Quando se
está a começar a interagir com o mundo, uma fator é ponto pacífico: tudo gera
estupefação no pequeno ser que a tudo observa e nada entende.
No entanto, não
demora muito para que as associações comecem a serem estabelecidas e assim a dar início à
grande aventura semiótica do novo humano que começa a entender a mecânica da
vida propriamente dita.
E claro que
as sensações advindas dos cinco sentidos básicos mantém o fator preponderante nesse
aprendizado. Pensando no aspecto da audição, todos os ruídos chamam-nos a
atenção e dessa forma, rapidamente passamos a animar ou desanimarmo-nos ante previsões que
aprendemos a estabelecer.
Como por exemplo, os ruídos típicos que advém da cozinha,
quando pressentimos que rapidamente após ouvirmos tais sons emitidos a partir deste cômodo da cada, eis que alguém,
geralmente a mamãe, vai trazer-nos a mamadeira, ou a papinha e isso é bom
demais, naturalmente.
Mas as
percepções auditivas vão muito além.
Todos os
barulhos produzidos pelos adultos na casa são códigos importantíssimos que
vamos a absorver com voracidade e engraçado, quando crescemos e observarmos
os bebês, a nossa visão como adulto muda e esquecemo-nos de como era essa percepção em sua totalidade, como se
apagássemos tais registros e certamente os psicólogos infantis e talvez até os
antropólogos tenham teorias bem embasadas para explicar tal fenômeno.
Pois
quando olhamos para os bebês, tendemos a imaginar o que passa-lhes pela cabeça
naqueles meses iniciais que vivem sob um torpor irracional, movido a instintos
e sensações difusas sobre a existência, mas esquecemo-nos completamente de
nuances que nos foram enriquecedoras nesse mesmo processo, quando as vivenciamos.
O “ring” do
telefone, que logo associamos a algo importante, visto a atenção e muitas vezes
preocupação com a qual os adultos expressam em seus semblantes quando falam no tal
aparelhinho, mesmo caso de como muitas vezes ficam sérios diante de rádio e TV,
e logo associamos que tais máquinas trazem consigo, preocupações, ao verificarmos os adultos com
seriedade, a prestarem atenção neles.
E claro, como tais aparelhos também os
fazem rir e entoar sons chamativos que em breve saberemos tratar-se de algo
conhecido como: música.
E o
choro... que para nós enquanto bebês, representa o ato supremo de uma reclamação e
pode ser por qualquer motivação, incluso as mais pueris, mas quando vemos um adulto a chorar, parece
algo muito mais profundo que uma contrariedade efêmera, sendo contudo algo que
denota seriedade e nesse caso, não adianta... são aspectos que só iremos
compreender bem mais para a frente.
Há a questão da campainha residencial e quase sempre após esse som súbito e irritante pelo susto proporcionado, vem uma novidade. Pessoas diferentes que chegam, mais barulho, risadas... ou não necessariamente, pois há ocasiões em que nada acontece aparentemente e só daqui a alguns meses você vai entender que o carteiro vem sistematicamente à sua casa para entregar boletos bancários ou o medidor da companhia de energia elétrica precisa fazer o seu trabalho no relógio de consumo da sua casa.
Há a questão da campainha residencial e quase sempre após esse som súbito e irritante pelo susto proporcionado, vem uma novidade. Pessoas diferentes que chegam, mais barulho, risadas... ou não necessariamente, pois há ocasiões em que nada acontece aparentemente e só daqui a alguns meses você vai entender que o carteiro vem sistematicamente à sua casa para entregar boletos bancários ou o medidor da companhia de energia elétrica precisa fazer o seu trabalho no relógio de consumo da sua casa.
O barulho do
chuveiro é algo interessante, mas não mais que o vapor que vemos quando o
adulto abre a porta do banheiro e aquilo também é chamativo e de certa forma, engraçado.
Bem, nasci
em 1960, não vou citar computadores, celulares, tablets & afins,
naturalmente...
Mas não
importa a época e os recursos tecnológicos disponíveis no momento, porque todo
ruído em volta do bebê, traz uma carga de aprendizado incrível e assim começamos
a entender o mundo.
E não se esqueça, ou melhor, tente relembrar de sua própria
experiência pessoal como bebê, quando for cuidar do seu filho ou neto: todo
ruído interessa-nos, é uma questão de instinto e acaso o seu bebê não reaja a tais
estímulos, corra ao seu pediatra e faça a investigação devida, pois ele pode
estar com um problema de audição, visto que o normal é ficar atento a todos os
barulhos que captar e demonstrar apreciá-los, ou não.
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