Então, no virar de 2004 para 2005, o clima na banda mostrava-se sob muita euforia
em torno dessa nova formação.
Logo fomos a tratar de retomar os ensaios,
após o enfadonho período de festas. Mediante sugestões de todos,
escolhemos o nome : "Pedra", para a banda. Em uma lista não tão comprida assim (como é a praxe desse tipo de ocorrência no começo de uma banda), afinal, "Pedra" e
"Carranca", mostravam-se os mais cotados.
Mas eu, de longe achava o nome : "Pedra", mais
apropriado.
Isso porque a sugestão de "Carranca" que viera do baterista ,
Alex Soares, era regional demais na minha opinião.
Esse foi o meu
argumento para convencer os demais, visto que o Rodrigo que adora motes
regionalistas de raiz, estava propenso a votar nele.
O Xando gostava
dos dois, e o Tadeu Dias, também demonstrava isso.
Da
esquerda para a direita : Luiz Domingues; Rodrigo Hid e Tadeu Dias, nos
primeiros ensaios de 2005, com a nova formação da banda. Foto de Grace
Lagôa
No fim, eu consegui convencer os
indecisos, com o argumento de que "Carranca", realmente remetia a um tipo
de espectro regionalista, que definitivamente o nosso som não possuía.
Depois do lançamento do CD Pedra II, o Rodrigo imprimiu um pouco dessa vertente, sem
dúvida, na sonoridade da banda, mas a grosso modo, sempre fomos muito urbanos para estigmatizar o
nome com algo tão rural.
E de fato, "Carranca", caberia melhor para uma banda pernambucana indie, do dito movimento, Mangue Beat. Definido
o nome, já imaginamos a questão do press-release, e as inevitáveis perguntas
dos jornalistas : por quê "Pedra" ?
Porque
seria uma palavra de fácil assimilação; pronúncia; memorização; e
transmitia a ideia de solidez; coesão; matéria bruta primordial, com a
qual faz-se tudo ou quase tudo na civilização, etc. Claro, poderiam
perguntar se havia conotação com as drogas. Pedra de ácido; pedra de
crack, pedra de cocaína ?
Nesse caso, a resposta seria a negativa, naturalmente, ou deixar dúbio, a convidar o ouvinte a pensar o que desejasse. Eu
fiquei satisfeito, pois aprendi com a experiência adquirida ao longo de uma carreira extensa, que deveria evitar
nomes compostos, com preposição e / ou artigo.
E passou-me a ideia de um
nome forte, sucinto e sonoro. Logo a seguir, saiu uma nota na
revista : "Batera e Percussão", para citar a formação da nova banda, e para o
nosso espanto, pois estávamos a manter toda a nossa movimentação inicial sob sigilo, até então.
Todos
tínhamos história na música, essa era a verdade, e diante dessa fato
inexorável, estávamos sujeitos aos fuxicos da mídia, mesmo que fôssemos
artistas que a vida toda orbitaram o underground da música ,
fora do mainstream...
Notas em
sites como Wiplash e Rock Brigade, começaram a especular e reitero,
guardávamos sigilo absoluto sobre a formação da banda e tais
manifestações, foram fruto de vazamento involuntário de informação,
portanto.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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