sábado, 7 de março de 2020

Cápsulas - Por Telma Jábali Barretto

Temos alguns tipos de nichos, porque não dizer úteros que, confortáveis, nos aninhamos. Sim!, aninhamos nesses berços que abraçam, acolhem e, por essa razão, porque sair?...
Acontece, de pronto, para conforto, nem sempre na plena acepção da palavra...bem além disso, pelo tipo de segurança, piloto automático, continuísmo que grande parte de nós prefere e adere com unhas e dentes...
Mudar dá trabalho! Faz pensar e repensar naquilo que temos, tivemos (ou não...) em novos esquemas de fluxo com hábitos, o que permitir que escoe, esgote e o que teremos que criar, construir, dar forma... tirando de mecanismos viciados, tendo que abrir novas trilhas trabalhosas, caminhos, desafiando a aberturas...
Tendemos a viver em cápsulas, bolhas, redutos, debaixo ou dentro de condições de ‘temperatura e pressão’ conhecidos, dominados muito além do ar condicionado que tira do ar ao vivo e a cores reais, conhecendo longe dali, pessoas, ideias, referências ameaçadoras àquilo já conhecido e aceito dentro de nós... O estrangeiro simboliza exatamente contato com o distante, outra cultura, terreno, costumes, linguagem, reveladores do incomum, além da zona de conforto que não confrontem nossos significativos parâmetros estabelecidos de padrões, valores!
Teoria da biologia diz que a capacidade de sobrevivência, em meio ao desconhecido, fora do usual, testa e demonstra habilidade de evolução, significando criatividade que transforma dificuldade, adversidade em saídas que, de início, serão desafiadoras e se bem assimiladas, após transpostas, reveladoras muitas vezes de nossa singularidade. A pura e simples resistência ao desconhecido não nos testa ou desafia ao crescimento, mas...consequentemente, alimenta a ignorância, inércia.
A vida é escola e, como tal, natural que traga convites ao aprendizado. Assim rompemos infância e seus medos próprios, igual adolescência até chegar à fase adulta e...não de outra forma acontece com nossa alma com suas mais amplas complexidades, envolvendo apreensões do emocional, racional, intuitivo, sensorial, onde em sequência perdemos ou abdicamos de colos para aprender a andar, correr e, quem sabe ?!...voar! Ser discípulo da Vida requer coragem já dizia o Guimarães... trazendo lições que, se nos furtamos, conscientemente, de ir ao seu encontro, Ela, a natureza própria, se incumbe do tsunami propiciando encontremos de novo e, mais uma e outra vez, quantas sejam necessárias para aquilo que, em Sua Exuberante Linguagem e  Sabedoria, devamos experimentar! Assim sempre foi, é e será! Cumpra-se!!!



Telma Jábali Barretto é colunista fixa do Blog Luiz Domingues 2. Engenheira civil, é também uma experiente astróloga; consultora para harmonização de ambientes e instrutora de Suddha Raja Yoga.  Nesta reflexão, ela fala sobre as bolhas em que costumamos colocarmo-nos, a promover o nosso isolamento em nichos.






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