Com a mixagem encerrada no estúdio Mosh, em sua antiga instalação da Vila Pompeia, o próximo passo seria o processo do "corte". Por indicação do Luiz Calanca, o corte foi realizado no estúdio da RCA, pelo competente, Oswaldo Martins, acostumado a cortar discos há muitos anos, e que futuramente, já em plena Era digital, abriu o seu estúdio de masterização, e em seu estabelecimento (chamado : "Turbo"), o CD Chronophagia da Patrulha do Espaço, do qual eu faria parte, foi finalizado, em 2000, coincidentemente.
Para quem não sabe o que significava o "corte" no processo dos antigos vinis, explico rapidamente que era a etapa de acabamento final pós estúdio, onde a fita mixada do estúdio recebia a última camada com frequências agudas e graves, no cômputo geral, onde esse "corte final" definia a cópia matriz que seria imprimida no acetato de vinil, e que serviria então de base para a prensagem das cópias na fábrica.
O Rubens foi assistir o processo, e mesmo sem condições de opinar, pois tratava-se de um processo técnico, essencialmente, assim ao menos representou a banda, como apoio moral nessa operação final. No tocante à capa, tivemos alguns problemas com o fotolito da gráfica, e também com algumas provas rejeitadas por erro no uso de cores. Além disso, tivemos problemas com a revelação das fotos da capa, especificamente com a foto do Rubens. A ideia de escurecimento para dar clima sombrio na foto do Rubens, sugerida pelo fotógrafo, Fábio Rubinato, pareceu-nos muito boa em tese, mas na prática, o laboratório fez muitos esforços para clareá-la.
O certo teria sido abrir uma nova sessão e tentar capturar outras fotos boas do Rubens, mas não obstante o fato de termos essa foto comprometida pela ausência de luz, nós gostávamos dela em si, pela expressão facial do Rubens, e enquadramento. Dessa forma, fomos muito teimosos, ao bancar a sua permanência, e mesmo com os esforços do laboratório para clareá-la (em uma era pré-digital, sem photoshop e que tais). Mas esse processo durou um tempo enorme. Por vários problemas de agendamento no estúdio RCA, que proveria o processo do "corte"; da gráfica com suas idas e vindas, e do laboratório que trabalhava nas fotos, o processo tornou-se lento. Por esse motivo, o disco só foi ficar pronto, meses depois, por volta de maio de 1984.
Continua...
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