terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Simpatia Pelas Cores - Por Luiz Domingues

Em meio às percepções confusas e difusas nos primeiros meses de vida, a viver o torpor que gera o incômodo pela incapacidade de raciocinar em sua plenitude, tudo é movido pelo instinto e nesses termos, a parca compreensão pauta-se pelas simpatias e antipatias. 

Ora, trata-se de uma questão paulatina, naturalmente e assim, a cada dia, a cada semana e mês pelos quais avançamos, a sofisticação do raciocínio ganha os seus acréscimos. Isso é o básico, óbvio ululante. 

Todavia, nessa fase em que nada faz sentido, os cinco sentidos representam a mais primordial porta de entrada para o mundo material e nesse sentido, as cores chamam a nossa atenção por múltiplos fatores. Se o mundo é colorido, a começar pelos nossos próprios corpos que apresentam matizes diversas em sua constituição, é lógico que tais nuances chamam a atenção do pequeno Ser, em profusão. 

Este não é um postulado com teor médico e/ou pediátrico, tampouco versa por aspectos da psicologia ou em termos de pedagogia infantil, é apenas uma reflexão pessoal e empírica e aonde eu quero chegar, é algo muito simples: a minha própria memória nesta tenra idade e aliás, objeto de todas as crônicas que escrevi para esmiuçar o tema: "Memórias de um Menino de Um Ano de Idade". 

Portanto, em minha experiência pessoal, a minha lembrança para o mais remoto contato com as cores que meus pequeninos olhos enxergaram, remete às simpatias naturais que nutri. Certamente que sob um estudo mais apurado, há de existir explicações plausíveis sobre tais simpatias formatadas e de antemão, mesmo ao ser um leigo nesse tipo de pesquisa sob cunho acadêmico, deduzo que todas as simpatias redundam de experiências pautadas pela experimentação do prazer e desprazer, na contrapartida, ou seja, associamos a simpatia ou antipatia pelas cores, mediante outras percepções dos sentidos, em conjunto.

Entretanto, tal dedução é primária, pois não se pode descartar a livre fomentação de uma impressão ao melhor estilo livre, através de uma simpatia movida apenas pela percepção da cor, mediante o seu contraste, iluminação e ouso dizer, pela vibração que emite, sob parâmetro extra-sensorial. 

E assim, tendemos a levar, vida adiante, a simpatia por certas cores e antipatia por outras, mas claro, ao atingirmos mais idade, fatores culturais bombardeiam-nos com outras impressões e mudanças poderão ocorrer. 

E não há nada de errado nisso, pelo contrário, o enriquecimento natural que a vida proporciona-nos é o nosso maior privilégio de termos a chance de viver.

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