segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Autobiografia na Música - Terra no Asfalto - Capítulo 4 - Por Luiz Domingues

Lógico que valeu a pena ter feito essa apresentação na sede da empresa : Diâmetro Engenharia. De uma forma despretensiosa, ganhei um belo cachet, e essa foi a minha motivação maior nesse trabalho que não visava fazer música autoral. E a química foi forte. 

O time de músicos era ótimo. Eu já achava o trio que acompanhava o Tato Fischer, muito bom, mas agora com a soma de dois guitarristas e um vocalista (o Paulo Eugênio também tocava percussão e muitas vezes, sua atuação ajudou-nos muito no balanço da banda, seja a tocar bongô; pandeiro ou cowbell), fora os backings vocals afinados, tornava a banda muito forte e apta para brigar no mercado disputado do "mundo cover", que já era acirrado naquela época.

O Paulo Eugênio tinha contatos na noite e logo fechou uma data em um bar no bairro do Bexiga, chamado, "Opção". Assim, foi marcada uma primeira apresentação, logo para o dia 13 de janeiro de 1980. Mas essa apresentação seria sui generis !

Isso porque o lógico seria contar com o mesmo time da festa dos engenheiros, mas após três ou quatro ensaios realizados ali mesmo no Bar Opção, que era de propriedade de um amigo do Wilson, mudanças radicais aconteceram. A primeira, foi que Paulo Eugênio fez contato com um músico que conhecera anos antes e com o qual, tivera uma banda na noite, chamado Fernando "Mu". Ele era uma lenda entre os músicos da noite paulistana, pois detinha um nível técnico elevadíssimo e sabia tudo de harmonia, campo harmônico, divisão rítmica etc.


Apesar de tocar divinamente, era lenda contudo, só no metiér da noite, pois nunca havia engatilhado um trabalho autoral significativo, embora tivesse esse sonho acalentado. O próprio Sérgio Henriques disse-me, que se o "Mu" entrasse nessa banda, nós deixaríamos de ser uma grupo de bar, para tornarmo-nos uma banda de verdade. A ideia do Paulo Eugênio foi deixar o Wilson na banda, pois seus backings vocals eram muito bons, e eventualmente tocaria violão, a deixar as guitarras para Mu e Gereba, os dois "demônios".

Mas aí ficaria de fato, um desconforto. Um impasse a ser resolvido logo nos primeiros momentos da banda. Então, alheio a esse impasse, algo muito inesperado aconteceu no dia em que ensaiávamos com o Mu, pela primeira vez. Fiquei bastante constrangido nesse dia...

Continua...

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