As
antigas folhinhas, calendários, traziam o dia Primeiro do ano como
Confraternização Universal, algo como se nesse dia recém-vivido, nos víssemos
como irmãos, fraternos...quem sabe trégua em meio às nossas contendas. Bem
verdade que, sem elas, impossível chegar a essa laureada paz entre os povos...
Que diferenças existem é evidente e claro, mas o saber fraternizar em meio a
elas é quando, verdadeiramente, exercemos a capacidade de respeito e, mais que
respeito, amor! Que tipo de empenho seria se fôssemos todos iguais?!... Já
somos, naturalmente, propensos a admirar aquilo que nos parece confortável,
conhecido, parecido e seguro, por inércia e puro comodismo e são os diferentes
que cobram de nós pensar, buscar entender ou... numa mais delicada hipótese,
achar caminhos em nossa reserva de memória como contrapor, rebater... pronta e
rapidamente!
Bem mais além desse nosso funcionar, praticamente automático,
subexiste um grandioso empenho que é primeiro necessário conhecer, vindo depois
o valorizar?!...e aí e sim!!! buscar vivenciar o que é a impessoalidade,
equanimidade, onde, de início, contato com a barreira de vencer, de fato,
quanto somos separativistas, seletivos e pelos mais diversos trajetos, com as
mais incríveis formas de criar empecilhos a tudo e a todos rotulando e saindo
daí, simples e puramente, catalogando de quem somos, seremos, ‘amiguinhos’,
próximos, solidários, compreensivos, capazes de encobrir deslizes e enaltecendo
diante de quem afiaremos nossas garras, ainda de prontidão, deixando aflorar a
pouco bondosa natureza instintiva, da condição animal não tão vencida em nós,
naqueles mecanismos reativos de agressão/defesa como se a mais eminente batalha
de vida ou morte a nos espreitar, trazendo a chama que trai qualquer
aprendizado, ainda racional, pouco apoiado num sentimento de real irmandade.
Que nossa humanização continue sendo almejada, buscada e estimulada, trazendo
cada vez mais, consciência àquilo devemos iluminar, para transpor fantasiosas e
pouco verdadeiras noções de confraternizar numa perseverante conquista de nós
mesmos, desenvolvendo olhar compassivo diante de pequenas ambivalências que nos
habitam para, com veracidade, honestidade madura, fazermos a conquista de uma
nova percepção de convivência pacífica que passa bastante longe da passividade
ou conivência com o engano, mas que, a todo instante, incansável e perene,
vigoroso investimento na clareza, transparência, daquele tipo de justiça
impessoal, imparcial, nem promotor e nem defensor, que só mesmo o Amor, em seu
estágio mais pleno, oferece! E que a Unidade aconteça em nós, com qualquer e
outro próximo... por nós e pelo outro!!!
Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para a harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga. Nesta reflexão, a colunista aborda a questão da impessoalidade nas relações humanas.
Nossa .....que lindo! ....Olhar compassivo diante das ambivalências...
ResponderExcluirUm pequeno manual para o exercício do amor pelo outro e por nós mesmo.
Se não entendermos as próprias ambivavências...?!...como entender e aceitar as dos demais?!... até para "amar ao próximo como a si mesmo" existe aí uma medida proposta.
ResponderExcluirGratidão pela leitura e comentário! _/\_
Sim entender as próprias ambivalências... olhar para dentro de mim próprio e perceber a multiplicidade que ali instalei...ah! que luta a cada momento para me tornar UNO com Espírito Universal.Tomar consciência... inicio do caminho.
ResponderExcluirSim...essa percepção é o início de tudo.
ExcluirPercebê-las dentro de nós, assim respeitaremos as nossas e alheias batalhas dentro do contexto tão amplo de que somos parte e cocriadores...
Gratidão! Na mas tê!