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sábado, 21 de dezembro de 2024

Autobiografia na música - Patrulha do Espaço - Capítulo 362 - Por Luiz Domingues

Conforme eu já esperava, pois me fora comunicado há meses, chegou às minhas mãos o vinil correspondente ao CD "Compacto +/Maioridade" em outubro de 2024. Tal iniciativa já havia sido tomada há bastante tempo, e na verdade, nos planos do Rolando Castello Junior, a ideia primordial foi lançar o CD e a versão para vinil em junho, quando realizamos o show para celebrar tais novidades no palco do Sesc Belenzinho de São Paulo, mas infelizmente o LP de vinil simplesmente não ficou pronto a tempo.

Tanto foi assim que na verdade demorou cerca de três meses para a fábrica enfim fazer a entrega do lote solicitado e no meu caso em específico, eu só consegui obter a minha cópia de recordação em outubro.

É até engraçado para alguém da minha geração se referir ao álbum como "disco de vinil", pois é óbvio que para pessoas da minha faixa etária, basta usar a sigla "LP", a designar um "Long Player", para que entendêssemos sinteticamente do que estávamos a falar. Mas convenhamos, o vinil caiu em desuso com o avanço avassalador do CD no começo dos anos oitenta e na sequência, o mesmo ocorreu com o próprio CD ao se tornar obsoleto em detrimento da Era digital via MP3 e similares. Passado mais um tempo, vieram as plataformas "streaming" e o YouTube a trazer a ideia de que mídias físicas não importavam mais, para desespero dos colecionadores e derrocada das lojas de discos, uma lástima.

Quando parecia que a escalada frenética do avanço da tecnologia haveria de nos afastar cada vez mais das velhas formas de ouvir e preservar música alojada em prateleiras, eis que um "revival"  do velho vinil chegou para se tornar uma nova tendência e na sua esteira, pasmem, até se ressuscitou a figura da fita K7, novamente romantizada e até uma "volta" do CD se insinuou no panorama de 2024.

Discussão sobre "tecnologia vintage versus moderna" a parte, devo registrar particularmente que foi um prazer ter o LP da Patrulha do Espaço em mãos e tal qual todo mundo que pertence à minha geração acostumou-se a fazer costumeiramente nos anos sessenta e setenta, o ritual de colocar o disco na "vitrola" (ou "pick-up" na forma anglicista de se expressar), e simultaneamente manusear a capa e o encarte, ao ler toda a ficha técnica, foi um exercício lúdico e mais do que isso, uma prática vívida de cultura Rocker como há tempos eu não praticava.

Ao analisar pelo aspecto da minha trajetória na música, eu não tinha um trabalho meu lançado em formato "LP", desde 1993, quando o Pitbulls on Crack, minha banda nos anos noventa, lançou-se no mundo fonográfico através da coletânea "A Vez do Brasil" pela gravadora Eldorado e veja bem, leitor: por se tratar de uma coletânea compartilhada com outras bandas, não foi exatamente um trabalho exclusivo de uma banda minha, portanto, como último disco inteiramente de um trabalho meu com um grupo de Rock autoral, a minha experiência de ter um LP, remontara à 1990, quando o LP "A New Revolution" do grupo The Key, foi lançado pela gravadora Devil's Discos.

Sobre o som, gostei da audição a trazer aquele característico som mais encorpado advindo dos sulcos de um vinil e mesmo com os chiados inevitáveis que as marcas do tempo acarretam aos discos no contato com a agulha, ainda sim, eu penso que o vinil tem o seu charme imutável.

E a respeito do formato da capa e consequente encarte, não tenho dúvidas sobre as vantagens inerentes desse tipo de produto, mediante uma boa oportunidade para fazer fluir a arte nas ilustrações, a presença de fotos e um encarte robusto, com muitas informações inerentes à obra em si. Neste caso, como a versão em CD veio com um encarte bem avantajado, a opção por uma condensação do mesmo material foi necessária, acredito, por uma questão de custo, mas ficou excelente, digno de um típico encarte de LP de banda de Rock dos anos sessenta e/ou setenta.

Aliás, ao conversar com os companheiros da nossa formação Chronophágica, fiquei impactado quando soube do altíssimo custo dessa produção de um LP nos dias atuais (ao me referir a 2024). A despeito do "vinil" ter voltado à moda e ter estado a encantar gerações que nasceram sob a égide digital e na posterior, virtual, os preços não refletiam a sua suposta popularidade recém adquirida no momento pós-anos 2020, porque os valores se mostravam estratosféricos e diante disso, o repasse ao consumidor final ter ficado exorbitante, inevitavelmente.

Em suma, fiquei feliz pelo lançamento, também pela coragem do Rolando para empreender nesse sentido, pelo esforço do Marcello na parte técnica ao oferecer o seu estúdio como apoio e também pela arte requintada da Marta Benévolo para compor o lay-out da capa e encarte para o CD, e neste caso, além de ter feito a adaptação da arte para o LP e claro, pelo fato concreto de particularmente eu ter tido novamente um LP de um trabalho meu alojado na estante, lado a lado com os discos de meus ídolos que me inspiraram a adentrar tal universo do Rock. E se estou simbolicamente lado a lado deles na estante de discos, creio que a minha missão foi cumprida!

Em suma, fiquei contente pelo lançamento do LP Compacto+/Maioridade, que veio a coroar todo o esforço empreendido para relançar o CD ".ComPacto" de 2003, com direito a um CD remixado e remasterizado, encarte de luxo e para culminar no mesmo disco sob o formato de um velho LP.  

E como eu sempre eu digo quando vou encerrar um novo capítulo aberto para falar sobre a minha participação como membro e ex-membro da Patrulha do Espaço, essa banda nunca para de gerar novidades, tanto na continuidade de sua carreira, propriamente dita, mesmo tendo anunciado o seu encerramento com uma turnê da qual eu fiz parte em 2018-2019, e que não se concretizou de fato, quanto a trazer fatos novos sobre formações anteriores de sua história, incluso a minha, a dita "Chronophágica". 

Então, é óbvio que a qualquer momento um novo capítulo poderá ser escrito, tanto para engrandecer a sua história, como uma banda de Rock que é na verdade uma instituição, quanto à minha trajetória pessoal devidamente registrada através da minha autobiografia.

Dessa forma, possivelmente continua...

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Autobiografia na música - Trabalhos avulsos (Golpe de Estado & Convidados) - Capítulo 123 - Tributo à Nelson Brito - Por Luiz Domingues

De uma forma penosa para todos os fãs do Golpe de Estado, colegas e amigos em geral dos membros e ex-membros, eis que recebemos atônitos a nota de falecimento do grande baixista, Nelson Brito, membro fundador desse histórico grupo de Rock, em 12 de julho de 2024. 

Ocorreu exatamente dez anos após o súbito falecimento do guitarrista Hélcio Aguirra e desta feita, o efeito surpresa que nos acometeu na perda do amigo Hélcio, teve outra perspectiva em relação ao Nelson, pois foi um perecimento anunciado, dada a constatação de que ele fora acometido de grave doença gastro-intestinal e que teve a agravante da somatização infeliz de uma doença contagiosa que teve. Nesse ínterim, a potencializar a sua completa perda de imunidade, foi minada a sua possibilidade de recuperação, pois o seu quadro geral piorou muito, portanto, os médicos fizeram de tudo, mas não deu para salvar o meu amigo e grande artista.

Eu fiz uma visita no hospital em que ele esteve internado em julho, assim que soube que saíra da UTI e fora para o quarto para se recuperar, mas assim que cheguei ao recinto, ele teve uma nova crise e foi reconduzido à UTI e assim, receio que ele não percebeu a minha presença, e a minha fala, mesmo com a sua esposa, Heloísa a enfatizar isso para ele notar que eu estava ali ao seu lado a lhe falar palavras de incentivo. Infelizmente eu presenciei a sua remoção de volta à UTI e de lá, nunca mais o vi com vida.

Impactado fortemente, fiquei com o questionamento sobre perdas de entes queridos, familiares ou amigos: o que é pior? Perder um amigo subitamente como foi o caso de Hélcio Aguirra, Rubens Gióia e Ciro Pessoa ou a saber que o amigo está debilitado, e de forma lenta, alimentar a nossa esperança de que melhore, mas na verdade, a situação é irreversível e dessa forma, o sofrimento de quem parte é vagaroso e o de quem fica, angustiante? 

Na qualidade colega de arte e amigo pessoal do Nelson, eu fui um dos tantos que sentiu o impacto da sua perda, sem poder fazer nada para mudar a situação, tampouco amenizar a tristeza pela qual fomos todos acometidos com a notícia. 

Particularmente, eu fui amigo do Nelson por quarenta e um anos. Nos conhecemos em fevereiro de 1983 nos bastidores da casa de espetáculos, "Victoria Pub" de São Paulo, quando a minha banda na ocasião, A Chave do Sol, se revezava com a dele, "Fickle Pickle", na missão de toda noite abrirmos os shows do "Tutti-Frutti", lendária banda comandada pelo guitarrista Luiz Carlini, por uma temporada longa que se estendeu até abril daquele mesmo ano. Nelson mal havia me conhecido nos bastidores do primeiro dia que lá fomos tocar e me ofereceu o seu amplificador pessoal para que eu me apresentasse e assim foi durante toda a temporada ali decorrida. Tal passagem está narrada com detalhes no livro "A Chave do Sol" da minha autobiografia, a corresponder ao volume V da obra. 

Simpático e solícito, tornou-se meu amigo de imediato. Desse ponto em diante, foram muitas jornadas a nos ajudarmos mutuamente. Ele já a bordo do Golpe de Estado e eu a passar por muitas bandas depois que A Chave do Sol encerrou atividades, mas curiosamente, sempre, em praticamente todas pelas quais atuei, a interagir com o Golpe de Estado através de shows compartilhados das mais variadas procedências e assim, sempre foi um prazer estarmos juntos nos camarins, coxias, no processo de soundcheck, mas ações de divulgação e claro, pelos palcos, ambiente de ensaios e estúdios de gravação, além de ambiente de rádio e TV. 

Nesses anos todos, também fui convocado a interagir como convidado em eventuais shows que o Golpe de Estado realizou e sempre fui acolhido pelo Nelson e demais colegas, da melhor maneira possível. Se eu já havia sentido muito a perda do guitarrista Hélcio Aguirra que nos deixou também de uma forma sofrida em 2014, o sentimento se repetiu em 2024, quando soube da partida do Nelson Brito. 

E assim como participei de um show em homenagem ao Hélcio Aguirra, alguns dias depois de seu falecimento, recebi um telefonema do meu amigo Marcello Schevano (desde 2014, substituto do Hélcio Aguirra para a condução da guitarra na continuidade de carreira do Golpe de Estado), para que eu participasse de algo semelhante, para prestarmos um tributo ao Nelson.

Seria diferente, no entanto, na medida que aquele "tributo" no qual participei em 2014, foi feito por um conglomerado de amigos e vários "combos" se apresentaram a tocar músicas de bandas pelas quais o Hélcio atuara e curiosamente, o Golpe de Estado a se tratar do seu trabalho mais significativo, ficara praticamente de fora. 

Desta vez, seria um show regular do Golpe do Estado, data essa que estava marcada previamente e que inclusive fora um pedido expresso da parte do próprio Nelson, ainda consciente no leito hospitalar de que nenhuma data agendada fosse cancelada.

Nesse termos, outras datas foram cumpridas mediante o apoio do baixista Daniel Kid, meu ex-roadie da Patrulha do Espaço em nossa  formação chronophágica, mas desta vez, a banda quis fixar uma homenagem a convidar cinco baixistas que foram amigos do Nelson e assim, eu aceitei o convite para tocar nesse compromisso que foi marcado para o dia 24 de agosto de 2024, com pouco mais de quarenta dias da sua morte, quando eu teria a honra de dividir o palco com o Golpe de Estado em regime de revezamento com quatro queridos amigos meus, baixistas e todos, amigos igualmente do Nelson, de forma fraternal. 

Dessa forma, além do Daniel "Kid" Ribeiro já citado, eu estive junto também a Marcelo "Pepe" Bueno, Ricardo "Soneca" Schevano (meus queridos amigos desde os anos 1990, tendo sido, ambos, meus alunos e cuja história está inteiramente narrada no livro VI da minha autobiografia, denominado como: "Sala de Aulas"). Além do ótimo, Fabio Cezzar, baixista de bandas seminais como o King Bird e Casa das Máquinas versão anos 2000 e meu amigo desde pelo menos 2007.

Todos nos unimos à formação então atual da banda e tocarmos as belas e complexas linhas de baixo criadas pelo nosso querido amigo que nos deixou. Foram designadas para mim, três canções para eu tocar no show: "Caso Sério", "Cobra Criada" e "Não é Hora", três dos muitos clássicos da banda.

Um ensaio foi marcado para ocorrer no estúdio Orra Meu, na quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024.

Continua...

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Autobiografia na música - Patrulha do Espaço - Capítulo 360 - Por Luiz Domingues

A formação chronophágica completa no enquadramento. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 7 de junho de 2024. Click, acervo e cortesia: Dalam Junior

Na reta final do espetáculo, deixamos para tocar os dois temas progressivos desse álbum. Nos ensaios, tais canções nos deram mais trabalho, apesar do bom preparo individual que cada um trouxe de casa em termos de preparação prévia, fruto desse esforço ocorrido na semana anterior, no entanto, sabíamos que para tocarmos corretamente, ajustes precisariam ser feitos no campo coletivo para que ambas soassem com a máxima perfeição. 

No caso de "Sendas Astrais", a nossa dificuldade maior residira em decorar o mapa, pois tal peça também foi arranjada mediante marcações não convencionais. Erramos nesse quesito nos ensaios, todavia a executamos com um bom nível no show. 

É fato, erramos uma marcação no espetáculo, mas eu não vou apontar abertamente aqui, aonde foi que falhamos exatamente. Deixo o enigma para o leitor/ouvinte descobrir ao comparar com a gravação oficial do disco. Só revelo uma pista: erramos em algum ponto após a conclusão do primeiro solo.

Da esquerda para a direita, nas duas fotos: eu (Luiz Domingues), Rolando Castello Junior, Marcello Schevano e Rodrigo Hid aos teclados. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 7 de junho de 2024. Clicks, acervo e cortesia: Osvaldo Vicino

Mas no cômputo geral, foi uma performance muito boa para uma música que tocamos pouco no início dos anos 2000, e que eu me lembre, foram poucas exibições que efetuamos dessa canção e nesse caso, restritas ao ano de 2001, e apenas mais uma vez no show de lançamento do álbum em 2003.

"Sendas astrais" - Sesc Belenzinho-SP - 7 de junho de 2024 - Captura de áudio, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima ("Moah")

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/ZQ0UO6w-SqQ

A seguir, enfim tocamos "Terra de Minerais", após um longo hiato de vinte anos, desde que a nossa formação encerrou as suas atividades. Tal canção em específico, antes mesmo de ter sido gravada e lançada em disco, já fazia parte do repertório e fazia um sucesso enorme em todos os shows.

Foto 1: Marcello Schevano. Foto 2: Eu (Luiz Domingues) em ação. Foto 3: Rodrigo Hid aos teclados. Patrulha do Espaço no Sesc Belenzinho de São Paulo. 7 de junho de 2024. Clicks, acervo e cortesia: Wilton Rentero

Tema progressivo, a seguir a velha cartilha do Prog-Rock setentista, trata-se de um tema cheio de partes, convenções complexas, vocais onomatopaicos, desaceleração e aumento de andamento, lindos solos e linhas sofisticadas de cada instrumento. Lembro-me bem o prazer que eu tinha de tocá-la ao vivo e como o Marcello Schevano bem observou nos ensaios que fizemos, nós atingimos um grau de excelência musical no início dos anos dois mil que nos permitia tocar esse tema pleno de complexidade, de olhos fechados, literalmente, pela constante execução feita noite após noite ao longo das extensivas turnês que realizamos nessa época. 

Não seria igual desta feita pelas circunstâncias, mas pelo que constatamos nos ensaios, sairia dignamente. E assim ocorreu, ao nos deixar muito felizes e ao mesmo tempo nostálgicos, pois esse tema, entre tantos, nos dera muitas alegrias no auge de nossa formação.   

"Terra de Minerais" - Sesc Belenzinho-SP - 7 de junho de 2024 - Captura de áudio, acervo e cortesia: Moacir Barbosa de Lima ("Moah")

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/TAVyuCnQNdE  

A recepção calorosa do publico se misturou ao sentimento de dever cumprido e também à nostalgia de termos tocado este tema do qual gostávamos muito com enorme constância nos idos de 2001 a 2004. E também pela sensação de termos tocado o disco na íntegra, com muita desenvoltura, a presentear os nossos fãs com uma exibição única, rara e muito especial para todos.

Mas ainda haveria um número final para fecharmos o espetáculo, definitivamente. 

Continua... 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Autobiografia na música - Patrulha do Espaço - Capítulo 355 - Por Luiz Domingues

Da esquerda para a direita, em pé: eu (Luiz Domingues), Marcello Schevano e Rolando Castello Junior. Sentado: Rodrigo Hid. Ensaio da Patrulha do Espaço em sua formação "chronophágica" no estúdio Orra Meu de São Paulo. 5 de junho de 2024. Click, acervo e cortesia: Marta Benévolo

No dia 4 de junho de 2024, a nossa formação chronophágica se reuniu nas dependências do estúdio Orra Meu e realizou o primeiro de dois ensaios a visar a preparação para o show marcado para o dia 7 do mesmo mês.

O combinado foi tocarmos as seis músicas do CD ".ComPacto", lançado em 2003, doravante rebatizado como: "Compacto+/Maioridade" na versão remixada e remasterizada, embalado por uma luxuosa concepção gráfica, rica em texto e fotos, além de conter faixas bônus, conforme eu já havia detalhado anteriormente. Fica a ressalva que a sétima faixa original desse trabalho, a se tratar de um tema instrumental só com a presença da bateria, mediante um curto mas belo solo ("Tooginger"), ficou de fora do show, por escolha do Rolando Castello Junior, mas pairou no ar a impressão de que no decorrer do show ele a tocaria de improviso.

Bem, foi um prazer reencontrar os companheiros, assim como o pessoal do estúdio e o meu velho amigo, Ricardo Schevano, que gentilmente me cedeu um de seus lindos baixos vintage para que eu ensaiasse com todo o conforto, sem me preocupar em ter que levar um baixo meu. Dessa forma, tive o prazer de tocar com o seu Rickenbacker preto, modelo 4001, de 1973, e o timbrei com toda a sua pompa e circunstância a obter um som de primeiríssima qualidade para ensaiar com muito prazer.

Passamos todas as músicas, e nos surpreendemos, pois não tocávamos essas músicas há mais de vinte anos e algumas delas, nem foram muito executadas na época em que a banda esteve reunida e muito, mas muito mesmo, afiada. Claro, todos fizemos a "lição de casa", ao preparar previamente cada um a sua parte, e isso colaborou para que a performance fosse acima da média esperada com tanta ferrugem acumulada. E logicamente que algumas arestas ficaram para ser aparadas no ensaio posterior, pois foram muitos detalhes a ser observados, principalmente nos temas mais progressivos, "Terra de Minerais" e "Sendas Astrais", ambas, peças longas e a seguir a cartilha do Prog-Rock clássico, ou seja, com muitas partes, convenções, mudanças de andamento, fórmulas de compasso diferentes e execução sofisticada de cada instrumentista em seus respectivos arranjos individuais.

Todavia, para um primeiro ensaio, foi muito bom o desempenho, nos tranquilizando em relação ao segundo ensaio que tínhamos marcado. Não fotografamos e filmamos o primeiro ensaio, mas a querida amiga Marta Benévolo, vocalista da formação atual e aliás, há muitos anos da nossa banda, registrou o ensaio do dia seguinte, uma terça-feira, dia 5 de junho e de fato, apuramos mais o desempenho.

No sentido horário: Rolando Castello Junior na bateria, Marcello Schevano nos teclados (com Ricardo Schevano na sala técnica ao fundo a operar a mesa do PA, Rodrigo Hid na guitarra e eu (Luiz Domingues, no baixo. Ensaio da Patrulha do Espaço no estúdio Orra Meu de São Paulo. 4 de junho de 2024. Click, acervo e cortesia: Marta Benévolo

No dia seguinte, 4 de junho, melhoramos bastante a performance coletiva em torno das músicas: "Terra de Minerais" e "Sendas Astrais". "Louco um pouco zen", um Acid-Rock de andamento acelerado, deu um pouco de trabalho por conta de seu mapa cheio de marcações não usuais, mas creio que nos deu segurança para tocarmos ao vivo.

"Nem tudo é razão", música que tocamos pouco na nossa fase em grande forma, soou muito bem, a denotar que todos se prepararam bem individualmente na pré-preparação. Até arriscamos fazer os backing vocals cheio de nuances, bem ao estilo de bandas sessentistas que nos inspiraram nessa concepção de arranjo.

E canções como: "São Paulo City" e "Homem Carbono" saíram com bastante facilidade, pois nós a tocamos muito na nossa fase como banda unida e nas reuniões sazonais que tivemos em 2014, 2016 e na turnê de 2018-2019, tivemos a oportunidade de tocá-las.

1) "Louco um pouco Zen" - Ensaio - Estúdio Orra Meu - 4 de maio de 2024. Filmagem e  cortesia: Marta Benévolo

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/mpSf8ESpWIE

2) "Louco um pouco Zen" (vídeo 2) - Ensaio - Estúdio Orra Meu - 4 de maio de 2024. Filmagem e cortesia: Marta Benévolo

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/01HheBtqZX4

3) "Louco um pouco Zen" (vídeo 3) - Ensaio - Estúdio Orra Meu - 4 de maio de 2024. Filmagem e cortesia: Marta Benévolo

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/OvWTv13j7c8

4) "Louco um pouco Zen" (vídeo 4) - Ensaio - Estúdio Orra Meu - 4 de maio de 2024. Filmagem e cortesia: Marta Benévolo

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/Evtx3L_2o1E

5) "Louco um pouco Zen" (vídeo 5) - Ensaio - Estúdio Orra Meu - 4 de maio de 2024. Filmagem e cortesia: Marta Benévolo

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/NCGHiMtZy6A

6) "Terra de Minerais " - Ensaio - Estúdio Orra Meu - 4 de maio de 2024. Filmagem e cortesia: Marta Benévolo

Eis o link para assistir no YouTube:
https://youtu.be/FoMCdc3YNWw

Nas duas primeiras fotos, Rodrigo Hid e eu, Luiz Domingues em ação. Na terceira foto, Rolando Castello Junior e Marcello Schevano (só por detalhe). Patrulha do Espaço no estúdio Orra Meu de São Paulo. 4 de maio de 2024. Clicks, acervo e cortesia: Marta Benévolo

Bem, como o Marcello observou bem, o ideal seria promovermos mais um ou dois ensaios e certamente que a velha forma exuberante da nossa formação voltaria, no entanto, mesmo com apenas dois ensaios, acho que cumprimos o básico e nos colocamos em ordem para fazer uma apresentação digna e assim honrar a nossa formação, também o disco que lançamos em 2003, com tanto sacrifício e agora em 2024, o relançamos com maior qualidade.

Mais uma foto da banda a atuar no ensaio. Patrulha do Espaço no estúdio Orra Meu de São Paulo. 4 de maio de 2024. Click, acervo e cortesia: Marta Benévolo

Bem, diante disso, o próximo passo foi irmos ao Sesc Belenzinho do dia 7 de junho de 2024. Mais uma oportunidade para celebrarmos a  formação chronophágica e sobretudo, a honrar o segundo álbum de estúdio que gravamos no início dos anos 2000.

Da esquerda para a direita em pé: eu (Luiz Domingues), Marcello Schevano e Rolando Castello Junior. Sentado: Rodrigo Hid. Ensaio da Patrulha do Espaço em sua formação chronophágica no estúdio Orra Meu de São Paulo. 4 de junho de 2024. Click, acervo e cortesia: Marta Benévolo

Continua...

sábado, 8 de junho de 2024

Autobiografia na música - Patrulha do Espaço - Capítulo 354 - Por Luiz Domingues

Se a parte gráfica eu já havia constatado que ficarau um luxo mediante tal versão repaginada do CD ".ComPacto", doravante rebatizado como: "Compacto+/Maioridade", no quesito do áudio, eu escutei o disco dentro das minhas possibilidades caseiras prosaicas e certamente que levei em conta que os meus parâmetros possíveis eram muito modestos para poder ter uma audição à altura e consequente formação de opinião. Dentro dessa percepção pouco avantajada, cheguei à conclusão de que o esforço empreendido por Gustavo Barcellos e Marcello Schevano, se deu no sentido de inibir frequências graves e assim, melhorar a percepção auditiva dos médios e agudos, para se realçar os instrumentos harmônicos e as vozes, sobretudo.

Bem, eu não era técnico e ainda não sou, porém, sem de forma alguma querer me aventurar a tecer conjecturas de um assunto do qual pouco ou nada entendo, tenho em mente que ante um áudio tão prejudicado em sua origem, realmente não dava para operar nada muito diferente do que foi feito nesse esforço pós-moderno que eles exerceram.

Em suma, o pouco de som do baixo que havia na gravação original de 2001 (mas lançado em 2003), ficou nesta versão remixada e remasterizada, ainda mais obscurecido, ou seja, foi sacrificado em prol da melhoria de outros aspectos dessa gravação.

Falei isso ao Marcello, en passant, quando eles ainda trabalhavam nessa remixagem, e ele me perguntara discretamente o que eu estava a achar sobre tal esforço mediante um breve vídeo que me enviara do trabalho então em andamento e eu opinei sobre essa minha impressão, mas ele não confirmou, tampouco refutou a minha percepção superficial. Tudo bem, não fiquei chateado, pois sei o quanto essa gravação foi sofrida em 2001. 

Em meados de maio de 2024, eu pude fazer uma audição do CD em um estúdio profissional bem equipado, talvez não com o grau de sofisticação sonora do estúdio Orra Meu, mas com um padrão muito bom para uma audição e mesmo com os falantes woofer e subwoofer ali existentes e mediante o apoio de equalizadores de última geração, não mudou a minha impressão inicial caseira sobre a ausência quase que total da presença do baixo nas faixas, a confirmar que a linha de atuação nessa remixagem foi no sentido de se eliminar o excesso de frequências graves e assim, o baixo foi sacrificado.

De fato a gravação ganhou uma amplitude de frequências médias e agudas a garantir um ganho para as vozes, guitarras e teclados e um pouco mais de definição para a bateria, porém, para tal resultado, pagou-se um preço.

Bem, entendo perfeitamente as condições ruins com as quais lidamos em 2001 na captura primordial dessa gravação e os esforços que foram feitos para minimizar esse baixo rendimento técnico ao longo de 2002, mediante uma mixagem também bastante equivocada, para se lançar o disco em 2003 com tais deficiências muito claras para nós. E entendo o esforço de 2023/2024 para relançar o álbum com uma melhor condição sonora possível e por isso não reclamo, apesar de no meu caso em específico, não ter sido a melhor solução, muito pelo contrário.

Eis abaixo as faixas do disco para a audição do leitor:

1) "São Paulo City" (Marcello Schevano-Rodrigo Hid) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/T6r5Tw12oDE

2) "Louco um pouco zen" (Marcello Schevano-Rodrigo Hid-Luiz Domingues-Rolando Castello Junior) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/Wj9-dyEEQEk 

3) "Sendas Astrais" (Marcello Schevano-Rodrigo Hid-Luiz Domingues) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/qESyXGpdHDU

4) "Homem Carbono" (Marcello Schevano-Rodrigo Hid-Luiz Domingues-Rolando Castello Junior) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/7Xhkem8jm0o

5) "Nem tudo é razão" (Rodrigo Hid) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/rYaU4io7vv8

6) "Terra de Minerais" (Marcello Schevano) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/zbGFr1pwNI0

7) "Tooginger" (Rolando Castello Junior) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/lrwbmf7DFsw 

8) "Sendo o tudo e o nada" (Faixa bônus) - (Marcello Schevano) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/Klp1f57mv9M

9) "Sendas Astrais" (versão alternativa) (Marcello Schevano-Rodrigo Hid-Luiz Domingues) - Faixa extraída do CD comemorativo "Compacto+/Maioridade", versão revista e aumentada do CD ".Compacto" - 2003-2024

Eis o link para escutar no YouTube:
https://youtu.be/wjjn1rf9VZ4

Em maio, eu recebi os primeiros comunicados sobre o show que faríamos no Sesc Belenzinho em junho. Pelo que a Marta Benévolo me falou inicialmente e depois confirmado pelo Marcello e também pelo Rolando, a atual formação da Patrulha começaria o show com uma compilação de músicas clássicas e algumas mais modernas e na parte final do show, a nossa formação chronophágica entraria em cena para tocar as músicas do CD ".ComPacto", ou melhor, a sua versão repaginada como "Compacto+/Maioridade" na sua íntegra.

Em junho, dois ensaios selariam essa nova oportunidade da nossa formação se reunir e tocar essas músicas que não tocávamos desde 2003 e algumas delas, que tocávamos antes mesmo de serem gravadas, em 2000 e 2001. Por esse aspecto, eu gostei muito dessa oportunidade de celebração.

Continua...

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Autobiografia na música - Patrulha do Espaço - Capítulo 353 - Por Luiz Domingues

Eis então que foi anunciado através das redes sociais da internet o lançamento da edição comemorativa pelos vinte e um anos de lançamento do CD ".ComPacto", de 2003. Foi por volta de fevereiro de 2024, que isso ocorreu e logo (na segunda quinzena de março), eu pude assegurar a minha cópia de recordação para que pudesse naturalmente examinar o seu conteúdo gráfico e principalmente ouvir o seu padrão de áudio mediante o banho de tecnologia que possibilitara lhe ofertar um resultado sonoro mais avantajado.

Antes mesmo de colocar o CD para rodar no "CD player", ao examinar a parte gráfica a conter capa, contracapa e encarte, fiquei impactado pela qualidade do material, mas não surpreso, pois conheço bem a mentalidade do Rolando Castello Junior e o quanto ele mantém como meta, apresentar os trabalhos da banda com o máximo de qualidade possível. 

Nesses termos, o encarte luxuoso muito dignifica esse relançamento também por esse aspecto e dentro dessa prerrogativa, há de se destacar a qualidade do texto. Já falei anteriormente ao longo da minha autobiografia que considero o Rolando um ótimo redator e por conseguinte, acho que ele tem talento para se tornar um escritor muito bom, portanto, a seguir o padrão de todos os encartes de discos da Patrulha do Espaço dos quais ele preparou o texto, mais uma vez a narrativa chama a atenção pela excelente assertividade, prosódia e a conter uma boa dose de emoção implícita, a revelar também o lado dele como romancista, ou seja, a criar emoção, mesmo que não esteja a tratar de uma história fictícia, mas a relatar um fato histórico da vida real. 

Acrescento que na prática, esses textos que ele registra para dar substância aos encartes dos discos, são na prática as memórias a envolver a história da banda, e por conseguinte, também de seus componentes e ex-componentes e dele próprio, é óbvio, portanto, fica o meu convite para que ele se debruce no computador e escreva logo a sua autobiografia, de fato, pois haverá de ser rica em dados e histórias e sem dúvida, muito bem escrita.

E assim, toda a história sobre a gravação do CD ".ComPacto" foi contada com sinceridade, ou seja a destacar as dificuldades técnicas que tivemos sob o ponto de vista financeiro, a precariedade do estúdio que usamos, a boa vontade do técnico Kôlla Galdez que ali trabalhava e por uma imensa sorte nossa, era fã da nossa banda e assim, deu o seu melhor para sanar as falhas técnicas de um estúdio em péssimo estado de conservação com o qual nos deparamos, para que a captura primordial se consolidasse naquele instante dramático para nós.

Falou também sobre o clima da banda naquele momento e eu concordo com o que ele observou, pois estávamos de fato, muito entrosados sob o ponto de vista musical, com a formação consolidada em torno de dois anos de trabalho intenso e assim, quando fomos gravar as músicas que compõem o CD .ComPacto, isso também foi um fator preponderante para suplantarmos as enormes adversidades técnicas que nos atazanaram naquele estúdio tão mal cuidado.

Façamos justiça, além do nosso preparo exemplar sob o ponto de vista musical e da extrema ajuda e entusiasmo da parte de Kôlla Galdez, é fato que os dirigentes do estúdio, foram camaradas conosco no frigir dos ovos no campo do acerto financeiro proposto e isso também foi observado no texto.

Há também a justa menção à participação do poeta, escritor e ativista cultural, Luiz Cichetto "Barata", que foi road manager da banda nos idos de 2002 até 2004, na concepção da capa original do CD ".ComPacto" de 2003, a envolver não apenas a sua participação intelectual nesse processo, mas a abranger também o esforço que ele operou ao nosso lado para materializar a confecção da capa do disco original no formato de uma velho compacto de vinil, algo que foi difícil para se obter nos idos de 2003, quando simplesmente não se encontrava mais nenhuma fábrica de vinis a conter a exclusiva "faca", ou seja, um artefato gráfico, na verdade uma guilhotina específica para cortar o papelão impresso para formatar a capa de um antigo "compacto".    

Rolando também menciona com atenção o trabalho do artista ilustrador, Marcos Mündell, que também é músico (percussionista). Ele foi o autor do logotipo em forma de brasão que ilustra a capa do CD original de 2003 e que foi devidamente reutilizado para este relançamento. 

Sobre o material fotográfico, o Rolando Castello Junior operou um autêntico milagre, pois mediante o parco material do qual dispúnhamos especificamente sobre as sessões de gravação desse álbum, ele reuniu o máximo que pôde e nesse caso a encontrar fotos que eu não tinha no meu acervo, o que muito me alegrou, certamente, para compor com algumas fotos de shows ao vivo da época e mesmo não necessariamente a ver com a época exatamente, além das fotos promocionais que foram usadas no CD original. 

Lastimo que não tenham sido encontradas as demais chapas da sessão de fotos de onde extraiu-se tal material, o que seria sensacional. Creio que a Ana Fuccia, nossa querida e grande amiga, que foi a fotógrafa desse trabalho, não tenha achado tal material no decorrer de 2023, infelizmente.

Ao seguir o padrão dos relançamentos de todos os discos da Patrulha do Espaço nos últimos três anos, ou seja, desde 2021, além do encarte super rico mediante inúmeras páginas, há também a presença de um invólucro, a conter uma apresentação formal do "kit" que ali se apresenta e com direito a uma diferenciação no seu verso, ou seja, a proporcionar um adendo para enriquecer ainda mais a questão visual do álbum.

Toda a parte de lay-out da parte gráfica ficou a cargo da minha amiga, Marta Benévolo, que é vocalista da Patrulha do Espaço há muitos anos e também é uma artista plástica extremamente criativa, portanto, a sua habilidade para idealizar e comandar a arte final das capas de discos, cartazes e todo material visual que a banda usa na sua produção, é exemplar e neste caso, ficou mais uma vez nítida a sua ótima participação com tal tarefa muito bem executada.

Sobre o áudio devidamente remixado e remasterizado, eu falo a seguir, inclusive a repercutir as boas surpresas que essa produção providenciou, no sentido de que abrilhanta ainda mais esse relançamento.

Continua...

sábado, 18 de março de 2023

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 349 - Por Luiz Domingues

E como eu já havia comentado em capítulos anteriores, eis que no início do ano de 2023, eu fui avisado que o esperado álbum ao vivo da Patrulha do Espaço, a conter boa parte do material do que havíamos coletado durante a turnê de despedida da banda, na qual eu fui partícipe, finalmente ficou pronto.

A espera por tal disco foi tão grande que eu soube antes do fato, na verdade, por parte de fãs e amigos que passaram a repercutir freneticamente publicações pelas redes sociais da internet, à medida que anunciavam publicamente a aquisição do disco, ao invés da comunicação oficial emitida pelo Rolando Castello Junior para nós membros, fato que só ocorreu no início de fevereiro.

Fui buscar as minhas cópias de recordação nas dependências do estúdio Orra Meu em 10 de fevereiro e mesmo já tendo a informação de que o projeto gráfico do álbum estava muito luxuoso, assim que examinei com maior atenção o material, fiquei muito impressionado. 

Se por um lado eu já conhecia o alto padrão que o Rolando sempre exigiu ao encomendar artes gráficas para apresentar os discos da banda, neste caso, realmente achei que não apenas se manteve tal tradição, como houve um acréscimo de qualidade.

A se tratar de um trabalho magnífico da parte da cantora da banda há muitos anos, no caso eu falo sobre Marta Benévolo, cujo talento extra como artista plástica tem sido usado pela banda há muitos anos, de fato, mais uma vez ela merece todos os elogios por compor uma arte tão bonita, para a capa, contracapa, encarte bastante generoso, além da inclusão de um belo poster como bônus aos fãs e também para a segunda capa invólucro do disco.

Sobre o texto, outra marca registrada do Rolando, eu já disse em ocasiões anteriores e repito que ele escreve muito bem normalmente, e nesses textos que produz especialmente para compor encartes de discos, ele costuma impregnar uma carga de emoção muito forte na forma de narrar a história específica de cada produção, ou seja, Rolando tem o talento como redator para provocar com maestria a emoção dos fãs e tal recurso valoriza ainda mais o conteúdo dos discos.

Bem, como eu já narrei amplamente através de capítulos anteriores, a banda realizou essa turnê de despedida da cena artística e a nossa formação chronophágica foi a base desses shows que demarcaram tal predisposição, acrescida da presença da cantora, Marta Benévolo, que era egressa das formações mais modernas da banda, pós-2010. Nem sempre, no entanto, tivemos o time completo, pois o Marcello a acumular outras tantas bandas simultaneamente, estava com a agenda bem preenchida e assim, muitas vezes, cumprimos os compromissos marcados como quarteto, sem a sua presença.

Outro dado interessante, foi que quase todos os shows que fizemos dessa turnê que ocorreu entre 2018 e 2019, foram gravados, mas se optou para efeito de compor o disco ao vivo, usar apenas a gravação do show realizado no dia 3 de novembro de 2018 no palco do Sesc Belenzinho de São Paulo, pois a despeito de outras gravações terem sido consideradas boas, o fato foi que nesse show em específico, o áudio teve uma captura muito caprichada ao contar com a unidade móvel do estúdio Orra Meu em perfeita sincronia com o equipamento usado como PA nessa noite.

A despeito da gravação do áudio ter sido essa, na prática foram usadas muitas fotos de outros shows que cumprimos, o que enriqueceu a parte gráfica do disco.

A banda de fato fez o último show de sua carreira no palco do Festival Psicodália de Santa Catarina em março de 2019, para fechar essa turnê, mas no decorrer de 2019, o Rolando mudou de ideia e reformulou o grupo ao decidir prosseguir, quando anunciou uma nova formação (com velhos amigos meus convocados, Gabriel Costa no baixo e Wagner Nascimento na guitarra). Por um revés inesperado e terrível, a incidência da pandemia mundial decorrente do coronavírus/Covid-19, fez com que tal plano de continuidade ficasse adiado até que as condições sanitárias ficassem seguras, e assim, a formação nova só debutou de fato em fevereiro de 2023, no palco do Sesc "24 de maio", no centro da cidade de São Paulo.

Portanto, o fato da banda voltar à ativa e ao mesmo tempo ter lançado um álbum ao vivo a demarcar a sua despedida da carreira concluída anos antes, não pode ser considerado como algo contraditório, no sentido de que a arte é dinâmica e eu não vejo problema algum em um artista encerrar atividades e sob uma circunstância mais favorável a seguir, mudar de direcionamento e voltar à ativa. E também acho perfeitamente normal quando uma banda anuncia período sabático de carreira, com seus componentes se dedicando a trabalhar em outros projetos e em uma outra ocasião futura mais favorável, voltar a trabalhar como uma banda unida. 

Enfim, o fato foi que o disco ao vivo da Patrulha do Espaço foi lançado e a se tratar do meu segundo disco ao vivo com tal banda e a se tratar do quinto na discografia regular e décimo ao se contar com as coletâneas e faixas bônus da minha formação incorporadas em outros discos da banda. Portanto, motivo de muito orgulho de minha parte e certamente a enriquecer sobremaneira o meu currículo.

Falo a seguir mais detidamente sobre a capa e conteúdo de áudio do álbum que recebeu o nome: "Capturados Vivos em São Paulo 2018", ou seja, uma menção ao outro álbum ao vivo que gravamos anos antes para fechar a fase da nossa formação chronophágica com "Capturados ao Vivo no CCSP em 2004".

Continua...

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Autobiografia na Música - Sidharta - Capítulo 43 - Por Luiz Domingues

Em outro canal, eu passei a publicar então diversas versões de músicas em fase de ensaio com o Sidharta, mas que foram aproveitadas principalmente pela Patrulha do Espaço e algumas pelo Pedra.

Primeiramente, eu providenciei uma versão de "Estar Feliz Consigo", que como já disse em capítulos anteriores, mudou ligeiramente de arranjo e trocou o seu título para "Tô Indo a Mil" quando foi anexada ao repertório do Pedra, por volta de 2007. 

"Estar Feliz Consigo" (Rodrigo Hid) em uma versão de ensaio de um dia qualquer do segundo semestre de 1998.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=57Kj9uJoKfc

"Eu Nunca Existi", foi gravada oficialmente pela Patrulha do Espaço em 2000 para compor o CD Chronophagia, veja no YouTube, uma versão de ensaio da mesma música com o Sidharta.

"Eu Nunca Existi" (Luiz Domingues-Rodrigo Hid-Julio Revoredo). Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=j_7xSJhI8zs

"O Ritual" é outra canção que compôs o CD Chronophagia da Patrulha do Espaço em 2000.

"O Ritual" (Marcello Schevano-Julio Revoredo)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=th3ZsxCTYgc

"Tudo Vai Mudar" também foi fazer parte do CD Chronophagia da Patrulha do Espaço, em 2000.

"Tudo Vai Mudar" (Luiz Domingues-Rodrigo Hid-Marcello Schevano)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=V_ygzqxVtcg

"Alma Mutante" é mais uma canção que foi gravada em 2000 pela Patrulha do Espaço através de seu álbum Chronophagia.

"Alma Mutante" (Rodrigo Hid-Luiz Domingues)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=_uN7hIQiL8A

"Retomada" também foi uma peça usada para compor o CD Chronophagia da Patrulha do Espaço.

"Retomada" (Rodrigo Hid-Luiz Domingues)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=aCoWxMUkBaE

A balada "O Pote de Pokst" também migrou para o repertório da Patrulha do Espaço e está presente no CD Chronophagia.

"O Pote de Pokst" (Rodrigo Hid)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=4j_nki6xUck

Uma segunda versão de "Tudo Vai Mudar" tocada pelo Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=sgQyEsvsLP8

Uma segunda versão de "Alma Mutante" em ensaio do Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=ZGGpjZRk7dU

Veja uma segunda versão de "Estar Feliz Consigo" com o Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=fUWYTWh3y40

"Céu Elétrico" também foi uma canção que foi gravada a posteriori pela Patrulha do Espaço em seu álbum Chronophagia.

"Céu Elétrico" (Luiz Domingues-Rodrigo Hid-Deca Cardoso)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=a2Ct1Yom36o

Uma segunda versão de "Céu Elétrico" através de um ensaio do Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=yLTqB8ourOQ

"Sr. Barinsky" também foi uma canção aproveitada para compor o CD Chronophagia da Patrulha do Espaço.

"Sr. Barinsky" (Luiz Domingues)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=vCQt13Gs0GQ

Uma segunda versão de ensaio da música da parte do Sidharta para "O Ritual".

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=452iGO83hCI

Mais uma versão de "Eu Nunca Existi" com o Sidharta em ensaio.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=Q2S_LWK32-g

Uma segunda versão de "Retomada" com o Sidharta em ensaio.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=8laDC5jaGbk

"Ser" foi um dos maiores sucessos da formação chronophágica da Patrulha do Espaço e eis aqui uma versão de ensaio com o Sidharta.

"Ser" (Rodrigo Hid-Marcello Schevano)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=ipQultErsMo

Uma segunda versão da música "Ser" em ensaio com o Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=entCVkvEdQw

Uma terceira versão de "Tudo Vai Mudar" mediante ensaio do Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=8rSloYACmFU

"Terra de Mutantes" também foi um tema do Sidharta que foi anexado ao repertório da Patrulha do Espaço para compor o CD Chronophagia.

"Terra de Mutantes" (Marcello Schevano-Rodrigo Hid-Julio Revoredo)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=mdhYOIS9aks

"O Novo Sim" foi outra canção do Sidharta que migrou para o repertório da Patrulha do Espaço e fez parte do CD Chronophagia.

"O Novo Sim" (Luiz Domingues-José Luiz Dinola)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=oi1NkNW_yGE

Uma nova versão de ensaio do Sidharta com a música "Ser".

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=arlJPk_I_TM

Uma segunda versão de "O Pote de Pokst, executada em ensaio do Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=R7xCGXMwIDE

Terceira versão de Céu Elétrico em ensaio do Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=vNKeE-wLAmk

"Nave Ave" também se tornou uma das peças progressivas mais requisitadas em shows da Patrulha do Espaço com a sua versão de estúdio  executada através do CD Chronophagia e também com uma versão ao vivo no CD "Capturados ao Vivo no CCSP em 2004, lançado em 2007.

"Nave Ave" (Marcello Schevano-Rodrigo Hid-Julio Revoredo)

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=fbQb4dkjTHc

Uma segunda versão de "Terra de Mutantes".

Eis o link para assistir no YouTube: 

https://www.youtube.com/watch?v=iNFXV8TgSk8

Segunda versão de "O Novo Sim" em ensaio do Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=Ik9sLJ0dT9Y

Terceira versão de "Alma Mutante".

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=ZAlmDNNMSjI

Quarta versão de "Alma Mutante"

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=OhKq52H6Ucc

Terceira versão de "Eu Nunca Existi"

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=rqtWXuqglSg

Segunda versão de "Sr. Barinsky" em ensaio do Sidharta.

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=APT1ysznmNM

Terceira versão de "O Ritual".

Eis o link para assistir no YouTube:

https://www.youtube.com/watch?v=BtB50AG6Qz4

E logo a seguir, eu lancei mais versões das músicas que ficaram inéditas (com exceção de "Abstrato Concreto", mas cuja explicação para tal eu já emiti em capítulo anterior.

Continua...