sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 59 - por Luiz Domingues

Infelizmente, o "Equinox" extrapolou, e a contrariar o combinado, tocou por mais de uma hora e meia, a entediar o público com o seu Heavy-Metal oitentista; defasado, e enfadonho. O guitarrista solo estava nervoso, e por estar contrariado, motivado pelo atraso no soundcheck, quis propositalmente afrontar-me, e prejudicar o show do Pitbulls on Crack. Atitude lamentável em que nada contribuía para divulgar o som de sua banda, pois pelo contrário, só criou um anticlímax. O meu aluno, Luiz, era extremamente gentil e ficou constrangido com as atitudes de seu guitarrista, mas o estrago já estava feito. Enfim, o público cansou daquele som maçante e absurdamente alto. Dispersou, ao abrir um clarão na frente da banda, e mesmo assim, eles insistiram em tocar mais e mais.

Pior que isso, hostilizou-se o nosso roadie, o Jason Machado, que pedia insistentemente para que encerrassem, devido ao tempo estourado. Claro, arrependi-me por tê-los incluído no evento. Teria sido muito melhor incluir uma outra banda de alunos, e havia várias que desejavam ter tido essa oportunidade. Já noite avançada, a insinuar a chegada da madrugada, o Pitbulls on Crack entrou em cena, e o público nesse instante, estava pela metade em termos de contingente.

Se a intenção do guitarrista rancoroso houvera sido essa, creio que o maior prejudicado foi ele mesmo, por ter entediado as pessoas, a espantá-las. Claro, era por esperar-se que as pessoas cansassem-se de ficarem confinadas em um bar minúsculo, a aguentar a massa sonora de um áudio deficiente, e bandas de Rock a tocar em volumes inacreditáveis. E também era esperado que muitos dispersariam após ver os respectivos parentes e amigos apresentar-se, tal como um festival escolar juvenil. Isso não abalou-nos em nada, e assim fizemos o nosso show normal, sem preocupações, e contentes por ter sido um sucesso muito contundente o evento do qual não esperávamos nada.

Isso ocorreu então, no dia 30 de abril de 1995, e o público foi excelente, com quinhentas e vinte presentes (informação oficial revelada-me pelo Jason Machado, no ano de 2015), para a alegria do dono do bar, que vendeu muita bebida nessa noite. Existe uma versão editada desse evento, gravado em formato Mini-VHS e digitalizada nos anos 2000. Pretendo lançar no You Tube em breve. Só não sei ainda se lanço separadamente cada banda, ou se mando tudo junto, como um documentário de Festival. E mais uma coisa : vou mudar o nome do Festival, e definitivamente passar por cima da história... vai ser doravante : "Dominguestock"... !
Continua...

4 comentários:

  1. Tigueis, contagem oficial me passada pelo Murilão, 520 pessoas amontoadas. rsrsrs

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    1. Baseava-me na minha anotação pessoal com pouco mais de 400 pessoas presentes. 520 me surpreende e alegra ainda mais, pois foi um feito e tanto.

      Grato pela informação e parabéns pela marca !

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  2. Me lembro do Murilão me chamando ao final e me perguntando "como vc conseguiu trazer 520 pessoas num dia atípico desse, parabéns", e claro fiquei muito feliz, por ter sido minha primeira "produção" nesse sentido.

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  3. Foi mesmo algo fora do padrão, e deve ter sido uma das últimas noites fortes no Black Jack, que naquela altura, já estava decadente.

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