Eis que
chegou então o grande dia em que participaríamos com muito prazer do festival: “Crazy
Rock Fest”, a prestigiar uma emissora que tanto auxiliou-nos nos últimos
tempos.
Assim que cheguei às dependências do Boteco Dona Jurema, verifiquei que a casa
ostentava uma boa estrutura para shows ao vivo, com um palco alto e amplo,
portanto muito superior ao padrão da maioria das casas noturnas. Localizada no
bairro de Moema, na zona sul de São Paulo, tal estabelecimento não continha no entanto,
nenhuma tradição com o Rock, pois a sua linha de atuação era em torno do samba
tradicional; pagode e derivados, portanto, seria uma experiência nova, porém, se
eu pensar na carreira inteira, não foi exatamente algo inédito, visto que por muitas vezes, eu
passara por tal tipo de situação híbrida, ao apresentar-me com uma banda de
Rock em locais nada afeitos ao gênero, para gerar estupefação generalizada.
Bem, se a direção da emissora fechou com tal local tão diferenciado, isso por
si só, tornou-se um fator de segurança, pois certamente que sabiam o que estavam
a fazer. E de fato, segundo apuramos ainda alguns dias antes do festival, havia
uma expectativa boa da parte dos mandatários da casa, por que estes haviam manifestado
o desejo em expandir o raio de ação do estabelecimento e nesses termos, um
festival a conter quatro bandas de Rock haveria por ser um balão de ensaio
perfeito para um estudo que desejavam empreender. Ora, se havia essa
predisposição da parte da direção da casa e a organização do festival mostrou-se
segura com tal prerrogativa, ficamos muito seguros de que haveria por lograr
êxito tal festival.
Assim que estacionei o meu carro nas imediações e cheguei próximo da casa, notei que outros estabelecimentos comerciais do entorno, estavam a operar com a limitação pela falta de energia elétrica. E quando adentrei o simpático, “Boteco Dona Jurema”, local onde o festival transcorreria, fui informado que de fato a energia elétrica fora interrompida.
Assim que estacionei o meu carro nas imediações e cheguei próximo da casa, notei que outros estabelecimentos comerciais do entorno, estavam a operar com a limitação pela falta de energia elétrica. E quando adentrei o simpático, “Boteco Dona Jurema”, local onde o festival transcorreria, fui informado que de fato a energia elétrica fora interrompida.
Logo na entrada, confraternizei-me com membros do
excelente grupo, “Javali”. Músicos muito técnicos e batalhadores ao extremo,
mantinham desde sempre a minha admiração por tais características, mas um outro
elemento fazia (faz) deles, pessoas especiais, visto que o padrão de educação, simpatia
e companheirismo que eles possuem é algo a ser ressaltado. É sempre um prazer
estar na companhia desse trio, pela certeza de que a conversa vai ser ótima e não deu
outra, foi o que ocorreu.
E também pude enfim conhecer pessoalmente a figura
extraordinária do radialista, Julio Cesar Sousa, pessoa que eu só conhecia
virtualmente até então. Simpático, solícito e muito empolgado por estar ali a
organizar o festival, ele estava duplamente feliz, pois comemorava igualmente o seu natalício.
Muitos
outros amigos estavam presentes ou chegaram a seguir e o ambiente tornou-se
muito prazeroso pelo convívio, apesar da apreensão pela demora pelo restabelecimento da energia
elétrica.
Fui informado que a companhia de energia elétrica, “Enel”, a ex-Eletropaulo,
já havia sido acionada e que comunicara que em duas horas o problema seria
resolvido. Nessa altura, já sabíamos que sofreríamos atraso na programação,
visto que a previsão seria para o Javali já estar a tocar. O "King Bird" viria a
seguir e depois o "Living Louder".
Estávamos programados para tocar por último e
nessa altura, pelo fato das três bandas anteriores praticarem um som muito mais
pesado que o nosso, a transitar entre o Hard-Rock e o Heavy-Metal, nós pensáramos anteriormente que
o melhor teria sido tocarmos em primeiro lugar, mas no calor dos
acontecimentos, deu tudo certo, enfim.
O caminhão da companhia elétrica, com o funcionário devidamente suspenso pela grua a executar o serviço de restabelecimento da corrente elétrica. Kim Kehl & Os Kurandeiros no Crazy Rock Fest, no Boteco Dona Jurema no bairro de Moema, São Paulo, no dia 14 de setembro de 2019. Click, acervo e cortesia: Du Firmo
Bem,
confesso que eu nunca houvera presenciado algo semelhante, contudo, quando o
caminhão da companhia elétrica chegou na porta do bar, houve uma reação de
regozijo, semelhante a um gol comemorado em estádio de futebol. Foi engraçado
sem dúvida alguma, mas ainda mais divertida foi a reação de estupefação da
parte dos funcionários, ao verem aquele contingente de cabeludos a comemorarem.
Creio que eles estavam acostumados a serem bem recebidos pela população em
circunstância semelhante, quando normalmente chegam às localidades para restabelecer a energia elétrica e
assim gerar o alívio às pessoas, mas por um grupo de Rockers ansiosos em ter energia para
tocar no palco, deduzo que tenha sido algo não muito comum na vida desses
profissionais.
Muito bem,
energia retomada, foi o momento do festival iniciar-se, enfim e a boa nova, foi que a
casa estava lotada, com um grau de animação bem grande da parte de todos.
E a energia elétrica enfim foi restabelecida! Kim
Kehl & Os Kurandeiros no Crazy Rock Fest, no Boteco Dona Jurema em
Moema, São Paulo, no dia 14 de setembro de 2019. Click, acervo e
cortesia: Du Firmo
Continua...
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