sexta-feira, 31 de maio de 2013

Autobiografia na Música - Trabalhos Avulsos (Quinteto Jazz) - Capítulo 39 - Por Luiz Domingues

O próximo trabalho avulso que realizei, só foi aparecer em janeiro de 1982. O Terra no Asfalto havia encerrado atividades em outubro de 1981, e após uma inócua tentativa em recriar-se como banda autoral (isso está contado nos capítulos dessa banda, naturalmente), ainda teve uma última volta das suas atividades, em março de 1982.
Mas nesse hiato, o vocalista Paulo Eugênio Lima, que eu admito, foi um sujeito dinâmico como uma espécie de "relações públicas", conheceu um baterista veterano que o apresentou a um tecladista amigo, também de meia-idade. O objetivo dos três seria formar uma banda com características jazzísticas, eventualmente com inserções no Blues. O Paulo conduziu-me para essa banda, que consumiu pelo menos um mês de nossa atenção, sob muita conversação infrutífera, mas que na prática, só fez um mísero ensaio, para implodir de imediato. O tal baterista chamava-se, Edson. Ele tocara em uma banda nos anos 1970, chamada,"Blue Gang", que apresentava-se a tocar Jazz & Blues pela noite paulistana, através de um repertório baseado em covers /standards, desses gêneros musicais. Ele era um músico diletante, pois seu modo de ganhar dinheiro era através de uma oficina de chaveiro, dentro de um supermercado, no bairro Planalto Paulista, zona sul de São Paulo.
O tecladista, também diletante, era um dentista chamado, Lino, que falava pelos cotovelos e mesmo não ao não ter intimidade alguma conosco, foi logo a falar sobre perspectivas mirabolantes, pois dizia-se detentor de contatos para promover uma "turnê na Europa", a ser realizada em um circuito de bares; pubs & cabarés. Segundo ele, começaríamos pela Áustria... até hoje não sei dizer se estava a debochar, ou realmente acreditava na tolice que contara-nos. A ideia inicial teria sido acrescentar o ex-guitarrista do Terra no Asfalto, Geraldo "Gereba", para essa banda, o que seria bizarro, devido à completa falta de sincronicidade dele para com os dois jazzistas e vice-versa. Eles não iriam querer tocar músicas dos Novos Baianos, e nem ele aceitaria Charles Mingus...

Mas esse Edson acabou por encaixar-me em uma suposta "oportunidade", que revelou-se na realidade em uma completa perda de tempo. Através dele, fui indicado a participar de uma Jam-Session com músicos desconhecidos de minha parte, a ser realizada na casa de Jazz ,"Opus 2004", tradicional reduto de jazzistas, localizada  na Rua da Consolação, no bairro de mesmo nome em São Paulo. Isso não animava-me em nada, pois além de ser uma noitada sob teor gratuito, sem remuneração aos músicos, o Jazz...


Continua...

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