Foi evidente que contamos com o apoio de amigos nessa empreitada. O
Júnior arrumou um patrocínio para bancar o serviço do "lambe-lambe", com um futuro candidato a
vereador. 1999 não foi um ano com eleições municipais, mas esse candidato a
candidato, queria popularizar o seu nome previamente, e assim forjar a sua imagem como um incentivador
de artes em geral. Então, tornara-se comum ver o seu nome vinculado a shows musicais; teatro, e outras atividades artísticas.
Os
cartazetes e filipetas foram impressos por nós mesmos. A internet já
tinha um certo peso nessa época, mas nós praticamente não a usamos. Não havia
redes sociais de massa, como hoje em dia. Rádio e TV eram impossíveis. Desde meados dos anos noventa, já não havia programas da TV aberta dispostos a agendar bandas de fora dos esquemas escusos do jabá. Dessa
forma, com poucos cartazetes e filipetas, cobrimos o circuito óbvio do
Rock em São Paulo, como a Galeria do Rock e as lojas de instrumentos da
Rua Teodoro Sampaio. E filipetamos saídas de shows de Rock.
Lembro-me
de levar alguns amigos e alunos para filipetar um show da banda Heavy-Metal, "Angra", no Palace, uma
casa de shows em Moema, zona de sul de São Paulo. Um ex-aluno meu
estava a filipetar um dos flancos da rua, de onde o público saia, quando um garoto
pegou a filipeta, e disse-lhe com escárnio : -"Patrulha do Espaço ? Isso é do tempo do
meu avô"... lidar com esse tipo de preconceito tolo era normal, e
ainda por cima ao analisarmos esse público do Heavy-Metal, que parece ser obcecado pelo
conceito do "datado". Como se música fosse um remédio, e tivesse data de validade...
Outra ação engraçada, foi realizar entrevistas em programas de Rádio comunitárias. Foi o que esteve ao nosso alcance. Lembro-me de uma rádio no Tatuapé, zona leste de São Paulo, cujo contato era um boliviano, dono de uma banca de jornais. O rapaz mantinha o apelido sugestivo de : "Bolívia". Era um índio Hippie, com cabelo na cintura, uma grande figura.
Outra ação engraçada, foi realizar entrevistas em programas de Rádio comunitárias. Foi o que esteve ao nosso alcance. Lembro-me de uma rádio no Tatuapé, zona leste de São Paulo, cujo contato era um boliviano, dono de uma banca de jornais. O rapaz mantinha o apelido sugestivo de : "Bolívia". Era um índio Hippie, com cabelo na cintura, uma grande figura.
Até aí, nada
demais. Entretanto, a entrevista transcorreu sob um clima de filme policial, com o
endereço sendo mantido em sigilo até quando os seus responsáveis confiaram em nós, e no
dia em específico, o clima foi sob apreensão, pois essa rádio já havia sido lacrada
pela Embratel, diversas vezes. Foi engraçado, mas o resultado para nós foi nulo, pois o alcance limitadíssimo de uma estação pirata, não despertou interesse algum que soma-se aos nossos esforços e anseios.
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário