quinta-feira, 8 de junho de 2017

Máscaras... - Por Telma Jábali Barretto

Essas, mais comum associarmos àquelas de carnaval, onde deixamos por baixo a verdadeira cara e as vestimos para mostrar facetas brincalhonas, caricatas, desejadas ou escondidas de nós mesmos. Qualquer que seja o caminho, fato é que as vestimos, não necessariamente por buscá-las ou abafá-las, mas porque somos feitos de muitos, tantos e quantos papéis exercidos numa só e finita novela incorporada a cada CIC e RG, credenciadores de que existimos nessa sociedade e nas várias áreas da vida e... como ser igual nelas todas, ainda que sendo uma e mesma pessoa, alma, individualidade respondendo às muitas solicitações de maneira diferente, num mesmo fio que as une, se saudáveis somos ?!...
É mesmo, assim, ou não...?!...Vejamos: somos, enquanto filhos, tais como somos no trabalho, por exemplo ? Quem não se viu, lembra ter sido elogiado como amigo presente e cuidadoso e, também, questionado em qualquer outra circunstância por indelicadezas e atropelos ? Nesse caso não vestimos, deliberadamente, esses diferentes temperamentos... o que não impede que aconteçam dessa forma aqui e ali, não ?! Algo como uma reação, uma química, resposta, em cada departamento em nós movendo,  numa ou outra re-ação só ali e naquele lugar vem para superfície. Por aí vamos oscilando entre vitimices e coragens heróicas, vestindo e desvestindo facetas, coloridas ou nubladas, trazendo pedaços de nós, aqui e acolá expositores de pimenta ou doçura...
Sabemos que em meio a essa plasticidade, versatilidade, somos movidos e desenvolvemos, nessa miscelânea, em algum traço adquirindo maior destaque, tomando a frente em meio a esses muitos habitares em nós, caracterizando ali a área que nos evidencia, algo que é mais nossa marca, jeitão... Alguns de nós somos conhecidos como rápidos, práticos, prontos e ágeis, outros, intelectuais e pensantes, e, ainda, podemos ser ‘rotulados’ como lentos, medrosos e até covardes, indecisos, inseguros o que não anula pitadas outras residentes em cada um, que sejam dóceis, solidárias... alguma parcela de feiúras, maldade...?!...
Gostamos de ir mais além: dentro das muitas fases de nossa trajetória, já não nos surpreendemos entre opostos de ser reconhecidos, por longo tempo, com determinada característica que esmaece e dissolve e outras que vão, sorrateiramente, tomando forma ou, mais que isso, abruptamente submergem?
Em meio a tantos ‘nós’ co existindo, mortos, vigentes e quem sabe...?!...quantos por ainda surgir, não seria essa uma boa maneira de tendo sido assolados, ad eternum, por esse teatro intimista que, se conscientizado, somos testados em um lindo aprendizado de melhor lidarmos com a pluralidade da vida, absorvendo e respeitando diferenças, aprendendo a criar pontes de assimilação de um viver onde, o bem digerir as próprias facetas opostas, sombrias, contraditórias, belas, aceitáveis ou questionáveis, seria gerador de mais equilíbrio, harmonia, não estável e perpétuo, como muitos de nós buscam e desejam (num viver que é dinâmico, puro movimento...), seja propiciador de um estar em sociedade, exercitado diante de qualquer outro, ser movidos por compaixão ou admiração, aproximadores, irmanando-nos, confraternizando-nos, fazendo-nos essencial e quanticamente iguais, sendo únicos!!! Na mas tê!


Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, fala das "máscaras" no sentido amplo do termo, aludindo às diversas facetas em que reveste-se a formação do ser humano.

4 comentários:

  1. Excelente!! Profunda reflexão sobre o que há de mais complexo no ser humano: sua identidade... parabéns, Telma!!!

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  2. Desafio contínuo e maravilhoso: a que viemos?!...
    Gratidão pelo comentário!
    Abraço e na mas te!

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  3. Ótimo texto!!! Mais uma vez, Telma Jábali consegue sintetizar, de forma brilhante, um tema tão complexo. Bem verdade que todos nós usamos uma determinada máscara, para cada situação... Não seria a "Persona", segundo Carl Jung?( corrijam-me, se eu estiver errada). Um papel que interpretarmos, uma espécie de "imagem social". Parabéns, Luiz, pelo seu Blog! Parabéns, Telma, pelos excelentes textos... Namaste!

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  4. São reações dos vários personagens que nos habitam...natural, desde que não se oponham, aí já caracterizados transtorno patológico. Importante é ter consciência q existem...para ter leveza diante de nossos próprios processos! Costuma resultar em mais flexibilidade também com os demais...
    Super gratidão pelo comentário!

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