Antes disso, num curto espaço de tempo, havíamos batizado a banda como "Rest In Peace"; "Ohms"; "Gato de Botas"; "Iscariots", e finalmente estabilizou-se como "Céu da Boca", em julho de 1976. Portanto, a mudança para "Boca do Céu", só ocorreria meses depois. Todos eles passavam pela imaginação juvenil, permeada por signos do Rock setentista. "Rest in Peace" trazia a morbidez de um Black Sabbath; "Ohms", poderia remeter a algo científico, como gostava de citar o Van Der Graaf Generator em suas músicas; "Gato de Botas" recorria à literatura infantil dos Irmãos Grimm, ou Hans Christian Anderson, e claramente tratava-se de uma citação ao Genesis. E finalmente o "Iscariots", foi uma referência ao personagem bíblico que traiu Jesus Cristo, e certamente era uma menção à Ópera-Rock, "Jesus Christ Superstar", da qual gostávamos. Só depois de algum tempo, houve uma inversão, e o nome estabilizou-se como "Boca do Céu". Em agosto, o Bernardão "Janjão" não quis mais brincar como Rocker, e saiu. Chamamos outro colega de escola, Edson Coronato, apelidado Edson "Coverdale", para assumir o vocal. A condição musical dele era a mesma do Bernardão, ou seja, cantor de chuveiro, sem noção musical, mas com exceção do Osvaldo, que era o melhor tecnicamente, todos éramos péssimos, portanto, nosso critério para escolher um novo vocalista, era sem noção também. Mas o Edson era muito gente boa, Rocker inveterado como nós, e o melhor centroavante da escola, sem dúvida alguma.
Edson Coronato fora meu colega de classe na
7ª série, em 1974. Fã de futebol e Rock, como eu, logo tornou-se amigo. Na
nossa escola, era o melhor centroavante e ainda bem, jogava no meu time. Formava uma dupla infernal com o ponteiro, Wlademir
Chiari (outro bom amigo que tinha e este, desde a infância pois estudamos
juntos desde 1968), e com seus gols, ganhamos muitos jogos. Nosso time chamava-se :
"Universal". O nome do nosso time era pomposo : "Associação Futebolística
Universal de São Paulo". A razão prosaica da escolha de tal nome, foi
porque já existiam muitos times com nome de "Internacional" e
"Nacional", mas "Universal", não era conhecido, e
suplantava os dois anteriores numa visão, digamos, expansionista. Logo surgiria
o "Cosmos" de Nova York e acabaria conosco, mas nem sonhávamos com
essa humilhação, em 1974. Em termos de Rock, o Edson gostava de muitas bandas.
Mas lembro-me que tinha especial apreço por Deep Purple e Nazareth. Costumava
imitar Ian Gillan; David Coverdale, e Dan MacCafferty, por cima dos discos que
ouvíamos juntos, e na companhia de outros rockers da escola, como o Jacques, que aliás era o nosso goleiro e
fechava o gol com suas defesas elásticas.
Abro um pequeno parêntese para explicar a razão pela qual já era amigo do Edson, ao retroagir ao segundo semestre de 1975. Em 1975, estávamos a enlouquecer com o Rock e exemplares da revista "Rock, a História e a Glória" e também da "POP", corriam de mão em mão, na mesma profusão com que emprestávamos LP's e Fitas K7 a conter diversas bandas internacionais e nacionais, uns aos outros.
Mas houve um fato desagradável na escola, e nessa idade, no meio da adolescência, fazia muita diferença. Eu repetira a sétima série e meus amigos seguiram em frente. Enquanto eu era o repetente da "sétima C", em 1975, eles seguiram em frente e isso não diminuiu a nossa amizade, nem demoveu-nos de nossas atividades Rockers e futebolísticas, mas forçosamente, nossos horários e convivência, ficaram mais prejudicados. Mesmo assim, no segundo semestre de 1975, resolvemos fundar uma banda. Só havia um detalhe absolutamente risível nessa determinação juvenil : ninguém sabia tocar absolutamente nada ! Então,"escolhemos" um instrumento para cada um, e formamos a banda, na quixotesca esperança de que começaríamos a aprender, e em poucos meses, estaríamos a ensaiar verdadeiramente. A formação da banda seria : Wlademir (teclados); Edson (baixo); Jacques (guitarra); Bernardo (vocal), e eu na bateria, pois confesso : sempre quis ser baterista... e o baixo foi um acidente na minha vida. Essa formação dissipou-se de vez assim que o ano de 1975, findou-se, e todos passaram de ano, mas a criar então um novo empecilho. Meus amigos saíram da escola, ao formarem-se no ensino fundamental e a espalhar-se assim por outros colégios, onde iniciariam o segundo grau, enquanto eu fiquei, para cursar a oitava série, enfim.
Por volta de março de 1976, insisti em prosseguir com essa banda fictícia, mas apenas dois amigos sinalizaram que tentariam prosseguir, entre eles, o Edson. Contudo, esse delírio não durou um mês, apesar da banda ter recebido um novo nome até interessante : “Medusa”.
Abro um pequeno parêntese para explicar a razão pela qual já era amigo do Edson, ao retroagir ao segundo semestre de 1975. Em 1975, estávamos a enlouquecer com o Rock e exemplares da revista "Rock, a História e a Glória" e também da "POP", corriam de mão em mão, na mesma profusão com que emprestávamos LP's e Fitas K7 a conter diversas bandas internacionais e nacionais, uns aos outros.
Mas houve um fato desagradável na escola, e nessa idade, no meio da adolescência, fazia muita diferença. Eu repetira a sétima série e meus amigos seguiram em frente. Enquanto eu era o repetente da "sétima C", em 1975, eles seguiram em frente e isso não diminuiu a nossa amizade, nem demoveu-nos de nossas atividades Rockers e futebolísticas, mas forçosamente, nossos horários e convivência, ficaram mais prejudicados. Mesmo assim, no segundo semestre de 1975, resolvemos fundar uma banda. Só havia um detalhe absolutamente risível nessa determinação juvenil : ninguém sabia tocar absolutamente nada ! Então,"escolhemos" um instrumento para cada um, e formamos a banda, na quixotesca esperança de que começaríamos a aprender, e em poucos meses, estaríamos a ensaiar verdadeiramente. A formação da banda seria : Wlademir (teclados); Edson (baixo); Jacques (guitarra); Bernardo (vocal), e eu na bateria, pois confesso : sempre quis ser baterista... e o baixo foi um acidente na minha vida. Essa formação dissipou-se de vez assim que o ano de 1975, findou-se, e todos passaram de ano, mas a criar então um novo empecilho. Meus amigos saíram da escola, ao formarem-se no ensino fundamental e a espalhar-se assim por outros colégios, onde iniciariam o segundo grau, enquanto eu fiquei, para cursar a oitava série, enfim.
Por volta de março de 1976, insisti em prosseguir com essa banda fictícia, mas apenas dois amigos sinalizaram que tentariam prosseguir, entre eles, o Edson. Contudo, esse delírio não durou um mês, apesar da banda ter recebido um novo nome até interessante : “Medusa”.
Era a revista mais sensacional a cobrir o Rock, que existia na época (tudo bem, existia a Revista POP, da editora Abril, mais bem acabada e produzida graficamente, mas que abordava outros assuntos, como moda e comportamento, porém no quesito texto, a "Rock" ganhava de mil a zero). Então, após vibrarmos por ver nossa carta publicada no Jornal, começamos a receber cartas de aspirantes.
Minha sina em ver meu nome escrito errado, vem de longe... como se não bastassem os inúmeros aborrecimentos que tive com o apelido que usei durante anos, eis minha carteirinha escolar da 8ª série, em 1976, quando o Boca do Céu iniciou atividades. Quem é mesmo Luiz Antonio "Domingos" ?
Continua...
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