O Pedra em ação em 2008. Foto de Grace Lagôa
Aconteceu no tempo do Pedra, em 2008...
Aconteceu no tempo do Pedra, em 2008...
O Pedra
sempre pautou-se como uma banda aberta a praticar uma gama de tendências bem
mais abrangentes do que se espera de uma banda de Rock tradicional.
E mesmo ao não
fugir de sua alma mater que sempre foi o Rock, tal predisposição para
se colocar no mercado musical como uma banda adepta do dito, “leque aberto” em
termos de criação, foi um fato também que tal posicionamento gerou estranhamento da
parte de alguns analistas mais radicais, dada a maneira mais reclusa em
enxergar o Rock como uma fortaleza fechada e imutável, da parte deles.
Entre as
ocorrências mais salientes nesse sentido na história dessa banda e que não
foram mencionadas no meu livro autobiográfico, eu cito aqui nesta crônica e uma
delas foi bastante sintomática ao considerar-se essa questão do
trabalho do Pedra em relação à expectativa gerada sobre nossa obra, da parte de
críticos entrincheirados em nichos oclusos.
Ocorreu que nós fomos
convidados (em março de 2008), a concedermos entrevista a um programa de Rádio, que
também era filmado e cujas imagens eram exibidas através de uma emissora de TV
comunitária da cidade de São Paulo.
Tratava-se de um programa que já era
longevo, portanto bem-sucedido, sem dúvida, chamado: “Rádio Corsário” e que
ao existir desde os anos 1980, continha o seu público seguidor cativo, certamente.
Para se ter uma ideia, eu havia participado duas vezes dessa atração ao conceder entrevistas
naquela década citada, quando representei a minha banda na ocasião, “A Chave do Sol”,
portanto, mais de vinte anos depois e após ter construído trajetórias longas com
outras bandas no meio do meu caminho pessoal (A Chave/The Key, Pitbulls on Crack, Sidharta
e Patrulha do Espaço), foi impressionante estar ali com uma quinta banda de
carreira, no caso, o Pedra, mas foi o que ocorreu, e nesse sentido, louvo a longevidade de atração radiofônica e a firmeza de propósitos de seus artífices, aos quais, os parabenizo pela perseverança.
Muitas pessoas passaram pela
equipe de produção de tal programa e nesse instante, a apresentação esteve a cargo de um
simpático locutor/entrevistador, chamado, Julio Viseu e com a produção de
Sergio “Pachá”, este, um rapaz que fora roadie do “Inox” nos anos oitenta e que eu conhecia
desde essa mesma época, quando A Chave do Sol interagiu com tal banda, em alguns
bastidores de shows.
O comunicador, Julio Viseu, membro da produção do programa, desde os anos oitenta e um gentleman
Fomos muito bem recebidos e de fato, Viseu era (é) um rapaz extremamente cortês e bem articulado e sobre isso estivemos absolutamente à vontade sob a sua condução da entrevista, mesmo com a nossa sincera explicação de que não éramos uma banda de Heavy-Metal e nem mesmo a professarmos o Hard-Rock, na acepção do termo, portanto, com um trabalho um tanto quanto deslocado para o ouvinte/telespectador padrão daquele programa.
Fomos muito bem recebidos e de fato, Viseu era (é) um rapaz extremamente cortês e bem articulado e sobre isso estivemos absolutamente à vontade sob a sua condução da entrevista, mesmo com a nossa sincera explicação de que não éramos uma banda de Heavy-Metal e nem mesmo a professarmos o Hard-Rock, na acepção do termo, portanto, com um trabalho um tanto quanto deslocado para o ouvinte/telespectador padrão daquele programa.
Mesmo com tal advertência clara de nossa parte, o convite não
sofreu nenhum abalo e diante de tal boa vontade da parte da produção do mesmo
e também a raciocinar que a nossa banda padecia da falta de oportunidades para
expor o seu trabalho, não poderíamos dar-nos ao luxo de desperdiçar chances,
portanto aceitamos o chamado, prontamente.
Ao chegarmos ao
estúdio da emissora, que ficava instalado no mesmo local em que eu a visitara algumas
vezes nos anos oitenta, nós entramos e quando passamos pela sala da técnica, um
rapaz que era um funcionário da equipe radiofônica, ao olhar-nos, não conseguiu guardar
para si a sua estupefação ante o nosso visual habitual, “não coadunado com o Heavy-Metal”, uma constante
para os entrevistados que ali ele se acostumara a ver passar e assim ele emitiu uma
intervenção impactante, mas carregada por signos oriundos da sua idiossincrasia. Quando passamos, ouvimos a sua voz nada
discreta ao afirmar (aliás, creio que proposital para que a ouvíssemos):
-“vocês nem parecem metaleiros”.
Brincalhão
por natureza e sempre rápido em suas intervenções espirituosas, Rodrigo Hid
respondeu-lhe de pronto e creio ter sido didático em seu intento: -“por que
não somos, ora, de onde tirou essa ideia?”
Simples
assim...
Legal :)
ResponderExcluirGrato, Kim Lima !
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