segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Autobiografia na Música - Boca do Céu - Capítulo 62 - Por Luiz Domingues

Na semana em que antecedeu o reencontro do Boca do Céu, surgiu a ideia de relembrarmos as músicas que compunham o nosso velho repertório e nesse sentido, todos exerceram individualmente, um exercício de memória notável para relembrar ao máximo o que foi possível. 

Fiquei até surpreendido, pois no esforço coletivo, muitos trechos de canções foram recordados. Na ausência de algum apoio com material gravado, seria um esforço hercúleo, visto que as poucas canções que tínhamos registradas, através de gravações caseiras e armazenadas nas arcaicas fitas K7, foram irremediavelmente perdidas ainda nos anos setenta. Portanto, quando eu notei que os companheiros, Laert, Osvaldo & Wilton, conseguiram relembrar diversos trechos a tocar e cantarolar pedaços de músicas, eu fiquei muito feliz.

E mais reminiscências maravilhosas foram feitas, com todos a relembrarem as atividades culturais que presenciamos em companhia mútua a contabilizar shows de Rock e MPB, cinema, teatro, exposições e inúmeras outras atividades culturais em que estivemos juntos nos anos setenta. Para tal, além do meu Blog e o relato dos capítulos escritos sobre o Boca do Céu em minha autobiografia, outros companheiros postaram fotos da época, caso do Wilton, que disponibilizou-nos diversas fotos clicadas pelo seu primo, Nelson Rentero, sobre shows que ambos assistiram entre 1974 e 1976, antes até dele, Wilton, ingressar em nossa banda.

O nosso guitarrista, Wilton Rentero, ao lado de Rita Lee (primeira foto), e Gilberto Gil (segunda foto), no camarim do Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, no dia 26 de junho de 1976, por ocasião do show do super grupo da MPB, "Doces Bárbaros". Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click: Nelson Rentero

Quando eu vi tais fotos do Wilton, eu notei que todo o relato da minha vivência pessoal com o Boca do Céu e por conseguinte, toda a minha percepção sobre a ambientação cultural e sobretudo, contracultural que envolvera-me nos anos setenta, estava incrivelmente reforçada, pois a energia contida em tais fotos, corroborou de uma força absurda com o bojo das minhas colocações expressas em texto.
O nosso guitarrista, Wilton Rentero, presenciou, na companhia de seu primo, Nelson Rentero, um show de Caetano Veloso, nos idos de 1975. Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click: Nelson Rentero

Pois muito bem, estávamos prontos para o reencontro, com todos animados e com um adendo, pois o companheiro, Fran Sérpico alegou que perdera o traquejo com o instrumento e assim, ele mesmo tomou a dianteira e convidou o seu cunhado, que
era (é) baterista e que toca regularmente na noite paulistana com bandas cover, desde os anos sessenta, portanto, a mostrar-se bem experiente. 
O nosso guitarrista, Wilton Rentero, presenciou, na companhia de seu primo, Nelson Rentero, um show de Jorge Mautner, nos idos de 1976. Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click: Nelson Rentero

Nelson Laranjeira era (é) o nome do rapaz e ele aceitara participar do nosso reencontro. Eu roguei ao Fran Sérpico, que explicasse ao seu cunhado que seria um ensaio truncado, pois tirante as músicas do Joelho de Porco que combinamos tocar por recreação, a ideia seria tentar executar pequenos trechos de músicas do nosso velho repertório, que lembráramos durante aquelas duas semanas anteriores, pela via do aplicativo, Whatsapp. 
O nosso guitarrista, Wilton Rentero, presenciou, na companhia de seu primo, Nelson Rentero, o show de lançamento do LP "Tudo Foi Feito Pelo Sol" dos Mutantes, no Teatro Bandeirantes de São Paulo, em 1974. Acervo e cortesia: Wilton Rentero. Click: Nelson Rentero

Que viesse então o dia 15 de fevereiro de 2020, o dia do grande reencontro do Boca do Céu e curiosamente, quarenta e três anos após o nosso primeiro show, realizado em 12 de fevereiro de 1977!

Continua...

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