sábado, 18 de março de 2023

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 349 - Por Luiz Domingues

E como eu já havia comentado em capítulos anteriores, eis que no início do ano de 2023, eu fui avisado que o esperado álbum ao vivo da Patrulha do Espaço, a conter boa parte do material do que havíamos coletado durante a turnê de despedida da banda, na qual eu fui partícipe, finalmente ficou pronto.

A espera por tal disco foi tão grande que eu soube antes do fato, na verdade, por parte de fãs e amigos que passaram a repercutir freneticamente publicações pelas redes sociais da internet, à medida que anunciavam publicamente a aquisição do disco, ao invés da comunicação oficial emitida pelo Rolando Castello Junior para nós membros, fato que só ocorreu no início de fevereiro.

Fui buscar as minhas cópias de recordação nas dependências do estúdio Orra Meu em 10 de fevereiro e mesmo já tendo a informação de que o projeto gráfico do álbum estava muito luxuoso, assim que examinei com maior atenção o material, fiquei muito impressionado. 

Se por um lado eu já conhecia o alto padrão que o Rolando sempre exigiu ao encomendar artes gráficas para apresentar os discos da banda, neste caso, realmente achei que não apenas se manteve tal tradição, como houve um acréscimo de qualidade.

A se tratar de um trabalho magnífico da parte da cantora da banda há muitos anos, no caso eu falo sobre Marta Benévolo, cujo talento extra como artista plástica tem sido usado pela banda há muitos anos, de fato, mais uma vez ela merece todos os elogios por compor uma arte tão bonita, para a capa, contracapa, encarte bastante generoso, além da inclusão de um belo poster como bônus aos fãs e também para a segunda capa invólucro do disco.

Sobre o texto, outra marca registrada do Rolando, eu já disse em ocasiões anteriores e repito que ele escreve muito bem normalmente, e nesses textos que produz especialmente para compor encartes de discos, ele costuma impregnar uma carga de emoção muito forte na forma de narrar a história específica de cada produção, ou seja, Rolando tem o talento como redator para provocar com maestria a emoção dos fãs e tal recurso valoriza ainda mais o conteúdo dos discos.

Bem, como eu já narrei amplamente através de capítulos anteriores, a banda realizou essa turnê de despedida da cena artística e a nossa formação chronophágica foi a base desses shows que demarcaram tal predisposição, acrescida da presença da cantora, Marta Benévolo, que era egressa das formações mais modernas da banda, pós-2010. Nem sempre, no entanto, tivemos o time completo, pois o Marcello a acumular outras tantas bandas simultaneamente, estava com a agenda bem preenchida e assim, muitas vezes, cumprimos os compromissos marcados como quarteto, sem a sua presença.

Outro dado interessante, foi que quase todos os shows que fizemos dessa turnê que ocorreu entre 2018 e 2019, foram gravados, mas se optou para efeito de compor o disco ao vivo, usar apenas a gravação do show realizado no dia 3 de novembro de 2018 no palco do Sesc Belenzinho de São Paulo, pois a despeito de outras gravações terem sido consideradas boas, o fato foi que nesse show em específico, o áudio teve uma captura muito caprichada ao contar com a unidade móvel do estúdio Orra Meu em perfeita sincronia com o equipamento usado como PA nessa noite.

A despeito da gravação do áudio ter sido essa, na prática foram usadas muitas fotos de outros shows que cumprimos, o que enriqueceu a parte gráfica do disco.

A banda de fato fez o último show de sua carreira no palco do Festival Psicodália de Santa Catarina em março de 2019, para fechar essa turnê, mas no decorrer de 2019, o Rolando mudou de ideia e reformulou o grupo ao decidir prosseguir, quando anunciou uma nova formação (com velhos amigos meus convocados, Gabriel Costa no baixo e Wagner Nascimento na guitarra). Por um revés inesperado e terrível, a incidência da pandemia mundial decorrente do coronavírus/Covid-19, fez com que tal plano de continuidade ficasse adiado até que as condições sanitárias ficassem seguras, e assim, a formação nova só debutou de fato em fevereiro de 2023, no palco do Sesc "24 de maio", no centro da cidade de São Paulo.

Portanto, o fato da banda voltar à ativa e ao mesmo tempo ter lançado um álbum ao vivo a demarcar a sua despedida da carreira concluída anos antes, não pode ser considerado como algo contraditório, no sentido de que a arte é dinâmica e eu não vejo problema algum em um artista encerrar atividades e sob uma circunstância mais favorável a seguir, mudar de direcionamento e voltar à ativa. E também acho perfeitamente normal quando uma banda anuncia período sabático de carreira, com seus componentes se dedicando a trabalhar em outros projetos e em uma outra ocasião futura mais favorável, voltar a trabalhar como uma banda unida. 

Enfim, o fato foi que o disco ao vivo da Patrulha do Espaço foi lançado e a se tratar do meu segundo disco ao vivo com tal banda e a se tratar do quinto na discografia regular e décimo ao se contar com as coletâneas e faixas bônus da minha formação incorporadas em outros discos da banda. Portanto, motivo de muito orgulho de minha parte e certamente a enriquecer sobremaneira o meu currículo.

Falo a seguir mais detidamente sobre a capa e conteúdo de áudio do álbum que recebeu o nome: "Capturados Vivos em São Paulo 2018", ou seja, uma menção ao outro álbum ao vivo que gravamos anos antes para fechar a fase da nossa formação chronophágica com "Capturados ao Vivo no CCSP em 2004".

Continua...

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