Uma onça elétrica desdobra-se em trípticos sóis soturnos
Esvoaça no
chuvento tempo escarlate.
Uma zebra, mergulha no azul-verde balso de um
incubo.
Tudo isso, visto por um abléptico signo do através,
No meio do
nada, um espectral espelho nulo,
E um rinoceronte feliz num cubo, e o
leão, adumbra o circo volátil,
Num mundo de aranhas e ventos umbrateis, num
silêncio de salões esprandigos, em alucinantes cores e blues
psicodélicos.
Ao compasso dos concretos e dos beat poetas,
Pela Deusa
mulher de curvas longas e olhos virides,
De repente xamãs e portas e
portas, retortas,
Porões e estacionamentos, cemitério de carros, ruínas na
mata oclusa,
E o espelho solitário, e tudo em ovídio, e tudo em ovídio,
Ora zebra, Ora rinoceronte,
Ora Leão, metamorfoses, metamorfoses, metamorfoses.
Chuvento tempo
escarlate, tripticos sóis soturnos,
Onde, desdobra-se uma onça elétrica.
Julio Revoredo é colunista fixo do Blog Luiz Domingues 2. Poeta e letrista de diversas músicas que compusemos em parceria, em três bandas pelas quais eu atuei: A Chave do Sol, Sidharta e Patrulha do Espaço. Neste poema, ele enxerga o xamanismo psicodélico na arte de Rodrigo Hid, guitarrista/vocalista/tecladista e compositor do Pedra, e com passagem importante pelo Sidharta e Patrulha do Espaço, também.
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