terça-feira, 18 de março de 2014

Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 88 - Por Luiz Domingues


Logo a seguir, fizemos um show inusitado. Foi o tal negócio : sem um empresário que soubesse capitalizar o bom momento que tivéramos com as duas exposições na TV (com enorme sucesso), aceitávamos as propostas que apareciam. Dessa maneira, fomos convidados a tocar em uma festa particular, e sem perspectivas melhores no momento e por ter em conta que o conflito de agendas estava formado pelo fato de eu ter voltado ao Língua de Trapo, fomos à cidade de Atibaia, no interior de São Paulo, para tocar na festa de aniversário de um fã da banda, chamado : Hélcio Junior.

Este rapaz conhecera-nos quando tocamos ao vivo no Sesc Pompeia, durante as gravações do programa, "A Fábrica do Som", e ali abordara-nos pelos bastidores, ocasião em que fez a sua proposta, ao oferecer-nos condições modestas, mas dignas, com despesas de viagem cobertas; um pequeno cachet, e claro, podermos usufruir da festa. Fomos então à casa do Hélcio Junior, e a parte mais trabalhosa foi que obviamente tivemos que levar todo o nosso equipamento, incluso o mini P.A. Mas com a ajuda de amigos, não foi tão traumática assim essa logística, e no meio da tarde já estávamos a montar o equipamento no deck da piscina, localizada na ampla casa de propriedade do avô do Hélcio. Para quem não conhece o estado de São Paulo, informo que Atibaia fica apenas a 60 Km distante da cidade de São Paulo, pela estrada federal Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. A festa começou cedo, pois ainda não havia escurecido e já começaram a chegar os convidados.

O show foi misto, logicamente, pois não poderíamos tocar somente as nossas músicas autorais, portanto incluímos diversos covers, a ressuscitar algumas músicas que tocávamos apenas nas primeiras apresentações de 1982, na época em que não tínhamos material autoral suficiente para fazermos um show completo sem ter que tocar releituras de clássicos do Rock internacional para preencher espaço. Foi muito bom, é claro, dentro das possibilidades, pois tirante o Hélcio e uns poucos amigos, ninguém conhecia as nossas músicas próprias, e os covers que tocamos também causaram estranheza à maioria "não iniciada" ali presente, fora a presença de pessoas de meia e terceira idade, certamente. Isso ocorreu no dia 12 de novembro de 1983, com um público aproximado formado por  oitenta pessoas. O fato engraçado, mas pelo lado do humor negro, foi que em uma parte da casa onde havia um pequeno bosque, uma turma de convidados embrenhou-se para realizar uma atividade ilícita que envolvia fumaça e um sujeito bem robusto empolgou-se e ao ficar descontrolado, caiu em um pequeno precipício, enquanto dançava. Estava bem animado o rapaz, mas culminou em dar-se mal, ao contundir-se...


Continua...   

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