A virada para 1995, foi um pouco desalentadora, portanto.
Descartados pela gravadora Roadrunner, e com a Eldorado desinteressada em investir nos artistas lançados pela coletânea de 1993, após ver as cinco bandas dispersar, cada uma por si, apenas ensaiamos e trabalhamos em músicas novas nos primeiros meses de 1995. Então, o primeiro compromisso do ano em termos de show, foi uma autoprodução completamente improvável, que teve tudo para ser uma mera e prosaica reunião em clima de festa particular, mas que ganhou uma dimensão inesperada, e foi um sucesso de público. Foi assim : o presidente do fã-clube do Pitbulls on Crack, Jason Machado, tinha uma data reservada no Black Jack Bar, e perguntou se nós gostaríamos de tocar lá, visto estarmos há muito tempo sem shows. A data teria um significado especial para o Jason, e para o Pitbulls on Crack, pois marcava um ano de existência do Fã-Clube. Seria realizada no dia 30 de abril de 1995, ou seja, na véspera de um feriado (1° de maio), com a possibilidade das pessoas saírem despreocupadamente para a noite, como se fosse o sábado. A despeito de muita gente normalmente sair da cidade, achamos que sob custo zero, não seria ruim, nem que a casa ficasse com um público tímido em suas dependências. Mas a ideia evoluiu, e pensamos em colocar alguma banda de abertura. Mais um pouco e passamos a pensar em duas, depois três e assim configurou-se, um micro-festival. A grande sacada, seria que as bandas de abertura também atrairiam público, a estabelecer uma ação conjunta em termos de divulgação. E dessa forma, ao aproveitar o fato de eu ter nessa época, cerca de trinta e cinco alunos regulares de baixo, ficou óbvio que de minha parte seria fácil arregimentar bandas novas. Por ter tantos alunos, e quase todos ter uma banda em atividade, seria uma oportunidade de ouro para eles também apresentarem-se. Para incrementar, o Jason Machado atuaria com força total no evento, e ele tinha mais um trunfo em mãos.
Graças a um patrocinador que ele tinha para ajudar a manutenção do seu fanzine, havia um acordo para a publicação de um "tijolo" de jornal, com o apoio da gravadora Eldorado, e dessa forma, no dia do show, tivemos de fato um tijolo no Jornal da Tarde, como apoio de divulgação, fora cartazes e filipetas. Muitas bandas poderiam ser escolhidas, mas na decisão final, as que puderam aceitar o convite, a confirmar presença, foram : "Parental Advisory" (do meu aluno, Ricardo Garcia); "Eternal Diamonds" (do meu aluno, Alexandre Peres "Leco" Rodrigues), e "Equinox" (do meu aluno Luiz Nannini). Os garotos ficaram super empolgados, é claro, e imediatamente engajaram-se na divulgação. Foi a oportunidade deles para tocar em um bar que mantinha tradição no Rock Paulistano, e pelo fato de serem adolescentes imberbes em sua maioria, contava muito como façanha pessoal para eles, em início de carreira. Como nessa fase, eu ainda era conhecido por um apelido, que após 1999, cortei com veemência, o nome do show e que foi usado em profusão, foi criado em função da junção dele, com a palavra "Woodstock". Aproveito para reescrever a história, e doravante irei chamá-lo de outra forma nesta autobiografia.
Não falava-se em outra novidade nas minhas aulas, a não ser a realização do "Dominguestock". Confesso que essa produção deu o ânimo que o Pitbulls on Crack precisava para sair da fase letárgica em que encontrava-se, desde o fim do segundo semestre de 1994, quando todo o impulso alcançado anteriormente, parecia ter diluído-se pelo ralo.
Continua...
muita historia do nosso rockrolll e das bandas que voce participou.Parabens , grandes Bandas heheheheheh.um abraço.
ResponderExcluirQue maravilha que esteja acompanhando este capítulo também, Oscar !
ExcluirRock on, abração !!
Festa de comemoração de 1 ano de fan club e minha primeira organização de show. Sem noção alguma do que eu estava fazendo, kkkk
ResponderExcluirVerdade, esqueci de mencionar a efeméride e isso tem que ser reparado. Quanto ao que disse, sei que foi brincadeira, mas você fez algo bom, sem dúvida !!
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