Para as mega
estrelas da música, os camarins são sempre uma extensão dos quartos de hotéis
cinco estrelas, portanto, o conforto extremo à disposição, em muito ameniza as horas de tédio
que geralmente acometem a todos os artistas, entre a finalização do soundcheck
e a hora de se entrar em cena.
Mas tudo fica muito pior quando se trata de artistas que não usufruem dessa infraestrutura maravilhosa, a começar pelo fato das dimensões dos camarins serem quase sempre diminutas, em casas noturnas de pequena expressão, ou mesmo ao se contar com espaços inexistentes, ao obrigá-los a usarem cubículos improvisados, como despensas de materiais, mantimentos ou adegas.
Mas tudo fica muito pior quando se trata de artistas que não usufruem dessa infraestrutura maravilhosa, a começar pelo fato das dimensões dos camarins serem quase sempre diminutas, em casas noturnas de pequena expressão, ou mesmo ao se contar com espaços inexistentes, ao obrigá-los a usarem cubículos improvisados, como despensas de materiais, mantimentos ou adegas.
Fora a insalubridade de lugares pouco
asseados e mal iluminados, a ausência de espaço e assentos, por mais simples
que sejam, como a clássica cadeira de plástico vagabundo, realmente tudo isso potencializa
o cansaço dessas jornadas.
Portanto,
não é somente o som alto produzido no palco pelos amplificadores dos
instrumentos elétricos, tampouco a ação da monitoração geral da banda e que
todos precisam ouvir à perfeição para executarem bem a performance da banda, mas
esse cansaço ao permanecer por horas no camarim, a esperar, e sob um ataque sonoro sem
definição, mais a se parecer uma massa amorfa, densa e em alto volume, trata de minar
as forças do artista, mesmo antes do seu show começar.
Outro fator
desgastante tange ao horário padrão das apresentações. A tradição dos shows de
Rock regidos pelo horário clássico das peças teatrais, 21 horas, perdeu
força, de forma paulatina, infelizmente.
E com a escassez de oportunidades para
apresentações em teatros, por volta do fim dos anos oitenta, as bandas de Rock
tiveram que mudar o seu padrão habitual, ao se adaptarem à cartilha desgastante das
casas noturnas, locais onde passaram a fazer as suas apresentações mais
regularmente.
Sendo assim, com a sanha dos proprietários dessas casas em
postergar por horas o início dos espetáculos, a fim de forçar a clientela a
consumir bebidas e petiscos, o padrão de horário para o show passou a se iniciar depois da meia
noite e muitas vezes, muito além disso. Dessa forma, o cansaço multiplicou-se e
somado à falta de um camarim confortável e bem isolado, acusticamente, a espera
para apresentar-se ficou ainda mais entediante sob todos os aspectos e nesse aspecto
a somar-se aos fatores da gordura culinária ali existente e mediante odores fortes oriundos de temperos diversos, a tornar
tais cubículos improvisados como camarins, insalubres, isso sem contar o calor
insuportável, visto que geralmente tais despensas improvisadas estão perto de
cozinhas, com fogões industriais, fornalhas ou até caldeiras escaldantes sob
a ação da fumaça quente.
Em caso de shows compartilhados, se a banda que divide a noite com a sua é amiga, e o som compatível, ainda bem que tem esse fator envolvido pelo convívio prazeroso entre amigos e compatibilidade de ideias musicais (e atesto que assisti com prazer muitas bandas de colegas cujos trabalhos eu gosto e assim apreciei muito as suas respectivas performances pelas coxias), mas isso nem sempre é possível.
Em caso de shows compartilhados, se a banda que divide a noite com a sua é amiga, e o som compatível, ainda bem que tem esse fator envolvido pelo convívio prazeroso entre amigos e compatibilidade de ideias musicais (e atesto que assisti com prazer muitas bandas de colegas cujos trabalhos eu gosto e assim apreciei muito as suas respectivas performances pelas coxias), mas isso nem sempre é possível.
Aconteceu-me muitas
vezes, principalmente em festivais com muitas bandas a apresentarem-se e então, a
espera ainda mais longa, contrasta com a efemeridade de um show de choque que você
vai realizar ali, pois são horas de espera para subir ao palco e tocar por
menos de trinta minutos.
E já houve
casos de furtos em camarins. Já passei por isso duas vezes e mesmo não tendo
sido prejudicado pessoalmente, foram companheiros meus a serem furtados e claro
que isso estragou a noite de todos, mesmo tendo sido bons shows.
Tem também a
questão do assédio de gente inconveniente. Não tem nada mais gratificante do
que receber fãs do trabalho no pós-show e eu tenho lembranças ótimas nesse
sentido, em todas as bandas pelas quais eu atuei, mas muitas vezes há gente
extremamente desagradável e invasiva misturada aos civilizados, que abordam com carinho
e educação.
Chatos contumazes aparecem e geralmente são inconvenientes, ao passar dos
limites, por fazerem pedidos a fim de obter material da banda de forma gratuita, ou
ingressos para shows futuros, e neste caso, há ainda os que não dão a entender que não sairão facilmente do ambiente, como se quisessem
forçar a entrada na nossa “entourage” e sem o nosso convite expresso, certamente.
E tem igualmente os costumeiros maus-tratos perpetrados por funcionários mal-educados, seguranças prepotentes e terrorismo para forçar a debandada da banda e de sua equipe ser a mais ligeira rápida no pós-show, com a tática do corte de energia elétrica no camarim, entre outras ações lastimáveis, e acredite, já passei por isso algumas vezes.
E tem igualmente os costumeiros maus-tratos perpetrados por funcionários mal-educados, seguranças prepotentes e terrorismo para forçar a debandada da banda e de sua equipe ser a mais ligeira rápida no pós-show, com a tática do corte de energia elétrica no camarim, entre outras ações lastimáveis, e acredite, já passei por isso algumas vezes.
Claro que
acumulei muitas histórias engraçadas e outras tantas a conter aspectos
positivos sobre a estada em camarins e que oportunamente poderão gerar novas
crônicas específicas sobre tal tema, mas nesta oportunidade, eu quis falar genericamente
sobre o “Dark Side” dessas experiências acumuladas.
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