Os artistas do Placa Luminosa tocaram
covers variados, indo de Funk à MPB (lembro deles a tocar até, "Meus Caros
Amigos", do Chico Buarque). Como resultado, adveio uma tremenda vaia do público. Então o baixista enervou-se, e a perder completamente a compostura, falou ao microfone : -"vocês querem Rock" ? O público aumentou a vaia pela atitude,
certamente ao interpretá-la como um sinal de prepotência de sua parte, e aí, eles começaram a
tocar, "The Ocean", do “Led Zeppelin”. Muito bem tocado por sinal, mas
a antipatia estava caracterizada, e dessa forma, saíram do palco uma vaia incrível. Após
esse entrevero, um enorme atraso, que irritou muito, mas eram os primeiros
shows internacionais no Brasil, que ainda não tinha a estrutura de hoje em dia.
Lembro-me
do guitarrista argentino, Tony Osanah, a tentar acalmar os ânimos, e assim dizer ao
microfone : -"pessoal, o Cocker já está aí"... com aquele seu sotaque
porteño, bem característico. Todavia, compensou tudo, quando o Cocker entrou no palco !
Foi um show esfuziante, do começo ao final, com o
Cocker ainda a usar cabelos longos, sob um visual "Woodstockeano". Era a tour do LP
"Jamaica Say You Will", mas o show foi recheado com clássicos dos
seus primeiros discos. Cocker teve como companhia, Bob Keys no sax e Nicky Hopkins ao piano, como convidados
especiais. Quando Chris Staiton, começou os primeiros acordes de "With a Little
Help From my Friends", no órgão Hammond, o ginásio veio abaixo ! Pareceu a
reação de torcedores em estádios de futebol, na hora do gol de seu time,
tamanha a euforia gerada. Vale lembrar que em 1977, ainda vivíamos os ecos de
Woodstock, fortemente por aqui. Bateu uma emoção forte nessa hora. O coração
veio à boca e muita gente chorou de emoção, à minha volta. Como última lembrança,
o Cocker mostrou-se bom de cerveja, pois durante o show, bebeu sozinho um engradado,
que ficara à sua disposição, em cima do praticável da bateria. O show do Joe
Cocker foi inesquecível, pois ainda possuía o frescor da sua boa forma artística, "Woodstockena".
Foi inacreditável estar a testemunhar aquele mito do festival de Woodstock, e que só conhecíamos pelo
filme (e também pelo documentário, “Mad Dogs and The Englishmen”) ali,
a esgoelar-se no seu vocal super dramático. O repertório foi incrível. Ele cantou seus
grandes clássicos e a banda, esteve espetacular.
Continua...
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