Foi quando fomos surpreendidos pela produção, pois estávamos a considerar que mediante o adiamento da filmagem, por conseguinte, haveria um tempo elástico para a marcação de ensaios gerais, mas eis que foi sinalizada a data de 5 de agosto para um primeiro ensaio geral e ainda bem, da parte da banda estávamos com 90% do espetáculo (pelo menos), bem resolvido na parte instrumental.
Dessa forma, foi marcado no estúdio "Mad" da Rua Guaicurus, na Vila Romana (Lapa), na zona oeste de São Paulo, quando nos reunimos então nesse dia marcado e a nossa banda esteve em peso com o quinteto para dar suporte ao Edy e seus convidados. Na verdade, tais escolhas em relação aos artistas convidados não fora uma atribuição direta do Edy, mas da produção do espetáculo e assim, foram sugeridas as personas de Felipe Cordeiro, Sebastião Reis e uma cantora chamada: Lu.
O guitarrista, cantor e compositor, Felipe Cordeiro. Fonte: Internet/divulgação
Felipe Cordeiro já era um artista bem conhecido da cena MPB vanguardista, famoso por unir a MPB com a música dita "Techno-brega", experimentalismo e sonoridades Folk das mais diversas matizes oriundas da região norte do país, notadamente o estado do Pará, sua terra natal. Filho do famoso guitarrista e maestro, Manoel Cordeiro, ele foi parceiro musical de seu pai desde a infância e em termos de carreira solo, já possuía três álbuns e participado de turnês pela Europa, portanto, a se revelar muito experiente e talentoso.
O compositor, cantor e multi-instrumentista, Sebastião Reis. Fonte: Internet/divulgação
Sobre Sebastião Reis, eu sabia que ele era filho do famoso compositor, cantor e multi-instrumentista, Nando Reis (este, ex-baixista e cantor dos Titãs), e que a despeito dos trabalhos que mantinha com o seu pai e irmão, possuía também a sua própria banda, no entanto, eu não conhecia tal sonoridade que ele produzia normalmente em sua carreira.
E finalmente sobre a cantora que interpretaria as canções defendidas por Miriam Batucada no álbum (Lu), segundo a produtora do evento, Janaína, que a sugerira, esta seria uma artista com forte identificação com a arte circense, a trabalhar na função do "Clown" clássico e que em termos musicais era uma fã declarada da Miriam Batucada, portanto, bem talhada para interpretar tal saudosa Kavernista.
Uma boa matéria foi publicada nesse ínterim, na versão on line da revista Veja, a repercutir o espetáculo. Veja o Link abaixo
https://veja.abril.com.br/blog/radar/album-de-raul-seixas-ganha-show-em-homenagem-a-cinquentenario/
Muito bem, o ensaio aconteceu então no dia 5, mas o Sebastião já tinha outros compromissos agendados e não pode participar. Felipe Cordeiro no entanto esteve presente e muito simpático, logo se enturmou conosco ao demonstrar os seus dotes em torno da chamada "guitarrada" uma forma de se tocar bem específica em torno de diversos ritmos nortistas, de uma forma muito particular e assim, veio a calhar a sua performance para ornar com solo a canção: "Eu Vou Botar pra Ferver", cuja sonoridade nordestina em torno do frevo pernambucano, não é a mesma especialidade sua, mas tirante as diferenças regionais estilísticas, ornou muito bem e assim enriqueceu a nossa instrumentação.
A ótima cantora e Kurandeira honorária, Renata "Tata" Martinelli. Foto: Alexandre Padial
Já a cantora, Lu, se esforçou para comparecer ao estúdio, mas segundo ela mesmo afirmou, fora avisada em cima da hora sobre o convite e assim, preferiu declinar do convite em torno da sua participação. Rápido, Edy ligou imediatamente para a nossa amiga em comum, Renata "Tata" Martinelli e ela aceitou o convite, mesmo com o tempo exíguo para a preparação mais apurada e se prontificou a participar dos dois ensaios posteriores.
E assim foi, em 13 de agosto, uma sexta-feira, em que nos encontramos novamente para um ensaio geral, desta feita com a Renata, Felipe Cordeiro e um novo tecladista, visto que nesse ínterim, o tecladista d'Os Kurandeiros, Nelson Ferraresso foi surpreendido com um revés familiar e teve que deixar a produção de uma forma abrupta. Portanto, nesse dia, já recebemos a persona do muito competente, Mateus Schanoski para suprir os teclados. Sebastião Reis não pode participar desse ensaio, mas ficou acertada a sua presença no posterior, marcado para o dia 15 em outro estúdio, ali mesmo no bairro da Vila Romana, este chamado: Villa das Artes.
"Per un amico", disco incrível lançado em 1972 pela Premiata Forneria Marconi (PFM), uma banda italiana de Rock Progressivo poderosa, que eu adoro desde a década de setenta
Em 15 de agosto, um domingo, ensaiamos enfim com o Sebastião Reis e nós estabelecemos amizade instantânea quando ele me revelou que amava sonoridades 1960 & 1970 dentro do Rock, Folk e MPB e rapidamente sacou o seu telefone celular do bolso e me mostrou o que viera a escutar no seu carro a caminho do ensaio: o LP "Per Un Amico", da maravilhosa (meraviglioso!), Premiata Forneria Marconi, uma das mais emblemáticas bandas do Rock Progressivo italiano dos anos setenta. O que dizer, depois dessa revelação a não ser: siamo noi?
Na primeira foto, da esquerda para a direita: Felipe Cordeiro, Edy Star, Renata "Tata" Martinelli e Sebastião Reis. Na segunda foto, Carlinhos Machado, Kim Kehl, Renata "Tata" Martinelli, Sebastião Reis, eu (Luiz Domingues), Phill Rendeiro e Michel Machado. Sentados, na frente: Mateus Schanoski e Edy Star. Ensaio de 16 de agosto de 2021 no estúdio Villa das Artes na Vila Pompeia, em São Paulo. Acervo e cortesia: Edy Star. Click: Janaína
E no dia seguinte, 16 de agosto, realizamos mais um ensaio bom, desta feita (e finalmente) com todos os artistas participantes, a contar com o ótimo percussionista, Michel Machado, cuja convivência com Os Kurandeiros através de muitos shows que cumprimos juntos com Edy Star em ocasiões passadas, sempre fora muito prazerosa para nós.
E feito tal apronto, nos colocamos à disposição da produção do evento, para cumprirmos a filmagem marcada para o dia seguinte, 17 de agosto de 2021.
O roteiro do espetáculo distribuído aos seus participantes
Continua...
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