Fizemos o
show da casa noturna, Armageddon, e logo vimos que a banda
chamava a atenção, principalmente pelo fato do Chris ter tocado no grupo
inglês, Cock Sparrer, e eu por ter sido do Língua de Trapo, e A
Chave do Sol. Uma pequena matéria com direito a foto, saiu rapidamente
na
revista Bizz, a citar-nos como banda promissora, e na matéria, falavam
que apesar de sermos "modernos", tínhamos um certo ar setentista, que
remetia ao "Mott the Hoople"...
Portanto para eu e Chris, que adorávamos as bandas do oriundas do movimento do Glitter Rock britânico setentista, foi uma grande menção. Então,
aliado ao fato de que o baterista, Juan Pastor tinha contatos fortes na
cena underground, graças à sua condição como estagiário da 89 FM (que vivia
um grande "boom" com audiência à época, e por uns quatro anos liderou com
folga, o ranking das rádios Rock de SP), mais essa certa facilidade que a
mídia escrita dava-nos por causa do Chris e eu (por sermos egressos
de bandas significativas dos anos 1970 e 1980), muitas chances apareceriam, e
nos próximos meses, mais ainda, como detalharei a seguir.
Shows
foram marcados no circuito underground da noite paulistana.Tocamos
no Black Jack Bar, Armageddon (novamente); Victoria Pub; Der Tempel;
Arkhan Club, e no Move's de Santo André. Uma
curiosa ocorrência deu-se nessa ocasião, inclusive... foi nesse show em Santo André / SP,
realizado em uma casa chamada : "Move's", no dia 16 de maio de 1992. Foi apenas o
segundo show oficial do Pitbulls on Crack, e fomos tocar nessa cidade do ABC. Santo
André, nos anos oitenta houvera sido um reduto punk, e de Skinheads, também. As
histórias sobre confrontos pela cidade entre as duas tribos, e ambas contra os
Headbangers (adeptos do Heavy-Metal), foram inúmeras, e principalmente no
entorno da estação central de trem, o perigo mostrara-se iminente. No início dos anos
noventa, esse panorama estava mais ameno, mas ainda havia focos. Fomos tocar
no Move's, despreocupadamente, mas quando saímos da casa para irmos embora, após
o seu término, havia um grupo de punks na porta a esperar-nos.
Assim que desci as escadas do bar e saí na calçada, achei que teríamos
problemas, mas qual não foi a minha surpresa quando vi os elementos com atitude
dócil, a aguardar pela presença do Chris Skepis, para autografar capas de Lp's, e tirar fotos com
ele. E os sujeitos pouco importavam-se com o fato dele, Chris, ter cabelos
longos, ao estilo Rocker setentista. Trataram-no como a um ídolo.
Mas o primeiro grande
teste para o Pitbulls on Crack ocorreu em um show organizado pela rádio 89
FM, onde abrimos o Golpe de Estado, no estacionamento do Parque de
Exposições do Anhembi, no dia 4 de julho de 1992, em um evento para um público de dez mil
pessoas, aproximadamente.
Acostumados a tocar em pequenos palcos de casas noturnas,
foi um bom teste, apesar do público não ter empolgado-se, mas claro,
seria por esperar-se, pelo fato de sermos completamente desconhecidos.
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