domingo, 31 de agosto de 2014

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 18 - Por Luiz Domingues

E chegou o grande dia da estreia da nossa formação. Se por um lado houve um clima amargo diante do que passamos naquela semana, aconteceu também a perspectiva de enfim saciar a expectativa em torno do primeiro show. Da parte do Júnior, teve uma velada ansiedade por conta de testar os meninos ao vivo. Se através dos ensaios, haviam conquistado a sua confiança por tocar e cantar demais, havia a dúvida no comportamento no palco, através de um show oficial. 

De certa forma, eu deveria ter essa apreensão também, pois afinal de contas, seria o primeiro show com os dois, após mais de um ano e meio de ensaios apenas, se considerar-se o período gasto durante o projeto Sidharta. Contudo, ao contrário do Júnior, eu estava tranquilo nesse aspecto, pois a despeito de ser a primeira apresentação para valer, confiava totalmente nos dois. O que não esteve nada bem, foi o clima ruim por conta dos percalços pessoais que enfrentamos naqueles dias. 
A Revista Dynamite foi a primeira a dar nota sobre a volta da banda com nova formação, mas ainda a citar-me pelo velho apelido que eu usava anteriormente como nome artístico, para designar-me. Não foi culpa deles, pois só firmei a ideia de cortar isso a partir da gravação do CD Chronophagia, em 2000. Mas errou feio o sobrenome do Marcello, como se observa na nota acima. 


Sim, o Marcello ainda sentia dores decorrentes do acidente automobilístico que sofrera. A sua família estava apreensiva, e com razão. O prudente teria sido cancelar o show e repousar por alguns dias, mas ele bancou essa resolução de concluir o espetáculo e foi valente. O Júnior apareceu para tocar bem abatido e tenso. O que ele estava a passar fora pesado, mas também enfrentou a determinação de seguir em frente. Chegamos no salão por volta das 17:00 hs. 

Montamos o palco com um exército de ajudantes amadores... vários dos meus alunos, o meu pequeno exército Neo-Hippie, ou de Brancaleone, como queira, estava ali a colaborar. Nesse início, sem verba, não tivemos como contratar roadies profissionais, portanto, contávamos com o apoio abnegado de amigos. A montagem foi tensa, pois o Júnior estava muito nervoso, e irritou-se várias vezes com aquele monte de gente a desejar ajudar, na maior boa vontade, mas sem metodologia, portanto mais a atrapalhar o trabalho. A nossa sorte foi ter contado com o técnico de som da casa, que era muito bom. Ocorreu uma dificuldade técnica da casa em si, que o atrapalharia, mas se não fosse isso, o show teria sido perfeito.

Continua... 

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