domingo, 6 de março de 2016

Autobiografia na Música - Magnólia Blues Band - Capítulo 25 - Por Luiz Domingues

Quando a próxima edição do Quarta Blues chegou, os efeitos da doença que me consumia estavam a se mostrar salientes. Já a começar a ficar com aspecto amarelado, por conta da icterícia, que evoluiria ainda mais, e ficaria assustadora, eu cogitei enfim me consultar com um médico, mas tal providência só foi ser tomada alguns dias depois. Porém, o meu estado já estava preocupante e minha resistência física, portanto, debilitada.
Mesmo assim, foi muito prazerosa a noite em que o jovem guitarrista & baixista, Kalil Bentes, foi o nosso convidado especial.

Técnico, criativo e muito participativo, Kalil fez da noitada uma apresentação das mais positivas e a reviver de certa forma, o clima que permeou o projeto em sem nascedouro em 2014, isto é, a presença de um convidado por semana e com grande desenvoltura.

Kalil foi outro convidado que também revelou-se super gentil e na conversa, nos contou que também era um professor de música, com muitos alunos, e um atleta, sendo praticante de Karatê de alto nível, federado e acostumado portanto a disputar competições oficiais.
"Call me the Breeze" com a Magnólia Blues Band + Kalil Bentes

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=L8ILazClEcw
"Jumpin' Jack Flash" coma Magnólia Blues Band + Kalil Bentes

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=p0spncKO8-0 

Foi inevitável, lhe perguntei se tal atividade radical que muito usa as mãos com violência, não lhe prejudicava como músico e a sua resposta foi das mais convincentes, a me explicar que tudo era uma questão de jeito e que a parte da força usada nas mãos, tinha na verdade um cuidado para não comprometer os dedos e a possibilidade do esporte gerar uma contusão que o prejudicasse como músico, era nula, praticamente.
Joe Roberts  (a usar chapéu preto), em ação com a Magnólia Blues Band + Kalil Bentes
 
Uma visita inesperada e super bem vinda, cantou conosco também, e foi muito bom. Tratou-se de Joe Roberts, um cantor sensacional que tem longa carreira pela noite paulistana. Joe era bastante conhecido pelos seus trabalhos como intérprete de um "Bee Gees Tributo", que é um dos mais fidedignos do Brasil e quiçá do mundo. 

Afinado, com muito punch, swing e experiência de palco, a sua presença para uma participação rápida só poderia enriquecer a noite, e foi o que ocorreu.  
"Proud Mary" com a Magnólia Blues Band + Kalil Bentes

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=lwvGSQu1Cpo
"Hey Joe" com a Magnólia Blues Band + Kalil Bentes 

Eis o Link para assistir no YouTube:
http//www.youtube.com/watch?v=6buUzL5yV7o   
 
"Mustang Sally" com a Magnólia Blues Band + Kalil Bentes

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=IzMA6NQAssg 

Enfim, foi uma ótima edição do projeto e só não foi melhor pelo fato de que a cada dia, eu me sentia pior, fisicamente e com tais incômodos, realmente ficara impossível manter o foco inteiramente na música.
Da esquerda para a direita: Kim Kehl, Kalil Bentes, Alexandre Rioli, Carlinhos Machado e Luiz Domingues

Noite de 4 de março de 2015.  
Na semana seguinte, recebemos o guitarrista, Fernando Alge. Muito amigo do Kim de longa data, Alge já estava convidado há bastante tempo, mas a oportunidade ainda não havia surgido na sua agenda, e somente nesse ponto, em março de 2015, foi possível tal concretização.

Guitarrista com boa técnica e repertório amplo, Fernando Alge foi mais um dos músicos convidados desse projeto que ao plugar a sua guitarra no amplificador, mostrou-se absolutamente à vontade conosco e vice-versa.  

 
"Black Cat Moan" com a Magnólia Blues Band + Fernando Alge

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=-3rUTJLDg-g
"Double Trouble" com a Magnólia Blues Band + Fernando Alge

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=nUwnZreUtCI
"Further on up the Road" com a Magnólia Blues Band + Fernando Alge

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=o-kB5iXcEN0
"Stand by Me" com a Magnólia Blues Band + Fernando Alge

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=2FX9jFOsyxQ
"Train Kept a Rollin'" com a Magnólia Blues Band + Fernando Alge

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=2_I9HTWcl-M

Ao parecer que era um membro da nossa banda, tamanha a sua adaptação instantânea, Alge tornou a edição, das mais agradáveis.
Isso sem contar o fato de que ele era (é) gentil ao extremo, portanto, a sua humildade e generosidade nos cativou de imediato. Cris Stuani apareceu de surpresa e cantou conosco, naturalmente.  
Noite de 11 de março de 2015.

Já durante a noite de 18 de março de 2015, fizemos uma edição sem convidados. Nem mesmo o tecladista, Alexandre Rioli, participou dessa noite, portanto, enfrentamos a noite com o trio base dos Kurandeiros: Kim-Carlinhos-Luiz.  
Nessa altura, eu já havia passado muito mal e tinha ido passar pelo pronto-socorro de um Hospital. Mal diagnosticado por uma médica cardiologista, plantonista desse hospital de luxo e renome (pasmem), a minha situação estava a piorar a cada dia e isso motivou que eu me consultasse um médico particular e me submetido à uma batelada de exames. Aguardava o resultado de tais exames, mas estava com um mal-estar horrível e a minha aparência estava assustadora, tamanha a coloração amarela da minha pele e olhos, devido à icterícia.

O meu médico suspeitava de hepatite, mas deixou claro que podia ser uma colelitíase, também, portanto, ficara forte a possibilidade de ter que operar com urgência. Para ir além, ele me disse que poderia ser ainda pior, pois se uma invasão de bílis proveniente da vesícula e do fígado, chegasse ao duto biliar e pâncreas, eu corria risco de vida.
Paulo Krüeger a tocar com a Magnólia Blues Band e eu atrás, sentado, a tentar colocar o meu baixo no cavalete, com dificuldade. Ainda bem que a foto está escura, pois minha cor de pele e olhos nesse dia esteve assustadora nesse dia...
 
Ainda a esperar os exames, mas já aconselhado a fazer repouso absoluto, participei de mais uma edição do Quarta Blues com a Magnólia Blues Band, em 25 de março de 2015 e pior ainda, mais um show d'Os Kurandeiros, no dia 27. Sobre o show d'Os Kurandeiros, que foi o último que eu fiz antes de ser internado e submetido a duas cirurgias de emergência, já falei amplamente no capítulo dessa banda.

Aqui, foco na edição desse dia 25, quando me dirigi ao Magnólia Villa Bar a pilotar o meu automóvel, mas a sentir um forte mal-estar. Mesmo só a carregar o meu baixo, pois o meu amplificador ficara com o Kim (sob um gesto de extrema boa vontade para ajudar-me), a evitar assim que eu carregasse peso e de fato, estava proibido por ordem médica e mesmo que o quisesse, sentia-me fraco e com dores para tal.

Nessa noite em específico haveria uma festa fechada e o nosso evento ficou encaixado de forma estratégica, pois o organizador da noite foi um velho amigo em comum para todos os membros da Magnólia Blues Band: Paulo Krüeger.  
O grande Paulo Krüeger: ótimo músico, e um ativista cultural Rocker ultra-entusiasmado

Baixista da banda de Southern Rock & Blues Rock, "Cracker Blues", Paulo é meu amigo desde o início dos anos 2000, e o considero um ótimo músico, e um rapaz excepcional pelo caráter, capacidade de ser solidário, generoso, e também por ser um apaixonado pelo Rock, a se mostrar um agitador cultural dos mais ativos.
Claro que o Paulo tocaria conosco, mas não era necessariamente o convidado do dia, como nos moldes tradicionais do nosso projeto. Tanto que nem se preocupou em preparar as músicas do nosso repertório base, ao se comprometer a tocar poucas canções. Gentil como sempre, ele levara o seu set up regular de shows, mas eu culminei em usar o meu próprio amplificador, nesse caso um cubo mais leve do que o gabinete dele.
Medley BR Rock com a Magnólia Blues Band + Paulo Krüeger

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=rsKMR8t3PI8

Fiz a entrada sentado, pois não estava a aguentar ficar em pé, muito debilitado e a me sentir mal. Toquei, mas nem de longe foi uma apresentação boa para mim em termos pessoais. Sei que essa edição foi ótima pelo bom público presente (até surpreendente, eu diria, com mais de setenta pessoas presentes), e também pelo entusiasmo do Paulo Krüeger, que foi o responsável pelo sucesso da noite, tanto pela produção quanto pela sua participação animada, a tocar conosco.  
"Minha Vida é o Rock'n' Roll" com a Magnólia Blues Band +`Paulo Krüeger

Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=0OhoKTREu6k

Pelo meu estado lastimável de saúde naquela noite, hoje eu me arrependo de ter participado dessa edição, por que eu tinha noção de que estava mal, mas dias depois com o diagnóstico definitivo em mãos, tomei ciência de que foi muito pior do que imaginara e assim, estava a correr risco de vida e teria mais é que estar internado em um hospital e não fazer apresentação em um palco.

Bem, como eu já salientei nos capítulos sobre Kim Kehl & Os Kurandeiros e Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada, a doença/internação/cirurgias e lenta recuperação posterior prejudicou essas bandas citadas, além do Pedra e do Magnólia Blues Band. Sobre o Pedra, foi uma banda em que a situação daquele momento a colocara parada e logo após o início da minha recuperação, culminei em deixá-la, como eu já expliquei no seu capítulo específico. E sobre os Nudes de Ciro Pessoa, esta também vivia um momento sem atividades concretas. Portanto, minha doença prejudicou mais decisivamente Os Kurandeiros e a Magnólia Blues Band.

Para saber com maiores detalhes o que me ocorreu nesse período, deixo o link de uma matéria que escrevi e publiquei no meu Blog 1, mas sem alardeá-la na internet & redes sociais, como outras matérias que escrevo regularmente, mas sim com o intuito de deixar no ar o meu agradecimento sincero aos médicos, enfermeiros e técnicos do Hospital São Paulo, que salvaram a minha vida.

Eis o link para ler tal relato:

http://luiz-domingues.blogspot.com.br/2015/10/nao-e-por-ma-vontade-dos-profissionais.html

Sobre a noite de 25 de março de 2015, foi a última em meu caso em particular com a banda sob tal formato, pois com a minha ausência forçada, os colegas se mobilizaram para manter de pé o projeto, ao convidar-se baixistas para me substituir, caso de: Sérgio Luongo, Rey Bass e Alê Bass, os quais agradeço pela força, é claro! E quando eu voltei a atuar com a banda, o formato do projeto havia mudado, mas sobre isso eu falo posteriormente.
Continua...

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