domingo, 23 de novembro de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 201 - Por Luiz Domingues


Após esses três compromissos de junho, os esforços estavam voltados para as gravações do novo álbum; a produção da capa e encarte; e os preparativos para o show que faríamos no Sesc Pompeia, em breve. Foi bastante excitante para nós, estarmos inseridos nesse festival organizado pelo produtor, Antonio Celso Barbieri, pois soava como uma alavanca que ele mesmo estava a ter, como produtor independente. 

Sim, pois não fazia muito tempo que ele havia embrenhado-se nesse campo da produção de espetáculos musicais, e rapidamente, ganhara a confiança de todos, com produções honestas, no sentido amplo da palavra, e não a referir-me apenas aos acertos financeiros decorrentes. O simples fato dele ter engatado várias produções no Teatro Lira Paulistana, já o teria credenciado a esse ganho de credibilidade no meio, mas ao sinalizar com um festival com um mês de duração, em um teatro do porte do Sesc Pompeia, tornou-se óbvio o seu crescimento no mercado. Enfim, foi muito animador por isso, e por tudo o que envolvera tal produção, e para nós, especificamente, ainda mais, por termos sido escalados para ser o grupo headliner de um sábado, com status de uma banda com grande porte... 

Teríamos a companhia agradável de uma banda que apreciávamos, talvez não pelo som, pois praticavam o Heavy-Metal, mas pela amizade que estabelecemos com os seus membros, todos muito jovens, mas muito cordiais. Tratava-se de uma banda formada por  garotos imberbes, mas imbuídos de muita animação; vontade; e gana em subir na carreira, chamada : "Viper". Falo mais sobre como os conheci pessoalmente, e tornei-me amigo desses meninos, oportunamente. 

Antes de avançar sobre esse show do Sesc Pompeia, devo dizer que havíamos recebido um convite irrecusável da parte dos organizadores do evento, "Praça do Rock", para participar de mais uma edição. Digo irrecusável, pois segundo os amigos, Dalam Junior e Orlando Lui, a Praça do Rock fechara um patrocínio grande, com uma empresa de refrigerantes de grande porte, e vitaminada por essa verba, o evento contaria com um equipamento de som e luz, com alto nível, e um bom incremento na divulgação, com assessoria de imprensa profissional à disposição. Portanto, teríamos uma exposição muito grande na mídia, tirante a perspectiva de um público muito maior do que o habitual daquele evento. 

O grande empecilho, foi que coincidia com o festival do Barbieri no Sesc, e poderia dividir a atenção, ao afugentar um pouco do público que pensaria duas vezes em pagar um ingresso no sábado, para assistir-nos, e no domingo, haver um show grátis no Parque da Aclimação. Claro que configurou um conflito de interesses, e tivemos que administrar essa situação, pois não podíamos deixar de ter mais essa oportunidade naquele momento. Porém, antes de falar sobre isso, tenho mais duas ocorrências a relatar sobre esse período de julho de 1985.


Continua...

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