E a primeira oportunidade ocorreu através de uma casa onde fomos pela primeira vez nos apresentarmos, denominada: "Cactus Grill".
Logo que eu cheguei ao estabelecimento, animei-me com a receptividade do seu mandatário, um rapaz chamado, Álvaro. Mediante uma pequena turnê pelas instalações, e a verificar conter o ambiente todo decorado com ícones do Rock, não deixou-me dúvida que a noite prometera, dada a boa impressão inicial que se reforçou.
Ao tratar-se de uma casa ampla, outrora com função residencial, Álvaro a adaptara como uma casa de shows ao estilo de um micro Café Teatro e assim manteve os demais ambientes do estabelecimento como uma lanchonete dinâmica.
A sua localização, muito interessante, em frente ao Campus da Universidade Federal do ABC, sugeriu também uma forte movimentação pela obviedade de transitarem por ali milhares de jovens universitários.
O palco montado para o ataque d'Os Kurandeiros no Cactus Grill de Santo André-SP, em 11 de outubro de 2017. Click: Lara Pap
Foi um show muito energético, com resposta boa do público e no qual nós tocamos duas músicas novas para a minha formação, mas que foram antigas no repertório da banda e que houveram sido agora reincorporadas, graças às suas respectivas inclusões no recente álbum com caráter de coletânea, chamado como: "O Baú dos Kurandeiros" ("Miséria e Solidão" e "Oh Rita").
Um pequeno acidente me aconteceu, mas sem prejuízo muito intenso para a performance da banda, quando a minha correia estourou quase ao final da apresentação. Corri ao camarim para apanhar minha correia reserva e certamente que eu sempre tenho uma disponível como praxe profissional do cotidiano, mas simplesmente não a encontrei no "case" (estojo) do meu instrumento.
A correia reserva do Kim também foi tentada como uma solução emergencial, mas não houve ajuste no "strap lock" do meu instrumento, e assim, eu tive que adotar doravante a postura deselegante de tocar sentado em cima de meu amplificador, inevitável ante as circunstâncias.
Os Kurandeiros em ação no Cactus Grill de Santo André-SP, em 11 de outubro de 2017. Click, acervo e cortesia de Raphael Rodrigues
Inconformado, assim que o show acabou (e mesmo ao ter notado que esse fato cênico em nada desabonara a nossa performance, visto a euforia do público ao seu final, não deixar-nos dúvida do bom show que fizéramos, mesmo assim), eu fui rapidamente ao camarim e fiz uma nova inspeção no meu "case" e eis que achei a minha correia, em um recôndito espaço onde anteriormente eu passara a minha mão e simplesmente não a sentira.
Acontece, muito provavelmente no momento agudo em que fui procurá-la, com o show em curso, fui traído pela pressa. É assim, a pressa é sempre a inimiga da perfeição, ditado precioso.
Posteriormente, mantivemos uma conversa agradável com o proprietário da casa e sua esposa, fora a constatação de que os funcionários do estabelecimento foram receptivos e o público caloroso, portanto, tratou-se de fato de uma apresentação memorável.
Confraternização com o amigo Thiago Rodrigues, irmão do fã/amigo, Raphael Rodrigues, um grande colecionador de discos e uma enciclopédia ambulante sobre a história do Rock. Os Kurandeiros no Cactus Grill de Santo André-SP, em 11 de outubro de 2017. Acervo e cortesia de Thiago Rodrigues. Click: Raphael Rodrigues.
Por pura coincidência, o nosso próximo compromisso aconteceria na mesma cidade, poucos dias depois e desta feita, através de um espaço onde já contínhamos inúmeras passagens e lembranças acumuladas...
Então, voltamos à simpática cidade de Santo André-SP e desta feita a fim de cumprir compromisso no Espaço Cultural Gambalaia, um pocket Teatro charmoso e no qual já havíamos tocado várias vezes, com a minha formação, desde 2011, logo que eu entrei no time.
Foi em um domingo com frio surpreendente e garoa, em se tratar da primavera em pleno curso e ao se levar em conta igualmente que os dias anteriores houveram sido bem quentes, ou seja, tal componente surpreendente no quesito da meteorologia, somou-se a duas outras agravantes: show do Paul McCartney em São Paulo, no estádio do Palmeiras e final de um feriado prolongado em que milhões (literalmente), de pessoas haviam deixado São Paulo e as cidades vizinhas da região metropolitana rumo a destinos turísticos, principalmente o litoral do estado.
Em termos de adversidades e para quem trabalha com produção musical, sabe muito bem que tais fatores pesam forte na concepção de quem lida com tal logística. Por outro lado, se a perspectiva de não haver um grande público foi concreta, por outro, nada disso abalou a nossa vontade de apresentarmo-nos novamente no simpático Gambalaia, onde o espetáculo era sempre carregado de uma aura de verdade, muito grande, o que fazia-me lembrar do saudoso Teatro Lira Paulistana, pelo fato da proximidade do público com o artista a gerar tal atmosfera intimista.
Nessa noite, teríamos a agradável companhia do amigo, Duck Strada, um artista Folk em carreira solo, que convidamos para que ele fizesse o seu show na abertura e certamente que além da companhia agradável, Duck haveria de reforçar e muito o quilate do espetáculo, com as suas composições próprias muito inspiradas, tais como: "Via Leste", canção da qual eu sou fã e sobre a qual já comentei anteriormente.
Marcelo Dias e eu, Luiz Domingues (por conta do foco de luz verde que incidiu sobre a minha pessoa, fiquei a me parecer com o "Dr. Bruce Banner" em plena exposição aos "Raios Gama"... só esperava não rasgar minha camiseta d'Os Kurandeiros quando transformasse-me a qualquer instante no Incrível Hulk). Click (selfie), acervo & cortesia de Marcelo Dias
Eu tive uma surpresa agradável antes mesmo do soundcheck iniciar-se, quando vi a entrar no recinto do auditório do espaço, a figura sensacional de Marcelo Dias, meu ex-aluno e ex-baixista de bandas como: "Aura" e "Via Lumini".
Cito-o em dois capítulos de minha autobiografia, "Sala de Aulas" e "Trabalhos Avulsos", e neste último, a falar sobre a minha participação como produtor de uma primeira fita demo do "Aura", banda de Rock Progressivo de imenso potencial, da qual ele fez parte.
Foi um reencontro muito prazeroso, quando pudemos relembrar tais passagens ocorridas entre os idos de 1987 a 1990, mais ou menos e assim a colocar a conversa em dia.
O Grande Duck Strada, em ação! Clicks de Lara Pap (foto 1) e Regina de Fátima Galassi (foto 2)
Começou o show do Duck Strada e eu assisti com grande prazer a sua performance muito rica, a mesclar as suas ótimas canções a clássicos daquela MPB setentista super hippie e antenada, saborosa e forte, certamente.
Fiquei ali a assistir e a pensar como faltava-nos isso nos então dias atuais e ao recordar-me com nostalgia dos tantos shows acústicos nesses moldes que eu assisti nos anos setenta, ao ver artistas sensacionais dessa estirpe. Bem, houve uma esperança, ao ter em conta que Duck Strada e artistas como Chico Suman e Rodrigo Hid entre outros, vinham a resgatar essa tradição perdida acerca do artista solo a apresentar-se na base da voz e violão, na base do "Folk singer"/"composer" internacional, de antigamente.
Após uma apresentação ótima, Os Kurandeiros assumiram o palco e ali fizemos um show muito agradável, leve, divertido... é bem verdade que não havia muito público presente, mas quem compareceu, saiu com tal boa impressão de nossa performance e entre esses poucos, mas bons, a presença do Samuel Wagner, roadie fiel de duas bandas por onde atuei, Patrulha do Espaço e Pedra.
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=uGTNoQtFmIo
"A Bruxa" (Mixto Quente), no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 15 de outubro de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=AkA7VeracBk
"A Bruxa" (Câmera 2) (Trecho) (Mixto Quente), no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 15 de outubro de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=VMuDDK9P1Jw
"Eu Acredito no Amor" (Nasi/Kim Kehl), no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André / SP, em 15 de outubro de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=qMjd1TC3T0M
"Faz Frio" (Kim Kehl), no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André / SP, em 15 de outubro de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=PS9rT3vQkrM
"Beber Até Cair" (Kim Kehl), no Espaço Cultural Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 15 de outubro de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=JKbghVrroYg
"Os Kurandeiros" (Kim Kehl) (trecho), no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André / SP, em 15 de outubro de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=QNg4MumOTxc
"Loteria da Babilônia" + "A Cultura do Avesso" (Raul Seixas) (Trecho), com Duck Strada, no Espaço Cultural Gambalaia de Santo André-SP, em 15 de outubro de 2017
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=P6oGM_Q2o6g
Os Kurandeiros no estúdio da TV BBC em São Paulo, a gravar participação no programa: "Toca Mais Uma", na manhã de 18 de outubro de 2017. O programa foi ao ar no dia seguinte, dia 19. Na primeira foto, a banda em ação vista pela sala da técnica. Na segunda, um momento de confraternização final com os apresentadores e os amigos da banda: "Os Infames", que também participaram da mesma edição. Da esquerda para a direita, em pé: Carlinhos Machado, Kim Kehl, eu (Luiz Domingues), Victor Hugo Daguano ("Os Infames"), Dan Borges ("Os Infames") e Fernando Ceah (Vento Motivo e apresentador do programa). Agachado: Binho "Batera" (Vento Motivo e apresentador do programa). Foto 1: click de Fernando Ceah. Foto 2: click de Vanessa Anchieta
Três dias depois, fomos participar de um programa de internet, protagonizado por grandes amigos nossos. Denominado como: "Toca mais Uma" e locado na BCC TV, tratou-se de uma realização perpetrada por Fernando Ceah e Binho "Batera", nossos amigos de longa data e membros da banda "Vento Motivo", além de também contar com a bela e inteligentíssima, Vanessa Anchieta. A gravação ocorreu numa quarta-feira pela manhã (18 de outubro de 2017), no pequeno mas bastante funcional estúdio dessa TV, localizado no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo. Tocamos duas canções, "A Noite Inteira" e "Miséria & Solidão", além de participarmos de uma entrevista.
Nesse mesmo programa, uma dupla a representar a banda "Os Infames", também gravou a sua participação e um bloco foi proposto com um divertido "jogo", através de representantes das duas bandas a participarem, e foi bem engraçado, com a proposta de lembrarem-se de músicas mediante a divulgação por parte da produção, de um tema.
Uma nota engraçada, a participação da versátil, Vanessa Anchieta, foi realizada com um bloco de intervenções externas ao entrevistar pessoas comuns pelas ruas da cidade de São Paulo, mas ela também participava com uma inusitada atuação performática no estúdio.
A usando um traje camuflado, especialmente concebido para ser da mesma cor do "chroma key" do estúdio (verde limão), ela interagia a permanecer apenas com os olhos de fora da camuflagem e vez por outra com as mãos, ao dispensar as luvas. Dessa forma, ficava bastante inusitado ter as suas mãos e olhos a passear pelo quadro (inclusive com a deliberada intenção de assombrar os entrevistadores, ao estilo de um autêntico "fantasma" perturbador), como uma verdadeira aparição insólita, para dizer o mínimo.
Eu cheguei a comentar com o amigos que aquela intervenção remetera-me ao "The Twilight Zone", antigo seriado da TV norte-americana, a assistir pelo monitor e ao mesmo tempo, ao vê-la in loco, com aquela exótica vestimenta, foi extremamente divertido acompanhar a sua performance.
O link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=abs_SJt0uDo&t=4s
Ainda nessa mesma semana, tivemos uma outra boa novidade midiática, da qual trato a seguir.
Continua...
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