversas canções que compusemos em parceria, para três bandas pelas quais eu fui componente: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço.