Quase sempre precisamos, ou a grande maioria deseja,
alguma espécie de abrigo, bandeira sob a qual sinta proteção e, mais que
isso, viver aquela emoção de pertencimento,
ser parte, da tribo...
Oposto a isso costuma ser outro sentimento, também e
não menos importante, de que sejamos reconhecidos, não o simples
reconhecido...não, não esse...
Adoramos, quase sempre, que lembrem nosso nome, voz, o
que fazemos ou alguma habilidade especial que tenhamos...aquelas coisas
que nos dão a sensação que existimos
para o outro e, como tal, temos lugar ali, reservado, cativo...o espaço
num contexto que nos cabe, num perfeito encaixe! Isso traz a noção de
sermos únicos, que nem sempre levamos a sério, valorizamos. Por isso, a
importância de nosso intransferível papel...que
igual fazemos, com aqueles que, dessa mesma forma lembramos.
Voltando àquele pertencimento do início, onde essa individualização não tem a mesma necessidade, valor, pois, ali, o que de fato importa são as similaridades que nos agrupam, nos fazem fraternos, irmanados numa só frequência, ideia, num ponto de comunhão, de comum união. Essa é a experiência do comungar, vestir a camisa debaixo daquilo que defendemos, acreditamos ou propagamos e em nome de que,,aí, forças sejam unidas e, assim, acontece, acontecerá!!! Perigo só julgamos ser, quando em/por tal agrupamento, perdemos aquilo que, individualmente, nos é caro, tal como a liberdade, respeito próprio e em razão de... vamos para uma forma de subserviência/omnipotência promulgadora de fanatismos, rigores, dando margem a abdicarmos daquilo que, pessoalmente, nos cabe cumprir...
Fato é que acontece por religião (?!...), times,
marcas, partidos, família e por “miles” de coisas e circunstâncias que
nos distanciam, separam e, se extremadas,
são a base por onde nossos separatismos encontram apoio seguros,
pensados, filosofados e, até, inflamados, geradores de muitos outros
‘ismos’ que serão justificados e justificáveis, aceitos e digeridos e
vão sendo aos poucos absorvidos, criando uma espécie
de empolgação inebriada, num envolvimento em que tudo vale... Pensamos
que, por estão os estopins, primeiros sinais, por onde conflitos surgem,
combates e mesmo guerras e...como estancar o que daí possa surgir,
quando tomem corpo, força?
Deixarmo-nos ir, traindo a nós mesmos, talvez seja a mais séria traição que possamos praticar, abrindo mão do encontro mágico conosco, desvendador do encanto singular, onde floresce nosso compromisso esperado pelo processo cósmico, ad eternum...paciente e, acontecendo, agora e sim, paz ciente... Abrigado, refugiado, acolhido e, só então, também, acolhedor!
Telma Jábali Barretto tem formação acadêmica como engenheira civil. É também uma experiente astróloga, consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, analisa a questão das bandeiras, que empunhamos ao longo da vida a seguir os ditos, "ismos".
Como sempre outro texto reflexivo e atual!! Muito bom!! Importante ser divulgado aos nossos adolescentes e jovens frutos do atual contexto social e histórico
ResponderExcluirParabéns querida Telma!!
Que bom que gostou menina! Vc que vive no meio deles deve sentir de perto...essa coisa de agir em conjunto, esquecendo as próprias verdades! Nunca foi tão necessário ter a própria e bem formada identidade!
ResponderExcluirAbraço aí, gratidão pelo comentário e na mas tê!