sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 406 - Por Luiz Domingues

Então, escolhida a ordem das músicas, o Kim Kehl providenciou a sua edição, com o áudio já todo trabalhado e como última etapa da preparação, houve o esforço para compor a arte de capa e contracapa. 

Deixei-o livre para criar, naturalmente e apenas sugeri a inclusão do velho logotipo de 1984, aquele contido na capa do Compacto de 1984, a exibir figura de uma pomba branca a voar sob o sol, e que a tipologia das letras seguisse a linha curvada existente no mesmo citado compacto e lançado no mesmo ano, exatamente como uma forma de resgatar a tradição da nossa banda. 

O Kim utilizou fotos dessa formação com Verônica, extraídas de uma sessão feita durante um dos shows que fizemos na casa de espetáculos, Victoria Pub, entre fevereiro e abril de 1983. Como eu dispunha de poucas fotos, ele optou por recortar e montar como se fosse uma foto coletiva e com a presença de uma iluminação artificial a sugerir estarmos a tocarmos ao vivo em um grande palco.

Eis então aí a capa do CD "A Chave do Sol Ao Vivo 1982/1983", simples em sua concepção, mas a se mostrar muito bonita em seu resultado final, sem dúvida alguma, ao compor uma bela apresentação visual. A palavra "pirata" foi acrescida como uma tarja para deixar claro ao consumidor se tratar de um produto com um conteúdo de qualidade sonora bem mais modesto do que um álbum bem gravado. E de certa forma, acrescenta um charme extra a demarcar o caráter raro do material.

Na contracapa, o padrão de fundo a sugerir um palco sob a incidência da iluminação de um teatro, permaneceu. Nos primeiros esboços, o Kim chegou a testar fotos e até peças de portfólio como ilustrações, mas ao constatar que atrapalharia a leitura das informações básicas da ficha técnica, a opção pela simplicidade do fundo liso, prevaleceu. 

Sobre a ficha técnica, eu havia elaborado uma lista bem mais detalhada com muitas informações, mas isso obrigaria a se usar uma tipologia de letras sob um tamanho diminuto, e que dificultaria em demasia a sua leitura, até para quem enxerga bem e não faz uso de óculos, portanto, o Kim pediu-me a parcimônia máxima. 

Eu adoro ficha técnica de disco recheada com informações, mas no caso, isso demandaria a elaboração de um encarte especial e infelizmente tal inserção ficou fora do orçamento e assim, a opção foi discriminar o repertório exibido, a formação da banda nesses espetáculos e algumas breves menções extraordinárias.

Sobre o "label" do disco, fez-se a simplicidade mais uma vez a conter o nome e logotipo da nossa banda, a inserção da palavra "pirata" e o logotipo da produtora, Crossover Records e com o mesmo fundo padrão azulado a sugerir a iluminação de um show ao vivo.

Como eu já disse anteriormente, lastimo, mas não há neste álbum, uma única música autoral, embora na época, já tivéssemos algumas já compostas, casos de "18 Horas", "Luz" e "Utopia", por exemplo e estávamos a preparar outras, tais como: "Crisis (Maya)", "A Dança das Sombras", 'Intenções" e "Átila". 

Bem, foi por um mero acaso que esta gravação só tenha preservado a performance de temas internacionais (e alguns nacionais, também), que tocávamos em nossas apresentações como forma para encorpar o set list e à medida que o tempo avançou fomos a diminuir tal espaço gradativamente, até termos um show inteiramente autoral, a partir do segundo semestre de 1983. Mas este registro ficou assim em termos de repertório:

1) Brown Sugar (The Rolling Stones)

2) Honk Tonk Women (The Rolling Stones)

3) Muito Romântico (Caetano Veloso)

4) My My Hey Hey - (Neil Young)

5) O Contrário de Nada é Nada (Mutantes)

6) Brown Sugar (The Rolling Stones) (segunda versão)

7) Johnny B. Goode (Chuck Berry)

8) Jumping Jack Flash (The Rolling Stones)

9) Now I'm Here (Queen)

10) My My Hey Hey (Neil Young) 

11) Honk Tonk Women (The Rolling Stones)

12) O Contrário de Nada é Nada (Mutantes) (segunda versão e faixa cortada ao final)

13) Johnny B. Goode (Chuck Berry)

As faixas 1 a 7, são da exibição em um evento fechado em São Paulo, que cumprimos durante a noite de 31 de dezembro de 1982, noite de Reveillon, portanto. As faixas 8 a 13, correspondem a um show realizado em uma casa noturna chamada: "Café Palheta's" também de São Paulo.

As fotos de 1983 que serviram para compor a capa, foram clicks de Seizi Ogawa. Toda a produção de áudio e capa ficou a cargo de Kim Kehl e o lançamento através da produtora, Crossover Records. O primeiro lote, mediante cem cópias, foi entregue em agosto de 2020. 

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário